Dimensão 13, 04 horas - Pé de cerejeira.
 Quinze tinha acabado de ser teletransportado, a última coisa que ele conseguiu ver foi o sorriso entre lágrimas de Onze, e pronto foi mandado para de baixo de um grande pé de cerejeira.
  Ele olha paras os lados ao redor dele tem inúmeras pétalas o rodeando, um suspiro fundo veio antes das lágrimas começarem a sair automaticamente dos olhos dele.
  Nem um outro pensamento se passava pela sua cabeça a não ser que Onze estava morta a esta altura, e Philip morrerá em seguida por hemorragia, ele percebeu que ainda estava sangrando. E começou a pensar se faria um encanto de cura ou se morrer ali seria melhor, porém assim que lembrava do sorriso da pequena rebelde ele começou o encantamento.
  Quanto o mesmo já estava melhor ele encosta a cabeça dele na árvore que esta trás e olha para cima.
— Por que fez isso Sierra? - ele pergunta para si mesmo.
  “Sou realmente um fraco, não consegui proteger a garota que eu amo, nem meu melhor amigo e muito menos salvei a Rubi”.
— Droga! - grita ele bem alto se colocando de pé.
 Foi neste momento que ele percebeu onde estava, é o mesmo lugar onde viu Onze pela primeira vez ele se lembra perfeitamente:
Flashback - A uns dez anos atrás.
  Quinze tinha por volta de seus nove anos, nesta época seus pais ainda estavam vivos antes da grande explosão em um incidente da guerra.
 Quinze tinha acabado de correr em direção a uma colina muito longe de sua casa apenas para ver melhor os fogos que seriam soltados na sua cidade, que pelas previsões do mesmo ali teria a melhor visão.
  Quando ele conseguiu chegar no topo ele avista duas outras crianças uma garotinha de cabelos aloirados, olhos castanhos, ele poderia dizer em poucas palavras que ela parecia uma boneca. Ao lado da mesma esta um outro garoto um pouco maior que ela cabelos ruivos, e olhos verdes, Quinze imaginou se aquele garoto que ele vê de longe era maior que ele e se os dois entrassem em uma briga como ele sairia da ali.
  Às duas outras crianças estão brincando com uma bola, a jogavam varias vezes para alto tentando não derruba-la, foi aí que bola saiu de seu percurso e para nos pés de Quinze, que pega a bola nas mãos.
 Ele vê a garota se aproximando dele.
— Joga - diz ela em um tom doce.
 O mesmo não demorou a lançar a bola de volta para ela, o menino se aproxima deles, ela olha para ele.
— Gostaria de brincar conosco? - pergunta o garoto.
 Quinze levou alguns segundo processando o convite até responder sim, e começar a brincar com os dois.
— Qual o nome de vocês? - pergunta o Quinze.
— Eu sou Sierra e este é Philip - responde ela - E você?
— Eu sou Claus - responde ele - São irmãos?
— Não, apenas amigos somos do mesmo orfanato - fala Philip jogando a bola para Claus de volta.
— Claus você também é de algum orfanato? - pergunta Onze.
— Não, eu morro com meus pais - diz ele.
 Os três passaram horas brincado, e viram os fogos juntos depois da aquele dia Quinze ia ver os dois sempre que podia, anos mais tarde quando o incêndio aconteceu ele foi obrigado a se ajuntar a Sierra e Philip no orfanato. Sempre juntos este era o dilema dos três…
 Fim do flashback.
  O vento soprava de maneira suave os cabelos dele, estar ali era nostálgico de mais, o mesmo começa a andar rumo ao antigo orfanato que não ficava muito longe, havia uma coisa que precisava pegar se ele realmente tinha em mentes voltar para Quena, afinal persistência era uma coisa comum para todos os rebeldes…
  Rubi começa a acordar do encanto que Claus havia feito nela, embora seja realmente difícil abrir os olhos ela sentia que alguém estava segurando ela no colo de maneira firme, pelo cheiro do perfume ela sabia que era Neilan.
 Quando Rubi finalmente conseguiu abrir um pouco os olhos ela vê Onze de joelhos, Liam com a espado no seu pescoço e ao lado dela Philip no chão de baixo de uma poça de sangue, ela não sabia se ele estava morto, mas espera que não as palavras de Onze fizeram o coração dela gelar.
 Sierra olhou para lado onde Philip tava, e depois para marca do sol em sua mão a mesma as fecham com força e olha para Liam de maneira determinada.
— Pelo sol negro, e a coroa dourada eu juro lealdade-ela faz uma pausa - Apenas e unicamente a Solaria! e eu não tenho medo da morte Liam de Alencar.
