Never Say Never escrita por Drix


Capítulo 29
Let Me Hold You




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POV Elena

Vou pra sala com Kath, Damon está explicando pra Stefan sobre a herança dele. Ouço calada. Ele me questiona sobre Rebekah e eu até penso em não falar, mas, e daí, ela me provocou, quero mais que sofra, e falo a verdade. Percebo ele meio atordoado e até me arrependo. Por ele, não por ela.

Mas, ele não merece mesmo essa praga de namorada. Um cara tão gentil, divertido, inteligente, merece alguém que veja isso tudo nele e não fique de joguinho, cheia de insegurança.

Kath começa a cobrar explicações e somos interrompidos pelo interfone na hora. Tô ferrada, vou ter que ficar e explicar o que eu disse. Stefan se despede, Damon mal fecha a porta e Katherine se vira pra mim, cobrando.

— Muito bem, e aí mocinha, que história é essa de ameaça? - passo o dedo pela sobrancelha, buscando uma desculpa, mas, decido dizer a verdade.

— Rebekah tá com ciúme dele comigo. Mas ela tem ciúme de qualquer pessoa, até da Lexi, antes que você pense algo. E aí, ela cismou que eu quero tomar a vida dela e disse que vai fazer de tudo pra infernizar minha vida no colégio. Foi isso. Nada demais, nada que eu não consiga lidar.

— Ai que desagradável, não basta tudo que tá acontecendo? Que garotinha insuportável. Isso é falta de comida, certeza! A mania que a mãe dela tem de dieta, deve passar pra criança! - eu ri, minhas dúvidas acabam de ser confirmadas, e vai ser divertido fazer ela dar uma engordadinha, só pra azucrinar. - Que foi, o que é engraçado? - Kath me tira dos meus pensamentos.

— Nada, é que... eu fiquei pensando no que ela pode fazer, e bom, não importa. Kath, eu preciso descansar, hoje teve treino e tô morta. Não se preocupa, não é nada, eu juro! - Dou um beijo nela, e vou pro quarto. Preciso me desculpar com Stefan.

Pego o celular, e envio uma mensagem.

— Hey. - aguardo.

Oi.”

— Me desculpa não ter contado.

Ok”

— Eu achei que não deveria me intrometer, você tava contente por ela ter te tirado do castigo, não achei justo estragar isso.

Tá” - Eita. Que seco.

Paro e penso se devo continuar. Ele saiu chateado, e eu me sinto mal por isso. Mas ele não tá a fim de papo, e eu não quero insistir. Vejo ele escrevendo e aguardo.

O que ela te disse?”

— Que você é dela, e se eu ficasse tentando te roubar, ela ia transformar minha vida num inferno.— decidi ser sincera. Vejo ele escrevendo e a mensagem demora. Pelo menos não está mais monossilábico.

Eu te perguntei quando te vi, você disse que não tinha nada. Mas você plantou uma semente de desconfiança depois. Por quê?” — A mensagem vem e eu fico sem saber o que responder.

Começo e apago algumas vezes, e enfim, escrevo de uma vez. — Porque eu acho que a Lexi tem razão, e ela tá te manipulando. E eu te conheci outro dia. Eu não tenho nada a ver com a vida de vocês, mas, me peguei nesse meio, e não sei como agir. De um lado tem você, acreditando na mudança dela, do outro tem ela me ameaçando sempre que você não tá perto. Como você quer que eu resolva isso? Hoje você deu um ataque com sua melhor amiga por causa dela. Eu não sei muito bem onde me encaixo nessa história.

Dei enter na mensagem e suspirei aliviada. Ele queria saber, pronto, está falado. Aguardo um tempo sem resposta, então, ele começa a digitar novamente.

Você acha que ela pode ter alguma coisa a ver com a queda da Amber? E sua foto no armário?” — pronto, meu coração parou. Eu tenho certeza da foto, mas, a queda não. Se eu confirmar o que a Lexi falou, estarei mentindo. Mas, se eu desmentir, perco a amiga. Não sei como sair dessa. Decido tirar o meu da reta.

— Não sei, não conheço ninguém ali o suficiente. Eu sei o que foi feito diretamente comigo, com os outros, não faço ideia. — respiro fundo, me saí bem dessa. Eu acho.

Ok.”— aff voltou o monossilábico.

— Stefan.

Hum”

— Me desculpa?

