Never Say Never escrita por Drix


Capítulo 28
Every Single Piece


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas.
Eu estou amando escrever a guerrinha pessoal entre Rebekah e Elena, então, se tiverem dicas, compartilhem. Às vezes, as ideias me faltam.
Obrigada por continuarem acompanhando! =)



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POV Elena

Cada uma de nós faz seus movimentos separados, e então, vamos pra coreografia. Quase no final, Lexi interrompe.

— Quero mudar esse final. Usamos a mesma coreografia ano passado, tá manjada! Vocês têm alguma ideia?

Dou uma dica. Vi num filme um movimento e digo, ela adora. Rebekah torce o nariz.

— É muito tarde pra gente pegar isso, estamos em cima do primeiro jogo.

— Bom, se você não quer tentar, eu troco você por alguém que consiga, não tem problema. - Lexi responde e ela se ofende.

— Eu faço! - ela responde batendo o pé. Pego o celular pra mostrar o movimento e elas ficam treinando.

Lexi observa um pouco afastada e me chama pra perto dela. Pega meu celular, finge que tá procurando algo e sussurra.

— Primeira etapa. Ela de volta, check. Segunda etapa, Stefan desconfiado, check. Qual a próxima?

Paro pra pensar. Eu nunca fiz isso antes, não tem exatamente um plano de ataque. Me lembro de outro filme que vi, e uma ideia brota na minha mente.

— Você sabe se ela tem distúrbio alimentar? - pergunto.

— Oi? Não sei, por quê?

— Por que eu ouvi o Stefan reclamando uma vez que ela não come nada, e hoje ele pareceu colocar coisas na bandeja dela, de novo, e ela tirava.

— Hum... Qual sua ideia?

— Eu vi num filme, fazer ela engordar!

— Você é má! - os olhos dela brilharam. - Ah, pera, aí ela não vai poder mais ficar com as acrobacias aéreas.

— Exatamente!

— Genial! Nossa, que cruel isso! Adorei! - ela olha pra frente e vê que as meninas têm dificuldade de fazer o movimento, e ela mesma tenta, conseguindo. Por via das dúvidas, ela treina junto. Somos nós duas no solo, de frente, mas, Rebekah não conseguindo, alguém precisa fazer.

O treino acaba, os meninos se juntam pra bater papo, eu e Lexi seguimos pro vestiário. Meu cérebro vibra com meu plano de ação e mal escondo meu sorriso.

POV Stefan

O treino termina, e quando os caras se juntam às meninas, pego minhas coisas seguindo pro vestiário. Rebekah me chama, ignoro. Ela vem atrás. A ideia dela ter machucado a garota pra voltar pra equipe me aborrece, mas, também não quero acusar sem provas. Só sei que ela seria capaz de se juntar com duas ou três meninas e causar o acidente.

— Stef! - continuo andando. - Stefaaaan. - ela segura meu braço. Não quero falar nada, mas, minha cara não tá boa. - Ei, por que isso? - ela diz, pulando na minha frente.

— Isso o quê?

— Essa cara, isso. - ela faz um movimento com a mão mostrando meu andar.

— Estou indo tomar banho, tenho uma aula pra dar, lembra? - Ela cerra os olhos e torce o nariz.

— Só queria agradecer por conseguir minha vaga de volta.

— Eu não fiz nada. - volto a andar, ela me para.

— Fez sim, se você não tivesse pedido, ela tinha chamado outra pessoa, você sabe que ela me odeia. - Ela tenta me beijar, eu afasto.

— Rebekah... Como eu disse pra ela, vou dizer pra você. Me mantenha fora dessa briga de vocês, tá?! Eu não quero saber o que uma sente pela outra. Tô cansado de ficar no meio disso tentando fazer as duas se entenderem. Só eu me ferro. Você é minha namorada, ela minha melhor amiga. Ou vocês se aturam pra eu ter paz, ou vocês me excluam de uma vez. Eu tô cansado. Agora, vou tomar banho. - dou um selinho nela, pra não dizer que fui estúpido, e saio.

Minha mente trabalha. Se ela realmente fez a menina se machucar, por que viria me agradecer pela vaga? Ou é tão dissimulada a ponto de me fazer pensar que eu consegui pra tirar a culpa de cima dela? Se for isso, eu vou ficar bem puto. Preciso descobrir a verdade.

Saio do banho ouvindo uns comentários sobre a foto de Elena. Não gosto, mas, como ela pediu, decido não dizer nada. Visto minha roupa, calado.

— Stefan que tem sorte, vive rodeado de gostosas. - fecho a porta do armário, olhando pra Andy. Eu gosto dele, mas, só fala merda. - Além de dar monitoria pra Miss Bikine, tem nadado juntinho dela, todos os dias.