— É realmente uma pena, último pedido - fala Liam levantando a espada para fazer um corte certeiro.
 Onze olha na direção da espada.
— Apenas diga para a Rubi, que eu peço desculpas - ela fechou os olhos com força esperando que aquela espada arrancasse a cabeça dela logo.
 Rubi queria ajudar, mas infelizmente ela não tinha forças nem para mantar os olhos aberto e assistir, logo adormeceu novamente. Philip esta quase apagando pelo corte que o vampiro havia feito nele, o mesmo ouviu as palavra de Onze e usou suas últimas forças para gritar:
— Faça o juramento Onze!
 Foi neste instante que ela abriu os olhos e olhou para Philip, Liam parou a espada novamente no pescoço dela que se assustou, mas o vampiro apenas devolveu a espada no cinto, e olhou para ela e abriu um sorriso.
— Este e o segundo favor que faço a você Sierra - diz Liam se baixando e colocando as algemas de volta nela que olha fixamente nos olhos dele que agora encara ela.
— Por que não me mata logo? - pergunta ela em um tom baixo.
— Infelizmente eu sigo ordens e eu já tenho o que eu quero, e no final você morre do mesmo jeito não é? - fala ele se colocando de pé.
 Magno olha para ele.
— Pensei que você ia mesmo matar ela - fala ele.
— Eu não ando fazendo mais este tipo de trabalho - responde ele que vai na direção de Philip e algemas ele também e logo em seguida desenha um símbolo muito antigo sobre o rebelde, Neilan observa o jeito que ele fez aquele desenho um dos dez encantos mais poderosos de cura.
 “Parece que ele esta em um esta estágio mais avançado do que eu esperava”, pensa Neilan que agora olha para Rubi que ainda esta adormecida. Após algumas horas eles estão de volta no QG e a humana não havia acordado.
 Cecília estava lá na frente esperando eles no mesmo momento que ela vê Rubi no colo de Neilan ela se aproxima, e olha a humana e esboça um sorriso de lado  Magno olha para almirante, o mesmo sabia que Cecília sabia mais do mostrava.
— Que bom que conseguiram traze-la de volta - fala ela.
— Sim e troucemos mais três rebeldes - responde Magno.
— Vocês dois coloquem eles nas celas com os outros, e o Neilan vai colocar a Rubi no quarto dela- diz Cecília.
— Creio que a Rubi está sobre um encantamento - diz Magno.
— Não tem problema ela resolve isso sozinha - fala ela caminhando na direção da entrada.
 Em quanto isso Simão ouviu a conversa deles, mas não demorou para se retirar da ali para não ser pego. Liam e Magno foram levar os rebeldes, e Neilan seguiu o caminho para quarto da Rubi a porta esta aberta, mas quanto ele entrou esta tudo tranquilo.
 O anjo colocou a Rubi na cama dela, e observou em volta tudo parecia estar no lugar certo foi ai que ele viu a porta do guarda-roupa mal fechada, ele caminha até o mesmo e abre as roupas estavam toda bem dobradas e certinhas mas uma pequena caixa no fundo parecia ter sido mexida por alguém a pouco tempo.
 Neilan não demorou para pegar a tal caixa e abrir-la dentro tem um vestido cor de rosa, o único problema era que o mesmo não estava em seu melhor estado, a barra surrada como se alguém tivesse arrastado ele por um longo caminho, e um par de saltos entre eles o par do pé direito estava com a correntinha dourado quebrada.
 Depois de uma boa olhada Neilan percebeu que não conhecia nem um dos modelos, não pareciam ser de Allea, muito menos de Quena na realidade não parecia ter sido feito em lugar nem um.
 Ele olha para Rubi deitada e depois para a caixa "o que você esta esconde de nós Rubi?", ele se pergunta mentalmente, o mesmo guarda as coisas do jeito que havia encontrado. Logo o meio anjo puxa uma cadeira para perto da cama e fica ali a espera que humana acordasse logo.
 No meio tempo ele adormece, afinal o cansaço e tanto. Neilan despertou na hora que ele escuta alguém chama-lo é Rubi.
— Acorde - diz ela olhando o mesmo que apenas esfrega os olhos.
— Desculpe eu fiquei te esperando levantar, mas cai no sono - diz ele entre bocejos.
— Tudo bem - fala Rubi se sentando na cama novamente.
 O Neilan agora troca olhares com ela.
— Posso te fazer uma pergunta? - diz ele, a humana apenas balançou a cabeça confirmando - O que você realmente veio fazer em Quena? e por favor não me diga que não pode me responder - Neilan soava falar serio com ela.
