Never Say Never escrita por Drix


Capítulo 35
I Feel it Coming




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/735220/chapter/35

POV Elena

Acordei mais tarde que o normal, não tem treino por causa do jogo. Rebekah dormiu no meu quarto, e é bem estranho pensar que até ontem, a gente tava se odiando. Desperto e me levanto, ela se mexe em seguida.

Saímos logo do quarto. Tomamos café e Kath nos leva pra pegar as coisas na Lexi e depois deixar Rebekah em casa. Assim que ela sai do carro e entra no prédio, começa minha sabatina.

— Elena, querida, por um acaso, esse cabelo roxo é culpa sua?

Engulo seco, não quero mentir mas, não quero que ela me odeie. Respiro fundo, tentando me justificar.

— Ela começou!

— Elena! - Kath fala meu nome com a entonação de uma bronca. - Não importa quem começou, importa é que isso não vai continuar!

— Tá. Já acabou. - abaixo a cabeça, envergonhada. - Mas, eu só fiz o que fiz porque ela me atormentou, Kath. Ela cismou com isso de que eu quero roubar a vida dela. Até me trancar no banheiro, ela fez.

— Ah, você pensa que eu não achei estranho todos esses “incidentes”. Mas, você deveria ter me dito, não tentar resolver sozinha, muito menos dessa forma.

— Eu queria me virar sozinha. Mamãe e papai não estão mais aqui, logo eu vou pra faculdade, você e Damon começam a vida de vocês e eu tenho que saber ser sozinha, pra sempre.

Termino de falar e ela encosta o carro, se vira pra mim, emocionada, colocando a mão no meu ombro.

— Você nunca vai ser sozinha enquanto eu estiver viva, entendeu?! Não importa quantos filhos eu tenha, você sempre vai ser minha irmã, e eu vou estar presente pra você, toda vez que você precisar. Estamos entendidas? Mesmo que você se mude pra Austrália, eu vou dar um jeito de estar junto.

Acho graça da referência por causa de Lexi. Eu nunca iria pra Austrália. Talvez, pra Africa, cuidar das crianças desnutridas. Ela me abraça, e acabo chorando. Sinto falta dos meus pais. Sinto vergonha pelas coisas que fiz essa semana. Eu não queria ser cruel com a Rebekah. Me sinto mal, principalmente sabendo do problema que ela tem.

Ai, meu Deus, eu preciso contar pra ela das barrinhas. Ela vai me odiar pra sempre, mas, não posso mais fazer isso.

Voltamos pra casa e o dia segue até a hora do jogo. Damon e Katherine me acompanham até o colégio, Stefan os vê e fica muito contente com a presença e eles decidem assistir a partida.

Vamos em direção ao vestiário, conversando. Rebekah contou que dormiu lá em casa, e afirmei. Ele sorri, feliz, por não estarmos brigando. Nos separamos na porta dos banheiros. Avisto as meninas. Me aproximo de Rebekah.

— Oi. Eu corro o risco de colocar nossa trégua no chão, mas, sabe aquelas barrinhas que eu disse que queimam calorias? - ela afirma e arregala os olhos. - É mentira. Eu queria me vingar por você ter exposto minha foto.

Ela me olha furiosa – Eu comi uma centena dessas coisas esperando emagrecer e engordei cada vez mais, minhas roupas estão todas apertadas, meu short rasgou... - não deixo ela terminar.

— Eu descosturei ele. - ela engole seco, procurando palavras pra me xingar. Fica me olhando, com os olhos cerrados. Eu continuo. - Você não engordou tanto quanto pensa. Era uma armação, as meninas não sentiram diferença nenhuma. - Elas afirmam, nem estavam sabendo da história. - Talvez, tenha inchado um pouco e tá com essa sensação de roupa apertada, mas de peso, eu duvido. De todo jeito, me desculpa.

Ela ainda me olhando com raiva, respira, e mantém nossa trégua.

— Tudo bem. Isso foi antes. Combinamos que vamos parar, certo?!

Confirmo e apertamos as mãos novamente. Lexi aparece e estranha. Mas sorri, pelo menos no jogo não vai ter nada que atrapalhe nossa apresentação. Pego meu uniforme e vou me trocar, enquanto elas já seguem pra quadra. Meu coração acelera pensando na possibilidade de exibição.

