Toská -Angústia escrita por Tia Lina


Capítulo 45
Hambúrguer com batata frita


Notas iniciais do capítulo

Olááááááááááááá, enfermeira! Tudo bem com vocês? ^^ Só queria dizer que tem uns detalhes pertinentes nesses capítulos que, quando somados, se tronarão algo importante (mas é claro que não direi o que é :S huahauhaua)

BoA leitura ^^



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Os músculos das pernas de Steve ardiam por terem permanecido na mesma posição por muito tempo, as solas dos pés doíam e ele tinha certeza de que aquela botina que emprestara de Tony dera calos nos seus mindinhos, mas agora faltava apenas quinze minutos para o final da feira e tudo no que conseguia pensar era no hambúrguer com batatas fritas que comeria logo em seguida. A garota de longuíssimos cabelos negros e lisos parada à sua frente sorria tanto e projetava o corpo para frente com tanta frequência que o loiro começou a se sentir encurralado. Bombardeara-o com perguntas que ele sequer compreendia, mas o roteiro de respostas ensaiado juntamente à Banner e Stark durante a semana estava satisfazendo a curiosidade da menina.

— Wow! Você criou uma máquina e tanto aí! – Ela se apoiou na bancada, aproximando-se ainda mais.

— A criação não é minha, é deles. – Steve apontou para os dois garotos que se preocupavam em atender outras pessoas. – Eu ajudei com a construção, meu talento especial é o trabalho manual. – Sorriu cordialmente.

— Tenho certeza que sim. – Ela também sorriu, mas o sorriso dela era estranho.

Depois daquilo, ela permaneceu em silêncio na mesma posição por algum tempo, e Steve começava a pensar em ignorá-la para se juntar ao Stark do outro lado do stand quando ela voltou a falar.

— Escuta, você vai fazer alguma coisa depois da feira? – Steve uniu as sobrancelhas por um momento.

— Eu tenho um compromisso depois.

— Ah, que pena. – A garota traçava desenhos uniformes e imaginários com o indicador no balcão. – Então vou te passar o meu telefone e você me liga quando estiver livre, pode ser? – Sorriu novamente. Steve se surpreendeu.

— Ah, perdoe-me, isso não será possível.

— Por quê? Não sou interessante?

— Não é exatamente isso. – Coçou a nuca. – É que, na verdade eu...

— As pessoas começaram a ir embora, Stevie, precisa de alguma ajuda? – Bucky aparecera de algum lugar que o loiro sequer vira e se sentiu aliviado de repente.

— Não, ajudarei Stark e Banner a desmontarem partes do motor somente para conseguirem transportar com facilidade e depois ficarei livre.

— Tudo bem. – Bucky sorriu, ignorando completamente a garota ao seu lado. – Quer que espere em outro lugar ou posso esperar por aqui mesmo?

— Pode ficar por aqui, acho que com o final da feira você já fica autorizado a passar para o lado de cá. – Steve sorriu de volta e encarou a garota em seguida. – E eu sinto muito, mas vou recusar a sua oferta, estou saindo com ele. – Apontou para Bucky.

A garota encarou o Barnes dos pés à cabeça, demorando-se propositalmente no braço de metal. Suspirou pesadamente e emitiu um ruído esquisito antes de se virar e caminhar para longe com passadas determinadas e que indicavam superioridade. O Barnes uniu as sobrancelhas enquanto a observava desaparecer pelo corredor e somente depois de não conseguir mais enxergá-la voltou a dar atenção ao Rogers. Steve parecia não ter se importado com a cena enquanto pegava duas garrafas de água, estendendo uma ao moreno, que agradeceu baixinho.

— Aquela garota te chamou pra sair? – Bucky questionou enquanto abria sua garrafa.

— Algo do tipo. – Deu de ombros. – Mas eu disse que estava ocupado hoje, então ela queria o meu telefone para marcarmos algo em outro dia, foi meio esquisito.

— De onde vem todo esse sex appeal? – Bucky arqueou uma sobrancelha, levando a garrafa à boca.

Steve formulou uma resposta, mas ela nunca saiu de seus lábios, porque, de repente, observar o desenho da boca vermelha de Bucky Barnes envolvendo o gargalo daquela pet parecia bem mais importante. O Rogers chegou a unir as sobrancelhas por alguns instantes, parecia terrivelmente errado ter sentindo um calafrio percorrer seu corpo somente com o movimentar do pomo de adão do Barnes ao ingerir a água, ou com o modo como as bochechas se moviam durante a sucção. Mais errado ainda quando uma gotícula escapou pelo canto esquerdo dos lábios avermelhados e tomou rumo até o queixo, escorregando pelo pescoço e desaparecendo camiseta à dentro. Steve engoliu em seco e desviou os olhos, colocando sua própria garrafa nos lábios e tomando-a de uma vez só.

— Vai engasgar, Stevie. – Bucky disse quando percebeu que ele tomava a água como se nunca tivesse visto o líquido antes. De fato, ao finalizar o conteúdo, o Rogers começou a tossir descontroladamente. – Eu disse que iria engasgar, seu idiota. – Bucky revirou os olhos e deu alguns tapas gentis nas costas do loiro. – Tava pensando no que pra precisar tomar água como se toda a água do mundo fosse acabar em um minuto, garoto?

— Cala a boca, babaca. – Steve desvencilhou-se do Barnes e começou a caminhar em direção a Stark e Banner. – Vou ajudar a desmontar essa bagunça e nós já vamos, pode entrar e se sentar numa daquelas cadeiras, se quiser. – Apontou para um canto, onde três cadeiras estavam.

