Never Say Never escrita por Drix


Capítulo 15
Synesthesia




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POV Stefan

Desisto da busca e vamos pra fila enquanto está vazia.

— E de quem era a tal festa? - Lexi pergunta.

— Eu não faço ideia nem de como eu fui parar nela. - ela ri.

— Mas pela foto você estava se divertindo bastante, e muito bem acompanhado. - ela pisca pra mim e sinto meu rosto queimar de vergonha. Conto o que de fato aconteceu e ela não acredita muito.

É quando percebo a chatinha na minha frente e seguro ela pra evitar aproximação. Que péssima ideia. Ela olha pra frente, e como eu imaginava, resolve fazer da garota seu projeto pessoal. O que mais me aborreceu foi falar das fotos na frente da menina. Ela já me odeia, agora vai achar que fui eu que espalhei as fotos pelo colégio. Que ótimo!

Torço pra um buraco se abrir no chão e me engolir quando Lexi pergunta se acho que ela ficaria bem de uniforme. Eu sei lá, eu nem vi direito as tais fotos e mal olho pra cara dela, quanto mais o restante.

Um terremoto, um incêndio seria bem vindo agora, pra acabar com essa conversa e eu não ter que esbarrar com ela nos jogos. Seria ótimo, por favor, Jesus, envia um raio e me mata agora. Respiro e tento dissuadir Lexi desse projeto. Ainda vamos conhecer a irmã da Kath, de repente, ela pode ser um bom projeto.

Ela não sabe o que dizer e olho pra ela desejando que diga não. Só não posso desejar muito que é capaz dela aceitar só de implicância. O pior acontece e ela aceita, Lexi marca o teste. Eu quero estar bem longe daqui essa hora.

— Você tá louca? - pergunto, depois que a outra vai embora.

— Ué, por que? Você viu o rosto dela? É linda. E o corpo? Perfeito, e ombros fortes...

— Lexi, ela me odeia, como você vai ter alguém na torcida que me odeia? Eu, o capitão do time?

— Ih, é mesmo! Esqueci desse detalhe! Bom, isso é ótimo, porque posso mostrar pra ela que está muito equivocada a seu respeito.

— Ah sim, você falando das fotos, isso ajudou muito, certamente.

— Ah, relaxa, Stef. É impossível alguém te odiar por muito tempo. Ainda mais agora, que você taí, todo bonitão, saindo com bailarinas do corpo princip... - ela mal terminou de falar e as portas do refeitório abriram com um furacão loiro entrando.

— Ah caceta! Esqueci de avisar a Rebekah que não ia aparecer lá hoje.

— Te vira aí, vou sentar ali pra assistir – Lexi diz e sai de perto de mim.

— Muy amiga, você. - olho com raiva, ela sorri e vai embora mesmo.

— Stefan Salvatore – ela chega quase gritando. Aquele raio poderia vir agora.— Eu posso saber por que você me deixou plantada te esperando?

— Pshhhh – seguro ela pelo braço, gentilmente, e a conduzo pra uma mesa próxima, vazia. - Me desculpa, esqueci de avisar. Precisei achar a irmã da minha cunhada, e vim direto pra cá hoje.

— Esqueceu? - ela continua falando num tom mais alto que o necessário e começo a me aborrecer. Todo mundo tá olhando.

— Bekah, você pode, por favor, falar baixo, ninguém precisa saber disso.

— Ah, você não quer que saibam que você me largou plantada pra procurar uma vadia?! - ela se levanta, irritada – Além dessa daí! - e aponta pra Lexi. Foi quando o tempo fechou.

Lexi levanta enfurecida.

— Você não se atreva a falar de mim desse jeito Rebekah. Perdeu o juízo de uma vez?

— Eu falo contigo do jeito que eu quiser. Você fica se assanhando pro meu namorado há tempos e tô cansada disso. - ela enfatizou o meu e eu não aguento mais isso.

— Rebekah, pelo amor do senhor, para de escândalo. Eu vou te largar aqui sozinha, de novo. - tento novamente.

— Queridinha, faz o seguinte, já que você tá cansada, pode pegar suas coisinhas e entregar os pompons tá. Está fora da minha equipe. - Lexi disse, calmamente e sentou de novo.

— Você só pode estar brincando? Você acha mesmo que pode mandar alguma coisa depois desse tempo todo fora? Eu sou a líder de equipe agora!