Coloco a roupa e me olho no espelho. A saia é minúscula, o short por baixo não tampa tudo e a blusa é mais curta e decotada do que eu pensei que fosse. É igual em todas nós, mas, pra mim, parece que tô mostrando mais pele do que deveria e me incomodo. Prendo o cabelo e me sinto pior. Respiro fundo e saio do banheiro.

Vejo Stefan e Rebekah um pouco a frente, se beijando e se separando. Ele quase dá de cara comigo e eu gostaria que ele não me visse assim antes do jogo terminar, mas, agora já era.

— Hey. - ele fala e sorri, e eu tento me esconder. - Desconfortável?

— Sim, curto demais.

— Pensa que é como o maiô de competição. Você usa e as pessoas estão olhando pro se desenvolvimento na piscina. - gosto da ideia de pensar dessa forma.

É só um uniforme, é só uma dancinha pra animar. Tem várias meninas iguais, ninguém vai ficar olhando só pra mim. Sorrio pra ele e agradeço.

— Preciso ir, me aquecer. Bom jogo! - ele agradece e me distancio.

POV Stefan

Apesar de totalmente fora do caminho, vou buscar Rebekah em casa antes do jogo, e ela me conta que dormiu na casa de Elena. Antes que eu tenha um ataque cardíaco ela conta que foram parar num show no Brooklyn e me deixa preocupado, mesmo dando detalhes.

— Viu, antes tivesse ficado comigo. Foi pra festa e não teve festa. - reclamo. - Podia ter ido lá pra casa depois.

— Não achei legal pedir pra tua cunhada me levar lá, quase de madrugada. Eu ia dizer o quê pra ela? Quero dormir com meu namorado?

— É. - ela me olha, rindo. E não vejo o problema disso.

Chegamos no ginásio ela segue pra se trocar, vejo meu irmão chegando e vou falar com ele e Kath. Muito feliz de terem vindo.

— Vocês vão ficar pra me ver jogar? - percebo que não tinham pensado nisso. Mas assentem que sim. Aponto os melhores lugares e eles seguem, vou na direção do vestiário com Elena.

— Que bom que você e Rebekah se entenderam. Pelo menos uma das minhas amigas não odeia minha namorada. - ela sorri e me sinto bem.

Coloco o uniforme correndo e vou pra porta, esperar meu beijo da sorte. Já é tradição, depois que entrei pro time, Rebekah sempre me beija antes do jogo. É claro que nem sempre ganhamos, mas eu gosto de pensar que dá sorte assim mesmo.

Volto pra dentro do vestiário e vejo Elena saindo. Claramente envergonhada, tentando esconder o corpo com os braços. Lembro que ela competia nadando, então, é praticamente a mesma coisa. Ela sorri e agradece. Volto pra dentro, pra reunião antes do jogo.

* * *

A partida seguiu normal e ganhamos, as meninas apresentaram a coreografia nova e foram aplaudidas. Deu tudo certo. Parece que a sorte tá presente de novo.

Ao final do jogo, nos juntamos pra comemorar a vitória. Logo depois, seguimos pros vestiários. Após o banho, voltei pra quadra. Damon e Katherine esperaram pra se despedir. Elena estava junto, e fui falar com eles também.

— Estamos indo, vocês se comportem. - Kath disse, sorrindo e abraçando a irmã.

— Pode deixar, ninguém vai pra nenhum show estranho em lugar esquisito hoje, não! - digo, debochando. Elena me olha de cara feia.

Me despeço do meu irmão e de Kath, e vejo Joe se aproximando. Me separo deles pra falar com ele.

— Hey! Vai ficar pra festa? - pergunto, empolgado.

— Sim, pretendo. - ele diz, levantando uma sacola.

— Que isso?

— Álcool. - ele responde, e eu olho pra ver se meu irmão já se afastou o suficiente.

— Como você entrou com isso? - abro a sacola pra ver o que tem, depois que confirmei o afastamento de Damon. Rebekah aparece, me procurando.

— Suborno. - ele responde rindo, as meninas chegam. - Rebekah. Elena, tudo bom?

— Sim. Vai ficar pra festa? - Elena pergunta a mesma coisa, interessada, e me deixa cabreiro. Rebekah apenas acena com a cabeça. Ela implica com ele, dizendo que é má influência. A julgar pela quantidade de bebidas que ele trouxe, eu tenho que concordar.

