Toská -Angústia escrita por Tia Lina


Capítulo 11
As benditas aulas de defesa pessoal


Notas iniciais do capítulo

Olááááááááááááá, enfermeira!

Demorei, mas tô aqui ♥ Sem mais delongas, vamos ao que verdadeiramente interessa

BoA leitura ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/734694/chapter/11

— Vem comigo num lugar?

Bucky arqueou uma sobrancelha, mas não parou de caminhar enquanto tentava imaginar para onde Steve queria ir antes de chegarem em casa. Ajeitou a mochila nas costas e as luvas nas mãos, enfiando as mesmas nos bolsos logo em seguida. O vento bagunçava seu cabelo e ele sabia que deveria cortá-lo em algum momento, a preguiça só estava sendo maior que sua necessidade. Quando o amigo não respondeu, Steve repetiu a pregunta, um pouco mais alto desta vez.

— Onde quer ir a uma hora dessas, Stevie?

— Nesse lugar. – Entregou-lhe o panfleto.

— Aulas de defesa pessoal? – Bucky uniu as sobrancelhas. – E pra quê isso?

— Sei lá, só... me interessei. – Deu de ombros, mexendo no cabelo desconfortavelmente.

— Vou ignorar a sua mentira e acompanha-lo desta vez, mas que isso não se repita. – Bucky devolveu-lhe o panfleto.

— Eu não estou mentindo, só não quero dizer nada agora. – Riu soprado.

Bucky negou com a cabeça enquanto ria soprado, não era sempre que ele tinha palavras para lidar com Steve. Seguiu-o pelas ruas do Brooklyn até a ponte que dava acesso à ilha de Manhattan, onde a caminhada foi longa até o centro de Chinatown. Pararam esbaforidos em frente à academia indicada no panfleto. Nunca ouvira falar naquele lugar, mas não lhe parecia mais ser uma ideia furada quando entraram e ele analisou a estrutura do mesmo.

Havia uma turma no meio do treino quando chegaram à recepção, e antes mesmo que Bucky pudesse se dar conta, Steve estava olhando para a cena com os olhos brilhando. O moreno chegou a rir soprado, parando ao lado do amigo não muito depois. A turma estava dividida em duplas, cada qual com o próprio objetivo de imobilizar seu oponente da maneira que melhor lhes conviesse. E mesmo que todos parecessem empenhados naquilo, uma garota se destacava dentre tantos.

Seu oponente era um rapaz loiro um pouco maior que ela, mas isso não parecia fazer diferença alguma para a mesma que, com alguns movimentos certeiros, se esquivava novamente de outro golpe. Na quinta tentativa, ela conseguiu segurar seu oponente e derrubá-lo sem o mínimo esforço. Bucky olhou de esguelha para Steve, que parecia fissurado em tudo aquilo. Empurrou-o com o ombro, chamando-lhe a atenção.

— Você sabe que vai apanhar muito pra chegar nesse nível, não sabe?

— Só espero não chegar todo quebrado em casa todo dia. – Riu soprado. – Aquela garota é muito boa.

— Sim. – Bucky suspirou. – Você deveria colar nela quando começar, ela pode te ensinar a lutar feito gente.

— Cala a boca, Barnes. – Steve riu. – Vem, vamos fazer minha matrícula. - Segurou-o pelo braço, puxando-o de volta para a recepção.

O rapaz da recepção entregou a ficha para que o Rogers preenchesse enquanto tentava convencer o Barnes a fazer o mesmo. Custou muito de sua paciência até finalmente conseguir fazer com que ele parasse com o discurso, Bucky não tinha interesse algum naquilo, não queria sequer que Steve tivesse, mas não poderia prendê-lo numa torre e esperar até que o mundo se tornasse um lugar melhor. Faria bem ao amigo aprender a se defender devidamente. Ele tentava se convencer disso.

