Moonlight escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 12
Capítulo 43 - Os Denali


Notas iniciais do capítulo

~~ a Kelly é um personagem original que eu inventei



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Capítulo 43

12 de dezembro de 2007

Alice senta ao meu lado no sofá da sala enquanto eu assisto TV. Ela se aproxima de uma forma cautelosa de modo que eu saiba que ela está chegando e não me assuste:

— Amanhã teremos visitas - ela me avisa.

Subitamente desvio os olhos da tela e ela tem toda a minha atenção. Alice é a que dentre os irmãos me aceitou mais abertamente, embora isso não afete de maneira nenhuma o fato de ela e Bella serem melhores amigas. Bella e Edward também me aceitaram bem e incrivelmente até Emmett e Jasper também. Mas Alice é diferente, talvez porque ela já me conhecia há muito tempo antes dos outros e de eu ter colocado os pés nos EUA.

— Quem vem? – pergunto imaginando quem poderia ser.

Se for os Volturi estou morta, não sei se Bella usará seu escudo para me proteger. Talvez sim porque agora eu estou com Esme e Carlisle e sou parte da família. Fico nervosa só de imaginar isso! Mas ela teria visto isso com mais antecedência, não?

[Mas se fossem eles Alice não estaria tão tranquila, na hora eu nem me toquei disso.]

Fico tão nervosa que quase perco os sentidos e olho para minha irmã, mas Alice não parece preocupada, então não devo me alarmar.

— Não se preocupe irmã, são nossos primos que moram no Alaska.

— Os Denali? – Alice não os chamou Denali porque não sabia se eu já tinha ouvido sobre eles.

— Sim. Você não está nervosa por conhecer outros vampiros?

— Mamãe disse que eles são como nós, então não preciso me preocupar. Ficaria inquieta se fosse algum vampiro não vegetariano ou os Volturi.

— Então se está tudo bem, ok. – a voz de Alice pareceu tremer um pouco com a minha menção casual aos vampiros italianos e se levanta. – Eles só vêm nos visitar, pois já faz quase um ano que não nos vemos. Embora isso não importaria muito se não tivéssemos quase sido dizimados ano passado... Eles querem ver se estamos bem e assim nós também veremos como eles estão.

...XXX...

 

13 de dezembro de 2007

No dia seguinte eu estava na cozinha quando de repente ouvi uma saudação entusiasmada:

— Eleazar, meu amigo! – disse papai esfuziante.

Não me lembro de ter ouvido a campainha. Talvez eles nem precisaram tocar o alarme, pois os Cullen já sabiam que os primos estavam chegando àquela hora. Só eu que não sabia bem certo a hora, mas sabia que seria pela manhã e estava terminando minha refeição matinal.

— Carlisle, quanto tempo! – cumprimentou Eleazar. Suponho que tenha sido ele porque eu não o vi.

— Carmen, como vai? – pergunta Esme. As duas parecem ser boas amigas.

— Eu estou bem, todos nós estamos ótimos.

— Que bom – diz mamãe, obviamente ela estava preocupada se os Volturi tivessem ido atrás deles.

Seria uma covardia, pois eles estariam desprotegidos sem o escudo de Bella. Por um instante Esme lembrou de contactar todos os amigos que testemunharam para ver se estavam bem. Os Volturi não fariam mal a ninguém porque isso prejudicaria sua reputação, a qual eles zelam por manter. Mas de qualquer forma é bom verificar.

— E os outros? – pergunta Carlisle aflito.

— Já estão chegando - responde Eleazar.

— Temos uma surpresa- Carmem não se aguenta e recebeu um olhar de censura do marido.

— Surpresa? – interrogam Esme e Carlisle em uníssono.

— Eu não deveria falar, mas temos uma nova integrante na família – diz Carmen lentamente caso o marido queira impedi-la, mas ele não esboçou nenhuma reação.

— Olá Carlisle – cumprimenta outra voz feminina que acabara de chegar.

— Oi Tanya.

— Oi Esme.

— Oi querida.

— E Kate e Garrett? – pergunta papai.

— Já devem estar chegando trazendo a filha, eu vim na frente e os deixei há dois quilômetros – responde Tanya.

— Filha? – papai questiona olhando para Esme. Eles pensam em me apresentar também. É claro que nossos primos já devem ter sentido o cheiro de uma humana, mas não disseram nada. Muito educadamente com certeza.

