Não posso ser uma dessas pessoas que ficam sentadas falando que pretendem fazer isso e aquilo. Eu vou fazer e pronto. Imaginar o futuro é uma espécie de nostalgia.

 Quem é você Alaska?

"Porque afinal de contas estamos por aqui?"

Ele que estava sentado levantou a cabeça e a encarou, não havia arrependimento ou julgamento por estarem ali. E sim, curiosidade. Ele deu um sorriso de lado e tirou o cabelo do rosto antes de responder.

"Daqui dá para ver Júpiter se olhar naquela direção." – Ele apontou para o planeta. E depois voltou a olhar a Terra para sentir.

Alaska soltou um “ah” e logo entendeu tudo, aquela era a ligação que ele disse ter com a Violet, a garota que ele ama. Não tinha nada de ruim nisso, a verdade é que ela estava adorando estar ali. Nas explorações onde ela que estava à frente os lugares também eram criativos, mas Plutão? Finch  realmente tinha se superado.

Quando aqueles momentos aconteciam, eles tinham o trato de deixar o outro só, contemplando, sentindo. Aquele era o momento de Finch, ela até pensou em pegar um cigarro e fumar para passar o tempo e começar a explorar sozinha, mas se lembrou que não fumava com a mesma frequência. Talvez pudesse procurar por labirintos por ali, adorava sair de labirintos. Ou talvez pudesse brincar com as sondas que haviam ali, esse era um dos seus passatempos favoritos. Era como pular amarelinha só que no espaço, soltou um riso pela ideia repentina, o que não durou nada além de três segundos, por que ela também passou a sentir.

Ficou desorientada por um instante até que percebeu que realmente estava sentindo, não era coisa da sua cabeça.

"É ele!" – Exclamou assustando até Finch que olhou para ela confuso, ela se aproximou sentando do seu lado e olhando na mesma direção que ele. A Terra. – "É ele." – A voz de Alaska estava mais saudosa. – "Gordo."

"O quê?" - Foi à vez de Finch ficar surpreso. E olhar com mais concentração a visão que eles tinham, dessa vez mais curioso. – "O seu?"

"Sim. O meu Gordo." – Alaska confirmou com a voz que refletia sua felicidade, fazia tanto tempo que não o sentia. Ela distraidamente ficou mais empolgada por que dessa vez era diferente, estavam dividindo o momento. Melhor! Estavam compartilhando da melhor maneira possível.

Tirou do bolso o maço de cigarros e tirou a pequena margarida para enfiar em meio aos seus cabelos e apoiá-la em sua orelha. Finch já estava pegando seus post it e escrevia palavras em desordem. Ambos se olharam e sorriram, ela ofereceu um cigarro que o Finch Fodão não resistiria. Então passaram a dividir o cigarro enquanto ela, agora emocionada, encostou sua cabeça no ombro dele e tentava esconder as lágrimas finas distraídas que passaram a correr por seu rosto.

Theodore tragou o cigarro como quando não fazia antes, e tentou evitar pensar que graças a ele que insistiu muito, estavam aqui e isso estava acontecendo. Ele cruzou o seu braço com o da sua amiga e a deixou ali desfrutando daquilo com ele, era único. Especial.

Voltou a olhar para a Terra e deu seu melhor sorriso, não só estava alinhado a Plutão e Júpiter, como flutuando.

Estavam v i v e n d o o momento...