— Sim. Hoje vamos nos divertir! - ele oferece o braço pra Elena, e seguimos pra parte coberta do ginásio, onde é a festa.

O ginásio está cheio, parece que a escola toda está presente, e mais alguns. Muita gente que nunca vi na vida, mas o time de futebol está junto e vou caminhando pra perto deles. Rebekah comigo, Elena e Joe conversando atrás.

Olho de vez em quando. Acho que tô um pouco incomodado com essa aproximação, mas, não sei dizer porquê. As meninas da torcida também estão próximas. Lexi vem falar comigo e fala com Joe em seguida. Ele me entrega a sacola e distribuo entre os caras.

Andy vem falar comigo perguntando se é o namorado da Elena. Respondo que sim, automaticamente. Logo me dou conta que fiz de propósito pra ele parar de ficar em cima dela como um abutre na carniça. Sequer dei a chance dela decidir se quer isso ou não.

Quem sou eu pra resolver por ela? Começo a me sentir mal por esses pensamentos. Pego a garrafa de Blended e dou uns goles, Rebekah reclama. Agarro ela pela cintura, sorrindo.

— Estamos comemorando, Baby. - E a beijo. Ela reclama mais um pouco do gosto da minha boca. Dou mais um gole e vou pra cima dela de novo, implicando.

— Eu não vou mais te beijar, assim. - ela diz e os caras implicam. Dou de ombros.

— Tudo bem então. - Ela fica puta e sai de perto.

Continuo com eles, brincando e bebendo. O DJ aumenta a música, começam a formar grupinhos dançando no meio, Rebekah se junta com as amigas e vai dançar.

Os abutres, que são meus colegas de time, começam a fazer comentários sobre todas elas, como se nunca tivessem visto uma garota antes. Quem está mais bonita, quem é mais gostosa. Alguém solta uma gracinha sobre Rebekah. “Que mesmo com o cabelo roxo, ela consegue ser sexy”. Eu olho de cara feia, mas não discordo. Ela é linda e dança divinamente. Eu fico assistindo de longe e babando sempre.

O papo continua, as coxas de uma aqui, o decote de outra ali, até que falam de Elena e como ela ficou ainda mais gostosa com a roupa de cheerleader e isso me incomoda mais do que quando falaram da calcinha da minha namorada aparecendo quando o short rasgou. Fico puto e tento disfarçar.

Por que caralhos eu tô tão incomodado com isso? Pego a garrafa e bebo mais um pouco. Saio de perto deles e procuro Joe, que está dançando com Elena e Lexi. Penso em ir pra perto deles, mas, não, não tá certo, minha namorada tá dançando do outro lado, dou mais alguns longos goles e vou pra perto dela.

Ela reclama mais um pouco do cheiro de bebida, mas, acaba cedendo, porque eu só danço quando tô bêbado, e pelo menos isso pra ela é uma vantagem. Ela é gata demais e se mexe de um jeito muito provocante. Ainda bem que agora meus hormônios estão controlados e consigo não querer arrastar ela daqui.

Não, mentira, eu continuo querendo arrastar ela daqui. Agarro ela pela cintura e a beijo, sem parar de dançar. Vou nos movendo discretamente pra fora da pista, até chegar no nosso canto da arquibancada. Nosso canto seguro.

POV Elena

Foi tudo ótimo e lindo. Apesar da vergonha de vestir o uniforme, lembrei de uma coisa que mamãe disse na minha primeira audição: “imagine que são todos cabeças de abóbora” e ri. Fizemos a nova coreografia, deu tudo certo. O time ganhou e a comemoração foi mega divertida.

Tive que aturar indireta de Kath e Stefan sobre a noite de ontem, e tudo bem, eu não deveria ter saído sem autorização mesmo. Quando eles já estavam indo, percebi o amigo do Stefan chegando. Ele falou comigo tão simpático, fiquei feliz que vai ficar pra festa. Ele me ofereceu o braço e andou do meu lado, contando sobre o momento que o pai viu a maquete.

Seguimos pra festa e Lexi se aproximou nos arrastando pra pista logo. Estávamos dançando há um tempo quando notei Stefan distante, com uma garrafa na mão. Ele olhava na nossa direção, meio triste, e me preocupei. Quando ia acenar, ele virou e foi em direção a Rebekah. Achei estranho. Ele parece bêbado.

