Toská -Angústia escrita por Tia Lina


Capítulo 35
O que somos


Notas iniciais do capítulo

Olááááááá, enfermeira! Tudo bem com vocês? Aaaah, tava tão ansiosa pra postar esse capítulo (acho que tava mais ansiosa que vocês :S). Preparados para a revelação mais chocante dos últimos tempos? Naaah, acho que não huahuahaua Então...

BoA leitura ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/734694/chapter/35

— E então, Bucky? – Ele voltou a questionar depois de perceber que o garoto não responderia. – O que nós somos?

— Como assim? Tipo Power Rangers? Eu sou o Tiranossauro Rex e você o Mastodonte? – Bucky uniu as sobrancelhas, sem saber muito bem porque Steve parecia tão preocupado em dar um nome àquilo, em seguida exclamou. – Puta que pariu! Agora entendi porque meu pai nos obrigava a assistir a esse show, foi só para que eu usasse essa comparação um dia, valeu pai! – Ele revirou os olhos.

— Larga mão de ser babaca, Bucky, o papo aqui é sério. – Steve suspirou, mas acabou soltando um riso abafado. – Além do mais, por que eu tenho que ser o Mastodonte? E se eu quiser ser o Tiranossauro Rex?

— Você sempre odiou o Ranger vermelho porque dizia que ele estragava a sua cor, esse é o motivo. – Bucky revirou os olhos.

— Tanto faz, podemos voltar ao assunto principal agora? Eu quero saber que nome daremos a... isso. – Gesticulou simultaneamente para Bucky e si próprio.

— Faz o seguinte, Stevie, digita na barra de pesquisa do Google “que nome se dá para o relacionamento entre meu amigo e eu quando eu tenho uma vontade avassaladora de beijar a boca bonita que ele tem o tempo todo?”, eu tenho certeza que alguém já passou por isso no Yahoo Respostas há uns dez anos. – Bucky se esparramou na cama.

— Buck, é sério, cara. – Steve bufou, também se esparramando na cama, ao lado dele. – Você disse que queria uma resposta honesta, quando estou disposto a dá-la você fica dizendo merda? O que quer que eu faça?

— Que pare de ser um idiota delinquente literal, não combina com você. – Ele suspirou. – Quando disse que eu queria uma resposta honesta, eu me referia ao que você iria querer, não que classificação daríamos para o que vamos fazer, seu tapado imbecil. – O Barnes revirou novamente os olhos.

— Bom, digamos que uma palavra para definir tudo seria bem mais fácil do que dizer “nós somos amigos de infância, só que às vezes damos uns amassos na frente dos armários de desconhecidos no vestiário da escola quando não tem ninguém vendo”. – Steve também revirou os olhos.

— Eu não preciso me explicar para ninguém, e também não preciso que me apresente como seu noivo ou algo do tipo. Além do mais, já possuímos uma classificação, sou seu melhor amigo, e o resto é história. Nós não temos que explicar nada do que estamos fazendo a ninguém, muito menos dar satisfações sobre o que eu represento na sua vida ou não. Se alguém questionar, você manda se foder, você ficou muito bom em fazer isso ultimamente. – Ele sorriu de viés. – Além do mais, as únicas pessoas que precisam de uma explicação são os seus pais, e eu tenho certeza de que eles não exigirão detalhe algum, então – Bucky deu de ombros – o resto pode mesmo ir se foder, tô cagando para o que pensam.

— Tá, você diz isso agora, mas depois vai mudar de ideia. – Steve suspirou.

— Se eu mudar de ideia no futuro, me certificarei de que seja o primeiro a saber, beleza?

— Beleza.

Steve concordou mais uma vez, e quando é que não o fazia?

O quarto caiu num silêncio absoluto depois da conversa e o loiro acabou se aproveitando do silêncio para encostar-se ao Barnes ombro a ombro enquanto ambos encaravam a televisão, que exibia a tela de descanso do jogo esquecido. Suspiraram ao mesmo tempo, o que arrancou um mínimo sorriso dos dois, mesmo que não tivessem movido um músculo por incontáveis minutos, e estava tudo bem porque aquele silêncio não era constrangedor e não precisava ser preenchido por nada.

