Toská -Angústia escrita por Tia Lina


Capítulo 1
Bem-vindo à parte mais divertida do Brooklyn


Notas iniciais do capítulo

Olá ^^ Bem, esta é a primeira vez que posto aqui e eu espero não fazer nada de muito errado Ç_Ç Também espero não decepcionar ninguém.

BoA leitura ^^



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Ele estava sangrando e exausto, e definitivamente não fazia o estilo “dono do pedaço”, mas o garoto novo também parecia não fazer o estilo “bom de briga” e todos os machucados seriam histórias longas demais para serem contadas aos pais. Ele não podia evitar, afinal. Não quando o maldito Dylan estava bancando o marrento outra vez. Aquele garoto gostava de impor sua autoridade em cima das crianças menores, ele só não imaginava que Bucky estava farto daquilo. Ainda em posição de guarda, assistiu o encrenqueiro se erguer debilitado da caixa de areia e correr o máximo que podia para longe dali, só então ele voltou sua atenção para o loiro caído logo atrás.

— Você tá bem? – Agachou-se ao seu lado.

O menino não estava em condições melhores que as suas, trazia um corte no lábio e um dos olhos já inchava, sinal do primeiro golpe desferido. Bucky tentou ajudá-lo a se levantar, mas o garoto se recusou, sentando-se por sua própria conta. Achou graça da valentia do pequeno, recebendo uma expressão nada contente por parte do mesmo. Tentou contato mais uma vez.

— Você tá bem? Quer que chame seus pais?

— Não. – Disse rápido demais. Alarmado demais. Bucky uniu as sobrancelhas.

— Algum problema?

— Minha mãe não pode saber.

— Sua cara tá toda machucada, ela vai descobrir de qualquer jeito. – Ele deu de ombros. – Por que você brigou com aquele panaca do Dylan logo no seu primeiro dia?

— Foi ele quem começou quando não estava deixando as crianças brincarem na caixa de areia.

— Você percebeu que ele é maior que você? Deveria brigar com alguém do seu tamanho.

— Eu não posso bater em garotas. – Fez uma careta, e o moreno riu alto com a resposta. – Você não devia ter se intrometido.

— Se não tivesse me metido, você estaria no hospital agora. – Revirou os olhos. – Qual é o seu nome, garoto?

— Rogers. Steve Rogers.

— E quantos anos você tem?

— Sete. – Ele encarou fixamente o outro. - E você? Quem é? Por que me ajudou?

— Calma, uma coisa de cada vez. – Riu soprado. – Meu nome é James, mas eu te proíbo de me chamar assim. Pode me chamar de Bucky, é meu apelido.

— E por que Bucky?

— Meu segundo nome é Buchanan. – Revirou os olhos. – Se fizer alguma piada sobre o presidente Buchanan, eu aumento o corte da sua boca. – O menor conteve o riso. – Meu nome completo é James Buchanan Barnes, tenho sete anos e, pelo que posso notar, frequentaremos a mesma escola a partir de amanhã, certo? – Apontou para o emblema na camisa que o outro trazia em suas mãos.

— Browning School? – Bucky assentiu.

— E acho melhor se preparar, Dylan é duas turmas mais velho e tá com muita raiva.

— Eu posso dar uma surra nele.

— Pra isso, primeiro você precisa aprender a apanhar sem cair. – Riu soprado. – Vem, vou te ajudar a se levantar. – Em pé, ele estendeu a mão ao outro.

— Você ainda não me respondeu. – Steve aceitou a ajuda, levantando-se. – Por que me ajudou?

— Porque eu tava muito a fim de dar uma surra naquele idiota. De onde você veio, Rogers?

— Sou do Brooklyn mesmo, mas do outro lado do Brooklyn.

— Então seja bem-vindo à parte mais divertida do Brooklyn. – Bucky estendeu a mão com um sorriso no rosto. Steve também sorriu, aceitando a mão do outro.

Aquele fora o primeiro contato que tiveram e, para sorte de Steve – e desespero completo de Bucky – não fora a última ocasião na qual o loiro saía vivo graças a ajuda do outro. Com o passar do tempo, tornaram-se muito próximos, passando a frequentar a casa um do outro, compartilhar aventuras, segredos e algumas feridas das várias brigas que o loiro arranjava com seu instinto justiceiro. Em todas as vezes Bucky tentava a todo custo convencer Steve de que ele não deveria se meter com as crianças maiores, e ele sempre acabava bufando descontente quando o loiro desferia o primeiro e único golpe em cada uma das confusões. Steve era um justiceiro rebelde e inconsequente.

Por outro lado, Steve dizia sempre que Bucky precisava aprender a lutar e resistir à todas aquelas coisas estupidamente erradas que aconteciam ao redor. Também vivia lhe dizendo que o mundo era bem mais que aquelas crianças idiotas e toda aquela crueldade infantil quase inocente com a qual lutava bravamente. Ele entendia que seu amigo se preocupava consigo e só desejava vê-lo longe do perigo, agradecia o cuidado sempre que podia, e se lembrava de se desculpar por não conseguir evitar. Mas aquilo tudo fazia parte de quem ele era, mesmo que, tecnicamente, Steve odiasse confusões. Bucky só reclamava de todas nas quais se envolveram, e isso fazia dele um idiota, porque Steve suportava qualquer coisa, menos as broncas infindáveis do moreno.

Era meados do outono quando, em uma noite fria demais para aquela estação do ano, Bucky bateu na janela de Steve. Não era a primeira vez, costumavam fazer aquilo quando estavam cansados demais em seus próprios quartos, ou tinham coisas demais na cabeça e precisavam conversar. Eles estavam com 11 anos agora. Steve direcionou o olhar para sua janela e suspirou impaciente ao ver o amigo acenando para si. Ergueu o livro que lia, indicando que estava ocupado, mas o moreno não se abalou, acenando novamente. Steve revirou os olhos e deixou o livro na cabeceira, caminhando até a janela.

