Never Say Never escrita por Drix


Capítulo 26
Randy




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POV Stefan

Terminamos o jantar. Meu pai me deu conselhos sobre sexo e prevenção. Eu nunca nem imaginei ter esse tipo de conversa com ele. É meu irmão que vive me falando disso. Eu ouvi como se fosse a primeira vez que alguém me fala sobre o assunto. Papai nunca esteve tão aberto a conversas. Achei estranho, mas aproveitei.

— Vou ver meu jornal. Boa noite. - ele se levantou e me deu um beijo na testa. Me surpreendi. Meu pai sendo carinhoso é algo que nunca presenciei em 16 anos de vida. De todo jeito, eu curti.

Vim pro quarto, arrumar minhas coisas, tem treino amanhã. Vou avisar Elena que as aulas na casa dela estão liberadas, e vou dormir. Já tá tarde. A conversa com papai rendeu.

Hey, tá por aí? — mando a mensagem e aguardo um pouco.

Oi.”

— Falei com papai, ele deixou eu ir praí. =)

Jura? O que você prometeu em troca? Rs”

— hahahaha pior que nada, eu sou um filho exemplar! Ele confiou na minha palavra!

hum... que bom, Kath vai ter que contratar uma cozinheira então.”

— ahn? Por que?

Ela disse que faria isso, só pra você jantar aqui todo dia. Ela acha que você come mal.”

— Então, avisa que eu vou.

Tá. Ela tá mandando beijo. Damon pergunta se tá tudo bem.”

— Sim, manda outro pra ela, e diz pra ele que sim. Estranhamente sim. Amanhã nos falamos, preciso arrumar minhas coisas pro treino e dormir. Boa noite, beijo. =* - e mando novamente a carinha que mando pra Rebekah. É automático, é o primeiro emoji da lista.

Boa noite, durma bem. Bons sonhos. ;)” - terei. O dia foi curiosamente bom.

Acordei com um burburinho perto da porta do meu quarto e parei pra prestar atenção. Ouço a voz do meu pai numa única frase e as coisas fazem sentido.

— Você fica de olho então, não quero essa menina aqui quando ele tiver sozinho. São adolescentes, é sempre melhor prevenir. Lá, pelo menos, terão supervisão.

Entendi o motivo dele liberar minha ida pra casa do meu irmão. Dou uma gargalhada e tendo abafar o som. Se a preocupação é essa, deveria impedir a vinda da Rebekah, essa sim é o perigo.

POV Elena

Chego na piscina antes de todos, novamente. Me troco e começo a me aquecer. Stefan sai do vestiário, não vi quando chegou, ainda devia estar lá dentro. Sinto meu rosto corar de vergonha, ele para do meu lado, me dá bom dia e começa a se aquecer também, mal olha pra minha cara. Me incomodo um pouco e resolvo puxar papo.

— Tudo bem?

— Sim, e você? - ele responde, ainda sem olhar. Paro, com as mãos na cintura.

— Então por que você nem olha pra falar comigo? - me senti a namorada dele neste momento e quase me joguei na água, de vergonha.

— Você tá sem roupão. - ele respondeu, mantendo os olhos altos, pro meu rosto. Me senti uma perfeita idiota. Ele sendo cavalheiro e eu encrencando. Sorri, sem graça.

— Ok. - voltei a me aquecer, muda. Podia ter ficado sem essa.

POV Stefan

Saio do vestiário e vejo Elena se aquecendo próxima a piscina, sem o roupão e evito ficar olhando. Ela tem se escondido de mim, imagino que por vergonha, então, prefiro evitar confusão. Ela puxa papo, e permaneço olhando pro chão, até que ela me cobra e eu realmente não entendo.

Respondo o real motivo olhando direto pros olhos dela. Noto que ficou sem graça e também não me estendo no assunto. Contudo, minha cabeça gira. Será que um dia eu vou conseguir entender as mulheres?

Damos algumas voltas, e ela me espera numa das bordas, com uma expressão travessa.

— Que tal uma corrida de novo? - é, definitivamente ela é mesmo linda e eu nunca tinha percebido isso. Que pateta.

— Vamos! Quero uma raia de vantagem.

— Nem pensar!

— Então, pelo menos vamos começar de cima, pra ficar mais justo. - ela aceita. Subimos na borda, contamos juntos e mergulhamos. Saio na frente por ter mais impulso e acabo ganhando a vantagem na marra.

Sinto ela puxando meu pé, tento me desvencilhar e não consigo. Paro rindo.

— Sua ladra!

— Você roubou no mergulho. - ela sorri se defendendo. Que sorriso lindo. É, talvez meu pai tenha razão em se preocupar. Espanto os pensamentos.

