Moonlight escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 14
Capítulo 45: Cicatriz parte 1


Notas iniciais do capítulo

~~ aqui está o capitulo que vc me sugeriu sinistra. espero que goste o:)



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14 de dezembro de 2007

Depois de tomar meu café-da-manhã como faço todos os dias vou me sentar no sofá da sala e assistir TV. Ligo a televisão para ver o noticiário das oito horas. Todos da minha nova família saíram para caçar, eu consegui convencer mamãe a ir também. Esme queria ficar, mas eu consegui que ela também fosse explicando que não havia perigo de Rosalie me atacar de novo. Ela saberia se a filha mais velha se distanciasse do grupo e viesse atrás de mim para terminar o que começou. Sinto até um arrepio ao lembrar disso.

A casa toda estava só para mim, não vou negar que parecia um pouco sinistra assim vazia, mas eu nunca tive problemas quanto a isso quando meus pais humanos saiam com meus irmãos mais novos e me deixavam em casa. Geralmente eles esperavam que eu varresse e passasse pano, e como uma boa filha era isso mesmo que eu fazia. Eu ligava o rádio e limpava ouvindo música, assim não era fastidioso fazer isso. Eu cumpria meu dever de uma forma prazerosa e agradável para mim, não me sentia fazendo uma coisa que era obrigada, mas fazia no fim das contas e é isso que importava.

Não seria agora que eu iria me incomodar por ter ficado sozinha em casa. Se bem que eu não estou na minha casa, não exatamente. Faz duas semanas que cheguei e ainda não me acostumei tanto para me sentir tão à vontade quanto minha irmã Rosalie pensa que eu estou. Claro que além do fato dessa ser uma casa de vampiros, tem um bando de ‘lobisomens’ no quintal e isso seria apavorante se você for parar para pensar. Os Quileutes não me fariam mal nenhum porque eles protegem os humanos e eu ainda sou humana, ou será que fariam? Parece que eu sou corajosa e destemida, mas na verdade eu sou uma covarde.

Me estico no sofá preguiçosamente e levanto as minhas calças até o joelho por causa do calor incomum para essa época do ano, um dia de inverno como hoje. Acho que uma onda de calor resolveu aparecer... Eu não havia percebido que não estava mais sozinha e fiquei ruborizada ao ver Jacob e Renesmee entrando na casa.

— Oi tia Carol – me cumprimenta minha sobrinha completamente alheia ao meu constrangimento.

Sou tão pudica ou eu tenho tanto medo de homens que fico sem jeito até de mostrar meu joelho. Ele não deveria ter visto a minha pele. Se bem que pensando bem Jacob não é propriamente um homem. Ele parece, mas é ainda um garoto apenas um pouco mais velho do que eu. E ele nem é humano ainda por cima, então não conta como homem exatamente.

— Oi – digo assustada e cobrindo minha perna o mais rápido que posso.

— Onde está todo mundo?

— Foram caçar – eu respondo.

Eu cobri a minha perna um pouco tarde demais e Jacob já tinha visto a cicatriz que ficou mesmo depois de Carlisle ter costurado – mas ainda bem que vai sumir quando eu for transformada-, Jacob vem até mim mais rápido do que eu poderia imaginar que ele fosse capaz e aperta meu braço tão forte que chega a doer:

— Ai Jacob, você está me machucando!

— Jakey! Jake! – Renesmee grita tão apavorada quanto eu.

Ela nunca o viu desse jeito e não sabe o que fazer. Ela está desesperada. Eu por minha vez sei que se Jacob se transformar agora vai me machucar muito, talvez até me matar. Que ótimo! Não havia perigo com Rose, mas ninguém imaginava que Jacob fosse aparecer. Ele está furioso e a culpa é minha por ter feito inimizade com ele. Fui idiota, ele é um lobisomem e eu sou apenas humana ainda. Não deveria ter cometido tamanha imprudência. Burra! Burra! Burra! Como eu fui burra. Se eu morrer eu mereço, fui idiota.

Eu vou morrer e não posso fazer nada. Ninguém pode me salvar agora. Idiota! Sou tão idiota! Imbecil! Anencéfala! Espero que Esme me perdoe. Que ela possa me perdoar e perdoar a si mesma. Eu insisti para ela ir caçar, a culpa é minha. Nada disso é culpa dela. A culpa é toda minha. “Mamãe me perdoe”, penso e fecho os olhos como a covarde que sou não quero ver a minha morte. Não tenho coragem de encarar a Morte.

Agora eu percebo o que ele poderia ter feito comigo naquele dia em que eu fui petulante e o desafiei dizendo que eu queria ser uma vampira não importa o que ele pensava. Mas naquele dia ele se conteve por que sabia que estaria em desvantagem pois todos iriam me defender. Exceto Rosalie, é claro. Porém agora não há ninguém para me proteger a não ser uma hibrida, se ele quiser me matar não será difícil. Sei como nós humanos somos frágeis comparados aos seres sobrenaturais. Mas eu não pediria para Renesmee machucar seu namorado e nem gostaria que ela acabasse ferida por tentar me ajudar. Ela é só um bebê ainda...

