Qual seu Destino - Destinada escrita por Mah


Capítulo 11
Capítulo 10- Esclarecendo as coisas


Notas iniciais do capítulo

Oioioi, sim eu aqui de novo, isso mesmo no mesmo diaaa. Enfim... nos vemos lá em baixo.



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Minha cabeça latejava, senti um cheiro diferente, mas não ruim, era doce, mas não muito doce, percebi que estava em um lugar muito confortável para um calabouço, lembrei repentinamente do que aconteceu com a Milady.

Abri os meus olhos e tirei minhas conclusões: eu não estava em um calabouço. Mas sim em uma cabana bem confortável.

Eu estava em uma cama simples de solteiro, olhei para um lado e vi uma janela com as cortinas fechadas e um guarda-roupa ao lado. Olhei para o outro lado e avistei uma porta que naturalmente iria para o banheiro. Não havia mais nada lá.

Sentei-me lentamente, e gemi de dor. Alguém entrou ao me ouvir, não vi quem era, pois a minha vista embaçou, consegui perceber que era uma figura masculina.

Quem estava ali me fez deitar de volta e me entregou uma xícara, apesar de minha vista ainda estar ruim. Consegui pegar a xícara com minhas mãos trêmulas.

Tomei um pouco do conteúdo que havia dentro da xícara e notei que era sopa. Meu estomago agradeceu, eu nem lembrava qual fora a ultima vez em que eu havia me alimentado. Fechei um pouco os olhos. Senti uma pessoa me fazer beber novamente até o final. Logo em seguida tiraram a xícara das minhas mãos e ouvi uma voz familiar dizer:

— Descanse mais um pouco você bateu a cabeça forte teve uma concussão, precisa dormir.

   Apenas assenti, uma porta havia sido fechada com um clique definitivo. E eu dormi imediatamente.

                                              ***

— Mike você precisa ficar calmo ela vai entender – Larissa dizia para mim, eu não conseguia prestar atenção direito.

Nós estávamos na cozinha ela estava preparando algo para comer numa pia antiga. Seus cabelos dourados estavam um pouco emaranhados. Agora ela estava usando roupas normais, um jeans rasgado em seus joelhos e uma camiseta básica. Ela estava descalça. O fogão à lenha estava com o fogo crepitando deixando ali mais quente. Eu estava sentado em cima do balcão no meio da cozinha.

— Lari, e se ela não entender?

—Ela vai. Acalme-se, se ela não entender eu posso afogá-la no lago que tem aqui fora, o que acha? – falou ela olhando para mim por cima do ombro e erguendo uma sobrancelha com aquele sorriso incrível do qual eu precisava. Sempre me tirando um meio sorriso verdadeiro.

— a propósito foi muito gentil tirá-la das garras da tirana e trazê-la para a sua cabana, obrigado – falei grato.

— Foi nada – ela disse –, mas eu quero um agradecimento Mike – ela disse se virando para mim e erguendo suas sobrancelhas novamente.

Eu ri saltando de cima da bancada e a puxando para perto de mim, beijei ela como sempre. Coloquei minha mão em sua nuca e a outra em sua cintura. Quando o beijo ia se aprofundar um pouco mais, escutei alguém chamar meu nome. Desvencilhei-me da Larissa e me virei para trás.

Ao olhar para Larissa ela abriu e fechou a boca duas vezes antes de dar um passo para trás.

— Kath, por que não se senta? – eu perguntei com medo de que ela fizesse alguma besteira. E apontei para uma pequena mesa que tinha o lado de uma janela perto do fogão à lenha

— O que aconteceu? – foi tudo o que ela falou em resposta.

 - Você desmaiou, sem motivo, eu acho. E nós te trouxemos para cá – Larissa respondeu antes que eu pudesse fazer isso.

— Mas... – ela começou sem continuar, porque ela cambaleou um pouco, imediatamente eu soube que ela ou ia desmaiar ou ia cair, rapidamente a segurei pela cintura e a levei até uma das cadeiras que estava ali na cozinha.

Ela estava com os olhos bem abertos.

— Meu estomago... – foi tudo o que ela disse.

— Qual foi a ultima vez que você se alimentou? – eu perguntei, mas não obtive resposta. – prepara algo para ela comer – eu falei olhando para a Larissa que estava com os olhos arregalados.

                                              ***

Depois de comer o que havia sido preparado para mim. Eu olhei confusa para Mike e depois para Larissa e logo em seguida ergui minhas sobrancelhas em desafio a me contarem o que estava acontecendo.