Observo ele se aproximar da namorada e começar a dançar com ela. Me sinto menos preocupada, devia estar procurando ela antes. Continuo dançando e espichando o olho pra ele. Tento evitar, mas, é mais forte que eu. Vejo eles se beijando, ele segura ela de um jeito que parece que vai engolir. Ela se esfrega nele, e segura os cabelos dele pela nuca.

Ora, eles são namorados, Elena, isso é natural, por que te incomoda? Tento desviar meus olhos e quanto mais tento, menos consigo. Eles dançam e ele a conduz pra fora da pista, indo em direção a um canto escuro perto da arquibancada.

— Alguém quer beber alguma coisa? - digo, nervosa, tentando parar de olhar pros dois. Lexi recusa, Joe diz que me acompanha.

Paro na frente do ponche, Joe enche um copo e me entrega, bebo tão rápido que não sinto nem o sabor. Encho meu copo de novo e viro de uma vez, sem tirar os olhos de onde Stefan está quase entrando por dentro da Rebekah.

Joe se move e me olha, e acabo desviando o olhar pra ele, sorrindo.

— Que sede. - ele diz, rindo. Olho pro copo vazio e estico pra ele colocar mais. Ele brinda comigo e bebe. - Eita, foi batizado. - Olho assustada. Tô no terceiro copo.

— Ahn, como assim? Não senti nada. - respondo, olhando pro copo semi vazio de novo.

— Já, já você vai sentir o efeito. Bebeu tão rápido que não deu pra perceber. Vem, vamos ver se tem algo pra comer, pra você não ficar bêbada.

Acho gentil a preocupação, mas, não tem. Ninguém pensou nisso, é uma festa pra dançar. - Quem colocou álcool no ponche? Quem faria isso? - começo a rir e percebo que o efeito foi quase imediato.

Ele me conduz de volta pra perto da Lexi e sigo feliz e saltitante. Pego as mãos dela e começo a dançar e rir, descontroladamente. Ela ri da minha cara.

— Bebeu do ponche?

— Siiiiim. - respondo, balançando a cabeça, dançando. Continuo com eles. E esqueço do meu incomodo com Stefan sarrando a namorada por uns instantes.

Solto o cabelo, abro um botão da minha blusa com calor e rodopio pelo salão, com Joe na minha cola. Acho fofo. Ele dança comigo, rindo e me controlando pra não tropeçar nos outros. Paro no ponche de novo.

— Hey, melhor não. - ele me impede e eu chamo ele de chato. - Você precisa de água. Fica aqui, vou buscar.

Aproveito que ele saiu e pego outro copo, e bebo, quase escondida. Gosto da sensação de liberdade que me deu. Me viro e vejo Stefan e Rebekah ainda se pegando no mesmo canto. - Vão pra um motel! - digo, baixo, bebendo mais. Ou penso que disse, até um casal passar na minha frente e me olhar de cara feia. Peço desculpas, não estava falando com eles.

Pego mais um copinho antes de Joe voltar. As coisas parecem tão mais leves e engraçadas. A cores mais bonitas e as pessoas mais felizes. Eu tô feliz, apesar de não estar. Por que Stefan está com a Rebekah ainda? Ele nem gosta dela tanto assim. Fico triste. Olho de novo e fica claro, ele quer transar com ela. - É tão óbvio.

— O que é óbvio? - Joe volta. Eu falei isso alto? Olho pra ele confusa.

— Eu não sei. - respondo e ele ri.

— Bebe água. - eu bebo. E sorrio pra ele.

— Você é bonito. - ele ri. E me dá mais água.

— Você também. E divertida e inteligente.

— Obrigada. - respondo, envergonhada. - Eu gostei de você. - ele me dá mais água, e eu acho que vou me afogar. - Não quero isso. Chega. - ele insiste. Eu recuso.

— Tudo bem. Então, vamos pra casa? Eu te levo.

— Não, eu não quero ir pra casa, agora que eu tô me divertindo. Sabe o que eu quero?

— Hum? - eu me penduro no pescoço dele e o beijo. Eu nem sei porque eu tô fazendo isso, mas me deu vontade. O sorriso dele é bonito e ele disse que eu sou inteligente... E Stefan, ele nem olha pra mim...

— Hey, hey. Elena, eu quero muito isso, mas, não desse jeito. Não com você assim. - fico confusa. Assim como? Eu tava com a minha boca na dele, não falei alto dessa vez. - Você tá bêbada.