— Se joga mais longe da próxima vez, ué?! - digo, dando de ombros.

— Vamos de novo, quero recuperar minha vantagem.

— Sem roubar? - estico o mindinho num acordo, ela cruza.

— Sem roubar.

Subimos de novo. Preparamos, eu pego ela pela cintura e jogo na água. - Pula assim! - grito.

Ela é leve e vai longe, submerge e demora a voltar. Me preocupo. Mergulho atrás dela e ela me dá um susto.

— Porra, Elena! Fiquei preocupado. - Ela gargalha. - Não faz isso, achei que tinha te machucado.

— Essa era a ideia. - ela continua rindo. Desço por baixo dela e pego de novo, pelas pernas, jogando novamente na água. Ela grita e ri ao mesmo tempo. - Isso não é justo, você é maior, eu nunca vou conseguir fazer o mesmo. - ela reclama, e vem por cima, tentando me empurrar pra baixo. Eu deixo. Ela para, saindo de perto de mim.

Subo, e vejo ela séria, olhando pra fora. Olho, confuso, ela me olha e aponta com a cabeça, em direção a arquibancada.

Rebekah está sentada de pernas cruzadas, olhando na nossa direção, me dá um tchauzinho e sorri. Meu coração para, esperando um ataque, em breve. Ela aponta o relógio e vemos que está quase na hora da aula. Elena sobe e diz que vai pro vestiário, subo pela borda mesmo, Rebekah se aproxima.

— Bom dia, Elena. - e sorri. Elena olha, responde desconfiada, e sai. Me aproximo.

— Bom dia baby, caiu da cama?

— Eu vim te ver. Já que não temos mais nosso tempo juntos no almoço e na saída. - ela me beija, e nenhuma reclamação. Acho estranho, mas, não vou falar nada. Melhor assim. - Vai se trocar, te espero aqui. - ela diz. Pego a toalha e começo a me secar.

— Tá. Me espera ali, que dali a gente já sobe. - Aponto pro banco perto do vestiário. Ela vai andando comigo.

Quando chega perto, ela me para, ficando de frente pra mim, alisando meu tórax, descendo os dedos pela minha barriga. Me arrepio.

— Bekah... não me provoca, eu tô de sunga, vai ser constrangedor. - ela ri, me olha e morde os lábios. Ela me beija e percebo que meu pedido é solenemente ignorado. Puxo ela pro canto entre os vestiários, onde é mais escuro e menos visível, e ela continua me provocando. Tiro os óculos e a toca da cabeça e solto no chão.

Eu tô bem confuso, na verdade. Ela estava me olhando brincar com Elena há minutos. A minha namorada, que eu conheço, faria um escândalo. Essa, me dá, o que posso chamar de, prêmio. Talvez, Elena esteja certa na análise. No momento que ela pensou que eu poderia me interessar por outra, resolveu ser legal comigo. Eu gosto mais dessa, afinal.

Minha cabeça não para, mas minhas mãos também não. Encosto ela na parede e junto nossos quadris. Puxo a perna dela pra cima, e ela não recusa, o atrito da suga na perna dela, me deixa mais excitado, e percebo que ela sente. Sorri, me beijando.

Segura meu cabelo pela nuca, e desce a boca pelo meu pescoço, beijando meu peito. Pressiono minha pélvis pra mais perto dela soltando a perna, segurando ela pela bunda, por debaixo da saia. Ela suspira, e joga a cabeça pra trás. Desço a boca pelo pescoço dela, seguindo o mesmo caminho da linha do sutiã. Se eu soubesse que ajudar alguém a estudar faria ela me agarrar desse jeito, eu teria ajudado todos os alunos desse colégio.

Ela passa os dedos pelas minhas costas, pressionando levemente, e me dá mordidinhas no braço. Tento controlar minha vontade de arrancar a roupa dela, enquanto ouço a respiração ofegante. Ela me beija como se fosse sugar todo meu ar dos pulmões e sinto meu corpo todo latejar.

Ouço o barulho da porta, que quase bate na gente.

— Eu... Ahn... Desculpe. - Elena acaba de se arrumar e sai, naturalmente. É óbvio que eu não tava nem lembrando da existência dela, e fiquei extremamente constrangido de ser pego de novo, desse jeito. Um pouco pior, dessa vez.

— Hunf... - Rebekah resmunga e se ajeita.

Eu fico sem saber o que falar. - Tudo bem, eu... Vou me trocar. - Aponto pra dentro, com o polegar. Ela concorda e eu fico grudado na Rebekah. Eu ainda estou de sunga, e excitado, ou seja, totalmente embaraçado. Elena nota meu constrangimento.

