Moonlight escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 10
Capítulo 41


Notas iniciais do capítulo

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 Caroline PDV

O quarto fica escuro, a luz que vinha do corredor apenas iluminava um pouco passando pelas frestas de cima e debaixo da porta, mas Esme está aqui. Ela pode ver tudo claramente e eu sei que me vê acordada. Eu não fico com medo de que mamãe me faça algo, mas espero papai sair para falar com ela:

— Mamãe...

— Sim querida – a voz dela não vem de onde eu pensei que viria, mas do outro lado do quarto perto da janela e da escrivaninha. Ela deve estar sentada na cadeira. – Você está bem? – a voz dela é perceptivelmente mais aliviada. Eu não estou mais tremendo e minha respiração e frequência cardíaca voltaram ao normal.

— O que você disse para Bella mãe; posso saber sobre o que vocês conversaram? – não quero parecer enxerida, mas estou curiosa.

— Claro que sim, querida. Mas você também vai me dizer o que tanto você e minha neta disseram?

Eu aceno em concordância antes de pensar que está escuro e ela não veria, mas parece que Esme viu. Afinal ela é uma vampira, me lembro.

— Apenas sobre nossos gostos musicais, artistas favoritos, filmes...

— Aham – diz. Parece que ela não acreditou muito no que eu disse.

— Pode acreditar em mim, mãe. Foi apenas isso – a minha voz era urgente querendo de alguma forma fazer ela perceber que eu estou dizendo a verdade. Não haveria motivo para eu mentir para ela.

— Sim filha, eu sei que você não está mentindo – ela tenta me acalmar ao perceber como eu fiquei nervosa. - Eu sei quando você fala a verdade. Mas você mesma já mentiu para mim, não pode reclamar que eu esteja desconfiada...

— Mas você percebeu que eu estava mentindo aquele dia em que disse que não estava sentindo dor e estava com muita cólica. Eu só não queria deixar você preocupada.

— Não deu certo, eu fiquei ainda mais aflita porque você estava mentindo para mim.

— Eu estava tentando ser uma boa filha.

— Carol, você é e sempre foi uma ótima filha. Não precisava se fazer de forte.

— Eu não quero ficar viciada em remédios e depender deles todos os meses. As cólicas podem ficar mais fortes por causa do uso de medicamentos.

— Você corria esse risco apenas quando se auto-medicava sozinha. Agora seu pai que é médico sabe o que você precisa.

— Não quero dar trabalho para ele... - Nem para ele e nem para ninguém.

— Ah querida, você é melhor do que nós merecíamos. Não é trabalho nenhum. Na verdade ele se sente contente em poder ajudá-la com seus conhecimentos.

— Você e Carlisle são tão bons, mãe. Merecem tudo de bom, mas eu não acho que sou tão boa... Vocês mereciam mais.

— Isso prova o quanto você é especial. Você é mesmo boa e ainda é humilde.

— Mamãe... – ainda bem que a luz está apagada, mas eu tenho quase certeza de que Esme sabe que estou ruborizada. Se ela não pode ver, pode sentir o calor que inunda minha face.

— Você está com febre, querida? – ela vem até a cama e coloca a mão sobre a minha testa e minhas bochechas.

— Não; eu estou quente de vergonha – fico ainda mais envergonhada de ter que admitir isso.

— Durma, filha.

— Antes me diga, por favor, o que você e Bella conversaram? – não esqueci minha pergunta.

— Curiosa! Está bem, nós falamos sobre você.

— Sobre mim? O que sobre mim?

— Sobre a decisão que todos tomamos em trazê-la definitivamente para a família.

Quer dizer que ainda haveria possibilidade deles não me transformarem mesmo depois de terem me adotado?

— Você prometeu e eu acreditava que você me queria... – eu acreditei nela como eu sempre tive necessidade de acreditar em alguém. Não acredito que ela iria me decepcionar!

— Eu sim, e Carlisle também, mas não sabíamos se nossos filhos iriam aceitá-la.

— Rosalie me detesta – eu simplesmente acrescento, não que eu teria medo dela.

Ela é apenas uma contra todo o restante da família, mas não quero ter que viver para sempre com seu ódio. Claro que o amor de Esme e Carlisle seria suficiente e é suficiente para minha decisão, mas eu não gostaria de deixar alguém infeliz.

[Hoje eu sei que não dá para agradar todo mundo, como eu gostaria.]

— Nós já meio que esperávamos essa reação dela. Ela tem um gênio difícil. Ela também não aceitava Bella no começo, mas não teve problema quando ela se tornou uma vampira. Não tinha mais nada a ser feito a não ser aceitar. Eu não sei por que ela é tão amargurada, a decisão é dos outros e não dela. E se você decidisse ficar humana ela ganharia o que com isso? Não faz diferença para ela se você é mortal ou imortal. Isso tem a ver com você e só com você.

— E com você também, mãe. Eu não quero abandoná-la. Nunca mais.

