Toská -Angústia escrita por Tia Lina


Capítulo 19
Um momento de coração partido


Notas iniciais do capítulo

BANG! Por essa vocês não esperavam, eu sei, podem falar huahuahuahua Decidi postar hoje msm pq o capítulo seguinte é maior e esse tá pequeno, então... Vamos ao que verdadeiramente interessa. E sim, preparem-se.

BoA leitura ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/734694/chapter/19

Bucky tinha uma expressão extremamente descontente enquanto se apoiava no balcão, vestido com seu boné preto e avental, ambos com a estampa do Starbucks. Amaldiçoava pela quinta vez aquela maldita indecisão daquele maldito adolescente entre um frappuccino ou um dos novos sabores de smoothies enquanto a maldita e irritante namorada do mesmo tomava o seu milk-shake ruidosamente ao seu lado, palpitando vez ou outra e reclamando da demora. Desde o momento em que acordara naquela manhã, trazia consigo uma insuportável dor de cabeça, graças às duas garrafas vazias de Bourbon que ficaram no chão de sua sala. Ele começara a imaginar diversas formas de matar aquele garoto quando, finalmente, ele decidiu acompanhar a namorada e tomar um milk-shake. Sorrindo amarelo, Bucky registrou o pedido e passou para o atendente ao lado.

A conversa com Steve não fora lá muito produtiva, mas fora boa o suficiente para, pelo menos, saber que ele não passaria o sábado irritado consigo. Bucky ainda não sabia o que aconteceria dali para frente por conta daquele encontro, mas, de qualquer forma, não poderia arriscar perdê-lo simplesmente porque tinha a boca mais filhadaputamente estúpida das redondezas do Brooklyn e poderia colocar tudo a perder com algum comentário mais estúpido ainda. Ele suspirou pesaroso, pensar naquele maldito encontro o irritava mais do que deveria, de fato, irritar. Prometera a Steve que estaria lá à noite para dar seu veredicto, mas a verdade era que não queria vê-lo até o domingo, para receber a notícia, fosse ela favorável ou não. Foi desperto de seus devaneios quando um casal aparentemente impaciente chegou com seu filho para fazer um pedido. O dia prometia ser cheio.

Lá pelas tantas da tarde, quando perdera de vez o fio de esperança de que as coisas fossem melhorar com o passar do dia e que sua dor de cabeça fosse – magicamente – desaparecer, Bucky conseguiu trocar de lugar com uma garota do estoque, conquistando um pouquinho de um merecido e necessitado silêncio para sua mente cansada. Àquela altura, sentia como se um desfile todo de 4 de julho estivesse entoando em alto e bom som o hino dos Estados Unidos em diversos carros alegóricos com diferentes tipos de personagens e personalidades, e isso o estava colocando num estado de extremo mau humor. Em momentos assim, escolhia permanecer sozinho, a fim de evitar conflitos desnecessários.

Em dado horário, um dos rapazes aparecera com uma aspirina, enviada por uma das garotas que percebera a expressão em seu rosto. Bucky maneou a cabeça, dando a entender que apreciava o gesto e, mesmo sabendo que aquilo não surtiria efeito nenhum, mastigou o comprimido e o engoliu, continuando a arrumar as prateleiras. Quando foi liberado, não tinha certeza se queria mesmo voltar para casa se aquilo significava ajudar Steve a se preparar para o encontro do qual passara a semana inteira falando. Suspirou pesadamente enquanto pegava sua mochila e saía da loja.

Entrou em sua casa, deparando-se com a cena lastimável que deixara pra trás quando saíra. Soltou outro suspiro cansado, largou a mochila ao lado da porta e caminhou até a cozinha, voltando com alguns sacos plásticos. Limpou aquele pequeno arsenal de garrafas acumuladas no chão da sala, aproveitando para jogar alguns restos de alimentos e caixas vazias de pizza. Tentou tornar aquele ambiente meramente habitável antes de seguir caminho até o banheiro, onde esperava encontrar algum descanso com um banho demorado. Fora o tempo de terminar de se vestir para ouvir a campainha tocar, era de se esperar que logo Steve estaria na porta de sua casa, só não esperava que fosse assim tão cedo.

Sábado realmente chegara mais rápido do que Bucky realmente desejava que chegasse. Certamente não deveria se comparar ao amigo, mas seu nervosismo era quase palpável. Talvez pelo fato de saber que, em algumas horas, ele estaria se preparando para sair com uma garota fantástica, ou então fora aquele maldito pedido que acabara de ouvir dos lábios rosados do Rogers assim que chegaram no quarto do mesmo.

— Por quê? – Com uma carranca, Bucky questionou.

— Porque é importante pra mim, oras!

— Vocês nem saíram ainda, você nem sabe se vai dar em alguma coisa, por que quer tanto assim que a conheça?

— Porque se isso virar um relacionamento, eu quero que ela saiba quem é uma das pessoas mais importantes da minha vida, Buck. Você pode, por favor, colaborar?