Cheguei em casa, preciso dormir. Nos falamos amanhã. Boa noite.”

Ele fica offline e eu fico olhando pro telefone com cara de pateta. Não sei se ele está magoado comigo, se está aborrecido, se vai ficar tudo bem, e isso me incomoda. Não vou deixar assim não! Mando outra mensagem.

— Stefan!!! Me perdoa, não fiz por mal, eu só não queria te ver triste.— e aguardo. Nenhuma resposta. Jogo o telefone de qualquer jeito na cama, pego meu pijama e visto. Vou pro banheiro escovar os dentes e quando tô terminando, ouço o apitinho. Volto correndo pro quarto pra pegar o telefone.

Não funcionou muito, porque agora além de irritado com ela por ter te ameaçado, eu tô chateado contigo por ter mentido pra mim.” - sinto meu peito pesar.

— Não tive nenhuma intenção disso. Você tava com um sorriso tão lindo que eu... - dou enter sem completar. Fiquei com pena? Eu não quero que tenham pena de mim, não posso dizer que tive dele.

???”

— Eu não tive coragem de desfazer. — é, é isso. Ele me manda uma carinha sorrindo. Que bom. — Desculpa? - pergunto de novo.

Tudo bem. Mas promete que não vai mais esconder essas coisas? Eu não gosto de mentira. E muito menos dessas crises da Rebekah.”

— Prometo.

Ok. Nos vemos amanhã, minha cabeça tá explodindo.”

— Tá, durma bem, boa noite. Bons sonhos. - mando o mesmo emoji de beijo que ele envia toda noite e aguardo ele responder.

Não esquece o roupão amanhã, Sinto que poderemos ter visitas. Boa noite, durma bem.” — me manda a carinha fofa de beijinho e fica offline.

Mas, espera aí, visitas, como assim? Argh, agora não vou dormir querendo saber isso. Não quero chamar de novo, mas, essa dúvida vai me consumir. Ai que ódio, ele podia ter contado tudo. Inferno!

POV Stefan

Saio da casa do meu irmão tentando encontrar uma saída pra conversar com a Rebekah sem acusar ela de nada. George me aguarda na portaria.

— Veio de carro? - pergunto, quero chegar logo em casa.

— Sim, seu pai mandou.

— Ótimo. Vamos. - Assim que coloco o cinto, o telefone apita.

Pego, achando ser Rebekah, não quero falar com ela mas confirmo. Não tem nada. Lembro do outro, e pego ele no bolso. Elena.

Não estou a fim de papo agora, muito menos comentar sobre essas descobertas desagradáveis. A gente já teve um problema por mal entendido, por não conversar. E agora, parece que tá repetindo. Ela decidindo esconder as coisas de novo. Isso me estressa.

Ela pede desculpa, e eu apenas não sei o que dizer. Ainda tô puto com tudo. Ser feito de idiota me deixa irado. Rebekah se fazendo de santa, me manipulando, se insinuando daquele jeito só pra me tirar o foco do que ela anda realmente fazendo.

Lexi! Preciso me desculpar com ela. Mas, antes quero saber que ameaças foram essas. Elena responde. Fico mais puto. Eu perguntei, caceta! Ela mentiu. E quando eu vi a foto, é claro que foi a Rebekah que fez aquilo, pra se vingar da brincadeira da piscina. É tão óbvio que me irrita.

Questiono e Elena tira o corpo fora, mais mentira. É claro que ela sabe e não quer me dizer de novo. Quero encerrar essa conversa. Ela se desculpa, mas, não conta a verdade e quer saber, tô cansado. Coloco o pé em casa e finalizo o papo. Preciso dormir, colocar minha cabeça em ordem.

Papai tá no escritório assistindo o jornal. Vou até ele dar boa noite.

— Foi bom o jantar, conversaram sobre o quê?

— Sim. Kath tá interessada na adaptação da irmã, falamos muito do colégio, nada demais. - escondo que sei da herança, não quero discutir isso agora.

— Bom. Como andam suas atividades? - vejo a oportunidade de contar do voluntariado.

— Fora a monitoria e o intercâmbio, não tenho feito nada além do futebol. Eu pensei em ser voluntário em alguma causa, pra impressionar o consultor, o que o senhor acha?

— Hum... - ele tira o olho da TV e me olha com uma expressão que não identifico.