Ou talvez não é incomum encontrar a casa dos primos com algum cheiro humano pois Charlie e outras pessoas também vem aqui. Os Cullen não vivem afastados das pessoas como os Denali preferem. Apesar deles morarem  mais afastados da cidade, não exatamente no centro, não é porque não querem se misturar não teriam nenhum problema com isso. É porque fica mais fácil para caçar, apenas por esse motivo. Comodidade, assim eles podem sair de casa e logo entrar na floresta.

[Todas as nossas casas nas várias cidades ficam mais afastadas do centro e perto da vegetação.]

— Kelly é incrível. Claro, isso Eleazar sabia que ela seria. Foi por isso que a escolhemos também.

Se Kate e Garrett trouxeram a filha é porque ela já é capaz de se controlar. Talvez isso seja alguma capacidade que as pessoas que tem o dom de escudo como vampiras possuem. Bella também era assim, me disseram que ela era incrível como recém-criada parecia ter anos de idade não apenas horas.

— Quantos anos ela tem? – pergunta Esme triste pela garota.

— Ela tem catorze ou quinze, o aniversário dela estava bem próximo quando Kate a mudou.

— É claro, seria difícil para Garrett que começou há pouco tempo a viver como nós – diz Carlisle compreendendo. – Nós também temos uma surpresa, alguém especial: Caroline pode vir aqui?

Assim que ouço o chamado de papai fico ansiosa, mas Jasper logo vem me acalmar. Levanto da cadeira e vou até a sala onde já estão todos a minha espera. Eu fico muito consciente do ferimento em meu braço, pois o sangue começa a latejar ali debaixo da sutura que papai fez. Será que eles não irão se incomodar? E se for difícil para eles e se acontecer alguma coisa? Não vou desgrudar de meus pais um segundo.

Carlisle diz com a voz transbordando de orgulho. Parece que eu sou mais querida do que imaginava:

— Esta é a nossa filha mais nova, Caroline.

— Ela ainda é humana – diz Carmen simplesmente sem nenhuma inflexão na voz.

— Sim, eu vou transformá-la nesse ano quando ela estiver quase se formando no ensino médio – explica Esme. Kate obviamente não se importou com isso quando converteu sua filha.

Caminho lentamente para o lado de minha mãe.

— Tudo bem, filha. Eles são nossos primos, não há do que ter medo.

Olho para Esme depois para Carlisle.

— Oi primos – digo dessa vez olhando para a mulher morena em frente a mim, poucos metros nos separam e se ela quisesse fazer alguma coisa... Mas o cumprimento se estende a todos eles.

Talvez tenha sido muita ousadia minha chamá-los de primos enquanto ainda sou mortal. Eles vão ficar zangados comigo. O homem moreno ao lado da mulher fica me olhando de uma forma inquisitiva pouco confortável.

— Eleazar, querido! – chama Carmen nos braços dele.

Entram e se acomodam no sofá.

Eu fico no colo de mamãe, sei que sou grande e pesada para sentar no colo dela, mas ela não é uma mãe humana comum e para ela isso não é nada. Papai está sentado ao nosso lado. Sentada sobre as pernas de Esme eu me sinto como se estivesse sentada em um banco de pedra sobre um travesseiro, mamãe fez questão de colocar o estofado para diminuir o contato de sua pele fria com meu corpo quente.

— E então porque transformaram esta jovem? – Carlisle indica Kelly sentada no colo de Kate como eu estou no colo de Esme.

— Pode me chamar de Kelly, Sr. Cullen.

— Somos primos Kelly. Pode me chamar apenas de Carlisle.

Pela reação dela fica obvio que Kate já havia dito isso, mas ela não atendeu a mãe e preferiu ser educada primeiro. Mal não faria então não custava dizer.

— Tudo bem, Carlaio. Disse certo?

— Teremos tempo para nos conhecer melhor e aperfeiçoar isso.

— Quantos anos você tem, querida? – pergunta Esme.

— Eu tenho catorze, quase quinze. Mas tenho menos de um ano nessa nova vida.

— Oh! – mamãe fica consternada.

Isso significa que não vou me aproximar de Kelly ainda. Ano que vem eu serei recém-criada e ela terá que ficar longe, então só iremos nos cumprimentar daqui a dois anos.

— E a Carol tem quantos anos? Posso chamá-la assim não posso? – questiona Kate.

— Claro que pode. Dezesseis e faz dezessete no final desse ano – responde Esme, sem que eu possa dizer algo.

— Mas mamãe prometeu me transformar antes que eu complete 17 – consigo dizer aproveitando uma brecha logo depois que ela terminou de falar.

