Sempre ao seu Lado escrita por Aquela Trouxa


Capítulo 5
09 de Julho ➶


Notas iniciais do capítulo

Oi oi gente, agradeço a todos que comentaram, aos que estão acompanhando, e vocês que favoritaram, isso torna tudo mais especial, é sempre um incentivo a mais para conseguir continuar. Obrigada. Boa leitura! ❤❤ ❤❤



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/734647/chapter/5

Sempre ao seu Lado

Capítulo 5

 

 Acordei com batidas na porta.

 Me apoiei nos cotovelos enquanto me situava. Ah, estava no hotel.

 

 — Já vou! — respondi alto, e a pessoa parou de bater, me aguardando.

 

 Olhei para o lado e Hilary olhava para mim, com a mão na boca esperando que eu fosse logo até a pessoa que havia a acordado também. Me levantei andando descalça em direção a porta. A destranquei e abri um pouco colocando a cabeça para fora. Era a recepcionista, Hellen.

 

 — Oi? — perguntei com a voz rouca.

 

 — Desculpe te acordar. — sorriu sem graça — Mas se você quiser reencontrar o doutor ainda hoje, o próximo turno será — olhou para o papel em suas mãos — vinte e três e cinquenta. — me estendeu o papel — Há também os demais horários de amanhã, e seu endereço.

 

 — Obrigada. —  peguei o papel estendido a mim — Obrigada mesmo Hellen.

 

 — Por nada. — sorriu — Quando os conheceu? Os Cullen. São parentes distantes?

 

 Olhei para ela erguendo as sobrancelhas, sua intromissão foi alta agora. Olhei para o papel lendo rapidamente o endereço; olhei para cima novamente, e ela ainda aguardava minha resposta.

 

 — Minha mãe. — grunhi em resposta. Nem mãe eu tive! — Ela os conheceu antes antes de morrer, e consequentemente, eu também.

 

 — Oh, me desculpe, sinto muito — desculpou sem arrependimento algum — bem, eu, eu estarei na recepção se precisar de mim.

 

 — Tudo bem, tchau. — me despedi fechando a porta vendo-a partir. Eu hein, que curiosa.

 

  Hilary estava de pé apoiada na borda do berço esperando meu retorno, olhava intensamente para mim com seus olhos castanhos, idênticos ao meu.

  Procurei o relógio que havia no cômodo com os olhos, e vi que era vinte e três e quatro, daria tempo para eu tomar um banho e banhar a Hilary também, eu preciso de um banho urgente!

 Entrei no banheiro verificando se tinha também uma banheira para a Hilary, e sim, há uma embaixo da pia. Voltei para o quarto abrindo o compartimento de vidro fumê pegando duas toalhas de banho e uma de rosto para enxugar meu cabelo depois, abri a mala separando roupas de frio, um clarão atravessou a janela por de trás da cortina, seguido de um estrondo abafado. Me aproximei para verificar, estava chovendo.

 

 — Princesinha, vamos tomar banho? — fiz uma pergunta retórica à Hilary a tirando do berço — Só não vou molhar sua cabeça pois está muito tarde, e está chovendo. — a coloquei deitada na cama. Hilary olhou para mim e sorriu virando-se na cama querendo descer — Não, não! Temos que tomar banho! — a puxei pelo braço e pela perna a colocando no lugar. E ela gritou em resposta fazendo manha se remexendo em minhas mãos — Tá, soltei! — tirei minhas mãos dela e a vi engatinhar até o meio da cama. Ah! Esqueci de encher a banheira! — Fique paradinha aí Hilary, a mamãe vai colocar a banheira para encher!

 

 Dei uma corridinha até o banheiro pegando a banheira debaixo da pia. Entrei dentro do enorme box colocando-a debaixo do chuveiro e abri o registro e logo a água saiu. Pus minhas mãos embaixo da água e ela estava quente. Ótimo. Sai do banheiro, encontrando Hilary deitada na cama no mesmo lugar, a puxei pelos tornozelos até estar a minha frente e comecei a tirar sua roupa e a minha também, tenho que saber onde tem uma lavanderia por aqui. Tirei sua fralda a fechando, peguei Hilary no meu colo, junto com as toalhas e a fralda também, para jogar no lixo.

 Fechei a porta do banheiro e tranquei, joguei a fralda no lixo. Entrei no box fechando o registro, puxei a banheira para o lado e a coloquei sentadinha dentro dela. Caminhei até a pia abrindo as gavetas procurando por uma bucha e sabonete e acabei os encontrando junto com dois patinhos azuis de borracha.