Até Barnes suspirar novamente.

Steve o encarou de rabo de olho antes de indagar.

— O que aconteceu agora?

— Eu só estava pensando.

— Acho que nós dois estávamos. – Ele arqueou uma sobrancelha. – No que você tava pensando?

— Eu posso, tipo, beijar você agora? – Ele parecia mais confuso do que zombeteiro e o Rogers admitia que aquela expressão chegava a ser assustadoramente adorável demais, até mesmo para Bucky.

— Como assim, Buck? Agora, agora? – Ele gesticulava, ao que o outro compreendeu que ele se referia àquele momento.

— Também, mas eu tava pensando numa coisa mais abrangente, tipo... – ele parou para pensar por um momento, concluindo o raciocínio em seguida – Quando nos vermos amanhã de manhã? Ou quando for me visitar em casa ou mesmo em outras ocasiões?

— Cara, de onde saiu toda essa atitude de adolescente indefeso que não combina com a sua imagem de “amigo gótico do Steve”? – O Rogers riu soprado, arrancando também um sorriso do outro.

— Achei melhor perguntar, você acabou de dizer que quer me beijar mais vezes, eu não quero arriscar perder esse grande progresso pulando em cima de você na primeira oportunidade quando eu nem sei se eu posso mesmo fazer isso sempre que me der na telha. – Ele garantiu.

— Você não pode sair por aí me beijando o tempo todo, Bucky, eu disse que não somos animais selvagens. – Ele pontuou. – Mas isso não significa que não pode me beijar em momento algum.

— E quando é um bom momento?

Steve riu soprado, segurando a nuca do moreno com a canhota e colando os lábios como desejava fazer outra vez. Era estranho beijar o Barnes, isso era um fato. Não de um jeito ruim, era só... surreal demais. Crescera com o garoto e o tinha como membro de sua família há dez anos, agora mais que em todos os outros anos de convivência, então era de se esperar que um sentimento de ansiedade aparecesse em algum momento. Não fora o que aconteceu na escola e não estava acontecendo naquele momento, enquanto o Barnes fazia questão de massagear a sua língua e investir para cima do loiro enquanto os dois mantinham os lábios colados. 

Muito pelo contrário.

Beijar Bucky era mais confortável e natural do que ele jamais imaginara que seria, e aquela sensação crescente e calorosa que dominava seu peito só o fazia querer permanecer daquele jeito pelo resto do dia.

Enquanto isso, Bucky queria muito respeitar o espaço do loiro, queria muito ser mais controlado e não jogar todo o peso do corpo para cima do menor, mas o que ele poderia fazer se a boca do Rogers era fodidamente deliciosa? E ele fazia essa coisa de sugar o seu lábio inferior e dar mordidinhas que só funcionavam como convite para todas as suas funções se concentrarem somente naqueles lábios macios e molhados. Suas mãos seguravam possessivamente a cintura frágil do outro, tentando muito não apertá-la além do suportável, afinal, Bucky não queria quebrar o garoto ao meio no primeiro amasso realmente decente que davam.

Então Rogers fez algo inusitado que o Barnes jamais imaginou que ele seria capaz de fazer.

Tirando forças sabe-se lá de onde, o menor virou-os na cama e ficou por cima do moreno, sem se preocupar em abandonar os lábios não tão macios do Barnes no meio do processo. Steve descobrira naquele momento que não se importava em morrer asfixiado se isso significasse nunca mais abandonar aquela boca indecente. Para desagrado do Rogers, Bucky cortara o beijo com um estalo molhado, lambendo um resquício de saliva que ficara no lábio inferior muito inchado do pequeno. Steve não saiu de cima dele, continuava apoiado em seus ombros enquanto recuperava um pouco do fôlego que perdera quando o Barnes começou a gargalhar, movimentando todo o corpo do loiro junto.

— O que é tão engraçado? – Ele sorriu de viés.

— Quem diria que Steve Rogers estaria sentado em cima de mim, na cama dele, enquanto tenta recuperar um pouco do oxigênio perdido depois de um amasso fodido em um dia de semana depois da aula? – Ele continuava a rir, e seu riso acabou contagiando o loiro. – Onde foi que aprendeu essas investidas, Stevie?

