POV'S Alessa.

     Acordei com as cortinas já abertas e por ela entrando o vento junto do raio solar. Minha cama de casal King com os acolchoados impecavelmente brancos, olhei dos lados e as meninas ainda dormiam. Minha cama era grande o suficiente para caber nos quatro confortavelmente. Ser rica tinha suas regalias. Me levantei e caminhei até o banheiro ligando o mesmo e tomando uma ducha longa. Sai do mesmo e fui para o closet colocando uma calça jeans apertada e meus adidas, coloquei um cropped moletom de mangas longas também da adidas e fui para o quarto. As meninas estavam sentadas na cama. Abri minha maleta de primeiros socorros e apliquei em minha veia a insulina. Pois é... Hipoglicemia...

    - Cara, sonhei que havíamos estragado um casamento... - bocejou Babi.

    - Eu também... - disse Courtney.

    - Acho que mandamos bem né? Aquela vadia nunca vai se esquecer! - relatou Hanna.

   Sorri ao vê-las empolgadas com isso. Mas me lembrei de meu pai. Ele desmaiou e até agora não tenho notícias suas.

    - Ow Kath! - gritou Hanna chamando minha atenção - Tá pensando no que?

    - Meu pai... Depois que ele desmaiou, não tive mais notícias. - disse mordendo o lábio.

    - Ah mano, só relaxa. Depois do café vamos até a casa dele e vemos se está tudo bem com o tio. Mas nesse momento estou com muita fome! - reclamou Babi.

    - Estamos. - concordou Hanna e Courtney.

    As meninas se banharam e se vestiram, descemos para a sala de jantar e a mesa estava impecavelmente posta com várias coisas para comer.

    - É disso que eu gosto! - se manifestou Babi. Rimos.

    Nós éramos o quarteto perfeito!

   Depois como combinado, fomos até a casa de meu pai. Minha mãe já estava em seu trabalho. Os grandes portões se abriram e adentrei com meu carro.

   Quem abriu a porta foi a gansa.

    - Ah, veja só a bastarda. – há, como se eu fosse mesmo bastarda. Bastardo vai ser o rato que ela vai ter!

    - Beijos de luz querida. Aliás, a mancha saiu do vestido? Experimentou usar Vanish? - disse adentrando a casa esbarrando em seu ombro.

    A mesma fez uma cara de cu e fechou a porta após todas entrarmos.

    - PAPAI! - gritei. O mesmo apareceu com cara de poucos amigos no topo da escada.

    - Para minha sala! - disse descendo as escadas - Sozinha. - terminou fazendo as meninas votarem para a sala.

   Entrei em seu escritório e sentei em sua poltrona, fiquei girando naquela cadeira macia que deve ter custado uma fortuna. O mesmo passa pela porta e tranca a mesma. Ele se senta na cadeira de frente a sua mesa e me encara com a mão no queixo.

    - Hmm... - digo afim de ele quebrar o silêncio.

    - O que está pensando Alessa? Aquilo foi demais, ver a minha princesa como uma prostituta. Com aquelas vestes, se comportando como uma desleixada. Aquelas suas amigas... Daqui a pouco está falando gírias como elas! - disse com pesar.

    - Ah mano... Vai começar a falar de minhas amigas? - disse para provoca-lo.

    - Mano? - retrucou e eu ri.

    - Papai, você sabe o que nossa família significava para mim... Não é fácil aceitar. Ainda mais quando a pessoa que você escolhe é uma vadia interesseira que me maltrata. - fiz cara de triste.

    - Filha... Sua mãe me expulsou de casa.

    - Logo após saber a sua traição. - o lembrei.

    - Mas ela não tinha mais tempo para mim... Ela...

    - Papai, minha mãe sempre foi independente e o senhor sabe que ela odeia ser bancada por homem mesmo sendo o marido dela. Cada um tem a sua fortuna, que logo as duas serão minhas e eu serei uma bilionária fodida - disse rindo e ele arregalou os olhos pela palavra fodida -, e o senhor nunca procurou conversar com ela, pedir por mais tempo, por mais atenção. Com certeza ela cederia, ela te ama. Mas não... O senhor tinha que ir lá e pegar a primeira vadia que aparecesse na sua frente para saciar a sua carência. Um relacionamento tem que haver conversas e discussões para abordar vários assuntos que incomodam os dois e juntos resolvê-los. O senhor teve a atitude de um garoto da minha idade!

    - Eu sei... Mas não é tão fácil quanto falar... Eu me arrependo muito do que eu fiz, mas agora não pode mais ser desfeito... Eu não quero mais pensar sobre isso. Estou tentando me recuperar do assalto à minha agência...- disse cabisbaixo.

    - Só digo que esse casamento não vou aceitar nunca! - disse me levantando de sua poltrona e ele se levantou junto comigo. Realmente o roubo dos carros está sendo um grande problema para ele, não vou mais perturba-lo com isso - Bom, já vou indo. Só passei para ver se não foi algo mais sério seu desmaio. - ele riu e me abraçou beijando o topo da minha cabeça.

    - Tenho mais uma surpresa para você... - disse caminhando até a sua gaveta e pegando de lá um molho de chaves com uma fitinha vermelha amarrada na mesma formando um laço.

    - O que é?