— O orientador deu a ideia pra Elena, e pensei em fazer o mesmo. Mas, não é uma obrigatoriedade. - ele continua me olhando de um jeito indecifrável, por trás dos óculos.

— Acho que você pode ver com seu irmão. Ele com esse idealismo dele, pode te ajudar nisso melhor que eu. - Quase caio pra trás com a afirmação.

— Tem certeza, pai? - preciso confirmar, não tô acreditando muito no que ouvi.

— Sim, vocês podem conversar isso amanhã. Sábado nós temos um jantar nos Mikaelson. Quero você presente, sem desculpas. Pode ir dormir. Boa noite. - ele volta a olhar pra TV. Me despeço e vou pro quarto, incrédulo.

Tiro os telefones do bolso e vejo outra mensagem da Elena, pedindo desculpas. Não queria me deixar triste? Pois agora eu tô é puto, com tudo! Eu odeio ser feito de otário e parece que todas elas querem me enganar. Começo a digitar com raiva e acabo dando enter. Queria encerrar o assunto, mas, não tô sabendo ficar calado.

Vejo ela escrevendo. Meu corpo ferve. Mais desculpas e nenhuma solução. Sinto que não posso ficar zangado com ela, afinal, pelo menos está se dando ao trabalho de se desculpar. Diferente da minha namorada que faz as merdas e joga a culpa em cima de mim, Elena pelo menos tá assumindo que escondeu.

Decido encerrar o assunto e aceitar as desculpas, afinal. Minha cabeça está explodindo, quero dormir, amanhã eu penso nisso. Me despeço e ela responde de uma forma fofa, mandando a carinha que eu envio, por engano. É, definitivamente, não tenho como ficar puto com ela por isso.

Lembro da conversa no vestiário e resolvo avisar sobre o roupão, é muito capaz que surjam curiosos no ginásio da piscina amanhã, melhor ela estar preparada.

Desligo os telefones, chega por hoje, vou dormir, amanhã resolvo o que fazer com a Rebekah. Ainda vou precisar segurar mais um dia, esse jantar sábado não estava nos meus planos.

POV Elena

Chego no ginásio olhando pra todos os lados, ainda encucada com essa história de visitas. Não tem ninguém ainda, nem o salva vidas. O professor nunca mais deu as caras, como Stefan falou. Troco de roupa, e começo a me aquecer logo e aproveito não ter ninguém pra treinar minhas acrobacias solo.

Dou uma pirueta, e vejo Stefan chegando, com a cara enfiada no celular. Ele vai direto pro vestiário. Não sei se não me viu, ou fingiu. Não importa, uma hora ele vai ter que falar comigo, já fiz minha parte. Continuo o aquecimento com alguns movimentos da coreografia.

Vou de uma ponta a outra da piscina, esbarro em algo e perco o equilíbrio, quase caindo de cara na água. Sinto um braço passando pela minha cintura, me puxando. Tento me equilibrar de volta e me viro, pra ver quem é.

— Stefan! - fico de frente pra ele, sem jeito. Ele me encara, ainda me segurando.

— Já se aqueceu? - ele pergunta.

— Já, eu me desequilibrei.

— Eu vi. - ele responde me soltando e caio dentro da piscina. Dou um berro.

— Você é louco? - jogo água nele, irritada.

— Ué, já tá aquecida, achei que já podia mergulhar! - ele ri, e eu ainda tô furiosa. Dou um tapa na água, bufando.

— Idiota.

— Esse não vale, já usou duas vezes antes. Você disse que tinha um estoque! - Ele provoca enquanto se alonga. Eu tento continuar puta mas não consigo. Sorrio e chamo ele de palhaço, entre os dentes. Ele continua sorrindo e se aquecendo. Decido começar a nadar, é melhor.

Dou duas voltas e quando vou pegar impulso pra terceira ele tá na minha raia. Paro e tento ficar em pé, mas não consigo. Me aproximo me segurando na borda.

— Não tem espaço suficiente pra lá? - pergunto.

— Tem. Eu queria dizer que tá tudo bem, não tô chateado.

— E não podia dizer antes de me jogar aqui? - tento mostrar que não gostei.

— Foi brincadeira, vai, você ia cair mesmo se eu não tivesse segurado. - uma verdade, e eu tô até agora intrigada com esse reflexo.

— Só que não é uma brincadeira segura. Eu podia me machucar.