  Terminei de tirar as peças de roupas que eu ainda vestia, reparei brevemente nas manchas roxas e amareladas em meu corpo, balancei a cabeça, me convencendo a ignorar; entrei no box jogando os dois patinhos para Hilary, abri o registro e comecei a me banhar.  Esfreguei os braços, os pés, as pernas e fui subindo, quando comecei a esfregar a barriga senti uma diferença, além das marcas que havia por ali.  Sempre tive alguns milímetros a mais de gordurinha nessa área por conta da gestação da Hilary, mas a textura estava diferente. Coloquei minha mão na parte baixa da barriga sentindo, estava duro. Firme, firme mesmo, não tinha como pressionar a pele direito.  Fiquei encarando a minha barriga enquanto a água quente escorria em minhas costas, pressionei todos os dedos de ambas as mãos no local sentindo novamente. Duro. Fechei os olhos ao respirar fundo pela boca, “Não... Isso não deve ser nada Amberli!”. Me repreendi e continuei a me lavar.

     Logo depois de ter me esfregado, abaixei-me para banhar a minha pequena sem que molhasse seu cabelo para não pegar friagem. Quando terminei de banha-la quem disse que ela queria sair? Foram mais gritos e  birra para sair da banheira.  Ela não é de fazer isso.

 

  

 

 Ajeitei a touca em sua cabecinha moldando seu rosto com seus cabelos ao redor. Estamos prontas, bem agasalhadas de acordo com o clima lá fora, que ainda continua em chuva. Hilary ainda continua manhosa, não está querendo nem ficar no meu colo, preferiu caminhar enrolada  na toalha para fora do banheiro, eu riria daquela criaturinha pequena, linda e fofa na minha frente dando passinhos apressados, se isso fosse algo que acontecesse sempre. Foi a primeira vez. E agora não é diferente, ela está em pé na minha frente em cima da cama, com uma carinha emburrada e olha que eu não fiz nada.

 

  — Vamos. — estendi meus braços, oferecendo colo. Ela olhou para eles e fechou mais ainda a carinha — Vamos bebê, a mamãe não tem muito tempo. Vem pro colo. — olhei no relógio, vinte e três e vinte e dois.

 

 — Não. — sentou na cama — Chão. — se arrastou mais para a borda. É... Ela não vai vir no meu colo.

 

  — Tudo bem. Mamãe te ajuda a descer.

 

 Enquanto ela continuava emburrada pelo quarto eu peguei sua mamadeira e enchi com o resto do suco de soja que havia dentro da caixinha, fui no banheiro e joguei a caixa vazia no lixo. Voltei para o quarto pegando sua bolsa colocando a mamadeira dentro, tirei tudo que tinha dentro e ajeitei novamente com o que eu precisaria hoje, como nossos documentos, que antes estavam na minha bolsa, minha habilitação, a carteira e a chave do carro colocando num bolso separado, sem contar com as coisas essenciais da Hilary.

   Peguei em suas mãos, o único contato que ela permitiu e caminhei para fora do quarto o trancando, descemos no elevador até o estacionamento. Destranquei o carro abrindo a porta traseira do outro lado pegando Hilary a colocando na cadeirinha a prendendo com os cintos. Entrei no carro dando partida e sai do estacionamento, o caminho para o hospital era na rua de trás do hotel, virei a esquina e segui meu destino.

  Antes mesmo de chegar na rua minhas mãos estavam tremendo, e arrepios tomavam conta de mim, era como se a cada metro que eu me aproximasse do hospital, mais a realidade pesava acima de mim, eu estava carregando um bebê de um ser assassino, e mesmo assim eu ainda queria tê-lo, mesmo assim eu estava dando minha vida por essa criança. Mas a culpa não era minha e nem dele por estarmos aqui, e se ele está aqui agora, merece viver. Mas qual será o preço a tê-lo vivo? Olhei Hilary pelo retrovisor, seu rostinho estava sereno enquanto olhava pela janela, em suas mãos estava algum brinquedinho que estava em cima do colchão. Um medo se apossou de mim naquele momento, eu nunca os abandonaria. Eu lutarei por tudo de agora em diante para mantê-los ao meu lado, o preço será insignificante depois. Valerá a pena. Depositei minha mão no ventre firme e confirmei.

    — Valerá a pena.

 

 

 

 

 

 

 

  — Espere. Está querendo me dizer que deseja ver o doutor Cullen, mas não é assunto médico?