Jacob não seria tão covarde de me matar agora, seria? Além do mais ele estaria cometendo um crime se me matasse. Tanto de acordo com a lei humana quanto segundo as leis da tribo dele. (Soube mais tarde que ele também fez algo parecido com Bella quando ela disse que teria uma lua-de-mel de verdade com meu irmão Edward. Então não foi a primeira vez que ele perdeu o controle, ele já fez isso antes. Ele não é muito paciente, tem pavio-curto, como meu pai humano.)

Leah, Seth, Quil e Embry vem ver o que está acontecendo atraídos pelos gritos de minha sobrinha. Eu abro os olhos ao ouvir passos que se aproximavam pensando que pudesse ser minha família, mas claro que se fosse eles não fariam barulho ao andar. Leva apenas uma fração de segundo para eles entenderem:

— Jake, irmão, solte-a – diz Quil. – Você não quer machucá-la.

— Ai que fedor! – comenta Leah.

O quê? Ela entrou porque quis, ninguém a trouxe, reviro os olhos mentalmente. Eu ouvi que os vampiros têm um cheiro ruim para os Quileutes e eles também tem um cheiro desagradável para os vampiros.

— Deixem Jacob matá-la, não se incomodem. Será uma sanguessuga a menos.

Ouvi essa referência nada amistosa na boca de Jacob, mas parece que Leah aprendeu direitinho e o insulto fica ainda mais ofensivo na voz estridente dela.

— Não! É contra a lei da tribo matar uma pessoa, Leah – repreende Quil. – Você deveria saber disso melhor do que ninguém.

— Leah! – Seth repreende a irmã.

Ela ignora o irmão caçula  (o olha como se dizendo que ele é o mais novo e não deve lhe dizer o que fazer) e continua:

— Aproveite enquanto ela ainda é humana, Jake.

— Cala a boca, Leah! – diz Embry exasperado. – Você não está ajudando.

— E quem disse que eu quero ajudar? Ajudo só se for a matá-la.

Ah? Eu sou apenas humana ele precisaria de ajuda para me matar? Acho que não - me surpreende minha análise fria do momento, como se não estivesse falando sobre mim. Mas Leah é bem covarde o suficiente para propor isso. Não pensei que ela fosse tão cruel, pensei que Bella estivesse exagerando.

— Leah, você nem parece Quileute. – diz Quil. – Nós NÃO matamos pesoas, pelo contrário preservamos a vida humana.

— Então se é assim, sai daqui, mana – diz Seth. - É o melhor que você faz.

— É o que eu vou fazer. E torço para que Jacob mate-a – ela diz se virando para a porta.

— Sai Leah, por favor – diz Renesmee que finalmente consegue falar, pois estava tão atônita que não sabia o que dizer. – Não deixem Jake matar minha tia – ela implora olhando para os rapazes.

“Não chore por mim Renesmee”, eu penso. “Não fique triste. Você precisa ficar bem para confortar Esme por mim. Ela não vai ficar bem, eu sei. Cuide dela por mim, querida.”

— Jake – chama mais uma vez Quil. – Jake, você não quer macucá-la. Jake, me escute. – imagino como é difícil chamar o alfa. O chefe dificilmente aceita alguma ordem de alguém. Mesmo que seja para o bem. Ele não recebe ordens, ele dá ordens.

Jacob solta meu braço de repente que já estava dormente e cai ao lado de meu corpo, inerte. O fluxo de sangue passando por onde ele comprimia com seus dedos é quase tão insuportável que me faz gritar:

— Ahhhhh – ainda bem que ele apertou o outro braço, não o mesmo que Rosalie machucou duas semanas atrás. Se fosse, sei lá, iria talvez abrir o machucado de novo.

— Tudo bem tia, está tudo bem agora – diz Renesmee olhando para mim com seu olhos cor de chocolate úmidos por causa das lágrimas e me ajuda a sentar no sofá.

Ela olha para cima:

— O que foi isso Jakey? – ela pergunta voltando-se para ele.

— Eu é que quero saber quem fez isso com você, Caroline – ele diz o meu nome vagarosamente, como se estivesse com receio de dizer errado. Ele certamente já ouviu meus pais me chamarem e não poderia errar.

Respondo ainda confusa com o que aconteceu:

— Meu pai... humano – acrescento a palavra humano, porque ele pode entender errado se eu disser apenas pai, ele poderia pensar que foi Carlisle. Embora ele jamais seria capaz de me machucar, ele poderia eu sei, mas muito pelo contrário, papai me ajudou. Meu pai humano eu chamo de pai, mas ele não é meu pai. Um pai não faz isso com um filho.

Então Jacob não está bravo comigo?! Mas porque ele fez isso comigo então?

— Você não precisava ter feito isso com minha tia, Jake! – diz Renesmee em tom de reprovação. – Poderia ter perguntado. Você nos assustou.

Ele sabe, pois pode ouvir meu coração e o de minha sobrinha.

— Desculpe, Caroline – ele pediu para mim, mas olhou para Renesmee também como se pedisse para ela também. Ela acenou que o perdoava.

Ele diz com a voz tão arrependida e parece sincero, então eu não posso deixar de desculpá-lo:

— Tudo bem agora, Jacob.

...XXX...


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Notas finais do capítulo

pudica significa com pudor. casta. recatada.
—eu sabia que teriam dificuldade em entender; é um termo antigo pouco frequente hoje em dia.



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