— Cala a boca, cara. - vejo os outros se atiçarem com a informação e dispararem várias dúvidas sobre como ela fica de maiô, como é o corpo dela, etc, etc. Respiro e respondo. - Eu tenho namorada, não fico olhando pra outras. - o que não adianta muito.

— Ah, para, Stefan, a gente viu a foto com a bailarina.

— Cara, sério, mesmo que eu tivesse reparado, eu não ia dizer pra vocês. Além do mais, todo mundo viu a foto, né?! Não é nenhum mistério. Vocês deram um apelido de Miss bikine pra ela. Querem mais o quê? Deixa a garota em paz! Vocês parecem abutres na carniça. Vai ver por isso eu vivo rodeado de gostosas e vocês só ficam olhando, são todos uns idiotas. - Digo puto, e saio, sem olhar pra trás.

Esbarro com Lexi e Elena saindo do vestiário também. Minha cara não tá boa, elas percebem. Lexi permanece muda, acredito que pra não tomar outro fora. Elena pergunta.

— Aconteceu alguma coisa?

— Não, besteira. Vamos, quero passar num lugar antes.

POV Elena

Vejo Stefan aborrecido na saída do vestiário e acabo perguntando. Ele não explica e não insisto. Seguimos calados pra fora do colégio. Ele dá um tchau seco pra Lexi e eu fico imaginando se Rebekah falou alguma coisa, tento me controlar pra não perguntar.

— Tá com seu passe de metrô aí?

— Tô, pra quê?

— Você vai ver. - Ele dispensa o segurança e seguimos pro metrô. - Ah, você escolheu a outra atividade?

— Ainda não. - respondo desolada. - Não faço ideia do que fazer.

— Já pensou em algum trabalho voluntário, tipo servir sopa pros necessitados? - Olhei curiosa e respondi com a cabeça. Não, não pensei, nunca tive essa ideia. Ele continuou. - Bom, Então pensa.

— É isso que a gente tá indo fazer agora? - ele ri.

— Não, agora eu tô indo tomar sorvete pra ver se esfrio minha cabeça desse dia de hoje.

— É sério, Stefan? A gente precisa pegar metrô pra ir tomar sorvete? Não tem nenhuma padaria aqui perto?

— É que lá é o melhor. - Ele sorri. Eu até penso em aceitar, mas, não, eu tenho muita coisa pra estudar.

— Eu prefiro não ir.

— Jura? - confirmo. Ele se mostra desapontado. - Tá bem, a gente passa na padaria e compra um picolé pra mim, então. - ele diz, torcendo a boca.

— Desculpa, mas, além de todas as matérias que tenho pra estudar, eu ainda tenho que pensar nessa outra atividade. É tanta coisa pra ver, que eu fico meio tonta.

— Tá bem. Não tem problema. - seguimos andando até perto de casa, ele para na padaria, compra três picolés e um potinho de sorvete. - Esse é pra você. - me entrega um picolé.

— Obrigada. E o resto, sobremesa mais tarde?

— Não. Tudo pra agora. - Ele sorri, e passa a mão livre na nuca. Observo que toda vez que fica sem graça, esse gesto é automático, e é lindo. Sorrio, tentando não demonstrar.

— Que sorte sua ser homem.

— Por quê?

— Vocês comem a vontade e não engordam, eu como um doce e pronto, minha bunda fica enorme e a foto se espalha pelo colégio com todo mundo fofocando que tô gorda. - falo, furiosa.

— Elena... eu não sei muito bem como te dizer isso. E espero, sinceramente que você não se aborreça. - entramos no prédio, e olho pra ele esperando a bomba. No hall, esperando o elevador, ele continua. - Ninguém espalhou sua foto porque você tava gorda. - ele engole seco, com a minha cara de espanto. - Eu realmente não sei como dizer isso. - e espreme os lábios, fazendo uma careta, e a mão vai na nuca de novo.

— Fala logo Stefan, que agonia! - perco a paciência.

— Ok, olha... Não mate o mensageiro! Eu não vi a foto antes, só hoje, tá, então, não é a minha opinião, mas... Não foi porque sua bunda estava, como você disse, enorme. - ele fica fazendo pausas e começo a me irritar. O elevador para no andar, e saio, enfurecida.

— Caceta, você quer falar de uma vez, esse suspense tá me irritando! - Abro a porta e empurro ele pra dentro. - Fala de uma vez.