— Bom, eu vou pra aula, não quero me atrasar. - Ela diz, eu sorrio e aceno. Rebekah sorri.

— Eu também, vou subir com ela, tá? - Eu olho pra ela com os olhos arregalados. NÃO SENHORA, VOCÊ NÃO VAI SAIR DAQUI AGORA, DE JEITO NENHUM. Mas ela se move tão rápido que eu mal tenho reflexo. Apenas permaneço virado pra parede e viro só o rosto, quando ela me dá um selinho se despedindo.

Que cena lastimável. Tento ser discreto pra ajeitar minha sunga, enquanto vejo as duas se afastando, e virando pra saída. Respiro e passo as mãos no rosto, tentando me recuperar. Outro banho frio, é só o que preciso.

POV Elena

Estava brincando com Stefan na piscina quando noto a presença da namorada dele na arquibancada me olhando de cara feia. Não tenho o que falar, acho que também não gostaria de ver meu namorado assim com outra, e apenas me afasto.

Apesar da nítida hostilidade no olhar, ela me cumprimenta com educação, e mesmo intrigada, respondo. Vou me arrumar, já está quase na hora da aula.

Na saída do vestiário esbarro com os dois quase dentro um do outro, se roçando, e fico sem saber o que fazer, ou dizer. Peço desculpa, mas queria mesmo era sumir. Tenho pra mim que eu estou certa, ao menor sinal de interesse por outra, ela resolveu jogar com ele. Lexi também está certa, pelo visto, ela está usando sexo pra manipular ele.

Não que seja da minha conta, mas, realmente é uma tática manjada, não é possível que ele não tenha reparado isso. Ela decide subir comigo e não tenho nenhuma reação. Sigo, com ela do meu lado. Assim que passamos a porta, ela mostra as garrinhas.

— Eu disse, Stefan é meu! E se você ficar tentando tirar ele de mim, eu não vou te dar um minuto de sossego nessa vida.

— Eu não sei porque você tá me dizendo isso. Sinceramente. Ele é meu monitor. E irmão do meu cunhado. Não tenho nenhum interesse nele, se toca! - o elevador chega e ela entra. - Eu vou de escada, sua cara me enoja. - digo e me viro, a porta fecha. Sinto meu corpo esquentar. Quer saber, se é guerra que ela quer, é guerra que ela vai ter!

POV Stefan

Saio do vestiário em cima da hora pra aula e vou pro elevador. Vejo Elena parada, perto e fico confuso. Eu não demorei nada, mas, ela já saiu há alguns minutos, tá fazendo o que ali?

— Aconteceu alguma coisa, Rebekah te ameaçou de novo?

— Não. - ela sorri. - Eu queria me desculpar contigo, deixei vocês sem jeito. Não tive a intenção.

— Ah, eu que me desculpo, não deveria agir igual um primata no cio. - sorrio sem graça, ela dá uma risada aberta.

— Hormônios, né?! - eu concordo com a cabeça. - Eu entendo, juro. - ela passa a mão no meu braço e sinto um calafrio.

— Bom, vamos subir, tá na hora já, né. - ela concorda, e subimos.

— Stefan... Eu... bom, eu não quero me meter, mas, você não acha que esse comportamento da Rebekah é estranho? Digo, ela me interrogou apenas por estar te esperando outro dia, e hoje, ela sequer enrugou a testa. - é, eu achei, mas, pensei que fosse paranoia.

— É, acho. Você falando então, eu fico mais encucado. Mas, por que você tá falando isso? - pergunto, intrigado. Chegamos no nosso andar e vamos até o armário.

— Eu sei que não é da minha conta, mas, ontem você disse que ela te tirou do castigo, do nada. Hoje, ela parece outra pessoa. Eu só achei curioso. Ela quer tanto a vaga de volta, pode estar manipulando todos nós.

Fiquei apenas olhando, pensativo. Não sei o que dizer. Eu observei o comportamento da Rebekah, de fato, com estranhamento. Ela me manipula, óbvio, consegue as coisas de mim me prometendo a mera possibilidade de sexo, e eu me deixo conduzir dessa forma. É ridículo, eu sei, mas, não tenho o menor controle do tesão que sinto por ela. Seguimos pra aula.

Saímos pro almoço, Elena e Lexi ainda falando em Francês e fazendo bico e trejeitos europeus. O grupo dispersa, vou até meu armário com Elena ainda imitando uma francesa afetada.

— Oh, mon cher, vous avez un bras fort. Vous tricotez? (Oh, meu querido, você tem um braço forte, você malha?) — ela diz, e pega no meu ombro, enquanto abro o armário.