— Obrigada querida, você é tão afetuosa comigo. Eu não merecia, eu sou um monstro...

— Mamãe, você não é um monstro!

— Sou sim, Carol. Eu quase ataquei você quando vi seu sangue... E quase a matei hoje de frio!

— Esme você não fez por mal, não foi por querer... - estico meu braço para afagar seu rosto.

— Que importa se foi intencional ou não filha? Eu quase matei você.

— Mas não me matou, mãe.

— Porque Bella me segurou, mas eu iria atacar. E pior ainda você estava fraca demais. Eu seria covarde. Vocês humanos já são mais frágeis do que nós e eu ainda iria me aproveitar que você estava desmaiando.

— Eu nem iria saber que foi você que me matou, mãe. E depois Carlisle poderia me transformar.

— Não se eu tomasse todo seu sangue...

Engulo em seco.

— Nós não poderíamos fazer nada se eu tivesse bebido tudo - complementa Esme.

— Mas você nunca me atacou antes, porque agora?

— Eu nunca vi seu sangue assim tão fresco. Aquela vez que vi sua perna, já estava fechando o corte. Aquele dia no hospital que fui com você para tirar sangue, estava dentro de uma seringa e não cheirava tanto.

— Mas e no algodão?

— Não era uma quantidade muito significativa – lembro que quando Bella cortou o dedo também não foi bastante e já foi o suficiente para atiçar Jasper, então não é um argumento, uma desculpa válida.

— Por quê? – eu ainda não compreendo o motivo que ela me atacou só semana passada.

— Porque você tem o sangue mais gostoso que eu já senti o cheiro em toda a minha vida. Sim, você é a minha ‘cantante’, querida. Assim como Bella era para meu filho Edward.

Minha expressão é de espanto e perplexidade, mas também de alivio por finalmente entender.

— Mas Bella não morreu, Edward conseguiu se controlar – isso não significa que Esme vá me matar.

— Sim, ele conseguiu, mas só Deus sabe se ele poderia ficar mais tempo ao lado dela ainda humana... Edward nunca atacou Bella como eu fiz com você, filha. Que vergonha! Me sinto tão mal.

Na verdade soube depois que Edward quase atacou Bella no primeiro dia de aula. Não apenas ela mas todos da sala corriam risco. Não seria difícil para meu irmão matar todos, mas ele não fez isso pensando em papai. Por isso ele ficou uma semana com nossos primos no Alaska.

No entanto, foi Jasper quem atacou Bella por causa de um corte com papel que ela fez no dedo ao abrir um presente em seu aniversário ano retrasado (que coisa!). Isso deixou Edward transtornado, ele se controlava para não machucar Bella, mas ainda assim ela corria risco estando ao lado dele. Mesmo com sacrifício pessoal ele terminou e se afastou de Forks e de minha irmã por seis meses.

— Tudo bem, mãe. Eu estou bem agora.

— Pedi para meu filho e Carlisle ficarem me vigiando. Agora por exemplo Edward deve estar ouvindo toda a nossa conversa.

Desisti de privacidade desde que desembarquei do avião. Vou ter que aprender a viver assim, pois essa será minha casa para sempre. Então tenho que ir me acostumando.

— Eu te perdoo mãe, e peço perdão por ter ido falar com a Rose mesmo você me alertando do perigo - a culpa é minha eu fui ferida e Esme me atacou o que seria normal.

— Carol, você pede perdão para mim, quando eu sou uma vampira?

— Eu peço perdão sim, porque eu quero que me perdoe. Eu me sentirei melhor. Não é por causa do que você é, é por minha consciência.

— Claro que eu perdoo você filha, a culpa não foi sua. Eu sei por que você teve que ir falar com Rose. Você é diplomática como toda libriana, temos de fazer as pazes com todo mundo. Mas nem todos pensam assim. Nem todos querem viver em harmonia com todo mundo.

— Agora eu sei, mamãe. Agora eu sei... Posso lhe fazer outra pergunta? – peço.

O que Rosalie disse há uma semana ainda não me sai da cabeça.

— Sim querida, tudo que você quiser saber eu responderei se puder.

— Rosalie me disse que ela tem o histórico mais limpo da família. Que ela nunca provou sangue humano. Ela disse que era até melhor que você... O que isso significa?

— Ela se referia àquele homem que eu matei sem querer quando eu ainda era uma jovem vampira recém-criada. Foi há mais de 85 anos. Desde então eu nunca mais tinha atacado alguém até semana passada.

— Eu sabia que você nunca mais tinha machucado nenhum ser humano depois disso. Rosalie diz que matou sete pessoas e você matou só um.

— Sim, mas ela não conta a quantidade de pessoas, mas que eu tomei todo o sangue daquele rapaz. Ainda bem que vampiros não dormem porque eu jamais poderia dormir sabendo que tirei a vida de alguém. Teria pesadelos.

[Se mamãe pudesse dormir não seria uma vampira e se não fosse não teria matado ninguém.]