Steve devolveu a ficha preenchida ao rapaz e lhe entregou seu documento, finalizando sua matrícula em menos tempo do que previra. Sua primeira aula seria dali dois dias e ele precisava de um kimono, porém, não era com isso que ele estava preocupado. Somente fora da academia Steve se deu conta de que havia um obstáculo um pouco maior a ser enfrentado.

— O que houve, Stevie? – Bucky questionou quando chegaram à ponte. – Por que ficou tão calado de repente?

— Eu preciso de um kimono. – Suspirou.

— Mas isso não estava óbvio antes da matrícula? – Ele uniu as sobrancelhas.

— Esse não é o problema. – Suspirou novamente. – Eu preciso convencer meus pais a me comprarem um kimono, Bucky. E isso implica em convencê-los de que será uma boa ideia eu praticar algum tipo de arte marcial. – Bucky riu. – O que foi? O que é tão engraçado.

— Stevie, Stevie. – Abraçou-o pelo ombro, trazendo-o para perto. – Nunca se esqueça que eu sou o filho favorito dos seus pais. Não se preocupe, tudo o que preciso fazer é falar com eles. – Barnes deu de ombros.

— O filho favorito a minha bunda! – Steve acotovelou-o nas costelas, mas riu. – Se você conseguir convencê-los de que lutar é uma boa ideia, eu faço um desenho seu em uma folha grande.

— Isso é um desafio, Rogers? – Ele arqueou uma sobrancelha.

— Definitivamente. – Steve abusou de seu tom desafiador. Bucky riu novamente.

Seguiram naquela posição por um longo trecho do percurso, mas é claro que o Barnes não deixou de azucrinar o Rogers, e é claro que o Rogers não deixaria barato em nenhuma das vezes. Ao chegarem em frete à casa de Steve, Bucky esfregava com força a costela que sofrera todos os impactos da birra de Steve enquanto ainda ria da última piada feita. Os pais do loiro os aguardavam na sala quando entraram e a senhora Rogers foi a primeira a arquear uma sobrancelha.

— Chegamos, mamãe. – Steve sorriu. – Olá, papai.

— Boa tarde, senhor e senhora Rogers. – Bucky também sorriu.

— Por que demoraram tanto hoje?

— Bucky me acompanhou até um lugar. – Steve deu de ombros, encarando o amigo em busca de auxílio.

— Estávamos conversando hoje no colégio, senhora Rogers. – Bucky se aproximou. – Devido ao último episódio que Steve passou, achei que seria uma boa ideia se ele frequentasse uma escola de defesa pessoal. Particularmente, não acho que conseguiremos fazer Steve deixar de ser encrenqueiro, mas se ele tiver conhecimentos técnicos em defesa pessoal, pelo menos ele não parará no hospital cada vez que o instinto justiceiro dele aparecer. Perdoe-me não avisá-los antes, eu não imaginei que Steve fosse desejar ir até a escola de artes marciais ainda hoje.

— Oh, não tem problema, meu bem. – A mulher sorriu carinhosamente. – Sabe que essa é uma boa ideia. Steve precisa mesmo aprender a se defender, você sempre pensando no meu menino... Ah, James. – Aumentou o sorriso. – Mas quando Steve começará a frequentar as aulas?

— Assim que tiver um kimono. – Foi o Rogers quem respondeu.

— Providenciaremos um o mais rápido possível. – Sorriu novamente. – Agora vão descansar, quando o jantar estiver pronto, os chamo.

Eles acenaram positivamente e partiram para o quarto do menor. Bucky deixou a mochila no chão, ao lado da porta e se jogou na cama do amigo. Steve deixou a sua ao lado da do amigo e seguiu para o banheiro, voltando não muito depois. Caminhou até a cama e também se deitou nela, ao lado do moreno. Ficaram um tempo em silêncio, apenas encarando o teto. Steve riu soprado e foi o primeiro a falar.

— Acho que te devo um desenho.

— E tem que ser o melhor deles. – Bucky completou. – Tem que ser a sua obra-prima.