Larissa limpou a garganta.

— Querida, a Rainha me mandou levar você até um calabouço, eu simplesmente não podia, eu sei o que fazem por aquele lugar. Fui meio arriscado, eu consegui levá-la até Mike com uma pequena ajuda de Josias – Ao fim da sentença ela piscou para mim, sorrindo virou as costas e saiu do cômodo. Antes de ela sair ela me olhou por cima do ombro – Mike vai lhe contar tudo. – então ela não estava mais lá.

— Josias? – ecoei tardiamente e fiquei ainda mais confusa.

— Eu não sei se devo – começou ele sentando-se à minha frente e passando as mãos em seus cabelos.

— Como assim, não sabe se deve? Eu preciso de respostas, vai me deixar confusa assim para o resto da minha vida? Todos nós merecemos a verdade.

— Você tem razão, mas tem certeza?

— Sim – respondi convicta eu ansiava para saber de tudo, mas estava com medo da verdade.

— Me promete que não vai me odiar, ou que não vai sair correndo com medo de mim?

Anui com a cabeça – Você quer algum juramento? Eu sou péssima pra isso. Relaxe eu não vou fugir. Vou deixar você contar a historia toda.

Um esboço de um sorriso surgiu em sua face, mas logo desapareceu. – Muito bem, vou lhe contar tudo que quiseres saber e tudo que perguntar eu responderei, pode ficar tranquila que eu não minto – disse.

— é bom mesmo – falei a ele.

— eu tinha uma família. E eu era feliz, junto com meus pais e mais cinco irmãos, a America de cinco anos, o Magnus de quatro anos, Isabel e Max de três anos eles eram gêmeos, e tinha a mais nova de apenas dois aninhos ela era, é você Katherine, é claro que na época você tinha outro nome. Seu nome era Esmeralda... – ele parou para tomar fôlego enquanto eu o encarava com um olhar incrédulo.

Esmeralda... A Rainha me disse esse nome numa historia macabra que ela me contara.

Começaram a se formar muitas perguntas em minha mente, mas sabia que devia deixá-lo terminar a história.

—e havia eu o mais velho tinha oito anos. – continuou, enquanto olhava para o nada como se visse todas as lembranças em um filme na sua frente – ainda lembro-me de uma brincadeira que nós todos fazíamos enquanto mamãe dava comida para você, era uma brincadeira de verdade ou desafio, mas você sabe, quando tem muita criança brincando de algo mais cedo ou mais tarde acontece uma briga, eu desafiei Magnus a pegar uma mangueira e ligá-la dentro de sua calça, e então fomos para a rua onde havia uma mangueira e eu o obriguei a fazê-lo, mas nosso pai viu que fomos para a rua e definitivamente ele percebeu que um de nos havia aprontado, acabando por encontrar o Magnus com uma mangueira enfiada em suas calças que já estavam molhadas, nosso pai brigou conosco, e fez-me pedir desculpas para meu irmão mais novo e por tê-lo obrigado a fazer aquilo, assim que fizemos as pazes, fomos colocados de castigo indo pra cama mais cedo...

— Espera aí – interrompi – se você tem alguns anos de diferença de mim você teria que ter vinte e dois anos ou vinte e três, mas parece que tem a minha mesma idade, por quê?

                                              ***

— Já vou chegar nessa parte, paciência. E ah eu tenho vinte e três – respondi com um sorriso torto no rosto - Enfim, como ia dizendo naquela noite fomos dormir antes do nosso horário habitual, na verdade todos nós... – contei todos os acontecimentos que me lembrava daquela noite, enquanto Kath me encarava com um olhar horrorizado.

— E aí fomos mandados para uma adoção e você acabou sendo a primeira adotada depois disso, me trocaram de adoção e não soube mais nada sobre vocês até encontrá-la naquela escola e soube exatamente quem era e rapidamente descobri tudo que aconteceu ao longo desses anos com você e fiquei aliviado quando soube que se criara com uma família que cuidara de você por todos esses anos, não me pergunte o que aconteceu a mim quando troquei de adoção, pois eu fugi e bem é uma historia que não quero que você saiba, pelo menos não agora não hoje. E quanto aos nossos irmãos ainda os procuro e um dia acharei eles assim como achei você.

— Mas ainda não me explicou de como parece ter minha idade. – lembrou.