 Rubi observou o anjo com cuidado antes de responde-lo:
— Eu… - Rubi fez uma pausa - Não vim para Quena ou melhor aqui porque eu queria, simplesmente aconteceu com em um natural desastre - responde.
— Te obrigaram a se alistar em Quena? - pergunta ele.
— Falando assim parece que foi algo ruim, acho que jeito certo a ser dito é que me deram uma chance de me ajuntar com vocês - fala Rubi de modo calmo, a mesma gostaria de falar tudo para o Neilan, mas ela não saberia dizer qual seria a reação dele ao saber a verdade.
 O anjo observa com cuidado as palavras dela, pensando no que ela teve que passar para chegar ali.
— Você quer voltar para casa?
— Claro - responde.
— Então eu te ajudarei - diz ele de maneira determinada.
— Acho que não pode me ajudar neste caso - fala ela um pouco desconsolada.
 Escutam alguém bater na porta, Rubi fala para a pessoa entrar Liam adentra o quarto ele esta com a roupa de treinamento e parecia um pouco cansado, ele olha para os dois era bom saber que humana estava acordada, porém ele sabia muito bem que o encanto feito nela era para durar no mínimo dois dias e ela esta de pé em menos de oito horas, o que a tornava incrivelmente resistente.
— Que bom que você esta bem - fala ele olhando ela.
— É acho que sim - responde.
— Neilan vai descansar eu cuido da Rubi.
 O anjo apenas deu uma última olhada nela e sorriu.
— Logo, logo eu volto - diz ele se retirando e fechando a porta atrás de si.
 Liam toma o lugar que o meio anjo estava e se senta ali, e olha para ela.
— Esta foi quase não é? - diz ele.
— É acho que sim.
— Te perdi mais uma vez, acho que depois de você nunca mais serei guardião - fala ele.
— Não fale assim, estou de volta - diz ela sorrindo - Afinal sempre que eu me perder você vai me achar não é?
— Todas as vezes - responde Liam, o mesmo pega nas mãos dela - Você confia em mim?
— Confio - diz ela olhando ele.
— É muito bom saber disto - fala ele sorrindo, o mesmo solta a mão dela de leve.
— Durante o tempo que estava adormecida eu tive um sonho com uma mulher ruiva - ela faz uma pausa - Ela tinha o meu colar.
  Liam escuta atento as palavras dela.
— E ela me perguntou o que eu mais desejo, mas eu não soube o que responder na hora.
— Ruiva você diz - fala ele pensativo - Tinha algo em incomum na aparência dela?
— Os olhos pareciam esmeraldas, já me disseram que eu tinha olhos lindos, porém nada se compara aos dela - diz Rubi lembrando da mulher da visão - Eu senti como se já a conhecesse.
— Ela por caso é do seu mundo? - pergunta ele, a humana apenas balança a cabeça negando.
— Definitivamente não, senti um enorme poder vindo dela com uma onde gigante, aposto se eu ficasse mais tempo perto dela me afogaria naquela energia.
— Não lembro de ninguém assim, as únicas pessoas que conheci que passam esta grande sensação de poder são você, Cecília, o rei, e o ... - ele faz uma pausa - O Caleb - responde Liam, Rubi percebeu que ele disse o último nome com dificuldade.
— Eu estou na lista? - diz ela curiosa.
— Acho que posso dizer que sim, na primeira vez que te vi senti uma vibração diferente saindo do seu corpo, não é todas as vezes que vemos isso.
— Você matou a Onze? ou o Philip e onde foi parar o Quinze? - pergunta ela.
— Não matei ninguém, Onze e Dezessete estão presos Quinze fugiu - fala ele.
 Rubi suspira aliviada, e sorri.
— Entendo - fala ela.
 Em quanto Rubi e Liam conversavam no quarto dela Simão esta na sala dos arquivos atrás de pistas sobre a humana, mas não havia nada nem um registro, assinatura, cadastro, exames.
 Ele já tinha olha do tudo e nada, como ela poderia estar invisível a este ponto 'ela nunca disse onde morava', pensa ele se colocando de pé e indo na direção da saída.
 Simão caminha até quarto de Rubi novamente mas para quando escuta a voz dela e de Liam lá dentro, os dois estão conversando agora sobre o treinamento dela, ele começa a se afastar da porta quando escuta Liam prometendo cuidar dela dela para sempre, sinceramente aquilo parecia terrível aos ouvidos dele.
— Fique tranquilo Liam eu vou descobrir quem é esta garota de verdade - sussurra Simão, antes de voltar a seu percurso original…