Qual seu Destino - Destinada escrita por Mah


Capítulo 12
Parte 2- Linha tênue entre felicidade e abismo (Capítulo 11- Wings)


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeeey, my babies.



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“Em cada instante das Nossas vidas temos um pé nos contos de fadas, e o outro no abismo”.

                                                                                    -Paulo Coelho

 

Estava sentada em um tronco de árvore na frente de um lago de coloração tão azul que parecia ter saído de um sonho. O Sol estava se pondo lentamente. Fechei meus olhos. Que demora a dele.

Abri lentamente a minha mão com um sorriso triunfante. Que rapaz idiota, deixar uma pedra de um valor tão inestimável em seu bolso. Estava muito orgulhosa por tê-la em minhas mãos finalmente.

— Você sabe que essa pedra vai ficar comigo não sabe – revirei meus olhos me virei para trás e ali estava ele. Atrasado como sempre, ele usava botas. Suas roupas eram negras estava com um capuz em cima de sua cabeça para não mostrar seu rosto. Com um suspiro entreguei ao rapaz a pedra.

— Você sabe que se sumir com ela eu te acho não sabe? – perguntei friamente.

— Você é tão fofa. Ás vezes a realidade não é como a expectativa que habita nessa sua cabecinha de garotinha – retrucou o rapaz.

— Você não me conhece direito – afirmei convicta e com uma grande pontada de raiva por ele ter me chamado no diminutivo.

— Sabe continuo achando fofo. Você não é mais forte que eu. Se for isso que está tentando insinuar, se você não me fosse útil eu te esmagaria como um inseto que fica apenas zunindo no meu ouvido que não tem importância alguma. – dito isso ele virou as costas e saiu de lá andando como se nada tivesse acontecido.

Já havia escurecido, encarei por um tempo por onde ele tinha ido embora. Então comecei a chutar o tronco do qual eu estava sentada. A minha raiva foi aumentando a cada chute, eu iria me vingar. Aquela pedra seria minha, apenas minha. Ele não sabia do que eu era capaz, mas logo descobriria.

Meu pé começou a latejar, me sentei ofegante.

— Vamos ver queridinho quem aqui é o mais forte, você vai desejar não ter nascido. – murmurei para mim mesma. Ignorando a dor no meu pé.

                                            ***

Quando eu vi o que estava escrito no bilhete, fiquei cega de ódio, realmente não sabia como a minha raiva tinha sido desperta. Mas eu arranquei aquele bilhete da mão do Mike com tanta raiva, que ele me olhou surpreso. Comecei a rasgar o papel até não ter mais o que ser rasgado.

Mike segurou os meus pulsos e me encarou assustado quando olhei para ele. Desvencilhei-me de seu aperto e corri o mais rápido possível. O mais longe possível.

   - Devia prestar atenção por onde anda. – Me virei e ali estava ela. Os seus cabelos estavam mais emaranhados que antes. O que anteriormente deixava ela bonita. Agora a deixava... Assustadora e com uma péssima aparência. As suas roupas outrora elegantes estavam rasgadas e sujas. Tinham bolsas de olheiras embaixo de seus olhos como se ela não dormisse por séculos. Sendo que passara apenas algumas horas.

Engoli em seco ao vê-la e dei um passo para trás, colidindo com uma árvore. Dei um pequeno passo para frente, não queria que ela pensasse que sou fraca, para deixar uma árvore me sustentar, mas não tinha como eu negar. Estava com as pernas bambas e com muito medo. Apenas tinha que possuir um grande esforço para não deixá-lo transparecer.

— Você tem algo haver com isso não é. – respondi friamente. Enquanto tentava recuperar minha postura.

—Do que você está falando? – ela perguntou. Fazendo-se de desentendida e franzindo o cenho.

— Não se faça de idiota. – A minha fúria que antes fora sido substituída por medo, estava voltando e ficando cada vez pior.

— Certo – ela me respondeu sorrindo. Um sorriso estranho e malicioso.

Engoli em seco e me forçando a não revirar meus olhos. A minha fúria ainda estava firme e forte. Inflando cada vez mais no meu peito.

— Foi uma idiotice o que você fez lá, menina. – disse ela, mudando de assunto com seu sorriso desaparecendo.

— O que eu fiz? – Questionei. Naturalmente minha voz saiu pirracenta, fazer o quê? Ainda sou uma adolescente.

                                            ***

Que menina ridícula. Meu primeiro pensamento foi esse quando ela perguntou o que fez. Em resposta eu revirei os olhos, rapidamente recuperei a minha postura.

— Fugir daquele lugar e vir para cá. Inconscientemente. É claro. Diga-me você veio até aqui sem notar, não é?