                                              ***

—Ah, sim é claro é que estou tentando poupá-la de toda essa confusão, pois assim que explicar a você vai acabar a ser incluída na loucura que é minha vida e também vai descobrir uma das piores coisas que já me aconteceu, além de perder meus irmãos e meus pais. É a historia que não quero que saiba, acho que terei de contar.

Assenti o incentivando a continuar.

— Está bem, é que... Bem eu não sei como explicar isso a você... – disse ele passando nervosamente uma de suas mãos nos cabelos –... Certo, assim que fugi acabei encontrando uma mulher, ela era linda tinha cabelos louros platinados e era morena.

— Monique? – O interrompi

— Sim, mas isso não vem ao caso agora... Continuando, assim que ela colocou os olhos em mim eu soube que não estaria mais perdido nas ruas, com medo de gangues ou até mesmo ladrões regulares ou daqueles ladrões que apenas roubam comida por não terem dinheiro suficiente para sobrevivência, enfim ela olhou para mim e perguntou meu nome completo, estranhei no começo, mas agora entendo, espero. Respondi à sua indagação e ela abaixou-se para ficar da minha altura, pois eu era pequeno e, além disso, estava sentado escorado em um latão de lixo, e foi ai que notei seus olhos, eram felinos muito estranhos e inumanos fiquei impressionado com sua beleza incomum. Ela me disse que eu não pertencia às ruas, que pertencia a ela e a sua grande e maravilhosa família. Como eu não conhecia a maldade nas pessoas. Fui com ela, coloquei minha confiança nela e também minha fé de que tudo ficaria bem, só porque ela era a minha salvadora misteriosa. Descobri que faço parte de uma linhagem de uma família muito incomum, espero que não me olhe como se eu precisasse ir para um manicômio, pois agora começa a ficar estranho, de qualquer forma eu descobri que faço parte de uma linhagem de “fadas” pelo menos é como fomos intitulados se não somos fadas realmente. Somos muito próximos a isso, e não é nada como você imagina as fadas não são como você viu nos contos da Disney quando criança. Quem dera se fossem, mas elas, nós somos portadores de uma beleza estranha, incomum e incrível, nas lendas as fadas são muito ligadas à natureza, não é apenas isso.

Existem muitas lendas sobre nós. A verdadeira historia acabou se perdendo. Cada crença possui sua versão a mais popular é a de que nós somos frutos de anjos e demônios, só que ninguém consegue dizer se isso é verdade, pois não se sabe da existência de anjos, e até mesmo de demônios nunca encontramos com um realmente, então é mais fácil nós considerarmos que nenhum deles existe. Mas nem sempre somos tão ligados a isso, principalmente eu que não fui criado como devia. Chega de pensar em como nós “nascemos” por assim dizer. No momento a única coisa na qual nós temos mais fé – ele quase cuspiu na palavra “fé” – é em nossa Rainha que é muito egoísta que faz coisas horríveis que você não vai querer ouvir. Acredite, quando eu descobri as coisas terríveis que ela faz já tinha 12 anos e estava muito envolvido para fugir, tentei do mesmo jeito e fui compensado com sua ira, eu não sabia que ela era capaz de fazer o que ela fez para a criança que eu era. – Mike parou com a voz meio rouca, claramente estava se esforçando para não chorar na frente da irmã que acabara de conhecer.

— Mike se o que ela fez foi muito terrível não precisa me contar está tudo bem, apenas quero saber o porquê você parece ter a minha idade e nada mais é que isso esta me confundindo... Você esta me confundindo pelo simples fato de parecer ter minha idade e ter me dito que pertenço a uma linhagem de fadas o que parece muito louco até mesmo para mim que sempre adorou ficção...

— Kath você tem que saber me escute. Se você me interromper de novo talvez eu não consiga explicar o resto. – pediu ele.

— está bem, continue.

