Pati zero escrita por Gannimedes


Capítulo 1
Meu nome é patricia




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6:30 da manha. Uma garota se prepara para ir ao primeiro dia de aula do ano. Penteando seus longos cabelos castanhos lisos, retocando sua maquiagem e ajeitando sua gravata. Usando uma roupa de colegial comum ela segue sozinha, o caminho ate sua escola.

Essa é patrícia, de 16 anos. Bonita, boas notas e extremamente vaidosa. Como os seus dias de colegial estão chegando ao fim, ela gasta a maior parte de sua energia a procura de um amor verdadeiro, alguém no qual pode confiar o resto de seus dias. Embora tenha todas estas qualidades, nenhum garoto jamais a convidou para sair, ou mostrou qualquer interesse nela, o que a deixa bem irritada, com pensamentos do tipo “o que a de errado com os garotos desta escola” ou “acordem, eu estou solteira”.

Chegando ao pátio da escola havia um mural com as informações sobre qual classe os alunos frequentariam a partir de hoje, o que faz ter uma grande concentração de alunos no local. Alguns pulando de alegria por ficarem na mesma sala de antigos amigos e outros chorando por se separarem. Patrícia não era uma pessoa com muitos amigos, então não se preocupava tanto com isso. Ela se aproxima vagarosamente do mural, enquanto olha discretamente para os lados procurando algum interessado em sua beleza, porem não percebeu nenhum movimento suspeito. Nenhum garoto pede seu telefone, ninguém nem ao menos diz oi. Arrumou-se muito no primeiro dia de aula para isso, e quando havia perdido as esperanças de receber algum contato naquele local, ouve uma tranquila voz masculina a abordando.

—Err... Bom dia! Você é a patrícia, certo? Espero que se lembre de mim. Estudamos na mesma classe há dois anos.

Primeiramente, o olhou de cima a baixo, como um scanner.

(Hum... Cabelo castanho escuro e espetado, da minha altura e bem magro. Ele está bem arrumado e... Bem, ele ate que e bonito. Eu me lembro dele, mas nunca conversamos antes. O plano é tentar conhecer todos os interessados e então escolher um sortudo para ser meu noivo.) -Pensou patrícia antes de responder.

—Claro, eu me lembro de você. Seu nome... E... Leandro certo?

—Sim! Isso mesmo que bom que se lembrou

Patrícia sorri gentilmente para ele. Convencida de que ele queria flertar, já foi adiantando sua resposta em mente.

(você quer sair comigo? Eu resolvi aceitar de primeira e lhe dar uma chance para nos conhecermos melhor)

—Bem, sabe.. Tem algo que eu gostaria de te pedir, mas eu fico com um pouco de vergonha já que não somos tão íntimos hehe. _Leandro falou passando a mão na nuca.

—Ora não tenha vergonha. Se quiser me pedir algo, apenas peça.

( Uou, é como meus colegas dizem... ela é muito legal) _ele pensou antes de responder:

—Sei que estamos no primeiro dia de aula, e talvez eu esteja muito adiantado

—Sim sim, diga.

—Bem, é que eu queria que você me ajudasse nos estudos. Pode ser?

—Claro! Eu resolvi aceitar de primeira e lhe... Espera ai!                 O QUE VOCE DISSE?!!!!

Patrícia mau espera ele acabar de falar para sair respondendo. O que ela ouviu foi tão inesperado que mal sabia o que responder em seguida, seu cérebro não conseguia processar aquela informação corretamente.

—Se você puder me ajudar nos estudos... você é inteligente certo? Eu me lembro que suas notas eram as melhores. Eu fui aprovado por muito pouco no ano passado, então eu queria ficar mais tranqüilo desta vez.

—Então... é só isso?

—Hum... sim!

Patrícia permaneceu a olhá-lo nos olhos por um tempo, antes de responder um pouco desapontada.

—Oh, claro, porque não? Encontre-me na biblioteca da escola, depois das aulas.

—Serio mesmo? Muito obrigado!!! Você é mesmo muito legal.

Leandro ficou empolgado com a resposta positiva, e durante as aulas ficou ansioso para encontrá-la.

Depois das aulas eles se encontraram na biblioteca. Sentando-se em uma das mesas, de frente um para o outro. Enquanto Leandro escolhe os livros que vão utilizar, Patrícia permaneceu sentada com uma expressão tediosa no rosto, e enquanto o observa sentando-se novamente e lentamente abrindo seu caderno e livros, muita coisa vem à mente:

(hum... estudar... espera um pouco! Eu já saquei qual é a sua! Havia muitas pessoas no pátio antes, então você me trouxe para um lugar mais vazio, para me dizer que está interessado em mim. considerando que você seja um homem tímido, isso faz todo sentido. Fu fu fu. já fui capaz de perceber seu plano, tenho tanto orgulho de mim.)

—Patrícia  _ele a chamou um pouco tímido

—Diga...

(É agora, ele vai finalmente me convidar para sair) _Ela ficou com um pensamento convencido enquanto alisa o próprio cabelo.

—Sabe patrícia na verdade, será que nos podíamos nos sentar mais próximos?

—O QUE?!!!!

Patrícia deixou escapar um berro de indignação fazendo com que a bibliotecária a chamasse a atenção.

—Silencio na biblioteca mocinha!!!

—Desculpe!

(Isso realmente me pegou de surpresa. Em uma situação normal ele diria de uma vez que está interessado em mim! Mas o que diabos ele esta esperando? Por acaso ele quer falar isso no meu ouvido? Isso também faz sentido) _ela continuava com pensamentos convencidos

Voltando um olhar raivoso para Leandro, como se ele fosse o responsável pela vergonha que passou, ela se levanta puxando a cadeira em sua direção, se aproximando tanto que o deixa um pouco desconfortável. ela junta suas mãos para escorar sua cabeça mantendo um olhar penetrante.