— Non, c'est ma nature. (não, é minha natureza) — respondo, forçando o bíceps. Estamos aos risos, alguém me alisa por trás. Olho, ainda rindo e dou de cara com Rebekah. Sinto meu sangue gelar, e paro de rir imediatamente. Uma parte de mim se incomoda por estar sendo vigiado, outra se alivia por perceber que ela também ri.

— Une belle nature. (uma bela natureza) — ela diz, passando a mão no meu braço e me dando um selinho.

— Oi Rebekah. - Elena diz. - Vejo vocês depois. - e sai pro refeitório, ainda sorrindo. Bekah sorri de volta. E eu tô achando toda essa civilidade muito estranha. Mas, tô gostando.

— Vamos? - faço sinal pra descermos pra comer. - Vou tentar falar com a Lexi hoje de novo, tá?! - Ela sorri pra mim.

O elevador enche um pouco e Rebekah fica na minha frente e se aproxima mais que o necessário. Pega meu braço, passa na cintura dela e se junta tanto que posso sentir a renda da calcinha por cima da saia. Meu cérebro pisca em alerta, e eu não faço ideia como vou sair do elevador excitado depois dela se esfregar em mim desse jeito.

Ela faz que vai se separar, mas mantenho ela próxima, e saímos andando assim, pelo corredor. Sussurro no ouvido.

— Você quer me deixar louco ou que eu ganhe uma advertência, não é? - Ela ri, dá uma rebolada leve e piora a situação. - Bekah, sério, por que isso? - ela se vira, eu coloco os livros na frente.

— Eu achei que você gostasse. - ela faz um bico que eu quase me arrependo de ter perguntado.

— Eu adoro. Eu sou louco por você, mas, você sempre me freia. Eu só tô tentando entender o que mudou.

— Eu já disse, Stef. A gente não tem passado muito tempo junto, eu só tô aproveitando o tempo que eu tenho. - aceito a justificativa. E vamos andando, separados, de mãos dadas pro refeitório.

POV Elena

Estou pagando minha comida quando percebo alguém atrás de mim, viro rápido.

— Não me desafia, você vai se arrepender. - Rebekah diz, sorrindo, fingindo que tá olhando um doce no caixa.

— Você não tem ideia com quem você tá mexendo, queridinha. - Respondo, olhando pra moça do caixa, que me olha confusa. Sacudo a cabeça, negando, pra ela não se preocupar e vou me sentar com Lexi e o restante da turma.

Conto, baixinho, pra ela o ocorrido na saída da natação, a ameaça de agora, e a sementinha que plantei na cabeça de Stefan, enquanto ele tá longe pegando o almoço, do lado da namorada.

— Você é terrível. - ela cochicha, sorrindo.

— Ela me provocou e comprou essa briga. Não vou deixar barato. Meu nome é Gilbert, não jogo pra perder!

Ela dá uma longa risada e dá um soquinho na minha mão, me cumprimentando. Stefan se junta a nós e encerramos o assunto.

POV Stefan

Rebekah senta com as amigas, e me dirijo pra onde Lexi está com o restante da turma. Começamos a falar sobre o próximo jogo, e decido voltar no assunto e pedir a vaga pra Rebekah.

— Eu já disse que vou pensar. Não me amola. - Ela responde irritada.

— Ei, não precisa falar assim.

— Só porque ela tá te manipulando, não pensa que você pode me manipular também. - ela diz tão furiosa que até estranho.

— Ow! Que isso? Eu só falei porque você disse que ia pensar. Não precisa reagir desse jeito.

— Desculpe. - ela abaixa o tom. - Eu acho que ela tá aprontando e isso tá me incomodando.

— De onde você tirou isso? - pergunto, desorientado.

— Um pressentimento. - ela me responde e fico puto. Pressentimento, que palhaçada é essa?

— Lexi, eu sei que você não gosta dela, mas, é minha namorada e eu tô tentando me equilibrar entre vocês duas. Mas, se você ficar tendo pressentimentos, vai ficar difícil e vou ter que dar razão a ela, sobre essa sua implicância infundada.

— Não é infundada.

— Não? O que ela tem feito? Desde que você tirou a vaga dela? Elena. - pedi apoio.

— Eu? Não me mete nisso, eu não conheço vocês direito. - ela tira o corpo fora, e já sei que aí tem coisa.

— É, você viu, ela te cumprimentou direito e nem deu ataque de ciúme numa cena que até eu daria.

— Sim, é verdade. - Ufa, ela concorda e Lexi olha, cerrando os olhos.

— Eu já disse, Stef. Vou pensar, tá?! - Aceito, e encerro a discussão.

— Ok. Já acabou? - pergunto pra Elena que assente. - Vamos estudar então.




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