— Ela é muito parecida com você Esme – comenta Carmen. – Fisicamente e na personalidade também.

Esme sorri de forma orgulhosa, parece que ela explodiria se possível fosse de tanto orgulho.

— Isso é verdade. Eu faço aniversário dia 16 e ela faz dia 21 de outubro.

— Que bom!

— Mas o que Kelly pode fazer? Vocês disseram algo antes... – pede Carlisle olhando para Eleazar.

— Ela pode fazer uma espécie de escudo também, como a Bella. Porém ela tem que nos dar as mãos e todos que estão com ela ficam protegidos.

— Que bom que vocês estão bem – suspira Esme aliviada, é claro que ela se sente mal que tenha sido preciso transformar outra criança para isso. – Fiquei preocupada que os Volturi pudessem ir atrás de vocês.

— Eu veria isso mãe e avisaria Bella – diz Alice, aparecendo no outro sofá acompanhada por Jasper.

— É claro que eu iria protegê-los, Esme – diz Bella surgindo ao lado de Edward no canto da sala atrás de Alice e Jasper. Os sofás acabaram e não tem mais onde eles sentarem, mas nós nem precisaríamos sentar.

Quer dizer, os vampiros não precisariam, apenas eu, Renesmee e Jacob. Por falar neles... Ela senta no banco em frente ao piano e ele coloca a mão em seu ombro.

Coragem do Jacob vir assim num lugar cheio de vampiros, mas não é coragem apenas. Ele fica ao lado de Renesmee onde quer que ela vá, ele a protege. Nesse caso não seria necessário, ela não corre perigo nenhum, mas ele vem também apenas para se assegurar.

Rosalie e Emmett também vêm pra sala e ficam mais perto dos Denali do outro lado do cômodo, o mais longe de mim possível. Será que é isso mesmo? Ou eles estão do outro lado da casa e só entraram na sala por onde podiam? Claro que eles podiam ter dado a volta e vindo para cá, mas não vieram. Ela quer distância de mim? É ridículo pensar que eu sou a causa disso, mas não posso evitar.

Eleazar continua dizendo:

— Vocês dois também fizeram uma boa escolha primos – Esme e Carlisle olham sem entender.

— Novamente sem querer, ao que parece - ele acrescenta ao ver os dois confusos.

— Eleazar, não estou entendendo... – diz papai.

Edward suspira – ele já sabe o que Carlisle ainda quer saber.

— Caroline – ele diz meu nome com cuidado e olha para mim, ao encontrar seu olhar abaixo minha cabeça. — ...será uma vampira extraordinária.

— Sim ela é uma menina maravilhosa – comenta mamãe.

— Muito mais que isso minha cara prima. Ela terá um poderoso dom de telepatia e telecinese.

Olho para Esme confusa, eu entendi bem? Ele está dizendo meu dom antes de eu ser uma vampira? Como isso é possível?

— O quê quer dizer, pai? – pergunto para Carlisle que estava pensativo sobre isso.

— Nosso primo pode sentir se um humano vai desenvolver algum dom quando for transformado. E você terá um dom, filha.

Sorrio abobalhada. Eu sempre soube que eu era especial, eu sabia bem no fundo que eu era diferente das outras pessoas, mas eu nunca me envaideci por causa disso. Guardava para mim, agora eu não vou poder mais esconder nem disfarçar. Um sorriso se espalha pelo meu rosto.

Esme e Carlisle sempre me trataram bem e isso prova que eles não fazem acepção quanto aos filhos superdotados e os ‘normais’. Embora de nenhum ponto de vista vampiros possam ser considerados normais.

— Mas eu queria saber mais sobre a nova integrante da família – diz Esme olhando para Kelly.

—Não há muito o que saber, Sra. Cullen – responde Kelly.

— Me chame apenas de Esme, querida – retruca mamãe.

— OK, Esme. Nomes diferentes vocês tem – Kate olha para filha repreendendo-a, mas Kelly já estava dizendo – mas bonitos. Todos têm nomes assim?

— Não, querida. Talvez apenas Jasper. Os demais são Edward, Bella, Alice, Rosalie, Emmett, Jacob e Renesmee – cada um acena quando seu respectivo nome é chamado. Como a professora na escola fazendo a chamada dos alunos. Esme foi mesmo professora ;-)

— Renez-mee – diz Kelly tentando falar o nome de minha sobrinha.

— Esse nome pode ser meio difícil no começo. Minha nora que criou unindo o nome da mãe dela e o meu – diz Esme.

