Sangue nas Areias do Foguete escrita por Pierre Ro


Capítulo 19
"Vinícius! Sai da estrada!"


Notas iniciais do capítulo

E aí! Chegamos no nosso penúltimo capítulo! AAAAA

Primeiramente, queria me desculpar ao pessoal que comentou no último capítulo e eu demorei para responder. Mas eu realmente não estou podendo fazer isso nos dias de semana. Pelo menos ,não até eu trocar minha internet do celular. Eu tinha programado o capítulo 17.

Nesse capítulo, ainda há bastante coisa para mostrar. Espero muito que gostem!

E esse título aí? O que será que ele quer dizer?

Boa leitura para todos! Até daqui a pouco! :D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/735156/chapter/19

— E então, como está o caso agora? – Perguntou Paula, uma das envolvidas na investigação, enquanto esperavam seu almoço chegar.

— Está indo bem. Só falta a última peça do quebra-cabeça.

— E como podemos achar essa última peça? Levando em consideração que estamos na casa de uma autoridade.

— Não tem problema. Já cuidei disso. – Falou a detetive, olhando o celular. Os rapazes se entreolharam, curiosos – Daniel acabou de confirmar um mandado judicial para a busca e apreensão que faremos naquela casa.

                O almoço acabou por volta das 14 horas. Trinta minutos depois já estavam prontos novamente na casa de praia. Dessa vez, repararam que não haviam mais repórteres por perto. Louise suspirou. Não aguentava mais aquelas pessoas fazendo perguntas.

            Desceram do carro e se dirigiram novamente para o interior da casa, onde notaram a presença de alguns dos alunos e a professora Susana. Miguel estava lá também. Com olheiras. Surpreenderam-se com a chegada dos detetives.

— E aí, como está o caso? – Perguntou a professora.

 – Falta pouco. Mas há, ainda, coisas importantes para se fazer e máscaras para tirar a força! – Respondeu a moça, confiante, seguindo com passos firmes ao segundo andar da mansão.

— E vocês? Como estão? – Foi Vinícius que indagou.

— Bem aflitos, né. Queremos sair logo daqui.

— Creio que isso não vai demorar muito tempo – ele suspirou, e seguiu Louise.

            Chegando lá em cima, Louise reuniu seu pessoal, que consistia nela, Vinícius, e quatro policiais. Estes eram: Daniel, um homem de pele branca, alto e forte; Edson, um rapaz mais jovem, alto e magro; Ulisses, um homem negro e magro; e Paula, uma moça um pouco mais nova que Louise. Todos vestidos com o uniforme da Polícia Civil.

— Seguinte: vamos vasculhar todo o segundo e o terceiro andar. Só vamos sair daqui com alguma pista! Entendido?

— Sim, senhora! – Bradaram, todos.

            Ao abrirem a primeira porta do terceiro andar, viram Rodrigo deitado em sua cama, vestindo apenas uma calça larga e leve, visivelmente incomodado com a intromissão.

— O que é isso? – Perguntou, furioso.

— Temos um mandado judicial para isso, senhor governador. E isso inclui o direito de vasculhar toda a casa a procura de pistas.

— Não podiam bater na porta, pelo menos? Mal-educados! – Reclamou, vestindo uma roupa. Ela deu de ombros – Vou sair daqui! Palhaçada!

            As primeiras duas horas da operação iniciaram sem muito sucesso. Os policiais vasculharam tudo, à procura de algo que pudesse denunciar o culpado ou algum fato sobre o crime, em vão.

— Oi! – Beatriz chegou, sorridente, com uma bandeja na mão, enquanto eles faziam o trabalho – Então, a gente fez um lanchinho aqui e não podíamos esquecer de vocês. Está aqui, fiquem à vontade! – Disse ela, colocando o objeto sobre uma mesa. Tinha uma torta, pedaços de pão, café e queijo.

— Estamos sem fome, querida. Acabamos de almoçar. Não se preocupe! – Louise falou, ironicamente. Aquilo tudo só levantava suas suspeitas.

— Ah, mas se quiserem, está aqui! – Falou e, sem demorar muito, observou tudo o que estavam fazendo no recinto e voltou ao andar de baixo.