— E porque ela diz que Carlisle também? Ele já matou alguém? – Não consigo imaginar papai matando uma pessoa, embora ele pudesse, fosse capaz, jamais faria isso. Vai contra seus princípios.

Ou o instinto poderia ser mais forte que os valores?

— Não que ele tenha matado, mas ele provou o sangue de Edward, meu, de Rosalie e de Emmett quando nos transformou.

— Pelo que entendi não foi fácil para ele voltar depois, nem parar quando ele começa.

— Não é mesmo, querida. É preciso muita força de vontade para parar de morder em determinado momento e depois que se prova o sangue humano voltar a se alimentar de sangue animal é mais difícil. É claro que os outros vampiros não teriam esse problema, mas eles dificilmente mordem alguém com a intenção de mudar a pessoa, geralmente só querem se alimentar.

— Carlisle é mesmo incrível, não entendo como Rosalie não o admira.

— Nem eu, nem ele, nem ninguém sabe por quê. Talvez Edward que pode ler a mente da irmã saiba o motivo verdadeiro.

— Acho que eu sei.

— Você sabe filha? – diz Esme surpresa que eu tenha compreendido logo.

— Ela queria ter filhos, não é verdade?

— Exatamente. Mas esse é apenas parte do motivo, ninguém sabe totalmente como ela pensa.

— Carlisle não tem culpa; Royce a matou. Se papai tivesse deixado ela morrer ela não teria filhos porque estaria morta... Sem ofensa, mas você entende o que quero dizer não é, mãe?

— Claro filha, eu sei que estou morta mesmo de certa forma e não me incomoda que digam.

— E se Rosalie não tivesse sido transformada numa vampira ela não teria encontrado Emmett. Então não faz sentido ela ficar mal porque não pode ter filhos com ele.

— Mas ela não pensa assim, ela nem é tão racional quanto você, querida.

Contenho uma gargalhada, Rosalie é irracional. Essa é ótima. Ops. Lembrei um segundo tarde demais que Edward estava ouvindo nossa conversa. Tomara que ele não diga nada para a irmã. Ai sim que eu ficarei mais ferrada do que já estou. Rosalie vai me execrar pelo resto da eternidade.

Felizmente Edward deixou passar e não disse para Rosalie. Já lhe devo uma.

— Ela queria o que então, ter um filho com Emmett como a Bella teve com Edward? – Edward me desculpe, não quero ofender você se estiver ouvindo, por favor, não se sinta magoado.

— Acho que sim... Mas agora durma, sweetie. Você precisa descansar.

Esme não fica mais comigo deitada em seu colo, no começo eu nem pensei que fosse por causa do inverno, mas porque ela queria ficar com Carlisle, aproveitar que ele estava de férias, e eu não me queixava. Não achava estranho. Eles dois tinham esse direito e eu não tinha o direito de interferir nem me interpor entre eles.

Eu sei que eles poderiam fazer amor todas as noites sem parar nem para respirar porque eles não precisam descansar e nem recuperar o fôlego. Mas não era esse o caso e eles não faziam sexo todos os dias e mesmo se quisessem fazer poderiam fazer e mesmo assim Esme poderia dormir comigo – quer dizer, eu durmo e mamãe fica zelando meu sono. Mas os tarados da casa são Emmett e Rosalie, seguidos de perto por Bella e Edward, mas isso porque ela é uma vampira jovem. Bella tem pouco mais de um ano nessa nova vida.

Nem parece, ela parece tão madura... Deve ser por causa do dom dela. Bella sempre foi adulta desde pequena. Ela e Renesmee são fenômenos mesmo  dentro do mundo dos vampiros.

Agora eu sei que era para minha própria saúde que mamãe se mantinha afastada de mim, para me proteger mesmo que dela mesma, ela não queria me congelar. Ao menos não ainda e não desse jeito que eu não ‘sobreviveria’.

...XXX...

 

Eu me concentro para não morrer, eu não posso desapontar Esme. Não sei como, mas eu tenho que conseguir. Eu me segurei. Tinha medo até de fechar os olhos e não acordar mais:

— Filha, pode dormir - mamãe me diz durante a madrugada. Você está bem, eu posso sentir seu coração batendo regularmente e sua temperatura quase normal.

— Não queria magoar você - explico.

— Oh sweetie. Eu a machuquei, não seria culpa sua se você... - Esme não quer nem pensar nisso.

— Tudo bem agora, mamãe. Good night.

— Good night my baby girl.

Ela beija minha testa com muito cuidado eu percebo que ela mal encosta os lábios na minha pele com medo de me ferir.

Logo eu adormeço, mas a principio eu fiquei com medo de cair na inconsciência e não acordar mais, porém eu não consigo lutar contra o sono por muito tempo e acabo dormindo de tão cansada. Foi um longo dia e estou exausta. Mais mentalmente do que fisicamente e preciso mesmo descansar.

...XXX...


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