Capítulo 22- Conhecendo os pais dela!

Hermione estava ansiosa para chegar logo ao dormitório dos monitores, e poder contar a Draco que a sra. Weasley havia permitido que ele fosse passar o natal em sua companhia, juntamente com toda a família Weasley e seus amigos.

Assim que ela entrou no dormitório encontrou Draco sentado no chão rodeado por livros.

–Muito dever de casa? –perguntou a garota se sentando ao lado dele.

–Sim. –disse ele. –Runas Antigas, Aritmancia, Feitiços e Poções. –disse Draco suspirando. –Se eu fosse você começaria agora mesmo a fazê-los, já que os dois primeiros são para esta sexta!

–Eu já terminei. –disse Hermione orgulhosa de si ao ver o olhar espantado de Draco.

–Quando e como? –perguntou ele. –É impossível, fazemos praticamente todas as aulas juntos e você com toda certeza não teve tempo para fazer nada!

–Tive sim! –disse a castanha. –Nos intervalos entre as aulas, na hora do almoço e durante a aula de Trato das Criaturas Mágicas. Meu filhote de Centauro praticamente não me deu trabalho algum. –depois da grande guerra os Centauros finalmente viviam em paz com os bruxos. E agora os alunos do sétimo ano tinham a oportunidade de criar filhotes de Centauros. A qualidade das aulas de Trato das Criaturas Mágicas aumentou consideravelmente. A maioria dos alunos julgava essa aula como ‘A favorita’ e ‘A melhor de todas’!

–Sorte a sua. –resmungou Draco. –Meu Centauro me deu um trabalho danado! Não queria comer, e muito menos dormir. Ficou correndo durante a aula inteira! Eu desconfio que ele não vai com a minha cara!

–Já o meu é bem bonzinho. –disse Hermione. –Fallen é um amor de centauro!

–Como assim o Fallen? –perguntou Draco. –Este é o meu centauro! –essa era a única matéria que agora eles cursavam em horários diferentes. Já que a diretoria da escola resolveu separar os alunos da Sonserina e Grifinória, pelo maior tempo possível. Já que era de conhecimento de todos que essa se fazia, ser a aula mais turbulenta entre as duas casas. Sendo assim as únicas aulas que os dois não tinham juntos era Trato das Criaturas Mágicas e Aritmancia.

–Não é não! –disse Hermione. –O Fallen é muito bonzinho comigo!

–Ele é um centauro do mal, estou falando!

–Não é não! –disse Hermione zangada ela havia se afeiçoado muito ao animal. –Ele simplesmente não vai com a tua cara feia!

–Então eu sou feio é? –perguntou Draco colocando os livros no chão.

–É! –disse Hermione.

–Duvido que você ache isso! –disse ele se aproximando.

–Pois pode duvidar o quanto quiser, pois eu realmente acho isso! –disse ela cruzando os braços. Draco estava ao seu lado, a segurou pela cintura e começou a lhe dar beijinhos na bochecha.

–Eu ainda sou feio?

–Sim! –disse a garota. Ele beijava o pescoço dela agora. Aos poucos eles foram se inclinando em direção ao chão, Draco deitado por cima de Hermione continuou beijando seu pescoço.

–Me diz se sou feio ainda. –disse ele lhe beijando nos lábios. E após alguns segundos interrompeu o beijo, ouvindo um resmungo de Hermione, e a olhou nos olhos. –Então ainda sou feio?

–Não! –ele gargalhou. –Seu chato, volta aqui que não terminei de te beijar!

Eles ficaram por um bom tempo apenas curtindo o momento. O único momento em que ambos se sentiam alheios ao resto do mundo.

–Draco! –disse Hermione se sentando de repente. –Eu tenho uma ótima noticia! –disse ela rindo da cara de infeliz do namorado, por ela ter interrompido o beijo assim do nada.

–E o que é? –disse ele se sentando também. –Espero que seja algo realmente importante!

–E é! –disse ela sorrindo. –Hoje a Gina recebeu a resposta da mãe dela e a sra. Weasley disse que você poderia sim ir passar o natal junto comigo na casa dela!

–Como? –disse ele de olhos arregalados. –Mione não dá, eu não vou!

–E por quê? Posso saber? –disse ela se levantando e cruzando os braços, irritada.

–Por que... ora porque... –ela o interrompeu.

–Draco Malfoy nem tente me dizer não. Não vai adiantar! –ela se dirigiu para seu quarto e fechou a porta sem dizer boa noite a Draco, assim que se viu entre as paredes de seu quarto Hermione riu da cara que Draco havia feito quando ela lhe contou a novidade.

–Essa garota é louca! –resmungou Draco passando as mãos no cabelo exausto. Ele sabia que não poderia lutar contra a vontade de Hermione. Ele sabia muito bem que nunca conseguiria negar nenhum pedido que fosse dela, ainda mais quando ela fazia cara de cachorrinho abandonado, cortava o coração do garoto.

Ficou combinado que Hermione, no dia 24 de Dezembro, aparataria em frente a mansão dos Malfoy com seus pais, em uma aparatação acompanhada autorizada pelo sr. Weasley- atual Ministro da Magia- e de lá eles aparatariam para A Toca.

(...)