— ela... Bem ela me... Torturou – Mike engoliu em seco e eu não sabia como reagir, mas sabia que minha expressão era de puro horror, fiquei com pena dele e lamentei pelo pequeno Mike. – ela fez coisas, das quais não quero falar agora, pois vejo na sua expressão que não vai ser muito bem vinda, por causa dessa tortura eu fiquei com marcas horríveis nas costas, nos pulsos e nas minhas pernas. E então vem a parte que mais me assusta, ela me amaldiçoou, e sim ela tem poder para tal ato, não precisa nem me perguntar. Não me recordo das palavras exatas, porque eu havia sido recém-tirado da sala de tortura dela, no geral a maldição se baseia em mim e em minha família. Nós que somos fadas temos uma ótima memória eu me lembro de tudo que aconteceu na época de quando eu tinha a idade de Max e Isabel, claro da ultima vez que os vi, acredite. Reza a maldição que todos que são da minha família não se lembrarão de mim ou de nossos pais e eu não devo me aproximar, se não pode acontecer algo terrível com qualquer um de vocês, e sinto tanto, tanto por não cumprir isso e sei que cada parte da maldição vai lutar contra nossa aproximação, mas...

— eu não ligo – interrompi com convicção – iremos fazer isso dar certo e acabaremos com... Com essa maldição – as palavras saíram com um gosto amargo da minha boca.

— O motivo de que nós parecemos ter a mesma idade é que por boa parte da minha vida eu fiquei junto da Rainha. Ela de algum modo consegue modificar o tempo, resumindo ela quer todos que estão a sua volta, jovens e bonitos, para isso ela faz o tempo ficar mais devagar para quem vive junto dela. O tempo logo passará para mim, eu não vivo mais sob sua asa, então eu vou finalmente começar a envelhecer – ele parou e franziu o cenho – junto com a minha irmã mais nova, isso é muito estranho? – ele perguntou me fazendo rir um pouco apesar de tudo.

— Monique – eu disse pensativamente – ela me contou uma historia meio estranha. – eu disse estremecendo ao lembrar.

— Que história? – Mike perguntou inclinando-se para frente com os olhos se arregalando.

Contei para ele tudo o que a Rainha me falara.

— Isso não é possível, você tem certeza de que ela disse Miranda? – ele perguntou confusão e incredulidade tomando seu olhar.

Assenti com a cabeça baixa.

— Isso faz tanto sentido agora, não estou dizendo que tudo que foi dito da boca suja dela é verdade, mas se algumas coisas forem tipo o nosso pai trocando ela por uma humana, faz sentido ela querer nos ver sofrer. Por essa lógica nós não somos fadas “puras”.

Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa me veio uma lembrança da historia que a Rainha havia me contado que eu me esquecera de contar a Mike. “A mulher com o coração partido pelo próprio irmão...”.  

— Mike o nosso pai tinha uma irmã? – perguntei com a testa franzida, para confirmar e esperando que a Rainha tivesse mentido nessa parte.

— Não que eu saiba, mas aparentemente ele poderia ter. Por tudo que foi escondido por nesses anos – ele disse amargamente.

Contei o que eu havia esquecido com um suspiro e vi a expressão de nojo que ele fez.

— É verdade que eles morreram no dia do meu aniversario? – perguntei com medo de ser verdade.

Ele me olhou com pesar e meio que se desculpando. Engasguei ao ver que era sim verdade, os meus olhos se encheram de lagrimas e eu não consegui me conter e comecei a chorar.

Senti-o arrastando a sua cadeira ao meu lado e me abraçando, enterrei meu rosto em seu ombro me permitindo chorar mais.

— Mike? – o chamei, minha voz saindo abafada pela camisa dele.

—Oi?

— Depois a gente pensa nisso – falou puxando uma mecha do meu cabelo distraidamente.

Assenti, e ficamos em silencio, quando fui falar alguma coisa para preencher o silencio alguma coisa bateu contra o vidro fazendo o mesmo rachar e ficar ensanguentado. Levantamo-nos e encaramos o vidro e logo em seguida fomos correndo para fora para ver o que havia acontecido.

Quando chegamos e vimos o que havia colidido contra a janela, me dando uma sensação de dejà vu. Era um pássaro. A força com que ele se chocara contra a parede o matou em instantes. Havia um bilhete em seu bico Mike o pegou e lentamente abriu o bilhete. Em letras elegantes estava escrito:

                     “Vocês querem guerra? Assim seja.”


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Notas finais do capítulo

Cara como eu disse Kath é muito sunga monga, pelo anjo! E isso é tudo My Falling Angels Zueiros (aí você pensa: "Quê? "). Tá acho que eu vou tomar meus remédios. Espero que tenham gostado, e lembrando que.... Aceito comentários e criticas construtivas ~ lê-se mendigando reviews. Sorryzinho os erros.
Ps.: Literalmente, estamos no meio da fic, sim isso mesmo! vai ter apenas vinte capítulos + epílogo, é claro.



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