— Ah, é, e quem te nomeou? - Lexi levanta de novo e olha em volta, procurando as demais participantes. Elas se aproximam, ficando ao seu lado, contra Rebekah. Eu sinto o chão tremer do ódio que sai dela e tenho medo. Vai sobrar pra mim isso.

Rebekah olha em volta, sem apoio, bate o pé, mas, não se dobra. - Vocês não perdem por esperar!

Ela fala entre os dentes, olha pra mim ainda com ódio e vai embora. Eu estou confuso, me perguntando o que eu vi nela esse tempo todo? Será que os hormônios me cegaram? Como pode ser tão fútil e insuportável? O refeitório ficou em silêncio assistindo o teatro de horrores.

Me lembro da irmã da Katherine e torço pra ela não estar assistindo isso. De todo jeito, não vai ser hoje que eu vou falar com ela, não tenho cara de me apresentar depois dessa baderna. Quero terminar de comer e ir pra aula, quero esconder minha cara dentro do casaco. Espero que o dia de hoje passe rápido.

— Não falei que tinha uma vaga?! - Lexi vem sentar comigo.

— Ah, sério? Você já planejava isso? - fico confuso.

— Na verdade isso – ela fala girando o polegar – não. Mas, a saída dela sim, eu sabia que não ia demorar muito pra um escândalo, e preciso de uma menina treinada antes do próximo jogo de vocês.

— Você sabe que mexeu num vespeiro, né?!

— Ah, eu sei e estou ansiando por isso.

— É... só que provavelmente quem vai ser picado sou eu. - respondo, incomodado.

Ela me olha com ternura. E isso não me conforta muito. Rebekah vai chegar em casa dizendo que eu fiquei contra ela, o pai dela vai reclamar com o meu, e logo eu terei que pedir desculpas por uma coisa que eu não fiz em nome do bem estar da família.

Não aguento mais isso.

POV Elena

Consigo uma mesa próxima a janela, como falei que estaria. Não demora muito pra ouvir a porta de entrada batendo e a cheerleader gritando com o namorado. Quase tenho pena dele com o escândalo que ela faz. Mas, passa quando lembro que minutos antes ele estava falando de outra mulher que ele saiu sábado.

Todo mundo para pra assistir. O povo aqui parece que ama mesmo uma fofoca. Ela chama alguém de vadia, e a outra menina que falou comigo se levanta. Eita parece que vai rolar uma batalha de glitter.

Começo a me arrepender dessa história de teste, onde que eu bati com a cabeça pra dizer que sim? Ah, é, não bati. Só fui estúpida mesmo. Será que Stefan vai me encontrar no meio dessa confusão? Por que eles não vão brigar lá fora? Tem gente aqui que gosta de paz!

E, agora é uma disputa de poder. Hum... A loira nova é mais poderosa que a outra. Acho que já sei quem vence. Pelo menos essa gostou de mim. Parece bom, pra mim, pelo menos. Ou, ainda pode ser uma brincadeira de mau gosto. Estou em dúvida se devo ir pra esse teste.

Opa, silêncio. Acabou, ainda bem. Pra um monte de gente rica e educada eles são bem descontrolados. Olho em volta procurando alguém com a descrição que minha irmã deu, e não vejo. Continuo almoçando, sozinha, em silêncio.

— Hey. - ouço a voz familiar e me assusto. - Eu trouxe o livro, esqueci de entregar. Aqui.

Ele coloca em cima da mesa, perto da minha bandeja. Agradeço, ainda mastigando. Ele acena com a cabeça, e sai. Fico olhando, ele parece triste. Namorar alguém assim deve ser mesmo bem louco, mas, por que então não termina logo? Dou de ombros, não é problema meu. Eles devem se entender bem, ele um safado e ela uma escandalosa. Que dupla.

Termino de almoçar e sigo pra aula. Esperando que o restante do dia seja tranquilo, sem gritos.

Fim do dia, aulas terminadas, percebi que estou na sala do magnânimo onipresente Salvatore. É, estamos na mesma turma, só não percebi antes porque são duas portas e ele senta no fundo.

Guardo minhas coisas, e vou pro ginásio, fazer o tal teste. Chego receosa, esperando algum trote.

— Oi, querida. Vem, você trouxe alguma malha? - ela me pergunta sorrindo.

— Não, eu não esperava...

— Não tem problema, o que eu vou te pedir é bem simples, só o básico, o restante, se você não souber, aprende com o tempo.