—E, bem, não acha que se você se sentar do meu lado não fica mais fácil para me ajudar? _Falou Leandro sem tirar os olhos do seu caderno

—Ah! Então era isso?

—Sim? o que você pensou que seria?

Patrícia fecha a cara pra ele e apenas respondeu a suas perguntas, nada alem disso, e se frustrando mais e mais a cada segundo que se passava.

(Por que ele enrola tanto para me convidar para sair? Assim vai parecer que ele só quer estudar)

Ela pensou enquanto cruzava suas pernas em sinal de desconforto. Seu olhar continuava fixo e impaciente, porem ele não a olhava de volta, estava muito focado em seus estudos.

—Patrícia, pode me esclarecer esta questão?

—Claro.

Ela se aproximou mais ainda dele. Ao esclarecer suas duvidas em um breve momento seus olhares se encontraram. Leandro ficou um pouco envergonhado e desvia o olhar. depois de um breve momento ela resolve agir primeiro

—Então...

—Então o que?

—Não esta esquecendo nada importante não? _Ela falou bem seria.

 Leandro colocou sua caneta sobre o queixo direcionando seu olhar para cima, pensou por um tempo, em seguida teve uma reação bem enérgica ao se lembrar de algo:

—Hum... a sim agora que você falou... eu ia te pedir para pegar minha garrafa de água que ficou bem do seu lado.

Ela permaneceu sem dizer uma única palavra, apenas esticando seu braço e pegando a tal garrafa.

(Bem... a única explicação para isso é que ele ainda esta tentando se acostumar comigo e perder sua timidez. Porem eu não devo apressá-lo, deixe perder a timidez aos poucos... ele deve estar planejando dizer que gosta de mim no final do dia) _Patrícia pensou com um sorriso de vilã no rosto

Durante o resto da tarde apenas o ajudou com todas as suas duvidas, e não tocou em nenhum assunto alem das matérias escolares. Ao entardecer Leandro se espreguiça preparando-se para ir. lentamente ele começa a fechar os livros e colocá-los em seus lugares. Patrícia o aguarda na portaria da biblioteca. Ela ofereceu ajuda com os livros, porem ele insistiu em fazer sozinho, e alem disso, ele disse que ela podia ir andando para casa, mas ela queria esperá-lo pois eles ainda tinham assuntos pendentes. Ao sair Leandro ficou feliz ao ver aquela bela garota o esperando. Ele se aproximou dela e falou um pouco sem graça:

—Patrícia... Eu pensei que você já tinha ido embora

—Você queria que eu tivesse ido? _ela falou alisando seus cabelos

—C-claro que não, er... isso me deixa um pouco feliz

—Então vamos juntos

—S-serio? Você não se importa mesmo?

—Não, sou eu quem esta te convidando afinal

—Então vamos _ele respondeu com um sorriso abobalhado

Durante toda a caminhada eles falaram sobre assuntos comuns. Lembranças sobre os anos em que estudaram na mesma sala. Patrícia o tempo todo ficou na expectativa do convite para seu primeiro encontro e vibrava toda vez em que ele abria a boca para dizer algo. Chegando a uma esquina ele para repentinamente de andar, patrícia da alguns passos antes de perceber, e logo se vira para ele meio confusa. Ele fica um breve momento a olhando nos olhos em silencio, o que fez imaginar um milhão de coisas:

(Ele parou de andar repentinamente, e fica me olhando estranhamente... será que é agora? Agora que ele vai me chamar para sair?)

—Patrícia... _Ele chamou o nome dela seriamente

—Sim _respondeu esperançosa

—Obrigado por hoje, espero que possa continuar me ajudando...

—Sim...

—E bem... minha casa é pra lá então nos vemos amanha

—Certo, ate amanhã

Dito isso Leandro sorri pra ela e se vira para ir embora. Patrícia permaneceu imóvel observando ele pelas costas, se afastando aos poucos e saindo do seu campo de visão, ate que finalmente cai a ficha, fazendo com que tenha uma reação parecida com um choque repentino!

—EI !!!! Espera ai !!!!

Gritou tão alto que fez os pombos voarem assustados.

—Nossa. O que houve patrícia? _Ele gritou do mesmo lugar em que estava

—Você... Não tem nada de errado não? _gritou de volta para ele

—Algo de errado?

—Não tem mais nada pra me falar não?

—Hum... Eu não sei... Eu te agradeci adequadamente, não foi? Ou tem mais alguma coisa que você queira em troca?

Eles continuaram a gritar um para o outro no meio da rua sem se darem conta de incomodar os moradores locais. Aquele comportamento despreocupado fez patrícia se zangar, e mais uma vez ela gritou, porem desta vez com um tom mais enfurecido:

—Como pode ser assim tão despreocupado? Eu não acredito nisso!!!  Esqueça tudo, e vá logo para casa!!!

Depois de gritar loucamente com as veias do rosto saltando para fora, ela se virou e foi embora pisando forte, sem olhar para trás.

Leandro apenas a observou se afastando de uma distancia segura, embora já tivessem estudado na mesma classe alguns anos nunca a tinha visto enfurecida.

—Nossa. Ela ficou brava com alguma coisa, mas o que? Pergunto-me se falai algo de errado enquanto nos lembrávamos do passado... Acho que devo me desculpar adequadamente com ela amanhã, quando for seguro me aproximar.


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