Ela abriu e fechou a boca duas vezes sua expressão de furiosa e petulante mudou rapidamente para confusão. Não houve qualquer resposta da parte dela.

— Essa floresta, pertence a mim, tenho o completo controle por tudo aqui, agora no lugar em que você estava lá para você era seguro, mas você foi estúpida o suficiente e veio até mim – continuei – Onde você estava eu não tenho controle algum, mas bem provável que recebeu o bilhetinho que meus súditos mandaram não é?

—Eu não... – ela respondeu mais confusa.

— Ah você sim. – sorri para ela – parece que o seu destino é perto de mim afinal.

— Não. Não é. – ela respondeu cabisbaixa.

— Não teime querida. – Faltava pouco para ela ir comigo.

— Não é – ela repetiu dessa vez com mais raiva. Olhando diretamente nos meus olhos. – Você é cruel, maligna e eu não vou com você, eu posso não saber qual o meu destino ainda. Mas eu sei que não é com você. Se meu destino estiver de algum modo ligado ao seu, não será para ficar ao seu lado, mas sim para destruí-la. Nunca mais irei me preocupar de ser torturada dentro de um calabouço, ou da possibilidade de você torturar um garotinho e eu não puder fazer nada a respeito. Eu nunca estarei ao seu lado, entenda de uma vez por todas! – Logo em seguida ela avançou contra mim. Senti sua mão estalando contra meu rosto. De algum modo esse tapa... Doeu. Impossível! Não deveria ter doído. A Rainha Monique não sente nenhum tipo de dor, eu precisava de meu tesouro e rápido. Estava cada vez mais fraca, notei que perderia meu controle por uma pequena besteira.

Senti uma dor dilacerante nas minhas costas. Não consegui me conter e dei um grito de agonia caindo de joelhos.

                                            ***

Coloquei uma das minhas mãos na boca.

Não tinha motivo disso eu não tinha muita força para tapas. Óbvio. Eu não causara aquilo, mas... Tinha algo muito estranho acontecendo nesse instante.

Monique estava com as suas mãos cravadas na terra, tinha uma luz por toda a floresta, mas não era normal. Era como uma luz negra. Então eu vi. Algo saindo de suas costas era obscuro. Começaram a cair raios, soube imediatamente que esses raios não eram naturais. Estavam todos caindo apenas do lado em que a Milady se encontrava.

Lentamente a Rainha levantou-se. Percebi instantaneamente o que era aquilo em suas costas. Asas. Eram asas. Elas eram negras com pequenos tons de azul escuro. Estavam quebradiças, finas. Suas asas lembravam muito como as asas de anjos deveriam ser. Claro se os anjos fossem caídos, decadentes e renegados. As poucas penas que habitavam ainda ali, estavam finas. Algumas já estavam caindo nesse momento. As asas davam indícios de que foram lindas e gloriosas há muito tempo atrás, talvez anos ou até mesmo séculos.    

Notei que os raios pararam de cair. As árvores que quase me deixaram claustrofóbica de tão próximas que estavam. Pareceram abrir caminho para mim.

Nem pensei duas vezes corri para longe dali, não conseguiria enfrentar alguém com asas. Apesar de sua iminente decadência.

                                            ***

Eu e Mike estávamos procurando por Kath, o dia todo, ela simplesmente sumira.

Já estava escuro.

A gente se encontrava em uma pequena trilha. Ali tinham pequenos passos, mas que sumiam a partir de certo ponto. De repente avistamos raios para o lado da floresta. Os raios não eram naturais. Isso era óbvio já que o céu estava simplesmente lindo, todo estrelado e a lua nesta noite era cheia. Então eu me lembrei de algo...  

— Mike. Acho que a vi indo na direção da floresta mais cedo – quando vi a expressão de horror de Mike rapidamente acrescentei – Talvez tenha sido um engano e não era ela.

Ele abriu a boca para falar enquanto nos virávamos para procurar em outro lugar, quando alguma coisa colidiu contra ele, o fazendo cambalear. Era ela, suspirei de alivio, não percebi que estava tão angustiada e preocupada com a garota. De certo modo ela parecia comigo, queria saber das respostas. Mesmo sabendo o quão dolorosa qualquer uma delas poderia ser. Dava de sentir sua ira dentro de quilômetros, mas sua bondade tinha a mesma intensidade. Ela fazia Mike feliz, finalmente o seu sofrimento relacionado à sua família estava chegando ao fim.


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Notas finais do capítulo

Por hoje é só, e desculpe se ficou um pouco confuso, mas foi necessário. Sorry meus errinhos c:



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