Ela me mostra uns movimentos simples mesmo e pede que eu repita. As meninas ficam em volta, e preciso fazer de novo com elas. Não foi mesmo difícil. Ela parece satisfeita.

— Ah, eu sabia! Quando vi aquela foto... Ah, me desculpa, você não deve gostar de falar disso. - ela se aproxima e coloca a mão no meu braço. - Mas foi bom, sabe?! Pros garotos pode ter sido diversão, mas, pra mim não. Quando eu vi eu sabia que você tinha porte. Quando Stefan falou que você nada bem, não tive dúvidas. - Eu olho com raiva.

— Por que ele fala de mim? Eu não quero que ele fale de mim! Quer saber, isso não foi uma boa ideia não, eu vou pra casa. - Cato minhas coisas pra ir embora, mas ela me segura.

— Hey, calma. Ele me contou hoje sobre alguém fazendo o teste, depois que descobri que era você. Ele não fala de você, aliás, eu nem sei seu nome ainda.

— Elena. Elena Pierce.

— Muito bem, Elena, o meu é Lexi. Alexia, na verdade, mas ninguém aqui me conhece assim.

— Por acaso, você seria Branson?

— Sim, você conhece minha família?

— Sim. Quer dizer, não, minha irmã. Sua mãe falou com ela ontem, Katherine Gilbert. - olho pra ver se as meninas estão afastadas e continuo – Eu também, só que não tô usando pra evitar que alguém me olhe com pena por causa do acidente dos meus pais. - vejo ela me olhando meio assustada e sorrindo de nervoso.

— Você é Elena Gilbert?! Isso é perfeito!!! Muito bem, Elena, bem vinda a equipe! - ela abre um sorriso imenso e me abraça. - Isso é fantástico!

— Por quê? - estou bem confusa.

— Porque sem querer eu te achei, como prometi pra mamãe. Agora posso ficar sossegada. E você também, amanhã ninguém mais vai te chamar por esse apelido ridículo, e logo você vai ser uma das garotas mais desejadas de Manhattan!

— Mas eu não quero ser desejada...

— Ah, mas, você vai querer, isso abre portas. Agora vamos, eu preciso fazer algumas coisas antes de ir pra casa. Amanhã, na hora da educação física, temos treino, o uniforme está à venda perto da secretaria, mas, tem na Lexington também, me dá seu telefone que te passo o endereço. Os treinos você pode vir de malha comum, com a logo do colégio, como te falaram, só usamos o uniforme em dia de jogo. Então é isso. Meninas, deem as boas vindas à Elena.

Elas se formaram e fizeram uma dancinha rápida gritando meu nome. Achei divertido apesar de estranho. Vou chegar em casa contando pra Kath que entrei pra torcida ela vai me levar ao médico pra ver se bati a cabeça.

POV Stefan

Termino de comer em silêncio, remoendo essa briga ridícula. Estou cansado. Lexi percebe e tenta me animar. Me conta da viagem dela, e tento sorrir com as histórias, mas minha cabeça só pensa no que meu pai vai dizer quando souber.

— Você não tá fazendo nem questão de ser legal. - ela reclama.

— Desculpa. Tô pensando no que meu pai vai dizer sobre essa palhaçada.

— Ah, Stef, sério, você sofre por antecedência. Essa garota vai se enforcar sozinha. Deixa ela pra lá. Ela é o retrato da mãe dela, insuportável, fútil.

— É, mas o pai dela é sócio do meu e na cabeça deles, nós vamos nos casar. Enquanto eu tiver morando na casa dele, eu preciso seguir as regras, esqueceu? Não tenho acesso a minha herança até entrar na faculdade.

— Tá, desculpa. Mas, não vou voltar atrás, ela tá fora. Eu quero fazer isso há muito tempo. Vai ser melhor pra você também, você vai ver.

— É, veremos. - resmungo. - Tenho que entregar o livro pra estressadinha, esqueci de deixar com ela hoje na natação.

— Por que chamar ela assim é melhor que miss bikine?

— Não creio que você tá me perguntando isso.

— Ué, sim. Ela não tem um nome?

— Tem, Elena, mas, ela me odeia mesmo, não faço questão de chamar pelo nome.

— Hum. - ela resmunga. Seguimos pra sair.

Ela me espera na porta enquanto entrego o livro pra Elena. E seguimos pras outras aulas.