— Eu preciso mesmo terminar esse livro, Bucky, e você poderia parar de escalar a minha sacada para me visitar, temos uma porta da frente. – Deu passagem para que o garoto entrasse. – Eu sei que é uma tecnologia muito avançada, mas funciona.

— Cala a boca, Rogers. – Atirou uma almofada no garoto, jogando-se em sua cama. – O que você tá lendo? – Alcançou o livro, unindo as sobrancelhas. – Por que tá lendo Crepúsculo? Você disse que odiava essa história.

— Eu fiquei curioso, para de encher o saco. – Atirou a almofada em Bucky de novo.

— Ah, não me fale que só tá lendo isso porque ouviu que Lindsey gosta dessa história. – Steve bufou, mas não conseguiu disfarçar as bochechas róseas. – Você é uma piada, Steven. – Bucky riu.

— O que você veio fazer aqui a essa hora? – Jogou-se ao seu lado.

— Vim me despedir. – Ele deu de ombros.

— Como assim? – Steve virou a cabeça em sua direção, olhando-o com as sobrancelhas unidas, sem ser encarado de volta.

— Eu vou me mudar, Stevie.

— Para de me dar apelidos. – Socou seu braço, sabendo que não lhe faria diferença, uma vez que Steve tinha a força de uma folha. – Pra onde vai? Queens? Jersey?

— São Petersburgo. – Suspirou, finalmente devolvendo o olhar. – Vou pra Rússia, Stevie.

— E por quê? – Uniu as sobrancelhas novamente.

— Porque meu pai vai trabalhar lá. Porque eu sou menor de idade e não tenho outros parentes. Porque a vida é uma droga. Porque não tenho como dizer “naah, vão indo, vou ficar aqui e prometo regar as plantas”. – Ele bufou. – Enfim, não é como se eu tivesse muita escolha, então vim te avisar.

— E quando você vai?

— Daqui 13 horas.

— E desde quando sabe disso?

— Faz uma semana. – Steve o socou novamente, com vontade desta vez. – Para de me bater, que saco! Não é como se machucasse.

— Você tinha uma semana pra me contar e escolheu fazer isso na véspera da viagem? Eu deveria quebrar os seus dentes.

— Se você conseguisse. – Riu soprado quando ele o socou novamente.

Steve usou toda a sua força para empurrá-lo da cama, não conseguindo. Bucky então se vingou da mesma forma, assistindo o loiro escorregar pra fora do colchão e se levantar quase ao mesmo tempo para partir para a briga. Enquanto Steve tentava a todo custo acertar algum soco no amigo, Barnes ria e desviava dos golpes com facilidade. Ele não gostava de se gabar por aquilo, mas aprendera a brigar muito bem desde que começara a andar com o loiro. Steve também tinhas suas estratégias, mas sabia que nenhuma delas funcionaria com Bucky, afinal, fora ele quem o ensinara vários golpes para poder se proteger.

Steve então resolveu dar um golpe baixo.

Com o maior esforço para não se denunciar, vestiu uma expressão dolorida e agarrou o pulso, fingindo ter se contundido. Era covardia de sua parte, ele sabia muito bem disso, Bucky não suportava vê-lo ferido e sempre o tratava feito criança quando aparecia todo esfolado, ele sabia que o amigo cairia nessa. O Barnes arregalou o olhos e se aproximou, tentando segurar o pulso ferido de Steve, que se aproveitou da guarda baixa para lhe acertar uma direita no estômago. Bucky se abaixou, aquele golpe realmente doera. Encarou Steve com expressão surpresa.

— Onde aprendeu a dar um soco assim, seu delinquente? – Tossia enquanto caminhava para a cama.

— Com você. – Deu de ombros, o acompanhando. Pôs a mão em seu ombro e o encarou arrependido. – Doeu muito?

— Prum golpe que veio de você, doeu sim. – Ele respirou um pouco antes de voltar a falar. – E eu nunca te ensinei a ser covarde assim. – Socou de leve o ombro de Steve, porque ele não poderia machucar o Rogers.

— Sinto muito, Bucky, mas as circunstâncias exigiam uma atitude extrema. – Riu soprado. – Ei, eu ainda tô chateado por não ter me contado antes.

— Cara, você nem vai sentir a minha falta, prometo.

— Você vai por outro lado do mundo! – Se exasperou.

— E é justamente por isso que nossos pais pagam internet. – Bucky revirou os olhos. – Você tem o meu número, basta me ligar sempre que quiser, seu panaca. Ei, Stevie. – O chamou para que ele o encarasse. – Vou sentir sua falta, ok? Você é meu melhor amigo, cara, eu vou mesmo sentir falta das encrencas nas quais se mete e eu tenho que resolver. – Riu soprado.

— Sentirei falta do meu guarda costas. – Steve também riu, abraçando-o. – Faça o favor de me atender quando eu ligar.

— Todas as vezes. – Bucky se aconchegou no abraço. – E você precisa me prometer uma coisa.

— O que? – Eles se separaram.

— Não faça nenhuma estupidez enquanto eu não estiver por perto, ok?

— Como eu poderia? Você vai levar toda a estupidez com você. – Riu soprado.

— Delinquente. – Bucky riu mais uma vez, dando um último abraço no Rogers.

— Idiota. – Steve respondeu enquanto assistia o Barnes sair por onde entrou.


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Notas finais do capítulo

Sei que em um primeiro capítulo (e curto ainda por cima) é difícil dizer, mas gostaria de saber a opinião de vocês ^^

Agradeço a atenção dada e até o próximo ♥ Hasta e XoXo ;*



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