Moonlight escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 21
Capítulo 52


Notas iniciais do capítulo

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27 de dezembro de 2007

Eu estava tomando meu café-da-manhã quando de repente Emmett apareceu na cozinha. Eu não fiquei assustada, mas digamos que foi uma surpresa para a qual eu não estava pronta. Esme é claro não se surpreendeu com a chegada inesperada do filho do meio. Em todos os sentidos Emmett é o filho do meio, tanto do ponto de vista por idade quanto por agregamento à família.

Eu estava totalmente distraída com meus pensamentos sobre o sonho estranho que tive noite passada... e levo um susto ao perceber a sua aproximação. Então ele pede desculpas ao me ver quase me afogar com o chocolate quente que eu estava bebendo:

— Me desculpe, irmã. Eu não tenho jeito com essas coisas e eu não sei como fazer isso... Todos estão contando suas histórias para você... Você gostaria de saber a minha também?

— Oh Emmett para isso não precisava assustar ela! – diz Esme zangada, mas ao mesmo tempo carinhosa com o filho grandalhão.

— Me desculpe mãe. E então Carol?

— Eu.... er... – estava mastigando um naco de pão e eu me lembrei que é feio falar de boca cheia antes que mamãe me lançasse um olhar de desaprovação. Engulo e digo. - Claro que sim Em.

Ele senta numa cadeira na cozinha e espera pacientemente enquanto eu termino a refeição.

...XXX...

 

Dez minutos depois:

— Pode contar Em – digo limpando a boca com um guardanapo.

— Eu nasci em 1915 em Gatlinburg no Tennessee.

Aceno afirmativamente demonstrando que até aí eu sei.

— Em 1935 pouco antes do meu vigésimo aniversário eu saí para caçar quando fui pego por um urso. Eu iria morrer por causa do ataque do animal, eu já estava zonzo quando ouvi outro barulho. Parecia que outro urso lutava com o primeiro para ver qual deles iria conseguir ficar com meu cadáver. Logo a luta terminou e o outro ‘animal’ veio me pegar. Que Rosalie não me ouça...

‘Ela não era um outro urso como eu imaginei, era Rosalie. Eu estava tão delirante que pensei que ela fosse um anjo que me conduziria até Deus. Ela me levou até Carlisle o que me fez ter ainda mais certeza. Mas ele não era como eu pensava que Deus fosse: Deus para mim era velho, não que Carlisle não seja e que Deus não pudesse ser jovem, mas, você entende o que eu quero dizer? - ele me olha e eu aceno que entendo.

'Tive absoluta certeza de que eu estava no céu, mas não era verdade... Ele foi tão bondoso comigo como eu só posso imaginar que Deus é assim – nisso eu concordo com meu irmão. Com Carlisle eu conheci como Deus é, ou imagino que seja, como eu jamais conheci através de meu ex-pai.

‘Ele me examinou e viu que não havia o que fazer a não ser me morder. Rosalie pediu para que Carlisle me transformasse, pois ela não se sentia segura para fazê-lo e não queria correr o risco de me perder. Ela poderia ter feito ainda lá na floresta se pensasse que ela conseguiria e nem precisaria ter me levado até o pai - Emmett abaixa a voz em geral estrondosa como um trovão de maneira incrível a um tom pouco mais alto do que um sussurro- que ela não me ouça agora, pois ela não gosta que me refira a Carlisle assim dessa maneira, mas ele é nosso pai em certo sentido, ele nos criou a ambos...

‘E foi assim que eu entrei para a família também. Pouco tempo depois de acordar para essa nova vida eu e Rose nos casamos pela primeira vez. Já nos casamos umas cinquenta vezes, mas eu não me incomodo; se isso faz a minha macaquinha feliz eu também fico.'

— Que historia emocionante a sua brother!

— Você gostou mesmo irmã?

— Sim, é verdade. Ao menos não sou a única que considera papai um anjo. Ou quase isso. Um santo, como todo cristão deve ser.

