Harry Potter e a Senhora do Tempo escrita por Mimis


Capítulo 31
Consequencias




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Melissa acordou de repente com a sensação de que dormira por vários dias. Não se sentiu sonolenta nem nada, apenas um pouco desorientada. Porém, por dentro, tudo o que sentia era uma mistura de excitação e amedrontamento. Ao abrir os olhos deu de cara com Lionel bem perto dela, e percebeu que estava deitada no chão duro e poeirento d’A Cabana, propriedade dos Malfoy. O garoto estava agachado ao seu lado, com a expressão séria e preocupada.

 - Eu sei quem é meu pai!

— Você tá bem Melissa? – Ele começou, ignorando o comentário da garota. Ela se sentou, irritada.

— E você ouviu o que eu acabei de te dizer Lionel?

— Presta atenção Granger: você quase morreu...

—É, seu pai bem que tentou...

Ele se calou e a garota soltou uma exclamação baixa de dor. Tinha o corpo moído, como se tivesse acabado de cair de sua vassoura no campo de quadribol. Melissa deu uma olhada rápida à sua volta, e percebeu que os primeiros raios da manhã começavam a entrar por entre as frestas das janelas fechadas. Bem perto da porta, que estava entreaberta, viu a silhueta de Draco Malfoy, com certeza conjurando algum feitiço pois vislumbrou algumas fagulhas prateadas saindo da varinha. Virando o rosto rapidamente, desejou pela primeira vez voltar pra Hogwarts.

— É sério Melissa, você tá bem? Digo, na medida do possível... – Lionel insistiu, ainda a olhando demoradamente, a voz sussurrada. Ela tentou sorrir, mais percebeu que sua boca se contraiu numa careta.

— Diante de tudo o que aconteceu eu...eu vou sobreviver...Só tô dolorida. Agora, me escuta Lionel. – Ela se aproximou um pouco mais dele, olhando de esguelha para a silhueta imóvel de Draco. – Eu não sei o que seu pai fez comigo, acho que tenho uma leve teoria, mas seja qual encantamento ou mesmo maldição que ele tenha lançado aparentemente não funcionou, afinal, sua mãe não voltou certo?

Um lampejo de tristeza perpassou pelo rosto do garoto que negou com cabeça. Ela mesmo se segurou para não girar a cabeça e procurar por algum fantasma ou coisa parecida de Mirelle Malfoy. Ainda com a voz baixa, prosseguiu:

— Eu não sei te explicar direito, mas enquanto...enquanto acontecia o que quer que seja comigo eu descobri quem é meu pai...

— Como assim?

— Eu já disse, eu não sei como, porque...Enquanto eu estava ali naquela espécie de transe, eu ouvi vozes...eram da minha mãe, e...do meu pai...e de outro bruxo...Eles estavam realizando um feitiço, um Juramento Inquebrável.

Lionel fez tamanha cara de espanto que ela teve vontade de chorar. Porém o bruxo logo voltou ao seu habitual ar cético:

— Espera aí Melissa! Você mesma me disse que seu pai é um trouxa que morreu quando você era um bebê. Ou sua mãe mentiu?

— Mentiu sim... Mas essa não é a principal questão, eu consegui ouvir o nome do meu pai, ele mesmo disse, eu ouvi! – Ela então elevou a voz, alterada. – Meu pai é Harry Potter.

Ouve um segundos de silêncio, onde ela aguardava ansiosamente pela reação de Lionel. Este, porém, parecia fazer um grande esforço interno para entender o que ela disse. Por fim se decidiu:

— Granger...Você realmente, REALMENTE acredita nisso?

— Eu...eu não sei...Mas faz sentido não faz?

— Lógico que não... Você, você viu naquela memória Granger, sua mãe e o Weasley pai...Eles estavam juntos!

— Eu sei! Mas eles se separam e o Prof. Potter não era comprometido! E isso se encaixa com a aversão que minha mãe tem dele, os avisos para não chegar perto dele, dela nem querer que eu voltasse para Hogwarts pra começo de conversa...

— Ela não queria?

— A questão é porque essa raiva toda? O que aconteceu? Porque um feitiço pra que ele não chegasse perto de mim, o meu próprio pai...

— Porque você praticamente morreu Srta. Granger, e Potter salvou sua vida, renunciando à sua paternidade. – A voz calma de Draco Malfoy foi ouvia acima da cabeça deles. Estavam tão absortos na conversa que não perceberam que ele tinha se aproximado. Lionel se levantou de repente, parando um pouco longe dela. Melissa também se levantou, ainda meio atordoada.

— Como... – Ela começou e ele tentou sorrir, apesar do olhar pesado e da expressão desoladamente séria. Ainda amedrontada, a garota aproximou-se silenciosamente de Lionel.

— Eu não sou a pessoa ideal para contar sobre essa sua história perdida Srta. Granger. Eu não a conheço por inteiro pra falar a verdade.

— E o que o senhor pode contar? – Dessa vez ele abriu um sorriso e Melissa tento esboçar um, apesar do medo crescente que estava do bruxo. Não só por tudo o que ele fez com ela, mas apesar de aparentar tranquilidade, via que seus olhos estavam inquietos, toda hora olhando para a porta. Respirou fundo, aguardando.

