Toská -Angústia escrita por Tia Lina


Capítulo 17
O primeiro atrito


Notas iniciais do capítulo

Oláááááá, enfermeira! Demorei um tiquinho mas eu finalmente consegui organizar uma playlist pra vocês ♥ Desta maneira vocês poderão compreender o que se passa dentro deste meu coraçãozinho enquanto digito estas linhas ~literalmente~ sofridas. O link estará nas notas finais ^^ Por enquanto,

BoA leitura ^^



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O telefonema não tinha sido dos mais amigáveis que ele dera, mas não havia outra coisa a se fazer. Era faltar à aula ou chegar atrasado, e a última não era uma boa ideia. Peggy não gostava de atrasos e Steve não poderia arriscar tê-la detestando-o agora. Recolocou o aparelho no bolso antes de apertar a campainha da casa do Barnes. Fazia cinco minutos que estava parado ali na frente, ele sabia que o amigo não fora trabalhar naquele dia porque era seu dia de folga daquela semana. Estranhou quando ele não atendeu à porta nas três vezes que insistiu. Bufando, enterrou o dedo no botão e esperou que o barulho irritantemente ensurdecedor o incomodasse o suficiente, ao menos, para que ele saísse para xingá-lo.

— Eu vou cortar o seu dedo fora com uma faca cega, Rogers. – O amigo escancarou a porta e não trazia sua expressão mais amigável no rosto. Steve sorriu vitorioso.

— Vejo que acordou do lado errado da cama, Barnes. Vamos, me deixe entrar.

— Vai se foder, Rogers. – Bucky tentou fechar a porta, mas Steve colocou o pé no caminho. – Saco! Sai daqui! Vai pro inferno, Steve, eu quero dormir, merda! – Ele fez exatamente o contrário quando escancarou a porta e deu passagem para o loiro.

Fazia muito tempo desde que estivera ali pela última vez, ele ainda se recordava. Era um domingo, seus pais estavam fora da cidade e Bucky o convidara para jogar no vídeo game novinho que ganhara. Os móveis eram os mesmos, e estavam no mesmo local, mas tudo parecia um caos. Steve arregalou os olhos ao focalizar várias garrafas vazias aqui e ali nos cômodos daquele andar de baixo. Foi até a sala e encontrou a cena deplorável dos cacos partidos no chão, o sofá completamente bagunçado e um fedor horrível de álcool desprendendo de absolutamente todos os cantos. Encarou Bucky com os olhos arregalados.

— Foi você?

— Steve, na boa, eu realmente não estou no meu melhor humor hoje. – Suspirou cansado.

— Eu só estou curioso com a quantidade de garrafas que tem neste cômodo. Você deu uma festa aqui?

— É, Steve, dei a porra de uma festa aqui! Foi o maior sucesso! – Revirou os olhos, adiantando-se e se jogando no sofá. – Pode ir agora.

— O que há de errado com você? – Uniu as sobrancelhas, caminhando até o estofado e se sentando ao lado do amigo. – Tá parecendo que outra pessoa tomou conta do seu corpo, parece que foi possuído por alguém, Buck.

— Eu tô exausto, Steve, com dor de cabeça, morto de sono. Eu só quero dormir a tarde toda, vai embora. – Fechou os olhos, fazendo um esforço hercúleo para não estragar as coisas com o amigo.

— Tudo bem, eu entendi essa parte, eu só quero saber por que raios você tá se destruindo sozinho aqui nesta casa sabendo que não moro nem a cinco metros de distância. – O loiro também não tinha a melhor das expressões quando Bucky o encarou confuso.

— O quê?

— Quantas vezes eu te disse que você pode aparecer no meu quarto quando se sentir assim? Quantas vezes preciso te lembrar que estou aqui para o que você precisar? Quantas vezes mais eu precisarei te dizer que você não precisa se isolar do mundo porque eu estarei logo ali - apontou para a própria casa – para te ajudar naquilo que você precisar?

— Steve...

— Cala a boca, Barnes! – Se levantou, elevando também a voz. – Por que raios tá me chamando assim? Saco!

— Esse é o seu nome, certo? – Arriscou um meio sorriso debochado, murchando-o quando o amigo não aliviou a dura expressão. Bucky suspirou. – Eu só tô cansado.

— Você não é o único. – Riu de escárnio.

— E você tá cansado do quê, hein? – Bucky também se levantou. – De correr o dia todo atrás de alguém que te ajude a fisgar a garota dos teus sonhos? De ter os seus pais o tempo todo do teu lado? Ou deve ser de ter todos os teus amigos prontos para salvar tua pele toda vez que você se aventura a dar uma de super herói?! Caralho! – Chutou o sofá, caminhando para longe do loiro.

— Eu tô cansado de você agindo como se tudo estivesse bem o tempo todo. – Steve usou um tom neutro, porque ele já não sentia mais toda aquela preocupação daquela manhã. Pela primeira vez, estava magoado com o amigo. – Talvez a morte de seus pais não tenha te afetado tanto assim e eu só esteja imaginando coisas.

— Não se atreva, Rogers, eu estou te avisando. – Trincou a mandíbula com força.

— Me atrever ao quê? Dizer que não entendo como pode me dizer o tempo todo que não devo me importar com a morte dos seus pais? Talvez seja porque isso te afete, porque eu sinto mais falta deles do que você! – Bucky avançou alguns passos, mas se obrigou a parar antes que fizesse alguma besteira. Chutou novamente o sofá.