— Ah, sim. Mas eu estava delirando... Porém hoje que eu sei a verdade o que nós somos realmente, acho que não é muito diferente. Ele é mesmo assim bom como nenhum vampiro seria. Ele é incrível! – Emmett parece entusiasmado e percebo que ele também é fã de papai, assim como eu e Esme. Acho que todos nós somos, pois se não fôssemos não estaríamos com ele. Nós escolhemos segui-lo porque ele é um líder que merece ser seguido. (Como os apóstolos e discípulos seguiam Jesus.) Ele é cativante e justo. Talvez até mesmo Rosalie o admire bem no fundo.

— Até eu considero seu pai incrível – diz Esme que ouvia a história do filho em silêncio do meu lado como se nunca antes tivesse escutado, mas ela sabe de cor.

— Agora quem mais falta é o Edward - comento.

— Eu o quê? – ele diz chegando na cozinha sempre acompanhado por Bella. Claro que ele já sabe, mas finge surpresa.

Os dois até parecem grudados. Bom, eles ainda são recém-casados e estão praticamente em lua de mel ainda, então tudo bem viverem assim. Se bem que mamãe e papai parecem assim sempre e eles se casaram há quase cem anos. É tão lindo de ver a maneira como eles se entreolham.

Solto um suspiro, mais forte do que eu pretendia.

— Emmett e Rosalie demoraram uma década para que pudéssemos ficar perto deles – diz meu irmão em resposta ao meu pensamento. – Quanto a mim e minha esposa e nossa mãe e nosso pai, bem, não vamos ficar ‘grudados’ para sempre. Não fisicamente, mas a separação é sempre dolorosa para nós, pois nossos parceiros são parte de nós.

— Ai Edward, que lindo! – Bella fica encantada com a declaração do marido e lhe dá um beijo.

Eu desvio o olhar e viro para mamãe.

— Mãe, é difícil para você quando papai vai trabalhar?

— No começo era mais filha. Hoje eu me acostumei e sei que ele vai voltar para casa depois. Não precisamos dormir então ficamos mais tempo juntos do que se fôssemos humanos. Não tudo que poderíamos é claro, mas ainda assim é o bastante. Jamais pediria para Carlisle escolher entre mim e o trabalho. Eu amo meu marido exatamente por isso e além do mais foi num hospital que nos conhecemos...

Carlisle chega por trás e agarra a cintura da esposa e lhe beija o topo da cabeça. Esme vira de frente para ele e os dois se beijam. Esse beijo eu não desvio os olhos e fico assistindo maravilhada.

Edward pigarreia para chamar minha atenção para si e quando viro minha cabeça ele diz:

— Eu nasci em 1901 em Chicago, Illinois e Carlisle me encontrou morrendo de gripe espanhola no hospital em que ele trabalhava dezessete anos depois, no verão de 1918. Isto é em Junho ou Julho. 

— O que você queria ser Edward? Você tinha algum sonho antes de se tornar vampiro como todo mundo tem, certo? - eu questiono.

— Sim. Ser vampiro não era o meu, digamos, objetivo primário, como o seu parece ser. Mas eu não julgo sua vontade, eu compreendo seus motivos e se eu tivesse uma vida como você teve provavelmente eu também iria querer o mesmo. Como não desejar o melhor depois de ter o pior? Como não se agarrar à chance que a vida lhe dá para ser feliz mesmo sendo vampira?

Oh, fico tão comovida com a compreensão dele! Mas é claro que ele me entende muito mais do que os outros porque ele tem uma visão privilegiada da minha mente e sabe das razões para minha escolha e eu não deveria ficar tão surpresa. Mas mesmo assim é fabuloso!

Isso também é devido em grande parte a ele ter começado a se aceitar mais depois que conheceu a esposa e tiveram uma filha. Agora ele não se percebe como um monstro sugador de vida e sem alma e pode compreender qual a motivação para eu querer me tornar uma vampira. Edward era contra a vontade de Bella se tornar vampira porque pensava que estava condenado e não queria condená-la ao mesmo destino que ele roubando sua alma.

Mas eu nunca pensei que os Cullen estão condenados ao inferno, nem penso que o inferno é real; mas nem por isso podemos ser livres para praticar o mal. O inferno pode não ser um lugar específico, mas isso não quer dizer que algum tipo de punição não exista para quem faz o mal.