    - Pensei seriamente em te deixar de castigo, após o feito na igreja. Mas entendo que você está muito abalada com tudo isso. E acho mesmo que você precisa de um tempo sozinha. Essas são chaves da sua mais nova casa em Los Angeles. Você pode ir para lá, começar sua faculdade de medicina e ser alguém como sua mãe. Independente. Claro que pode levar as delinquentes com você. A faculdade de vocês quatro estão pagas. - disse fazendo minha boca formar num perfeito "O". Não acredito que ele pensou em tudo e ainda por cima, pensou nas minhas amigas. Seria o melhor pai do mundo se não tivesse sentado na bosta e acabado com nossa família.

    Não estou sendo ingrata com seu presente, só não coloco nenhum bem material acima da minha família.

    - Obrigada Papai. - o abracei. - Vou me formar e dar orgulho para você e a mamãe.

    - Minha garotinha cresceu. - disse orgulhoso.

    - Mas ainda não aceitei esse casamento! - fechei a cara.

    - E pelo jeito foi só no tamanho. - provocou.

    - Há, há, há. - disse mal humorada.

    - Filha... Você será independente. Por favor... Não esqueça de tomar todos os dias suas injeções. Sua mãe não vai estar presente para lhe lembrar e nem eu... Por favor. Você sabe o quanto isso nos preocupa.

    - Eu sei pai... Eu vou me lembrar sim! - sorri.

    Depois de me despedir de meu pai, fomos embora. Iria dar a notícia para as meninas em casa.

[...]

    - AAAHHHHH!! - gritou Hanna assim que mostrei as chaves e dei a notícia.

    - Porra mano! Tiozão lá, mó moral em. - disse Courtney emocionada.

    - Não sei nem o que dizer, porque assim, nós somos ricas, mas aquela escola não importa se é rica ou não. Estou abismada em como seu pai conseguiu as quatro vagas para nós. Ele é fodão mesmo em! - disse empolgada.

    - Eu sei! - disse orgulhosa de meu pai. - Meninas, agora é só fazer as malas. Vamos de jatinho particular. - disse empolgada.

   Passamos a noite comemorando, fazendo planos para o futuro, mal sabia eu o que me aguardava em L.A.

POV'S Alessa.

   Como de fato, uma garota de classe alta como eu, dei uma festa de despedida para todos os nossos amigos e familiares. Minha casa estava cheia e tão enfeitada. Nos quatro descemos as escadas juntas. Eu tinha uma surpresa para elas essa noite.

   Todos os olhares se direcionaram para nós, dentro de nossos vestidos. Estávamos impecavelmente lindas. Os garotos babavam, os nossos pais choravam e nossas amigas sorriam como nunca. Por incrível que pareça não precisei nem insistir em meu pai vir na minha festa sem a Vadia da Emili.

   Cumprimentamos os convidados e pegamos taças de vinho do garçom que passou por nós. Meu pai me olhou com um olhar reprovador por ainda ter dezessete anos, mas não me importei. Não hoje.

    - Filha, tomou a sua injeção? - me abordou minha mãe preocupada.

    - Sim mãe, já tomei. - sorri.

   Subi alguns lances de escada, peguei uma taça de champanhe e uma colherzinha. Bati a colher na taça e chamei a atenção dos convidados.

    - Pessoal - disse -, gostaria de dizer umas palavras.

    Me preparei para o meu pequeno e improvisado discurso, olhei para o mordomo Malaquias, que estava ao pé da escada e ele fez um O.K com a mão, me mostrando disfarçadamente as caixinhas. Sorri para o mesmo.

    - Bom... Apesar da minha pouca idade, já passei por muitas coisas. Superei muitas delas também e outras estou superando. - disse cabisbaixa - Mas acima de tudo, estou feliz. Comemorando minha felicidade e minha tristeza, pois uma não existe sem a outra. Agora, eu vou iniciar uma nova jornada em minha vida, pretendo quando nos formar, montar um hospital só nosso. Nos quatro juntas, para a vida inteira. Estamos juntas desde pequenas, não é agora que isso irá mudar. Estou aqui deixando para trás a vida de Meus pais que não diz respeito a mim, mas quero ressaltar também que em hipótese alguma aceitarei aquele casamento com aquela azinha. - pude ver alguns sorrindo, incluindo meu pai - Pode ser com qualquer outra, menos com quem destruiu a minha família! - disse brava, acho que as três taças de vinho estavam fazendo efeito para eu estar falando sobre isso em alto e bom som a quem quisesse ouvir - Mas trocando de assunto... Eu estou muito feliz com a presença de todos, cada um de vocês aqui hoje, é importante para nós. Na nossa nova e longa jornada. Quero chamar aqui minhas três irmãs... Courtney William's, Hanna Robert's e Babi Adams. - elas subiram na escada - Espero que vocês nunca tirem isso! Falo sério! - disse e peguei as caixinhas das mãos de Malaquias.

   Entreguei cada caixinha, para cada uma. Elas abriram e suas mãos foram a boca. Elas pareciam perfeitas damas diante dos amigos e familiares, mas sei que a vontade delas era de gritar muitos palavrões e pular feito loucas.

    - É lindo! - disse Hanna pegando o mesmo e arrancando murmúrios das pessoas quando viram o que estava em suas mãos. Eram quatro anéis, exatamente iguais.

    - São de diamante negro e Rubi, peças exclusivas, só nós teremos eles, no mundo inteiro. - disse maravilhada e elas me abraçaram.

   Sem saber o que o destino me reserva, estou pronta para aproveitar L.A!