— Saia da minha casa, Rogers.

— Pra você se afogar nessas malditas bebidas que eu tenho certeza que comprou clandestinamente? O quê? A “festa” de ontem não foi suficiente?! – Steve gritou. – Como acha que eles se sentiriam ao te ver assim? – Apontava para a imagem sobre a lareira. – Você ao menos se importa com isso?!

— Você realmente acha que tá tudo bem? – Bucky suavizou seu tom, parecendo quebrado novamente. – Realmente acha que eu não sinto a falta deles? Você não faz ideia, Steve, você não consegue nem imaginar.

— Eu conseguiria se você me dissesse, se decidisse dividir alguma coisa comigo, só para variar. – O loiro também suavizou sua expressão e seu tom de voz.

— E que diferença faria? – Bucky revirou os olhos, bufando.

— Toda, inferno! Eu tô aqui, não tô? Você voltou pra cá por quê?

— Porque eu não aguentava mais a Rússia. – Suspirou derrotado.

— Então você mentiu pra mim? Porque você tinha me dito que havia voltado por mim. – Estreitou os olhos.

— Esse também é um dos motivos, mas você não pode ser a minha única razão na vida. – Riu soprado, sem humor.

— Qual é o seu problema, James? - Aquilo doeu muito mais do que poderia realmente calcular naquele momento.

— Não me chame assim, eu já te disse que eu não quero ser chamado assim. – Um reflexo de dor passou rapidamente pelos olhos do moreno.

— E por quê? Isso você nunca me disse.

— A minha mãe era a única que me chamava assim, eu não suporto mais esse nome. – Assumiu.

— Buck, eu estou aqui, não estou? Eu sei que não é muita coisa, mas, no momento, eu sou o único que pode te oferecer um abraço, cara. Isso não vai resolver as coisas e nem apagar suas memórias dolorosas, mas pode te servir de algum conforto. – Steve deu um passo a frente, mas ele recuou dois, fazendo o loiro parar.

— Eu acho melhor você ir embora agora, Steve. – Ele tinha que admitir, ouvi-lo chamando-o pelo nome e não pelo apelido ao qual se acostumara também doía bastante.

— Eu não vou a lugar nenhum, principalmente porque você se nega a falar comigo.

— Eu não preciso te dar satisfações, Rogers. – Sorriu de canto, debochadamente.

— Eu sei disso, mas eu quero ajudar e não vou embora até me dizer o que aconteceu com você.

Bucky estreitou os olhos por um momento, sentindo uma pontada violenta bem no centro de sua cabeça. Fechou os olhos por um momento, inspirando e expirando vagarosamente antes de abri-los outra vez. Rogers estava lá, aguardando alguma coisa que ele deveria saber que não viria. O Barnes suspirou cansadamente, ele não queria magoar Steve mais do que já magoara naquela tarde, ele não deveria e não poderia fazer isso com ele. Estreitou os olhos novamente e então decidiu falar.

— Você vai se atrasar para a sua maldita aula, seu professor não parece muito fã de atrasos.

— Neste momento eu estou pouco me importando para o que ele gosta ou não, você é muito mais importante para mim. Mais que qualquer coisa, mais que qualquer um. Você é minha família também.

Cala a boca, maldito Rogers!, Steve não sabia o que dizia, o quanto tudo aquilo afetava absolutamente todas as partes de sua mente. Ele não fazia ideia do quanto ele o afetava. Bucky suspirou novamente.

— Eu não tenho o seu sangue, não temos ligação consanguínea nenhuma, Stevie. – O olhar do loiro pareceu brilhar um pouco quando o apelido escapou de sua boca naturalmente. Bucky quase sorriu com aquilo. – Vai embora, saco!

— Buck, o que aconteceu? – O moreno sentia que faltava muito pouco de seu esforço mental para que ele avançasse todo o espaço até o loiro e fizesse algo que o amigo não perdoaria jamais. Fechou os olhos por um momento, afastando essa sensação, os abrindo no instante seguinte.

— Eu estou avisando, Rogers, você não vai querer ouvir.

— Eu quero sim! Ah, se quero!

— Você não tá pronto pra isso ainda, Stevie.

— Acho que sou o único que tem o direito de decidir isso, certo? – Cruzou os braços e arqueou uma das sobrancelhas. – Me conta, prometo não surtar.

— Você não sabe o tamanho da idiotice que tá dizendo. – Bucky riu soprado, mas era um riso de descrença e desespero. – Vai, anda logo. Se não sair agora, eu te chuto da minha casa.

— Eu só quero te ajudar.

— Eu sei disso. Eu agradeço sua predisposição, mas eu não quero ser ajudado hoje, beleza? Eu só quero dormir até amanhã. Anda, Rogers, sai da minha casa e me deixa dormir.

— Eu volto mais tarde.

— Nem fodendo!

— Olha esse maldito palavreado, inferno!

— Cala essa maldita boca, Rogers! Vai, me deixa em paz por umas horas, caralho. – Começou a empurrar o amigo para fora.


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Notas finais do capítulo

Não briguem muito comigo Ç_Ç Obrigada pela companhia e até breve ♥ XoXo ;*

Playlist da fanfic https://www.youtube.com/watch?v=0yW7w8F2TVA&list=PLBvFdnxyfw8qEM3lOXpkg7-_AJ33zVcQF



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