Para mim eles têm alma sim, e por terem escolhido serem bons têm algum crédito com Deus. Assim como os seres humanos podem escolher praticar o bem ou o mal os vampiros podem escolher o que fazer com seu tempo estendido e depois todos nós, vampiros e humanos, seremos julgados pelo que fizemos. Maior tempo, maior rigor da sentença e maior a responsabilidade, eu acho.

Eu acredito no juízo, uma punição ou recompensa de acordo com nossos atos.

— Mas você não queria ser algo como médico ou policial?

— Eu sonhava em entrar para o exército, mas minha mãe é claro que não aprovava essa ideia... – compreendo que ele não está falando de Esme, mas da sua mãe humana, Elizabeth.

Por coincidência é o nome da minha mãe também! Que mundo pequeno, e isso que as duas são separadas tanto no tempo quanto no espaço! Mas as duas tem os nomes por causa da rainha Elizabeth. A mãe de Edward por causa da primeira e a minha talvez por causa da segunda.

— Durante os últimos anos da minha vida, você sabe que estava ocorrendo a Primeira Guerra e eu ficava fascinado quando via os soldados. Queria crescer logo para poder lutar também. Naquela época eu tinha uma visão totalmente diferente da guerra que tenho hoje, parecia algo bom, não como eu sei que é na realidade. Uma guerra é triste para os dois lados. Ninguém vence, não completamente, ambos os exércitos sofrem baixas e isso sem falar na morte de civis e na destruição dos países envolvidos... Eu sei que é assim que você pensa, mas eu não tinha a sua maturidade quando tinha 16 anos, tente entender.

— Não é fácil, eu não entendo a guerra. Não tem sentido para mim. Ainda bem que eu nasci no final do século XX e mulher. Não queria me alistar de jeito nenhum. Nem exército, nem marinha, nem aeronáutica.

Edward sorri de uma forma triste, mas demonstra que pode me entender e compreende minha incapacidade de entender seu ponto de vista. Eu me esforço, mas a guerra é algo inconcebível para mim. É irracional pessoas matando pessoas. Aqueles cujos pensamentos originaram o confronto nem estão lutando no campo de batalha como antigamente os reis medievais e antes dessa época lutavam com seus exércitos.

— Você nasceu em um tempo e país relativamente pacíficos, sei que é difícil imaginar como eu percebia. De certa forma todos nós fomos afetados pela Primeira Guerra. Esme teve o ex-marido na batalha – mamãe subitamente levanta a cabeça ao ouvir a menção como se estivesse distraída. Ela queria que Charles tivesse morrido lá, mas não morreu. ‘Vaso ruim não quebra’ e ele voltou ainda pior e depois eu sei da história...- e eu queria participar, mas minha mãe rezava para que terminasse antes que eu pudesse ir para a Europa. Mas o destino tinha outro plano para mim...

‘E eu acabei adoecendo. Eu estava prestes a morrer quando Carlisle, atendendo a um pedido da minha mãe, me salvou como ela pediu em seu delírio, pois sabia de alguma forma que ele era mais do que um simples médico. Ele nem precisava ter atendido, mas claro que Carlisle iria atender ao pedido de uma moribunda porque ele é tão bondoso. Não sei se ela sabia mesmo ou era só um devaneio, mas eu aqui estou e não tenho do que reclamar, pois Esme e Carlisle são os melhores pais que eu poderia ter.'

— Obrigada querido – diz Esme. – Você sabe que nos esforçamos, mas não queremos substituir os pais de vocês.

— Concordo plenamente, Ed - eu quase grito esfuziante.

— Nossos pais sabem que você os ama Carol, não precisa reafirmar – diz Edward para mim como repreensão delicada.

Mas eu sinto a necessidade de deixar claro, sem espaço para dúvida.

— Eu não tenho vergonha deles e não me canso de repetir - reafirmo.

— Nós te amamos querida – diz Carlisle.

Sorrio para eles e eles me sorriem. De repente viro o rosto e encaro Bella – acho que fiz besteira e foi muito atrevimento da minha parte, mas ela não pareceu ficar zangada:

— Bella...

— Sim, Carol?

— Eu gostaria de saber como você e Edward se conheceram. Saber do seu ponto de vista.

...XXX...


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