Até que a tarde passa rápido e chega a hora de ir embora. Lexi segue pro tal teste. Desejo boa sorte, e vou embora pra casa. Pego o celular e tem milhares de mensagens da Rebekah. Desligo o aparelho sem ler nada, daqui a pouco ela começa a ligar. Não tô com paciência. Saio do prédio e George está firme e forte me aguardando na porta do colégio.

— Você fica parado aí o dia inteiro? - pergunto curioso. Ele me responde negando com a cabeça, mas, não diz onde esteve. Acho graça e seguimos. - Meu pai tá em casa, você sabe?

— Não senhor, seu pai foi pra Washington no sábado e só volta quarta.

— Ué... Ele nem se importa em me avisar? Que interessante. - Entro no prédio e uma ideia brilha na minha mente. - George, quero jantar com meu irmão hoje. Na casa dele. Mas, meu pai não pode saber disso de forma nenhuma, topa?! Eu te dispenso mais cedo, dizendo que vou estudar. Você volta amanhã na hora do colégio. - olho pra ele sorrindo, tentando ganhar um aliado.

— Sr. Stefan, não acho boa ideia ser dispensado de novo. Não tem nenhum amigo no mesmo prédio?

— Não, ele vai saber que é mentira. Então a gente precisa deixar seu celular aqui. Senão ele vai rastrear o gps e ver.

— Mas e se ele me ligar?

— Você fica aqui então. É perto, eu vou a pé mesmo. Se ele ligar, você diz que eu tô dormindo, tô estudando, briguei com a minha namorada e fui dormir chorando. Isso, responde isso. Ele me acha um fraco mesmo, vai acreditar. Vou dispensar todo mundo, e você fica aqui, não vai ter erro. Só tem a Ana e o John, mesmo, e eles vão embora cedo, de todo jeito. - ele me olha desconfiado, mas, não discorda.

— Se der certo com eles, eu fico. - me responde não muito contente, mas, pelo menos consegui o aliado.

Vou tomar banho, pra fingir que vou ficar estudando. A Ana cuida de toda a casa e John, o mordomo do meu pai. Normalmente, ela sai cedo, depois que chego do colégio, e ele fica até mais tarde só quando papai está. Não demora muito e ambos vão pras suas casas, antes de escurecer.

Ótimo. Pego o telefone pra avisar ao Damon, não dá pra chegar na casa dos outros sem avisar, mesmo sendo meu irmão, ele não me espera lá do nada. Hum... Não vou ligar o celular não, não quero que a Rebekah me encontre, deixa assim, quietinho. Sei lá como ela ainda não ligou aqui pra casa.

Pego o fixo e o número na memória é o último.

— Alô. - fico em dúvida, será a Katherine ou a irmã? Me identifico logo. Ainda não sei o nome dela, que merda.

— Oi, é Stefan.

— Oi. Tudo bem? Fiquei esperando você hoje, o que houve? - respiro e cato na mente uma desculpa qualquer, não quero falar a verdade.

— Nossa, você viu que confusão estava? - tento desconversar – Eu te procurei antes disso, mas, você não estava ainda, eu acho. Aí depois tive que sair.

— Ah, eu cheguei quase na hora da confusão. Que louco, né?! Aquela menina é uma descompensada. Eu quase tenho pena do namorado dela. - quase pergunto porquê, mas, quando ela descobrir que eu sou o namorado, não quero que me olhe com pena.

— Escuta, sem ser intrometido, meu pai viajou, eu tava pensando se não posso jantar aí hoje, meu irmão já chegou? Eu tinha combinado com ele...

— Ainda não, mas deve estar quase. Vem sim, eles vão adorar, e a gente acaba logo esse mistério, né?! Oito e meia, pode ser? - sorrio. Eu tô mesmo curioso pra conhecer essa garota. Se for mesmo igual a irmã, deve ser linda. E, da minha idade, o que é bom.

— Então, tá certo, vejo você daqui a pouco.

Desligo o telefone contente, George chega e me olha como quem vai dizer algo, mas, não fala. Confirmo com ele o esquema. Pego um vinho caro na adega pra levar pra Kath. Ela ama vinho, mesmo sem entender quase nada sobre eles. Me arrumo correndo, estou animado pra colocar um rosto na tão falada... Ô caralho, ainda não sei o nome dela. Olho o relógio e ainda falta muito, sento na sala e resolvo jogar até dar o horário.






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