            Louise observou aquilo tudo com suspeita.

— Tudo isso para ver o que estamos fazendo aqui? – Daniel, o investigador, indagou-se.

— Ela tem o que esconder. Principalmente o pai dela. – Falou ela – De qualquer forma, não comam isso.

            O tempo foi passando e, quando foram ver, já eram sete horas da noite e nada de relevante foi achado até então.

            Desestimulados, eles desceram ao primeiro andar novamente. Determinados a terminar as ações por aquele dia.

— E agora? O que fazemos? – Perguntou um dos policiais.

— Agora iremos voltar à pousada e dormir. Não há mais o que fazer por agora. Procuramos por todo o lugar.

— Não em todo o lugar – disse uma voz feminina atrás do grupo. Surpresos, viraram-se para a figura de Micaela, que era a única que ainda estava na casa.

— Micaela? O que está fazendo aqui? – Perguntou Vinícius.

— Bem... Alguns saíram para Arraial do Cabo, outros foram para Búzios, mas eu não me sentia muito bem e preferi permanecer aqui. Estava muito aflita com o caso e – fez uma leve pausa – bem, fucei a bolsa da Emily antes de ela ir embora. Ela estava meio aflita com tudo, achei suspeito e não resisti. Enfim, encontrei isso.

            Ela estendeu uma das mãos, que segurava um papel. Louise cerrou as sobrancelhas. Não era um papel qualquer. Era um cheque no valor de 900 mil reais. Ela o pegou e se surpreendeu com aquilo.

— Se for o que estou pensando... Faz todo o sentido!

— Exatamente! – Víni exclamou, animado. – Muito bem, Micaela! Minha irmã não será injustiçada! – Agradeceu, dando um forte abraço nela.

— Então, por hoje é só, gente! Vamos para a pousada agora, pois já está tarde. Isso pode ser uma pista, mas iremos ver amanhã – Todos concordaram.

            Assim como vieram, Daniel, um policial dirigiu o primeiro carro, com os outros policiais, enquanto Louise pegou o seu e foi com Vinícius. Ela ligou o veículo e partiram, animados, para a pousada.

            O percurso até lá não era muito curto. Demorava cerca de vinte minutos para chegarem. O ponto mais crítico era uma serra que deviam seguir. Mas Louise já dirigia fazia anos. Pegava no volante com confiança, deixando os rapazes atrás.

            Como sempre, abriu as janelas e ligou uma canção no seu rádio, para esquecer, pelo menos por alguns instantes, dos seus problemas.

            Respirou fundo e retomou a concentração. Chegava o momento de passar pela serra e precisava redobrar a atenção. Subiu a estrada com cuidado. Na hora da descida, percebeu algo diferente.

            O automóvel simplesmente não reduzia a velocidade, por mais que pisasse no freio.

            “Não pode ser” ela pensou, com os olhos arregalados. Com cuidado, fez a primeira curva em alta velocidade, devido à gravidade.

— Vinícius! – Berrou. O rapaz estava tão assustado quanto. Seus batimentos cardíacos aceleraram demais – O carro está sem freio!

            Uma adrenalina subiu no corpo dos dois. Eram duas vidas em risco altíssimo.

— Louise! Pare isso!

— Não! Víni, no três, você abre o carro e pula! – Ela gritou, assustada.

            Uma nova curva, ainda mais perigosa, surgia a frente deles. Não poderiam escapar dessa vez.

— Um, dois – Contou, sem demorar muito. Mesmo sem entender, eles destrancaram a porta – Três! – Bradou, e abriram. Lançando seus corpos para a rua, rolando em seguida.

            O carro continuou seu rumo. Seguindo seu movimento e caindo no barranco que estava logo a seguir. Ainda deitados na estrada, Louise e Vinícius observaram a tragédia acontecendo, ainda assustados. Depois, ouviram o barulho da queda. Foram cerca de vinte minutos até ele chegar ao chão, quando um tremendo estouro os surpreendeu.

— Vinícius! Sai da estrada! – Berrou ela, recuperando a consciência da gravidade da situação, enquanto fazia a mesma coisa.

