Toská -Angústia escrita por Tia Lina


Capítulo 22
Você é mesmo um idiota, Rogers


Notas iniciais do capítulo

Não vou enrolar aqui, não, só vim dizer que eu só tô postando mais um hoje pq vcs merecem e pq esse tbm tá super curtinho, então

BoA leitura ^^



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— Ah, Steve! Como está? – Peggy correu até o garoto assim que o mesmo chegou para a aula naquela quarta-feira.

Steve sorriu meio tortamente porque ainda não sabia como a encararia depois do incidente naquela noite, há duas semanas. O loiro evitara sair na rua e passara uma semana dormindo na casa de Bucky, tendo o moreno tratando diariamente de seus ferimentos, tentando amenizá-los antes de encarar os pais. Não adiantou muito, ele ainda levou uma bronca quando a mãe viu as manchas que começavam a amarelar assim que se encontraram pela primeira vez depois de sete dias se escondendo no quarto do Barnes. Peggy tocou gentilmente seu rosto, procurando algum vestígio daquela briga, mas acabou sorrindo graciosamente quando o garoto ficou vermelho.

— Eu estou bem melhor, obrigado. - Sorriu sem graça.

— Eu não entendi o que aquele garoto queria daquela vez. Vocês se conhecem de algum lugar?

— Digamos que ele é um encrenqueiro que eu conheci há muitos anos. Não é alguém que devemos dar importância.

— No entanto, você se importou o suficiente para cair nos comentários idiotas dele? – Ela arqueou uma sobrancelha. – Você é mesmo um idiota, Rogers. – Riu soprado.

— Prefiro pensar que sou corajoso.

— Esse é só um nome bonito que as pessoas utilizam para a imprudência, não seja tolo. – Ela riu soprado, afastando a sua mão do rosto do loiro quando percebeu que haviam expectadores por perto. – O que os seus pais disseram quando você chegou daquele jeito em casa?

— A minha mãe descobriu somente na semana passada, estive fora de casa por esses dias.

— Onde esteve esse tempo todo? – Uniu as sobrancelhas.

— Na casa de Bucky, ele é o meu vizinho e me ajudou com os curativos e tudo mais. – Corou violentamente.

Peggy arqueou uma sobrancelha, mas deu o assunto por encerrado, chamando-o para se unir ao grupo de alunos. Steve acompanhou-a silenciosamente, com seus pensamentos caminhando para todas as direções, já fazia um tempo que ele não dormia muito bem à noite. Ele não podia evitar, não quando tanta coisa acontecera tão repentinamente nos últimos tempos. Os dias que passara na casa de Bucky foram estranhos, principalmente porque o amigo tomou todo o cuidado de não trazer o assunto de sua confissão meio torta à tona e, de certo modo, Steve agradecia. Era quase como se não houvesse acontecido, exceto pelas vezes em que surpreendia o moreno admirando o vazio, como se pensasse seriamente num modo de desaparecer a qualquer instante.

Ele sabia que era egoísmo seu não falar a respeito e também sabia que isso estava atormentando o outro, mas o que poderia fazer quando ele não fazia ideia de como responder? Acabara de conhecer alguém que, pela primeira vez, despertara sentimentos gostosos e ele queria se permitir viver aquele momento. Peggy também parecia disposta a viver o melhor que aquele relacionamento poderia proporcionar. Bucky seria para sempre o seu melhor amigo, e agora ele estava por perto, não era o suficiente estar ali por ele quando o mesmo precisasse? Talvez... Talvez se desse um tempo ao amigo, aquele sentimento voltaria a ser como era antes e ele até poderia conhecer alguém que valesse a pena. Steve suspirou baixinho, não poderia dividir esses pensamentos com Bucky, isso o machucaria ainda mais.