Bucky preferiu seguir o conselho do Rogers, passara tempo demais em pé, caminhando de um stand a outro, fingindo que entendera exatamente o funcionamento de todos aqueles projetos que sequer pareciam interessantes. Enquanto aguardava, observava o loiro com curiosa minúcia. Steve parecia diferente, de uma maneira estranhamente interessante. Ainda não entendera exatamente porquê ou o quê parecia diferente nele, talvez fosse somente um truque de sua mente por conta das roupas de marca que emprestara, ou talvez a forma com que seus olhos pareciam se perder de vez em quando. O Barnes notara quando ele uniu as sobrancelhas enquanto o observava beber água e não compreendera nada. No que é que aquele merdinha delinquente estava pensando? Bucky não tinha resposta e receava não chegar a nenhuma conclusão até o final da noite.

Enquanto ouvia a empolgação eminente nas vozes de Banner e Stark sobre o sucesso da feira e sobre o prêmio que certamente conseguiriam com seu projeto, Steve seguia as ordens dos dois gênios da ciência e mecânica para continuar desmontando aquele motor, ele só queria sair logo dali para comer, seu estômago doía de tanta fome e tudo no que conseguia pensar – quando estava longe do Barnes – era naquele prato de hambúrguer com batata frita. Ainda não tinham escolhido um local, esperava muito que Bucky tivesse pensado em algo porque Steve nem estava em condições no momento. Com um esforço gigantesco, conseguiu tirar a última – e mais pesada – peça do motor e colocá-la no chão. Enxugou a testa numa toalha e encarou os dois rapazes que se preocupavam em cuidar de outras partes daquele projeto.

— Bom, terminei a minha parte, precisam de mim para algo mais?

— Não, Steve, pode ir. – Banner sorriu amigavelmente. – Muito obrigado pelo auxílio e pela ajuda, foi um sucesso. Divirta-se no seu encontro.

Steve sorriu, Banner era sempre agradável quando não estava irritado, mas como era sempre Stark quem mais o irritava, Steve nunca realmente o tinha visto irritado.

— Obrigado pela mão, meu bem, foi bom tê-lo por perto. Não deixe o Barnes se aproveitar o seu corpinho frágil e me ligue se estiver assustado. – O sorriso de Stark era zombeteiro, mas bonito. Steve riu soprado. – E diga ao seu namorado que realmente espero uma visita para poder estudar aquele braço, não aceito um não como resposta.

— Eu duvido que consiga fazê-lo mudar de ideia. – Steve riu. – Mas transmitirei o recado. Até segunda-feira, cavalheiros. – Com uma reverência exagerada, Steve seguiu até o Barnes. – Vamos?

— Acho bom Stark perceber de uma vez por todas que eu não vou com a cara dele, ou teremos problemas sérios e reais no futuro. – Bucky suspirou e se levantou. – O que eu tenho que fazer pra ele parar de me importunar?

— Você só tem duas opções. – Steve ergueu os dedos. – Vai à casa dele e se submete a todas as experiências esquisitas que ele quer fazer, ou se muda de continente e nunca mais volta a pisar na América.

— Vou encontrar uma solução melhor, ah se vou. – Bucky passou um dos braços sobre o ombro de Steve quando começaram a caminhar.

— Realmente espero que tenha escolhido um lugar, porque tô morrendo de fome e sem condição nenhuma de pensar em mais nada que não seja hambúrguer e batata frita.

— Relaxa, Stevie, sei exatamente como satisfazer as suas vontades. – Bucky sorriu ao piscar para o loiro, que engoliu seco mais uma vez.

Depois de uma caminhada de quase meia hora, chegaram em frente ao prédio muito antigo do ‘Essen Fast Slow Food, uma espécie de restaurante-lanchonete que servia lanches rápidos em uma parte e refeições completas em outra. Era um lugar grande, bonito e discreto, mas também cheio de gente. Demoraram um pouco para encontrarem uma mesa vazia, e assim que o fizeram, Bucky se prontificara a pedir os hambúrgueres e as batatas fritas, voltando com dois copos grandes de Coca-Cola. Não sabia dizer se era pela fome ou se por ser novidade, mas aquele fora o melhor hambúrguer que Steve comera na vida, e o molho de churrasco que acompanhava as batatas fritas parecia no ponto, fazendo-o fechar os olhos diversas vezes enquanto mastigava.

Bucky achava graça enquanto o assistia se deliciar com a comida e passou mais tempo o observando do que, de fato, comendo. Steve tinha esse jeito engraçado de mastigar movendo a cabeça para cima e para baixo, como se fosse necessário muito mais que somente a força de seus dentes para triturar o alimento e que Bucky achava completamente adorável. Suspirou saudoso ao perceber que sentira falta daquilo também, e enquanto comiam aquele hambúrguer apetitoso naquele lugar bacana, Bucky se sentiu novamente em casa.


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Notas finais do capítulo

A título de curiosidade, ‘Essen Fast Slow Food é um lugar real e o que escolhi para a cena é o que fica na Madson Avenue (caso tenham oportunidade de visitar ou queiram dar uma checada no Google Maps ^^). Agora, quanto a esse capítulo só tenho uma coisa a dizer: Não digo nada. E digo mais: Só digo isso.

Obrigada pela companhia e até o próximo ♥ XoXo ;*



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