Harry Potter e a Senhora do Tempo escrita por Mimis


Capítulo 26
A terceira profecia




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Harry estava sentado na velha mesa de madeira da cozinha da Toca havia quase uma hora sem se mexer, os olhos fixos em nada específico. Após receber a profecia das mãos de Lupin, todos ficaram olhando-o em silêncio, esperando qual atitude ele tomaria. Mas o bruxo simplesmente não sabia o que fazer. Na verdade, até sabia mas aquele pequeno globo de vidro fez suas lembranças mais antigas invadirem sua mente, e ele precisou sentar para se recompor. Os outros presentes perceberam o impacto que aquele objeto causara nele e rapidamente se entreterem com outras coisas. Rony e Hermione sentaram num canto da sala, falando baixo sobre suas próprias teorias. Lupin chamou a mulher rapidamente pela lareira, a fim de atualiza-la sobre os últimos acontecimentos e saber suas opiniões. O Sr. Weasley lentamente preparou chá para todos. Ele e a mulher – que descera um tempo depois, completamente vestida - rapidamente se inteirou dos acontecimentos. Logo o Sr. e Sra. Weasley sentaram cada um de um lado dele, assustando-se quando a velha senhora tocou sua mão.

— Querido...Não acha melhor acabar logo com isso?  - Ela disse, indicando a cabeça para a bola de vidro que estava bem a sua frente na mesa.

Harry apenas sorriu discretamente para a mulher. Percebeu que Lupin acabara de falar com a esposa e vinha entrando silenciosamente pela cozinha, Rony e Hermione estavam logo atrás dele.

— Bem, falei rapidamente com a Dora, ela me disse que logo após a McGonagall assumir a diretora de Hogwarts decidiu transformar as Aulas de Adivinhação em Estudos Místicos e propôs à Sibila Trelawney que se reciclasse e modernizasse as suas aulas, o que, obviamente, ela recusou. O seu vício em xerez já estava fugindo de seu controle, ela abandonou Hogwarts e ninguém mais soube dela.

— Você realmente acha que ela fez mais uma previsão sobre Harry?

— Ela já se mostrou capaz de fazer não uma mas duas previsões realmente verdadeiras Molly.

Rony então se entrepôs na conversa, como se uma luz estivesse acendido em seu cérebro.

—S.T. As iniciais Harry!! As cartas que você andou recebendo, elas são assinadas por S.T certo? – Ele fez uma pausa dramática, enquanto todos o olhavam. – Sibila Trelawney.

Ele sorriu triunfante. Seus pais abriram a boca assombrados. Lupin o fitou sério. Mas ao virar esperando a aprovação – e com certeza o elogio – de Hermione a bruxa apenas coçou a cabeça, pensativa.

— É óbvio demais Rony...

— Seria algo típico daquele inseto gigante Mione! Enigmático e dramático como ela! É perfeito!

Harry compartilhava do mesmo pensamento da amiga. Sabia que apesar de toda a dramaticidade da antiga professora, depois de todos esses anos Sibila Trelawney não sairia simplesmente de algum buraco deprimente onde com certeza estava se escondendo e resolvido enviar cartas ameaçadoras. E depois começasse simplesmente a matar. Ela sempre fora grata à Dumbledore e não tinha perfil – muito menos habilidades - de ser uma bruxa das trevas ou algum comensal da morte tardio.

Mas tinha algo que não se encaixava, nem mesmo nas teorias malucas de Rony: a profecia. Harry voltou-se novamente para a esfera de vidro na mesa. Estava na hora de enfrentar seus antigos fantasmas.

— Bom... – O rapaz começou, levantando-se e segurando a esfera entre os dedos, o velho conhecido calor que emanava dela embrulhando seu estômago – Se a culpada é a Trelawney, acho que essa profecia pode elucidar algumas coisas.

Todos à sua volta pareceram prender à respiração. Harry deu a volta na velha mesa de madeira, sob os olhares de todos. Teve vontade de jogar aquela esfera com toda a força na parede, mas decidiu simplesmente que ela rolasse devagar da sua mão em direção ao chão.

Dos milhares de caquinhos surgiu um vulto branco-perolado como fantasma, subindo em espiral. A imagem fantasmagórica de Sibila Trelawney surgiu no meio de todos, um pouco diferente da lembrança que Harry tinha da antiga professora: estava com as vestes tortas e rasgadas, os cabelos compridos e desgrenhados, muito mais magra do que se lembrava e com muito mais rugas; com certeza era uma profecia mais recente. A voz rouca da velha bruxa ecoou pelas paredes da cozinha:

“O sangue do menino trouxe vida e trouxe morte às trevas. Mas sem trevas não há luz, assim como não existe bem sem haver o mal. A balança está desequilibrada, então somente o sangue do descendente do amigo da morte para trazer as trevas. Sangue jovem realçado de inteligência e desconhecimento, dado de bom grado à ex-servo, para que nasça a senhora do tempo...Quando o leão reencontrar seu lar o sangue dos Peverell voltará a ser útil fazendo de...”