Draco andava de um lado para o outro na luxuosa sala de estar da mansão Malfoy. Ele suava frio de nervoso. Ele sabia que esse natal poderia ser muito desastroso, e tinha receio disso. Afinal, o que os amigos de Hermione pensariam ao vê-la entrando na casa deles de mãos dadas com Draco Malfoy, aquele que durante todos esses anos os perseguia, humilhando, irritando e rebaixando a família Weasley por serem pobres. Apesar de tudo, na maior parte, ser pura e simples atuação.

Ele não podia negar que os invejava. Ele sempre quis ter uma família grande, com vários irmãos e primos, ele teve uma infância solitária e talvez, se ele tivesse tido ao menos um único irmão, este não teria passado metade de sua vida humilhando as pessoas. Talvez ele tivesse sido uma pessoa melhor, e com melhores sentimentos, ou talvez não. Quem sabe, se ele não tivesse tido um irmão, se os dois não iriam querer ser os “Reis do Mundo”? As vezes o destino pode ser bem traiçoeiro. Essa foi uma lição que ele foi obrigado a aprender com o passar dos anos.

Ele olhava para o seu relógio de pulso pela milésima vez. Estava ansioso. Resolveu se sentar para se controlar, pois se não o fizesse talvez ele entrasse em combustão ali mesmo. No momento em que ele se recostava no sofá e fechava os olhos para descansar, ouviu-se um estalido e o loiro se colocou em pé.

Correndo até o portão da grande casa Draco recebeu Hermione e seus pais.

–Olá Sr. e Sra. Granger! –disse ele os recebendo. –Oi Mione. –disse ele meio tímido, não sabia como reagir com Hermione em frente aos pais dela, mas ela tomou a iniciativa lhe dando um selinho e pegando em sua mão.

–Então você é o Draco de que tanto Hermione nos fala? –disse a Sra. Granger.

–Eu não falo tanto assim dele mãe! –disse a garota corando.

–Fala sim, você deveria ver rapaz! –disse a senhora rindo. –É o Draco pra cá, Draco pra lá... O Draco isso e aquilo... Conheço sua vida inteira! Desde que ela entrou para Hogwarts em todas as férias só o que ela faz é falar de você! Fala um pouco dos amigos, mas de você meu caro...

–Mãe! –disse Hermione interrompendo a mãe, corada ao máximo. Draco olhou para ela com uma sobrancelha erguida e com um sorriso maroto brincando nos lábios. –Você não diga nada! –disse a garota brava para Draco.

–Eu não ia dizer nada. –disse Draco.

–Então... –disse o Sr. Granger, olhando serio para o casal que estava sentado a sua frente. –Quais são as suas intenções com a minha garotinha, rapaz?

–As melhores, senhor. –disse Draco. –Eu gosto muito de sua filha e quero fazê-la muito feliz. –disse Draco com receio da reação de seu ‘sogro’. A palavra lhe deu arrepios.

–Acho bom... Pois posso não ser um bruxo, mas posso tomar providencias para que você não chegue perto de minha garotinha. –disse o pai de Hermione de cara séria e Draco engoliu em seco.

–Não se preocupe senhor eu... –Draco foi interrompido pelas gargalhadas dos três Granger ali presentes, ele olhou sem entender absolutamente nada.

–Eu disse que ele ficaria com medo papai! –disse Hermione rindo.

–Eu tenho que mostrar presença ora! –disse o Sr. Granger. –Mas falando serio agora. –disse ele se recuperando do ataque de risos. –Faça minha filha feliz! Como sabe ela é filha única e ela é o nosso xodó.

–Pode ter certeza de que o farei. –disse Draco, não olhando para o Sr. Granger, mas sim nos olhos de Hermione que sorriu emocionada com a declaração.

–A conversa está boa, mas não queremos nos atrasar para a ceia de natal não é? –disse Sra. Granger. –Quanto mais cedo ‘aparatarmos’ melhor, não gostei nadinha desse negócio... Não quero minha filha aparatando por aí e...

–Menos meu bem. –disse o Sr. Granger afagando-lhe o braço.

–Vamos! –disse Hermione se levantando e Draco suou frio. Era agora! Ele só rezava para que tudo desse certo.

Hermione com sua mãe, e Draco com o Sr. Granger aparatam ao mesmo tempo, sincronizados. A sensação estranha durou poucos segundos e eles já estavam na estradinha que leva em direção aos portões da Toca.

–Ufa! –disse a Sra. Granger. –Isso foi horrível! –disse ela se recompondo com as mãos no peito, ainda ofegante pela sensação de abandono que a aparatação causa.

–É logo ali vamos? –disser Hermione para os pais e para Draco. Pegou na mão do garoto e seguiram a curta estradinha.

Estava próximo ao crepúsculo quando eles chegaram aos portões da Toca. Gina vinha correndo na direção deles.

–Olá! Sejam bem vindos. –disse ela aos pais de Hermione. –Como vai Mione?

–Bem e você?–respondeu a castanha.

–Estou ótima e você Draco, como vai? –perguntou a ruiva e Draco ficou espantado. Pela primeira vez ela ouvira um Weasley chamando qualquer Malfoy pelo primeiro nome.

–Acho que estou bem. –disse ele meio constrangido.

–Nós não mordemos não se preocupe. –disse Gina fazendo todos rirem. –Vamos estão todos lá na tenda nos esperando. –disse ela apontando para a grande tenda branca que anteriormente fora usada para o aniversário de Harry e também para o casamento de Fleur e Gui.

Assim que eles adentraram aos portões da casa todos os olhares pousaram em Draco e este engoliu em seco, mais nervoso do que já estava.