— Bem...Não é segredo que nunca fui próximo de Hermione Granger muito menos de Harry Potter. Seria indelicado até lhe falar sobre como erámos na escola ou mesmo meus sentimentos à respeito deles. Tudo o que sei sobre eles desde que saímos de Hogwarts, ouvi em Azkaban. Que ele virou um Auror e ela teve um filho...

— Mas pai, ela disse que depois... o que foi Melissa? – Lionel começou, porém Melissa fingiu se sentir mal e cambaleou para seu lado, o garoto abraçando-a. Ela aproveitou e lhe sussurrou urgente “acho que seu pai está esperando alguém. Quando eu der o sinal use na gente” e rapidamente passou a capa da invisibilidade enrolada para os bolsos internos do moletom dele. Ele sussurrou um “ok” vago, porém ela não tinha outra opção. Ela se equilibrou novamente e percebeu que Draco estava começando a demonstrar ansiedade. Olhou para Lionel que lhe retribuiu o olhar entendendo.

— Você está bem Srta. Granger?

— Um pouco tonta ainda.

— Não tive oportunidade de lhe pedir desculpas por tudo o que fiz com a senhorita.

— Eu...eu até entendo Sr. Malfoy. Mas eu não entendo o que aconteceu comigo. Porque eu ouvi...ouvi todo aquele encantamento, esse tal Voto Inquebrável feito pelos meus pais.

— Esse encantamento fiz usando a srta. como um dos procedimentos é chamado de Feitiço do Amor Original e como lhe expliquei é extremamente antigo, e nunca fora usado. Eu cheguei à conclusão que o que fiz hoje não foi bem sucedido pois você já estava sob efeito de outro encantamento e agora a srta. está confirmando minhas suspeitas. Voto Inquebrável é um feitiço extremamente poderoso, complexo e que se não for bem executado pode ter sérias consequências. Nesse caso, seus pais fizeram para salvar sua vida. E – veja não tenho qualquer explicação plausível para isso – através desse feitiço do Amor Original consegui reverter seu Voto Inquebrável.

— Tudo o que eu ouvi àquela hora que estava naquela espécie de transe era verdade então?

— Bom, não tenho como confirmar mas...

— Mas pode ser certo? Ele pode ser meu pai!

Malfoy parecia agora abertamente nervoso, e sua ansiedade o fez rir abertamente:

— Sim, Harry Potter é seu pai. E...ora, ora Lionel! Agora será muito interessante para todos se você e a sua amiga aqui forem mais que amigos...

Melissa corou porém Lionel começou, sério, não partilhando desse momento de ironia de Draco: – O que eu e a Melissa temos é algo nosso, não diz respeito à ninguém... Pai, o senhor está bem? ESTÁ tudo bem?

— Sim.

— Então porque o senhor ainda está apontando a varinha pra gente? Pra mim?

Draco não teve tempo de responder. Com um barulho anormalmente alto a porta de entrada foi escancarada e raios de sol iluminaram toda A Cabana. Momentaneamente cega pelo sol Melissa distinguiu a figura esguia de uma mulher. Draco pareceu tremer.

— Ela chegou.

***********

— Harry! Espere Harry!

Andando o mais rápido possível após aparatar nos limites de Hogwarts, Harry praticamente corria em direção aos portões de ferro ladeados por javalis de pedra. Hermione e Rony corriam atrás dele. O bruxo parou então, tomando fôlego, o coração batendo acelerado. Rony chamou por ele, seguido por Hermione.

— Harry! Calma, eu também estou tão nervosa quanto você. Mas precisamos…Como vamos...?

— É só chegar e dizer que sou o pai dela!

—Você pode tentar não falar assim Harry que eu sempre acho que você vai estrebuchar no chão toda vez!

— Falar o que Rony? Que sou o pai dela?!

— Exatamente!

— Eu não sei exatamente o que aconteceu para rever um feitiço dessa magnitude mas precisamos ve-la agora!

— Isso mesmo, a Mione está certa. Vamos! O que...o que foi Harry?

Harry parou quando à meio caminho do portão de ferro, olhando urgente para o lado onde estava a Floresta Proibida.

— O que... – Hermione começou, porém Harry começou a caminhar em direção ao brilho prateado que irradiava por entre as árvores; sua experiência lhe dizia que era um patrono. Hermione e Rony o seguiram em silêncio. Caminharam alguns minutos, à varinha em punho. Ao entrar na floresta, não precisou acender sua varinha, pois alguns metros à frente deles um imponente leão prateado saiu de trás de uma árvore.

 - De quem será? – Hermione sussurrou ao seu lado, a voz falhada. Rony aproximou-se também de seu outro lado, cauteloso. Harry franziu o cenho, intrigado, também se perguntando de quem seria aquele patrono. O leão prateado então girou sobre si mesmo, impaciente, e quando abriu a boca uma voz conhecida emergiu dela:

— Venha Potter, sua filha precisa de você. Venha para Porte d’Aval.

— É um patrono de Draco Malfoy! – Hermione esganiçou, desesperada – Ele está com a Melissa! Vamos, eu sei onde fica.

 E pegando as mãos dele e de Rony, Hermione desaparatou com eles, sem ao menos deixar Harry entender porque Draco enviaria um Patrono – se é que ele poderia conjurar um! – pedindo ajuda se, de algum jeito, conseguira sequestrar sua filha.


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Notas finais do capítulo

Não é muito grande, mas tá bom o capítulo,rs....



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