À medida que ia escurecendo, pequenos pontos luminosos se acendiam no horizonte tristonho. Onde uma neblina densa tornando tudo ainda mais melancólico. No entanto cá dentro, tudo estava jubiloso.

Uma voz afinada e feminina cantava ao som de uma música calma; as pessoas dançavam exibindo requintadas roupas e notáveis penteados enquanto mantinham deslumbrantes sorrisos- parecendo genuínos senhores e senhoras da alta realeza em suas festas privadas. Era também de realçar a decoração do salão que estava sublime e cheio de glamour, absolutamente chique.

A um canto, uma moça vestia um vestido vermelho cai cai, em voile, cosido a meia camisola preta com mangas compridas e enfeitado atrás com um grande laço igualmente preto. Seu cabelo azulado estava somente apanhado em 2 totós baixos com laços listrados em vermelho e preto. Sua maquilhagem era suave, apenas se notava o batom brilhante que tinha nos seus pequenos lábios; a cobrir-lhe parte do rosto tinha uma máscara vermelha que por sorte disfarçava um pouco o seu rosto corado. Mesmo querendo passar despercebida, era impossível devido à máscara que usava em um baile dito normal. Cobrindo-lhe as pernas tinha umas meias calças pretas e nos pés, sapatos de salto vermelhos; mas que mesmo com eles ela continuava a parecer uma nanica.

—Que ridículo, vir para um baile de alta classe com uma mascara de Carnaval!

—Quem será que a deixou a entrar?

A jovem apenas mexia os olhos procurando alguém na numerosa multidão. Seu rosto estava com uma expressão calma, não mostrando nenhuma emoção, mesmo ouvindo tais comentários.

De súbito, as pessoas começam a se afastar, ouvindo se cada vez mais burburinhos. Rapidamente se formou um corredor de pessoas, onde bem no meio um rapaz não muito mais velho que 17 anos, loiro, de olhos verdes e com uma mascara preta que lhe cobria parte do rosto, vestia um elegantemente Smoking; um paletó preto, uma calça igualmente preta, gravata estilo borboleta listrada em preto e verde, camisa branca, sapatos e meias pretas; caminhava a passos mansos na direção da garota.

—Olha outro armado ás brincadeiras de baile de mascaras.

—Já ninguém tem respeito.

Quando ele chegou suficientemente perto da garota, deu um sorriso e depois deu de costas olhando para as pessoas ali presentes.

—Cat Noir!?-as palavras saíram da sua boca antes que ela dessa por isso.

—Shiiuuu.- ele sussurrou. O que ele iria fazer? Segundos depois levantou a voz junto com as suas mãos.- Boas noites.

Logo se voltou a virar para a moça; que agora estava confusa e constrangida.

—Desculpai meus rudes modos, eu devia...-acompanhado pelo sincero pedido desculpas ele se curvou pegando na mão da garota.-... te-la cumprimentado primeiro.

—A-Ah tudo bem, C-Catt...Isso. Não s-se preocupe.

Tanta preocupação e palavras cuidadas deixava ainda mais estranha a situação. Quando foi que o seu parceiro se tinha tornado tão cavalheiro?

Uma nova música começou. Enquanto ela estava hipnotizada com o verde lima dos seus olhos, ele a conduziu calmamente até um espaço vazio entre a muita gente.

—Pronta?

— Pronta? Agora!?-a moça recuou um pouco deslargando a mão dele.- P-Para que?

—Dançar.-ele riu um pouco.-Estamos num baile queria fazer o que?-sorriso, seguido de uma mão nas costas da moça que a puxou para junto dele e outra que agarrou a mão dela.- Sua tola.

Risonho, começou por dar um passo para a direita e logo a moça despertou apertando a mão do loiro apressando-se a concentrar nos seus passos para que eles saíssem coordenados com os dele e perfeitos.

De certa forma além da forma como o ela a tratou, a forma como estava vestido também era incomum. Será que ele andaria assim vestido no seu dia a dia? Aquele jovem diante de si não se assemelhava nada com quem a moça combinara se encontrar hoje, Cat Noir, o seu parceiro conta o crime.

—Algo te incomoda?-quando ela levantou o rosto para o encarar, já ele a olhava, o que a fez ficar tímida, desviando o olhar.-My Lady?

A jovem ficou uns minutos encarando o lado. A incerteza se mantinha, mesmo que só fosse mania do seu parceiro, Cat Noir, chama-la de "my Lady".

—Ladubug?-ele sussurrou aproximando-se dela.

—S-Sim!-ela respondeu sacudindo a cabeça, fazendo com que parasse de pensar, voltando a olhar nos seus olhos.

—Esta tudo bem?-ela nada disse.-Sinto que estas distante.-ele desviou um pouco o rosto, tentando esconder que estava um pouco corado.- Se tu não falares comigo não consigo fazer com que a situação não pareça estranha...

—Ah sim desculpe. É que eu...não tu, não pareces tu.

Logo ele volta a olhar para ela com uma expressão admirada.

—Hein?! Não acha que fico um gatão assim de fatinho?

—Fica. Ah! N-Não é isso..-ele a puxou dando meia volta com ela, voltando depois novamente para aos passos curtos para a direita e para a esquerda. Ela começou a ficar atrapalhada com a situação.-... s-só não esto habitu-habitua-ada a vê-lo a-a-ssim... sem ORELHAS!

—Eu continuo a ser o seu gatinho.-ele se aproxima da orelha dela e mordendo-a levemente.-Por você, my Lady, eu me vestiria assim todos os dias.

Por de baixo da mascara vermelha, a moça corou muito. Afinal, era mesmo ele. Era o sorriso dele e era o mesmo jeito de gato vira lata conquistador. Sim era o meu Cat Noir. 

Nunca pensei que o Cat Noir me convidasse para um baile, na verdade fiquei bem supresa, de inicio não queria aceitar- algo me dizia que não devia misturar as coisas- mas agora não me arrependo de ter aceitado. Só gostaria de ter visto o Adrien, li numa revista que ele estaria esta noite aqui.

Depois de uma noite perfeita como esta, só resta aguardar ansiosamente por mais noites assim.