— É porque você tava gostosa. Pronto, falei. - ele leva a mão na boca e me olha com os olhos arregalados. Sacudo a cabeça tentando absorver o que eu ouvi. - É. Já viu as meninas do colégio, como são magrelas? Elas parecem uma vassoura, a roupa não tem nem caimento quase. Por que você acha que a Lexi te escolheu? Olha as meninas da torcida, todas tem curvas. Por isso os caras ficam em cima delas. Eles não espalharam sua foto por te achar gorda, eles te acharam gata. É isso. Lembra, eu sou o mensageiro. - ele dá um sorriso fraco e coloca as mãos na frente, como se protegesse de mim.

Continuo olhando pra ele, incrédula. Embora eu tenha ouvido uma gracinha ou outra, eu jurava que os comentários sobre minha aparência eram porque eu tava gorda e o bikine pequeno. O apelido seria um deboche. Eu fico sem saber o que pensar, não gosto de ser objeto, mas, também não me sinto mal com a afirmação.

— Ei, tá tudo bem? - ele se aproxima.

— Não sei. Eu não gosto dessa exposição, eu me senti mal por me achar gorda, foi por isso que eu comecei a nadar na piscina daqui, a Kath me empurrou um monte de guloseimas após a morte dos nossos pais que minhas roupas estavam apertadas. E não foi um período fácil, quando eu vejo essa foto, eu me lembro de tudo isso, e me dá tristeza.

— Ei, vem cá, você tá longe de ser gorda. Parece um palito, aliás. Eu te joguei tão fácil na piscina...

Ele me abraça, e eu lembro da cena. - É, eu voei longe. Foi divertido. - sorrio. Ele afaga meu cabelo. É bom ter um amigo, finalmente. - Então, espera... Você acabou de dizer que eu estou magra como as meninas do colégio, é isso que você tá dizendo?

Me separo do abraço e olho pra ele, que faz uma expressão de confusão, e tenta se explicar.

— Ow, sério, vocês me enlouquecem. - ele responde. - Eu quis dizer que você não está gorda, e é leve como um palito, e se não me engano, eu disse que a Lexi te escolheu porque você não é igual as magrelas. E você para de me fazer falar isso, porque depois vai ficar toda cheia de vergonha de nadar comigo e vai reclamar porque falo contigo olhando pro chão.

Acho graça. Mas queria esquecer essa cena ridícula que eu protagonizei. - Desculpe, eu achei estanho, você costuma ser falante de manhã.

— Tá. - ele sorri. - Vamos estudar, porque né, não pude tomar meu sorvete e agora tô aqui de papo.

— Você comeu dois picolés em menos de um quarteirão, e ainda tem um pote na mão.

— Que já derreteu. - ele resmunga, reclamando. Pego e coloco no freezer pra gelar de volta.

— Daqui a pouco tá bom de novo.

Sentamos pra estudar até o jantar. Damon e Kath ficam felizes com a presença dele, que informa que vai ser mais constante. Ele volta no assunto do trabalho voluntário, perguntando se Damon sabe de algo que possa me ajudar.

— Aliás, talvez eu ajude nessa, seria ótimo pro meu currículo também. - Stefan diz.

— Eu posso ver no escritório, e falo pra vocês. Isso é uma ótima ideia mesmo. - Damon diz, pegando a mão do irmão. - Fico feliz. Mesmo que não seja exatamente pelos motivos corretos. - Stefan ri.

— Bom, é um começo, né. Eu ter pensado nisso já é uma semente sua. - ele pisca e Damon concorda.

Kath pergunta como estão as aulas e os planos de estudo, conversamos sobre isso e conto da nova coreografia. Terminamos de jantar e ajudo a tirar a mesa, deixando Damon conversando com o irmão.

POV Stefan

Vejo meu irmão feliz com a ideia de trabalho voluntário e penso que não é uma má ideia, afinal. Quando eu conseguir decidir o curso que quero, qualquer um dos três, ter trabalhado com pessoas vai acrescentar demais no meu currículo. Espero que papai não encrenque com a ideia achando que é coisa do Damon, me influenciando. Talvez, se eu disser que a ideia partiu do orientador, ele nem fale nada. É, é isso que vou dizer sim.

— Dam, eu tava pensando, que não vou precisar desse aparelho, afinal. Papai liberou minhas vindas...

— É, mas, fica com ele, por via das dúvidas, melhor.

— É que eu tenho medo dele descobrir e piorar as coisas. - ele me olha com uma careta.

— Medo de quê?

— Bom... Você sabe, eu não vou seguir administração como ele quer, e ainda tenho pelo menos um ano pra continuar fingindo que tá tudo bem. Nesse ano, eu não quero que ele nem desconfie, porque acho que ele é capaz de dar um jeito de modificar as condições pra eu ter acesso a herança da mamãe... - ele me interrompe.