— No acampamento de verão. – Deu de ombros, sentando-se, de fato, no colo do Barnes quando endireitou a coluna.

— O que eles andam ensinando para as crianças nesses acampamentos hoje em dia? – Ele arqueou uma das sobrancelhas, apertando levemente a cintura fina do garoto em seu colo e se esforçando ao máximo para não se excitar mais ainda.

— Não aprendi exatamente no acampamento. – Ele fez uma careta involuntária. – Foi mais com alguém do acampamento enquanto estava por lá.

— Ora, ora, ora... – Bucky riu soprado. – Então nosso delinquente irresponsável ia para o acampamento beijar os participantes, quem diria? E eu achando que nunca tivesse beijado na boca antes... – Ele dizia somente para azucriná-lo.

— Ah, Buck, meu caro, tem tanta coisa que você ainda não sabe. – Ele riu soprado, aguçando a curiosidade do outro.

— Vai me dizer que andou enfiando esse pau branquelo em buracos alheios por aí também? – Ele zombou.

— Talvez tenha sido com a mesma pessoa que me ensinou essa manobra espetacular. – Ele arqueou uma sobrancelha, rindo soprado quando o moreno uniu as suas.

— Isso é sério? – Bucky parecia verdadeiramente surpreso. – Mas você me disse que era virgem!

— Não, você assumiu isso sozinho, eu não disse absolutamente nada.

— E quem foi a felizarda? – Ele arqueou uma sobrancelha, realmente interessado.

— Você não a conhece, o nome dela é Anne.

— Anne? A que você beijou no acampamento na quinta-série? – O moreno arregalou os olhos. – Steve, você saiu por aí fodendo as pessoas quando ainda era uma criança?

— Como sabe que eu a beijei na quinta-série? – O loiro uniu as sobrancelhas.

— Natasha me contou. – Ele deu de ombros, voltando a acariciar a cintura do loiro quando percebeu que havia parado devido ao choque.

Steve riu soprado e voltou a aproximar seu rosto ao do Barnes, selando rapidamente seus lábios.

— Então você saiu por aí arrancando informações da Nat ao meu respeito? Por isso se aproximou dela? Tsc, tsc, tsc, que coisa feia, Buck. – Ele o repreendia em tom zombeteiro.

— Natasha não consegue segurar tudo dentro da boca, às vezes ela solta algumas histórias realmente interessantes.

— Preciso tomar cuidado com vocês dois, isso sim. – Ele suspirou, sorrindo ameno logo em seguida. – Não tinha 14 anos quando Anne e eu fizemos, isso aconteceu no ano passado, seu bocó. – Steve deu um leve tapa na cabeça do Barnes. – O que pensa que eu sou?

— Natasha não me contou esse detalhe, porque ela não me contou isso?

— Porque eu não conto exatamente tudo para Natasha.

— Ah, é? E pra quem você vai correndo contar as coisas quando tá com o peito estufado de merda e quer aliviar um pouco tanto estresse?

Steve sorriu novamente.

— Pra isso eu tenho você. Por que eu correria para outra pessoa contar sobre a minha vida inteira quando eu tenho você, que sempre esteve lá por mim em todos os meus piores momentos?

Havia um limite do quanto um ser humano estava autorizado a ser adorável, Bucky tinha certeza disso, quase tanto quanto tinha certeza que o Rogers extrapolaria todos os limites existentes se possível, porque o garoto era muito bom em ser um irresponsável quebrador de regras.

— Ah, Steve, eu poderia te comer inteiro em uma só mordida agora mesmo. – O Barnes suspirou.

Steve gargalhou antes de segurá-lo novamente pela nuca.

— Eu gostaria muito de te ver tentando.

E sem dizer mais nada, eles voltaram a fazer o que aprenderam a fazer de melhor naquele dia.

Acabar-se em beijos desesperadamente molhados.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Posso usar o meu direito de permanecer calada até que me exijam explicações, posso? ~faz cara fofa~

Obrigada pela companhia e até o próximo ♥ XoXo ;*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Toská -Angústia" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.