            Ele obedeceu. Não conseguia pensar em nada no momento. Apenas correu o mais rápido que podia para perto da detetive, que estava na outra margem.

            Louise olhou para cima, viu o veículo de Daniel vindo, quando instantaneamente se levantou e parou no meio da estrada, estendendo os braços, fazendo sinal para que parasse.

            Ele entendeu o aviso, porém, já era tarde. O automóvel já estava descendo em alta velocidade, sem controle. Desesperada, a moça se jogou novamente para a margem da estrada, aterrorizada com a cena que se seguia.

            Como aconteceu com ela, o carro de Daniel foi em alta velocidade em direção a queda do barranco.

            Habilmente, Ulisses, que estava no banco do carona saltou, e em poucos segundos, Paula e Edson também, executando o rolamento logo em seguida. Rapidamente, os três correram para perto de Louise e Vinícius.

            Assim como aconteceu anteriormente, o veículo caiu no barranco. Bateu em pedras e em mais pedras, girando constantemente. E então, chegou ao solo, não muito distante do primeiro automóvel, e explodiu.

            Um semblante de terror baixou na face dos cinco que lá estavam. Eles se entreolharam, respirando forte.

— Ei! – Exclamou a mulher, que suava – Cadê o Daniel?

— Ele ficou! – Levando a cabeça para trás, Ulisses falou.

— Essa não! Temos que ver como ele está! – Ela disse, correndo para o outro lado da estrada, podendo ver o desastre em seus olhos.

            Colocou as mãos sobre o rosto e deixou uma lágrima cair. Os carros estavam completamente em chamas. De longe, podia ver o braço do rapaz carbonizado.

— Não! – Ela gritava – Não pode ser!

— Ele não conseguiu abrir a porta a tempo. – Disse o outro policial, cabisbaixo.

— Como eu vou conviver com isso? – Ela dizia, voltando seu rosto para trás.

— Calma, Louise. – Vinícius tentava acalmá-la.

— Como calma? Um subordinado meu tão competente... Está morto agora! Isso não podia estar acontecendo!

— Você não podia prever! – Ele falou.

— Claro que não... Mas podia ter evitado se tivesse prendido logo quem fez isso!

— Você está fazendo o melhor! Sabemos disso! – Disse outro agente.

— Mas esse foi o último crime! Não vou tolerar mais nenhum! – Ela afirmou, sacando seu celular do bolso e discando um número. Curiosos, os outros ficaram apenas observando, aflitos, as ações dela – Alô? – Falou, depois de atenderem à ligação dela – Senhora Duncan? Acaba de acontecer uma tragédia aqui. O meu carro e o de Daniel caíram no barranco na Serra, perto da casa do governador – A pessoa da outra linha pareceu se exaltar e fazer perguntas – Estou bem! Estou bem! Então... Estava dirigindo e perdi o controle do carro. E não, eu não estava sob influência de químicos. O problema estava no freio! Tiraram o freio dos dois carros. Eu, Vinícius, Ulisses, Edson e Paula conseguimos pular antes do carro se espatifar no chão e explodir, mas... – fez uma pausa, para conter o choro – Daniel não teve a mesma sorte! Ele nem podia abrir a porta. Mande alguém para cá, por favor!

            A conversa terminou quando ela mandou a localização exata de onde estavam.

            Edson não escondia o choro e a tristeza pela morte de seu amigo e parceiro de trabalho. Dos quatro, ele era o mais amigo de Daniel e vê-lo morrer não foi nada fácil. A reação de Paula não foi muito diferente. A jovem chegava a soluçar em meio ao choro. Ulisses tentava consolar os dois, enquanto também estava emocionalmente abalado.

            A conversa terminou quando ela mandou a localização exata de onde estavam. Louise, então, desligou o celular, levantou a cabeça e limpou as lágrimas. Sentia muita tristeza e culpa pelo acontecimento. Porém, era a líder daquele grupo. Não podia ser vista como frágil. Pelo contrário, era ela quem devia usar a razão e reerguer a esperança e a força de cada um. Era esse o seu trabalho e, por isso, amava o que fazia.

            Vinícius, apesar de não ter conhecido direito o rapaz, ainda estava em estado de choque com sua morte e chorava em silêncio.