— As condições da sua herança estão firmadas e sou eu o responsável por ela. Ele nunca te disse isso? - ele fala, e eu quase caio pra trás com a notícia. As meninas voltam da cozinha, e sentam no sofá junto com a gente. Ele continua. - Mamãe deixou bem claro tudo que era nosso, teríamos acesso aos 18, e sua parte ficaria aos meus cuidados até você completar a idade. Hoje, depois das aplicações, consegui triplicar o que ela tinha. Você não tem motivo pra se preocupar não.

Não consigo conter minha animação. - Você jura? Por que eu nunca fiquei sabendo disso? Tudo seria tão mais fácil. Eu não ia precisar aturar os chiliques da Rebekah, pra começo de conversa...

— Deve ser por isso que ele nunca te contou, pra te manipular. - Damon diz, inconformado.

— Como é? Você namora por interesse? - Kath me pergunta, incrédula. Fico sem jeito de falar isso na frente da Elena, mas, respondo.

— Não, eu gosto dela. Mas ela me irrita na maior parte das vezes, por causa de ciúme. E eu tenho vontade de terminar às vezes, mas, papai meio que me chantageia, por causa dos negócios com o Elijah, né.

— Stef, eu não tô acreditando nisso! - ela fala exaltada, eu quase tenho medo da bronca. - Você se submete a uma coisa dessas por causa de dinheiro? Essa eu não esperava de você!

— Não, não é por causa de grana, eu só não quero me indispor com ele antes do necessário. Bem... Eu não tenho como me sustentar sozinho, né, então, de certa forma, é. - me sinto envergonhado pela afirmação. Vejo Kath torcendo o nariz e Damon tentando acalmar os ânimos.

— E papai sabe desses chiliques? Por que ele quer que vocês fiquem juntos?

— Não, nunca parei pra contar detalhes, mas, quando a gente briga, ele diz que tenho que resolver, e eu acabo resolvendo mesmo, pra evitar desgaste. Eu acho que na cabeça dele, eu vou me casar com ela e firmar a sociedade. Mas, ó só, eu não desgosto dela. Ela é minha namorada, e eu gosto dela sim. Eu só não tenho muita paciência, mas ela tá melhor, né, Elena? - ela faz uma careta e fico cabreiro. - Não? Ela foi gentil contigo, não foi?

— Não, Stefan, ela me ameaçou. Eu te falei. Ela falou comigo direito na sua frente, por trás, ela foi uma cobra. Ela tá fingindo que tá tudo bem, porque deve tá com medo de você terminar. Ela acha que eu quero, espera, quais foram as palavras dela?... Ah sim, roubar a vida dela, começando pelo namorado.

— Ei, que histórias são essas de vocês dois? Não tô gostando disso não! - Kath fala de novo, e eu ainda tô tentando absorver tudo.

— Eu perguntei se tinha acontecido alguma coisa, você disse que não.

— Eu menti, porque você tava feliz, eu não queria estragar isso. Me desculpa. - ela me olha nos olhos e eu vejo um misto de cuidado e pena. E me incomoda um pouco. Não gosto de mentiras. Não gosto de saber que a Rebekah tá mentindo pra mim. Kath ainda se sacode, indignada, Damon tenta acalmar ela, sem muito sucesso, porque ela cobra de novo.

— E então, explicações? - Eu não sei o que dizer, estou tão confuso que minha cabeça dói.

— Elena... - o interfone toca. Me levanto, olhando a hora. - Eu preciso ir, deve ser o George, meu pai pediu pra estar em casa antes de dez.

Vejo Katherine torcendo o nariz e vindo me abraçar, ainda inconformada. Damon, me abraça, se despedindo.

— Depois eu te explico melhor o lance da herança, você vem jantar amanhã?

— Bom... Sim, venho. - respondo meio sem saber.

— Ótimo, eu trago tudo pra casa pra te mostrar então. - Ele diz, ainda me abraçando. É a única notícia realmente boa desse dia estranho. Kath ainda me olha como se me cobrasse informações, mas, eu já disse tudo. O resto também é novidade pra mim. Olho pra Elena, que está em pé, mas, de cabeça baixa.

— Até amanhã, Elena. - ela levanta a cabeça, e acena, com um bico armado, de quem fez algo errado e tem vergonha de encarar. Deixo pra lá. - Boa noite. - meu irmão me acompanha até a porta e vou embora, assimilando tudo.

Não preciso mais deixar de ver meu irmão, afinal. Não tenho mais que ficar me submetendo às vontades infundadas do meu pai, e muito menos aturar os fricotes da Rebekah. É, por isso ele me mantinha longe. Minha cabeça dói mesmo.


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