Harry observou o vulto da velha professora sumir no ar de repente, como se sugado por algo invisível. Ele não sabia se era possível que uma profecia fosse incompleta. Seu olhar encontrou-se com os olhos lacrimejantes de Hermione. Como sempre, ela entendera a profecia quase que instantaneamente como ele. Ele travou uma batalha interna entre sua razão e sua emoção. Escutou a voz de Lupin ao longe.

— Vou até Hogwarts agora falar com a McGonagall. Hermione, a Melissa está protegida por hora dentro do castelo, você sabe muito bem disso. Você também sabe Harry. Vocês precisam ir atrás de Trelawney e faze-la terminar a profecia.

— Não sabia que isso era possível Lupin!

 - Vocês três darão um jeito Rony, tenho plena consciência disso.

— Mas como se não sabemos onde ela está?

— Vamos até o Ministério, aquele Higglebottom deve saber dela, ele trouxe a profecia pra começar. Vamos torcer para que ele continue naquele armário... Molly queria, preciso ir, volto assim que puder.

Após Lupin sumir por entre as chamas esverdeadas o Sr. Weasley colocou apressadamente sua capa de viagem, sendo seguido pelos três. Rony então parou, inquieto.

— Bem, eu acho que não deveríamos chamar muita atenção sobre isso certo? Mas se chegarmos de repente lá no Ministério com papai no meio da madrugada ficará muito...suspeito não acham?

Eles se entreolharam, Rony tinha razão. Hermione porém rapidamente desfez sua cara de desapontamento e sorriu brevemente.

 - Vejamos...- a bruxa começou, tirando a varinha das vestes e apontando para Harry e em seguida para si própria – Acho que se Raffitay for visto com sua assistente Madame Hi-Soung por lá não levantará suspeitas. E o Sr. Weasley não precisa de desculpas para estar lá, mesmo sem nenhum motivo aparente sua popularidade fala por si. E você, como filho dele e funcionário do ministério também não precisa temer.

Harry olhou rapidamente sua imagem no espelho de cobre acima da lareira dos Wesley. Porém, não viu seu rosto refletido e sim o de um senhor de bigode fino e olhos escuros e caídos, completamente careca. A sua frente uma bruxa oriental de cabelos curtos espetados lhe sorriu satisfeita.

— Beleza de transfiguração hein Mione!

— Sempre o tom de surpresa Rony. Toma Harry, O chefe dos Aurores não usa jeans e camiseta. Que bom que sempre deixo uma muda de roupa aqui no cantinho da bolsa...

Após se vestir rapidamente, os 4 entraram na lareira e as chamas esverdeadas os levaram até o amplo saguão de entrada do ministério, totalmente vazio na madrugada.

Passaram pelo vigia Memphis, que gaguejou ao ver principalmente Harry e Hermione, achando que era o chefe dos Aurores e sua assistente. Sem maiores problemas, chegaram até a porta onde o Sr. Weasley e Lupin havia escondido o bruxo Rubbord e Higglebottom. Rapidamente, Harry e Rony puxaram o ainda desacordado bruxo e o levaram para a sala do Sr. Weasley, colocando-o de qualquer jeito numa cadeira.

— Arre! Como esse cara fede! Acho que não toma banho há séculos!

— Essa é nossa menor preocupação Rony! Vem cá Harry, deixa eu fazer você voltar ao normal.

Hermione reverteu a transfiguração dos dois e virou-se para o bruxo estuporado:

— Enervate!

Higglebottom pareceu acordar em câmera lenta. Piscou várias vezes os olhinhos miúdos, olhando abobado para cada um deles. Seu olhar encontrou Harry e demorou-se em sua cicatriz. O velho bruxo levantou-se, assustando à todos.
— HARRY POTTER! O ALGOZ DE MINHA AMADA! MAS EU LHE VINGAREI AMADA SISSY... – Começou o bruxo, empunhando uma varinha imaginária, então seus olhos se encheram de lágrimas. – POR FAVOR, Ó PODEROSO BRUXO, SALVE SISSY, SALVE SISSY DELA PRÓPRIA E DAQUELE MONSTRO QUE ATENDE PELA ALCUNHA DE SENHORA DO TEMPO!


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Notas finais do capítulo

Momentos decisivos! Quero muitos coments!!



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