— Você nem sabe se a garota vai mesmo aceitar sair contigo uma segunda vez, não deveria sair por aí apresentando os seus amigos a ela.

— Pare de jogar praga em cima de mim. Por que não quer conhecê-la?

— Porque sou muito mais bonito que você e ela pode mudar de ideia quando me vir sorrir. – Ele botou um sorriso enviesado na face. Steve revirou os olhos.

— Eu duvido que ela vá me trocar por você, sabe, ela tem bom gosto.

— Ah, disso eu duvido! – Bucky zombou com uma risada frouxa.

— Chega de me enrolar, Peggy está para chegar e quero que você a receba com sua melhor cara. – Bucky riu de escárnio.

— Não é por nada, não, Stevie, mas essa é a única cara que eu tenho.

— Então bote um sorriso nela e seja simpático. – O loiro bufou.

Bucky soltou um suspiro descontente, se jogando na cama do Rogers como se esta lhe pertencesse. Ele não queria e não pretendia conhecer a garota que mexia com ele, e cansado de toda aquela merda na qual estava se metendo, fechou os olhos com força e se sentou, olhando para Steve, que separava a roupa emprestada por Stark.

— Stevie, vem cá, senta aí. – Apontou com a cabeça para o seu lado.

— Fale. – O loiro logo estava ao seu lado.

Bucky tomou fôlego e estreitou os olhos, repassando em sua mente todos os motivos que o faziam continuar com aquela loucura. O Rogers aguardava pacientemente ao seu lado, preparando-se para ouvir todas as histórias ruins sobre a época que o amigo passara na Rússia, e então, sem preparação ou qualquer coisa que indicasse o que estava por vir, Bucky abriu a boca e a frase seguinte não foi exatamente a que ele esperava ouvir.

— Eu gosto de você. - Steve uniu as sobrancelhas, procurando a graça no que ele lhe falara. Não a encontrou em lugar algum.

— Você é gay? - Foi uma pergunta estúpida, tinha que admitir, mas entrou em pânico e não conseguiu organizar os seus pensamentos a tempo de bolar algo pouco mais satisfatório para dizer. Bucky suspirou impaciente.

— Porra, Steve! Acabo de dizer que gosto de você e tudo com o que consegue se preocupar é por qual buraco sinto mais tesão? É sério? Eu abro meu coração e você se preocupa onde enfio meu pau?

— Ei, olhe esse palavreado!

— Ah, vai se foder, Rogers. - Bucky riu soprado, meio derrotado, meio dolorido, meio pessimista demais para alguém que acabara de se confessar. Steve também suspirou.

— Desculpa, cara, eu só… tô processando tudo isso.

— Beleza. Fica aí mastigando meus sentimentos, eu vou dar o fora daqui. - Ele se levantou de supetão, irritado com sua própria vulnerabilidade. - Sabe de uma coisa? Você tá andando demais com aquele maldito Stark, isso tá derretendo sua alma.

— Espera, Bucky… - Steve lhe segurou pela mão.

— Eu vou sair por essa porta e te deixar aqui processando a informação, e que Deus me ajude pra não partir a sua maldita cara bonita e aquela fuça horrorosa daquele merda do Stark. Me solta, Rogers.

E ele o soltou, porque Steve era um merda e fazia todas as vontades do Barnes.

Era tarde da noite e algumas garrafas vazias descansavam na mesa de jantar do moreno, que trocara seu delicioso prato congelado por algumas doses de álcool mais uma vez naquela semana e, agora, descansava no sofá puído após seu merecido banho quente. Seus olhos mantinham-se atentos ao relógio de parede, próximo à TV que mal era ligada, como se o fato de observar os ponteiros trabalharem surtisse algum efeito mágico para fazer com que voltasse algumas horas atrás, a fim de desfazer a grande estupidez que fizera ao contar de maneira tão abrupta e tempestuosa algo que deveria ser, no mínimo, discutido com calma e civilidade. Mas ele já deveria saber que essas duas qualidades não andavam muito bem juntas, ainda mais com ele.

Era muito tarde da noite, e seus olhos pesavam enquanto sentia que algo se partira novamente dentro de si quando ouviu a maldita campainha ser tocada. Ele deveria ter desligado aquela merda há séculos. Bufou impacientemente e se arrastou até a porta, assumindo sua expressão mais assustadora na finalidade de espantar o seu convidado inconveniente, mas a sua expressão mudou completamente quando a figura do outro lado da porta tentou esboçar um sorriso em meio a todo aquele sangue e inchaço.

— Posso entrar? – Steve conseguiu sibilar a muito custo.

Bucky não poderia negar um pedido daqueles quando o garoto estava mais quebrado que ele.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Fudeu, velho, o Bucky contou! E agora? O que nos resta agora?

Obrigada pela companhia e até o próximo ♥ XoXo ;*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Toská -Angústia" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.