— Pode me chamar de Nessie, prima – diz Renesmee.

Bella sibila o que assusta tanto a mim quanto Kelly, embora Kelly seja uma vampira. Dessa vez eu estava mais perto de Bella o que me amedrontou mais.

— Bella e meu filho ainda têm um pouco de dificuldade em aceitar esse apelido que Jacob deu para minha neta – explica Carlisle.

— Por quê? – pergunta Kelly curiosa.

— Porque esse apelido lembra o monstro do lago Ness – explica papai. – E Bella não gosta dessa referência a sua filha como um monstro.

— Eu não me sinto insultada. – diz Renesmee. - O Jakey me chama assim porque disse que meu nome é muito grande.

— Não há nada errado com o nome – eu me intrometo. – Eu não acho estranho. Eu gosto do meu nome completo, mas também não me zango quando me chamam apenas de Carol.

— Ninguém pediu a sua opinião – ouvi Jacob, mas parece que Rosalie também falou junto com ele. Ou ao menos não discordou. – O apelido da Nessie deriva tanto do nome quanto o seu.

Mostro a língua para ele e viro a cabeça. Não importa que ninguém tenha pedido eu falei o que penso mesmo assim. Claro que Edward já sabia o que eu tenho na mente antes que eu tenha a chance de verbalizar, mas eu quis compartilhar com todos, não apenas com ele. Gosto do nome Renesmee obviamente porque tenho que dizer o nome da mamãe também. RenESMEE.

Alice já sabia o que iria acontecer e poderia ter ME avisado. Mas ao que parece ela não falou isso para mais ninguém, só Edward não se sente desconfortável com a situação, pois ele deve ter visto tudo na mente da irmã. Até Esme não sabia de nada e ela e Carlisle estão muito envergonhados.

O que nossos primos devem pensar ao nos ver falar assim? Será que eles vão entender que uma família é assim mesmo?

— Concordo com a Carol, eu escolhi esse nome com carinho para minha filha – diz Bella. – E não quero que ele seja desprezado. É um nome único, especial como Renesmee é. Ela não é como nenhuma outra, não poderia ter um nome simples.

Ganhei o apoio da Bella, mas valeu a pena? Ela já gostava de mim antes. Não decepcionei ninguém. Está tudo como antes. Talvez meus pais não tenham gostado que mostrei a língua para Jacob. Mas fazer o que? Eu não posso fazer mais nada e ele me irrita. Parece que ele gosta de provocar as pessoas. Ele vive aborrecendo Rosalie e ela também não faz esforço nenhum para se conter. Ele sabe que ela não vai se refrear e é isso que ele quer. Geralmente eu consigo deixar de lado suas provocações, mas hoje não.

— Não entenda mal, mamãe. Eu gosto do meu nome, mas nem você usa sempre seu nome completo – diz Renesmee.

— RENESMEE CARLIE CULLEN – diz Edward numa voz de pai. – Não fale assim com sua mãe.

Se nossos primos já estavam tensos agora estão ainda mais ao ouvir o rugido de meu irmão. Eu quase cai da cadeira improvisada no colo de Esme, ainda bem que ela passou os braços ao meu redor e me segurou.

— Edward, acalme-se – diz mamãe quase tão constrangida que queria que a terra se abrisse sob seus pés. – Não faça assim na frente das visitas.

 

— Não se preocupe Esme, podemos voltar outra hora, não se incomodem por nossa causa- diz Carmen aparentando nervosismo ou constrangimento.

— Não, nem pensem em ir embora. Por favor, fiquem. Quero conhecer a Kelly.

— Ah, bem, eu... – gagueja Kelly.

— Os pais dela a abandonaram no meio da floresta – diz Garrett. – A pobrezinha estava congelando e delirando de fome quando encontrou a nossa casa.

— Não poderiam apenas ter lhe dado abrigo e comida? – questiona Carlisle.

— Infelizmente não meu amigo - prossegue Garrett. – Ela estava quase morrendo e não havia muito o que fazer. Até pensamos em chamá-lo, mas de qualquer maneira você estava no Brasil, soubemos depois.

[...]

Os Denali ficaram o dia todo em nossa casa e só foram embora com o entardecer. Eu não sei por que, mas gostei mais de Carmen e Eleazar, talvez porque de certa forma eles lembram um pouco Esme e Carlisle. Mas eu ainda amo e para sempre vou amar meu pais mais do que tudo, mais do que a minha própria vida.

...XXX...


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Notas finais do capítulo

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