— Ei! – Ela bradou, chamando a atenção de todos para as suas palavras – Vamos sair daqui. Sei que é difícil raciocinar em uma situação como essa, mas sejam firmes em honra e memória ao Daniel! Seguiremos em frente! Há um assassino entre aquelas pessoas, que será pego!

            Ao terminar sua fala, o choro cessou, por alguns instantes. E então, os quatro subiram novamente, cuidadosamente, pela serra para chegar em uma parte mais urbana. Passando sempre pelos cantos, para não serem pegos pelos outros carros que, vez ou outra, passavam.

            Dez minutos depois, chegaram em uma vila, onde adentraram e puderam ficar mais aliviados.

— E agora? O que fazemos? – Ulisses perguntou.

— Agora, a gente termina tudo.

— Como assim?

— Faça o seguinte: ligue para o delegado Gilberto. Mande-o preparar tudo pois o assassinato de Alice Ferreira será resolvido amanhã.

— Mas você já sabe o que aconteceu? – Vinícius perguntou, arqueando as sobrancelhas.

— Quer prova maior que essa? Primeiramente, os cheques. É claro que aquilo tem a ver com os crimes. Agora, essa tentativa de homicídio a todos nós! Agora, ligue ao que a Emily nos disse hoje, pela manhã! Já encontramos nossa última peça, Víni! – Informou, levantando a cabeça e observando as estrelas.

— Realmente!

— Continuando... – Fez uma pausa, lembrando do que falava anteriormente – Ulisses, fale para ele trazer toda a equipe do julgamento. E Víni, eu e você vamos falar com cada suspeito que temos. Quero, amanhã, às oito e trinta, todos na casa de praia, onde vai terminar a onda de crimes que começou desde o início da carreira política de Rodrigo Drummond. Todos saberão com quantas pessoas embriagadas são necessárias para cometer um crime e sumir com todas as provas. Quero dizer... Quase todas.

            Após ter chamado a polícia, Louise Ferguson recebeu uma carona para a pousada. Disse tudo o que aconteceu para as autoridades. À meia noite, permitiu seus subordinados a dormirem. À uma da manhã, permitiu-se fazer o mesmo, depois das entrevistas.

De qualquer forma, aquela noite foi quase passada em claro. Sua mente não parava de pensar em cada palavra que usaria naquele dia para acusar o culpado do assassinato de Alice Ferreira, e explicar os acontecimentos que ocorreram sucessivamente. Além disso, ela não tirava da cabeça o desejo insano de colocar Rodrigo Drummond na cadeia. Por tudo o que fez.

            Com dificuldade, conseguiu dormir por três horas. Acordou às seis horas e foi direto tomar um banho. Em seguida, tomou seu café da manhã preparado pelos funcionários da pousada. Os policiais e Vinícius estavam acordados, conversando sobre os acontecimentos.

— Bom dia! – Ulisses a cumprimentou, e ela respondeu da mesma forma.

            A cena de Daniel morrendo voltou em sua cabeça, abalando-a. Suspirou. Levantou a cabeça e seguiu em frente, como se nada tivesse acontecido.

            Às sete e trinta, duas viaturas policiais estavam em frente a pousada para leva-los até a mansão. Percorreram o caminho sem dizer uma palavra. Às oito horas, chegaram ao destino.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí?Ficaram surpresos?

Essa foi uma das poucas cenas de ação da fic, eu sei. Gosto de escrever esse gênero, mas faz tanto tempo que não faço, que não sei como ficou. Pelo menos, para mim, ficou bom. Mas podem dizer suas opiniões! Até dizer que foi uma porcaria kkkkk'.

Enfim, esse é o penúltimo capítulo! No próximo, haverá a revelação de TODO O MISTÉRIO. Sim, então se estavam esperando um momento para divulgar suas teorias, diga agora ou se cale para sempre! Hahaha.

Estou ansioso para saber se conseguiram ou não acertar o(s) assassino(s)!

Digam também o que acharam do capítulo em si! Gostaram? Detestaram? Fiquem à vontade para apontar os erros! :)

Até a próxima! o/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sangue nas Areias do Foguete" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.