Enquanto isso, Barnes estava na sua pausa do trabalho, sentado no beco logo ao lado da loja na qual trabalhava, observando um buraco na parede como se aquilo fosse verdadeiramente interessante. Nenhum de seus colegas de trabalho pareciam interessados em descobrir porque seu humor piorara tanto nos últimos dias, e ele não se sentia tentado a explicar então só deixava fluir. Falava somente o necessário e fugia de todos os outros assuntos quando podia. Ele não se sentia mesmo muito a fim de conversar com ninguém. Sua garganta coçou, ansiando por um daqueles cigarros que ele chegou a fumar por uma época, quando ainda estava na Rússia. Suspirou derrotado ao se recordar do sorriso da senhora Rogers, ele não poderia voltar a fumar, não poderia fazer isso com ela, que se tornara sua segunda mãe. Suspirou novamente.

— Nunca ouviu dizer que sua alma escapa do corpo quando você suspira? – Bucky chegou até a achar graça daquela.

— O que está fazendo aqui, Romanoff?

— Tava passando aqui por perto e resolvi pedir um café. – Ela revirou os olhos. – Steve me deu esse endereço assim que começou a trabalhar aqui, eu só vim checar se você ainda tá vivo.

— Para seu desapontamento, sim.

— Como andam as coisas com o loirinho?

— Natasha, eu realmente não estou a fim de falar sobre isso. – Apertou levemente a têmpora, remexendo-se desconfortável ao lado da ruiva.

— A merda já tá feita, Barnes, o que mais você tem a perder agora?

Ele encarou a garota seriamente, com uma pontada de fúria crescendo em seu estômago. Valeria a pena começar uma briga com a amiga de Steve agora?

— Eu realmente não quero ter que te bater, Romanoff, é melhor você desaparecer agora.

— Eu gostaria muito de te ver tentar. – Ela sorriu de viés. – Você não foi o único que brincou de luta clandestina na Rússia, Barnes. – Ele custou a esconder a surpresa, mas ela notou. Ela sempre notava. – Acha que eu não reparei as suas cicatrizes quando fui visitar Steve em sua casa? Eu conheço essas mercas, eu tenho algumas. Você não me assusta, Barnes, e eu acho bom que você nunca se esqueça disso. – Ele deveria saber que a ruiva era mais esperta do que pensava. Natasha continuou a falar logo em seguida, não dando muita importância para a falta de palavras alheia – Quem te escalou? Agnessa? Dimitrios? – Ele sorriu de viés.

— Ermolai.

— Ermolai conseguiu o posto de Agnessa? – Ela riu soprado. – Eu queria muito ter visto isso.

— Eu tenho certeza de que não veio até aqui discutir o meu passado sujo, Natasha, diga logo o que você quer e vá embora, saco!

— Eu disse a que vim, você não quis me responder. – Ela deu de ombros. – Eu posso perguntar diretamente a Steve, se preferir.

— Se você conseguir uma resposta, eu gostaria muito de ouvi-la. – Deixou um riso doído cortar o ar e se levantou. – Agora preciso voltar ao trabalho, minhas contas não serão pagas sozinhas.

Natasha o assistiu caminhar para longe e também deixou um riso soprado abandonar os lábios. Então era isso? Ela deveria ter imaginado quando aparecera na casa do Barnes e encontrara aquele clima pesado, mas como não era melhor amiga do moreno e Steve se negara a dar detalhes, achou melhor deixar para que ambos se resolvessem. Visto que isso não aconteceria tão cedo, só lhe restava a opção de fazer o loiro perceber onde é que suas ações o levariam, caso não tomasse outra atitude o mais brevemente possível.


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Notas finais do capítulo

Eu confesso que estou postando esses capítulos e tudo no que consigo pensar é "caramba, não vejo a hora de postar esses capítulos específicos porque eu quero MUITO ver a reação deles". É isso que tem me alimentado nos últimos tempos, sério huahauhaua Enquanto esses capítulos não chegam, eu vou agradecendo por permanecerem aqui comigo ♥ Até breve e XoXo ;*



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