— É, tem razão, desculpe. Não vou repetir. Mas, você também não pode ficar fazendo pirueta perto da borda, pode se machucar. - Ponto pra ele! Esbarrei nele, mas, poderia ter batido na parede, porque errei feio o cálculo do espaço.

— Sim. Não deveria. Você tá certo.

Ele me olha como se fosse dizer algo, mas não diz, só passa pra outra raia com um gesto de que vai nadar, e não digo mais nada. Até esqueci de perguntar sobre a visita, mas, pergunto depois. De todo jeito, apesar da brincadeira, ele não parece bem.

Olho o relógio e já tá quase na hora de ir.

— Stefan. - chamo e ele não ouve. Chamo a segunda vez, ele levanta a cabeça. - Vou sair. - vejo ele olhando em volta e olho também. Me lembro da história da visita. - O que foi?

— Nada. Quer que pegue o roupão pra você sair? - ele diz, já se pendurando na borda. Ameaço fazer o mesmo. - Não, pela escada. - cerro os olhos, desconfiada, mas, sigo. Ele faz quase uma cabana com meu roupão e eu fico, de fato, intrigada.

— Qual o motivo disso?

— Alguém descobriu que você tá nadando comigo e espalhou no vestiário ontem. Só tô querendo evitar mais falatório. - Acho tão fofo que é impossível não sorrir com a proteção. Dou um laço na corda, e agradeço, passando a mão no braço dele. Sinto o desenho do tríceps e acabo ficando com a mão parada mais do que deveria. Tiro, no susto, quando me dou conta e sinto meu rosto queimar de vergonha. Mas, vejo que ele não percebeu.

— Por isso essa cara de preocupado?

— É, um pouco, sim. Não fui eu que falei, mas, não queria que você pensasse... - ele para por um minuto antes de completar. - Rebekah. - e vejo o semblante mudar de preocupado pra furioso num instante.

— Cadê? - olho em volta, ela não tá. Fico confusa.

— Não. Pensei que pode ter sido ela que contou. - eu nem sei o que dizer, pelo que eu já vi, é muito provável. E se ele chegou a essa conclusão, eu nem tenho o que falar mesmo. Fico muda, com cara de paisagem. - Vamos, avisa a moça do banheiro, pra evitar sustos.

Assinto com a cabeça, e seguimos para o vestiário. Olho em volta e não vejo ninguém, mas, assim como não vi o tal Marty, pode ter alguém escondido, e até gosto desse cuidado.

O dia segue normal até a hora do almoço. Stefan se separa.

— Vou falar com a Rebekah. - ele para no andar dela e seguimos pro refeitório. Puxo a Lexi, assim que nos afastamos.

— Eu acho que hoje ele termina.

— Sério, por que você acha isso? - ela pergunta, empolgada. Conto o que aconteceu na noite de ontem, e a suspeita dele sobre ela.

— Aliás, eu tô pensando em abortar a vingança. Ele ficou tão chateado, que me senti mal. Não queria ele no meio dessa guerra.

— Elena, ele está no meio disso, queira você ou não, desde que começou a namorar essa guria insuportável. Mas, se ele vai terminar, não tem problema. Isso já é uma vingança e tanto. - Ela sorri, diabólica.

Sentamos pra comer e alguns minutos depois Stefan adentra o refeitório abraçado na namorada, nos deixando bem confusas.

— Isso não me parece um término. - ela cochicha, com a sobrancelha levantada e a expressão irritada. Levanto as mãos e dou de ombros, mostrando que também não entendi.

Terminamos de comer sem ele, que aparece depois, pra estudar. Me levanto sem dizer nada e seguimos pra biblioteca. Não entro no assunto, ele também não. Nos atentamos apenas a matéria, e voltamos pras aulas seguintes da mesma forma. Na aula de geografia, descubro o grupo que ele formou, e a professora informa o tema do trabalho. Lexi marca de fazermos o trabalho na casa dela amanhã. Gosto da ideia.

Nos despedimos e nos separamos de Lexi, seguimos pra casa. No caminho, ele resolve quebrar o silêncio.

— Não quero terminar com ela sem ter certeza. - Prendo os lábios evitando um comentário malicioso e concordo com a cabeça. Eu não sou a pessoa mais indicada pra falar de relacionamentos. Muito menos os complicados. Ele me olha, não quero falar sobre isso. Não sei o que dizer e continuo andando e olhando pra frente, muda.


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