— Como você faz isso? – Encarou-o. – Fez parecer tão fácil. Fez parecer uma volta no parque.

— Você que é um idiota, Stevie. – Revirou os olhos. – Se chegasse dizendo que se matriculou numa academia de artes marciais, sua mãe não permitiria mesmo. Tudo nessa vida é questão das palavras que escolhe usar para se comunicar, seu delinquente. – Bagunçou os cabelos arrumadinhos do loiro. – Bem, eu fiz a minha parte, e agora mereço saber a verdade. Por que raios decidiu se matricular naquela academia?

— Stark me convenceu. – Suspirou.

— Então ele finalmente conseguiu vencer? – Riu soprado, soando descontente. – Você é mesmo um bostinha, Rogers.

— Era isso ou ter que aguentá-lo me perseguir pela escola todos os malditos dias da minha vida até a formatura. – Revirou os olhos. – Stark não é exatamente o tipo de pessoa que sabe ouvir “não”, eu te disse isso antes.

— Na próxima vez que te disser que eu posso resolver, você me deixa resolver. – Bucky bufou.

— Sabe, você não pode passar a vida toda resolvendo os meus problemas. – Fez uma careta involuntária, tendo novamente os cabelos bagunçados pelo maior.

— Enquanto estou me oferecendo para resolver seus problemas, você deveria aceitar. Sabe, não é sempre que sou assim tão amorzinho com os outros.

— Você nunca é assim tão amorzinho com os outros. – Steve zombou.

— Ah, sou sim. Sou sempre um amorzinho com o meu bombonzinho. – Abraçou-o repentinamente, gargalhando ao vê-lo alarmado.

— Eu vou te bater tanto que não conseguirão te reconhecer nem pela arcada dentária. – Steve o empurrava, fazendo Bucky rir ainda mais.

— Ei, você não pode me tratar assim, nós somos uma família agora. – Continuava a rir, mas aquele comentário fez Steve parar de se mover.

Bucky percebeu que os músculos do amigo enrijeceram e, aos poucos, ele também parou de rir. Suspirou pesadamente antes de encostar a cabeça no ombro do loiro, mantendo o braço ao redor de sua cintura. Steve direcionou a canhota para o antebraço do amigo, tentando passar algum conforto com o ato. O silêncio tomou conta daquele quarto, trazendo consigo a melancolia característica que nunca abandonava os olhos do Barnes. A dor que ele escondia todo dia, mesmo que não fosse tão bom assim em fazê-lo.

— Eu te proíbo de passar mais de um mês nesse estado de luto, me ouviu, Rogers? – Sussurrou após muito tempo. – Eu vou mesmo começar a te bater se começar a ficar assim toda vez que fizer menção à morte deles.

— Eu sei. – O loiro suspirou. – Eu só não consegui me acostumar com essa realidade ainda, você poderia parar de fazer piada com isso toda vez?

— Tudo bem. – Suspirou novamente, se afastando do contado quando se sentou na cama. – Prometo não fazer mais piada disso, beleza?

— Eu preferiria que chorasse um pouco, só para que eu tivesse a certeza de que está tudo bem, sabe?

— Eu não tenho mais lágrimas para chorar, Stevie. – Sorriu dolorosamente, mesmo sem encará-lo. – Mas se isso te fizer se sentir melhor, então eu posso tentar em algum momento, pode ser? Mas não agora. – Sorriu para o Rogers. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

"Mas tia Lina, cadê esse beijo?" Tá chegando. "E você já escreveu ele?" Já. "Oba! Então o capítulo que ele acontece já tá pronto?" Ainda não Ç_Ç Mas o Barnes já tá preparado pra contar sobre seus feelings pro Rogers, e esse capítulo sim tá pronto ♥

Quero agradecer o apoio que vocês estão dando pra esse projeto ♥ Seus lindos ♥ Vejo-os em breve ♥ XoXo ;*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Toská -Angústia" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.