— Eu não tô nada! - Percebo que enrolei a língua falando isso.

— Vem, vou chamar o Stefan, vamos pra casa. - Ele me segura e me arrasta, praticamente. Eu reclamo, mas, tô meio tonta e não consigo lutar contra ele.

POV Stefan

Estou realmente bêbado e não sei direito o que tô fazendo. Beijo Rebekah e espicho o olho pra onde Elena está, Joe tá o tempo todo com ela e isso tá me incomodando. Tento me concentrar na garota linda na minha frente e apenas não consigo.

Vejo Elena sozinha na mesa de ponche e quero largar Rebekah pra ir falar com ela. Minha cabeça gira, eu devo estar louco mesmo. Falar o quê? Oi Elena, me dá um pouco disso? Volto a beijar Rebekah tentando colocar meus pensamentos em ordem. Ela beija meu pescoço e deixo, virando de novo pra Elena.

Joe está junto dela novamente e os dois se beijam. Meu corpo retesa, Rebekah percebe na hora, me perguntando o que houve. Eu nem sei explicar pra mim, quanto mais pra ela. Olho pra ela e não sei o que dizer.

— Você tá bem bêbado né?! - Digo que sim. - Vamos pra casa então? - ela pergunta, e acho melhor mesmo.

— Hey, que tal irmos? Eu levo vocês. - Joe se aproxima, eu dou uma cambaleada e me agarro no ferro da arquibancada.

— Eu vou pegar nossas coisas. - Rebekah diz, irritada.

— Pega as dela também, por favor? - Joe pede, por Elena, que ri sem controle.

— Do que você tá rindo? - pergunto.

— Do esporro que eu vou tomar hoje. - ela responde. Começo a rir junto. E não conseguimos parar. Joe tenta segurar ela, que cai no chão, eu sento junto.

— Eu vou deixar os dois na casa do Damon, e vocês vão tomar esporro juntos. - ele diz, rindo da nossa cara.

— Amigão você, hein?! - digo. Rebekah chega, claramente puta da vida.

— Eu não vou cuidar de bêbado não. - ela diz, e eu rio mais.

Joe me ajuda a levantar, depois pega Elena, e vamos embora. Ele deixa Rebekah em casa primeiro, que vai o caminho inteiro reclamando comigo no banco de trás. Eu tento beijar ela pra se calar, mas não dá muito certo. Elena vai rindo no banco da frente.

Quando chegamos no prédio do meu irmão, Joe nos ajuda a sair do carro e conseguimos andar apoiados um no outro. Ele não conseguiu estacionar, então temos que subir sozinhos. Antes de chegar no elevador, temos outra crise de riso, sentando no sofá que tem no Hall. Eu me acomodo de lado, olhando pra Elena. Ela para de rir, encosta a cabeça e me olha também.

— O que você bebeu? - pergunto.

— Ponche.

— Hummm. Batizaram?! Vou dizer o mesmo. - e rio. Ela ri comigo e eu fico admirando o sorriso dela. Ela fecha os olhos e fica mais linda.

O porteiro pergunta se queremos que interfone e respondemos juntos que não. Ele diz que vai pegar água pra gente, e continuamos sentados no sofá, em frente ao elevador.

Ela me encara, desfazendo o sorriso. Eu observo sua boca e aproximo minha cabeça. Levanto os olhos pra olhar pros dela. Ela continua me encarando e passa a língua nos lábios, deixando eles úmidos e me convidando pro beijo, pelo menos do meu ponto de vista, parece. Me aproximo mais, ela não se afasta, então, confirmo o pensamento. Eu devo estar louco, eu tenho namorada. Bêbado eu tô, mas sei direitinho o que tô fazendo, mesmo sabendo que não tá muito certo.

Ela fecha os olhos de novo e abre ligeiramente a boca, eu continuo inclinando minha cabeça pra perto da dela, devagar. Sinto a respiração dela mais perto, fecho meus olhos, meu nariz encosta na lateral do dela, meu corpo treme. Sinto a aproximação dos nossos lábios e me preparo pra beijá-la.

— A água de vocês. - o porteiro fala de longe e para na nossa frente, esticando os copos, me tirando do transe.

Fico sóbrio imediatamente com o susto. Bebo a água num gole só, levanto, estico a mão pra ela.

— Vamos subir. - ela segura minha mão e se levanta, concordando.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Never Say Never" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.