Pati zero escrita por Gannimedes


Capítulo 12
Dia dos namorados-1


Notas iniciais do capítulo

demorou mas saiu =P



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/734786/chapter/12

Rebeca se via em um deserto escaldante, onde só se enxergava areia ate onde os olhos alcançavam. Com a garganta a seco e o suor escorrendo por seu rosto, seus olhos ardiam em brasa, ate respirar era difícil. Caminhar sobre as areias quentes era como sentir uma chapa sob os pés. O mais desanimador é que o deserto parecia ser infinito. Exausta Rebeca já tinha se convencido que sua vida não se estenderá por muito a partir dali...

—Enzo... Salve-me...

Suplicou em meio desespero por seu suposto namorado virtual, enquanto seus joelhos caiam sobre as areias... Rebeca tenta se recordar de como as coisas chegaram a este ponto, usando suas ultimas forças, enquanto sua pobre vida se esvai agonizantemente. Estirada sobre a areia abrasadora, o cansaço já tornava o sofrimento indolor, ate manter os olhos abertos requeria certo esforço.

—Rebeca...

Quando toda sua visão foi coberta, quando estava tudo escuro, ela pode ouvir a voz de Patrícia suavemente ecoar por seus ouvidos.

—Este é o fim? Irmã...!!!

Em seguida Rebeca sentiu um forte cutucão em seu ombro. No mesmo instante removeu seu fone e girou sua cadeira para trás.

—Mamãe disse pra você parar de jogar e ir almoçar _Patrícia surgiu sorrateiramente no quarto de Rebeca ainda com o cabelo despenteado e cara amassada.

—humf... Eu já tenho idade para decidir quando estou com fome_ Rebeca resmungou com o fone em mãos inflando as bochechas.

—Certo... Só não deixe a mãe brava, por que... Bem, você sabe... _Patrícia fala se retirando do quarto deixando escapar um bocejo exagerado.

Rebeca espreguiçou, colocou novamente seu fone, e virou-se pra o computador. Novamente acomodada em sua cadeira voltou sua atenção ao jogo que era tratado como se fosse sua própria vida.

—Rebeca... Não estou conseguindo encontrar-la_ Ela ouviu a voz de Enzo sair de seu fone

—Eu morri no deserto _Falou um pouco aborrecida

—Vai ser um pouco difícil para revivê-la, neste deserto não há muitas referencias afinal

—Certo! Não tenha pressa, eu não vou sair do lugar! _Falou ironicamente, já que seu personagem dentro do jogo estava morto

—Achei um pouco chato, sua mãe ainda ficar no seu pé para fazer coisas simples, como almoçar hehe _Enzo foi capaz de ouvir Patrícia tagarelando com Rebeca

—Humf... Pois é. Eles não se tocam que já tenho idade para cuidar do meu próprio nariz. Afinal hoje é dia dos namorados, e eu devo passar o dia com meu namorado!

—Aaa... Rebeca isso foi tão legal! _Ele fala cheio de si

—Podemos estar fisicamente separados, mas nossos corações estão unidos, pois o amor transcende todas as dimensões. _Rebeca fala fazendo gestos exagerados em sua cadeira, girando a o tempo inteiro

—Sim! Este é o verdadeiro espírito!_ Enzo falou bem alto, e pelo tom de sua voz era de se perceber que a esta altura, já derramava lagrimas de emoção.

—Sinto que quando você vier para cá deveríamos fugir juntos! _Rebeca exclamou com firmeza nas palavras.

—Sim! Também concordo, já temos idade para sermos livres...

—Então está decidido?_ Rebeca falou com empolgação, mal podendo se segura na cadeira

—Claro, mas devemos planejar tudo nos mínimos detalhes. Como por exemplo: se vamos fugir, quem e que vai pagar nossa internet?

—...

Rebeca cruzou os braços e ficou pensativa

—Isso é um problema..._Foi tudo que conseguiu responder

—Mais importante, por hora acho que é melhor você obedecer a sua mãe, podemos jogar mais tarde.

—Humf... Eu acabei de dizer que já sou dona do meu próprio nariz. Eu vou almoçar na hora que eu quiser, e ninguém vai me fazer mudar de idéia! Eu quero passar o dia dos namorados com você! _Ela suspira exageradamente passando seus sentimentos para Enzo

Enzo se emociona novamente, contudo antes de suas próximas palavras, Rebeca foi interrompida.  Ouviu um estrondo poderoso como se uma bomba tivesse explodido. Era a porta do quarto de Rebeca se abrindo com violência, chegando ate a afrouxar os parafusos que prendiam as dobradiças. Rebeca se assustou desprendendo sua bunda da cadeira em um salto, e por impulso retirou seu fone do ouvido com o coração em mãos, girou sua cadeira para averiguar que tipo de monstro invadia seu quarto. Era sua mãe com os olhos em chamas e as veias do rostos expostas. Vinha caminhando em sua direção dando passos pesados e largos estremecendo todo o quarto, com a boca espumando.

—Rebeca!! Eu já falei para você vir almoçar!!! Ate quando vai me fazer esperar?!!!! _Trovejou sua mãe fazendo ate a tela do computador passar por algo similar a interferência.

Rebeca se encolheu totalmente em sua cadeira. Tão assustada que estava sentindo falta de ar, com a repentina crise se soluços resultante de seu susto.

—S-sim mamãe... Já estou indo... _As palavras quase não saem. Falou baixo e manso. Sem demonstrar qualquer resistência ela se levanta da cadeira sentindo suas pernas bambearem ao caminhar ate a cozinha. Diante a fúria de sua mãe, ela não teve coragem nem mesmo para se despedir de Enzo, que ficou preocupado, após ouvir todo o tumulto através de seu fone.

—Será que Rebeca esta bem? Parece que alguém invadiu o quarto dela com violência! Será que ela foi assaltada ou algo assim?? _Pensou Enzo em pânico


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Pati zero" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.