 

— Pela quinta vez. Sim! — esbravejei para a enfermeira na recepção, que creio eu que deve ter alguma surdez ou retardo mental. — Por favor, eu estou implorando! Sei que o turno dele ainda não começou! Eu necessito vê-lo — ela apenas me encarou com seus olhos pesados — Olha, eu o conheci quando minha mãe ainda estava viva! — mandei para cima dela também essa mentira — Os prometi que iria encontra-lo novamente em outro caso de urgência! Chame-o! — gritei enraivecida.

Um enfermeiro moreno apareceu pelo corredor, corri até ele apertando seus braços.

 

  — Por favor! — o parei, o moço arregalou seus olhos, assustado pela abordagem, mas eu não tinha tempo sobrando, atrás de mim, a enfermeira da recepção se alterava.—  Por favor, chame Carlisle! É urgente! Diga que é Amberli!

 

 — Sim, sim senhorita! — respondeu apressado sumindo pelo corredor.

 

 — Se continuar com esse comportamento aqui dentro senhora, terei que chamar os seguranças! — apontou para mim.

 

  — Se fizesse seu trabalho conforme é ordenado tudo estaria calmo por aqui, mas sua preguiça é tanta né?!  —  me aproximei dela — Por que ainda não foi chama-lo?! Eu preciso...!

 

   — Os gritos estavam ecoando pelo corredor. O que está acontecendo aqui? Me disseram que estavam me chamando. — uma voz levemente atraente falou.

 

  Olhei para trás e meu queixo caiu, loiro, jovem e mais bonito que muitos atores de cinema que eu já vi; mas era pálido, com círculos enormes embaixo dos olhos e parecia cansado. Mas isso não tirava a sua beleza.

 

  — Amberli. A quanto tempo! — se direcionou a mim parecendo feliz com minha presença, como se realmente me conhecesse. Eu encarei ele, fazendo o possível para não admirá-lo.

 

 — Podemos conversar em um lugar reservado, por favor? — perguntei olhando de cara feia brevemente para a enfermeira abobalhada próxima a mim, voltei meu olhar para ele implorando.

 

 —  Claro. Vamos à minha sala.

 

 —  Voltarei logo para busca-la. —  falei para a enfermeira, me referindo à Hilary; ela piscou rapidamente os olhos, olhou para mim e acenou, parecia que havia se esquecido do que houve ali.

 

  Segui a alguns passos atrás o doutor pelos corredores até ele parar na frente de uma porta e abri-la.

 — Pode entrar.

 

— Com licença. — passei ao seu lado e entrei na sala, era como todas as salas padrão de médicos nos hospitais, branco por todo lado. Me permiti sentar em uma das cadeiras a frente de sua mesa.

 

 — Amberli, não é? — cortou o silêncio depois de ter fechado a porta e sentou-se a minha frente — Quem é você, e porquê precisa da minha ajuda?

 

            Olhei em seus olhos intrigantemente dourados, essa era a pergunta que eu mais queria me desviar, como eu iria pedir um favor seu pela minha vida se nem eu sei com que estou lidando? Em meio a meus pensamentos turbulentos lembrei-me das palavras do doutor Anderson, sobre não pensar no assunto, mas era difícil. Me foquei na curiosidade chata da recepcionista, Hellen, enquanto eu tentava não pensar no assunto de agora.

 

  — Há alguém da sua família por aqui? — perguntei enquanto pensava em Hilary. Ela estava na ala infantil com uma enfermeira. Aceitou rapidamente o colo de uma desconhecida e não o meu!

 

 — Não. — me respondeu — Os conhece?

 

 — Não conheço ninguém da cidade. — dei um sorriso sem humor nenhum, o que tinha em mim agora era tristeza, medo também; agora era a hora. Eu teria que falar de qualquer jeito. —  Cheguei na cidade hoje, a pedido do doutor Anderson Rodham. Ele é o médico mais confiável daquela cidade. Ele foi responsável por mim no hospital, não permitiu que nenhum outro médico me examinasse. Quando eu acordei, ele me disse o que me aconteceu, e me falou que o único que poderia me ajudar era você.  Eu não tenho muito tempo de vida sem sua ajuda — limpei as lágrimas que rolavam em meu rosto sem que eu percebesse — quero dizer, nós, não sei... Eu só não posso abandoná-los. — funguei.

 

 — Você está com alguma doença? Ou...

 

— Não. Não é nada disso. — o cortei. Senti um calafrio, e estremeci. Ele manteve seus olhos em mim, analisando a situação.— Preciso que me ajude. Eu estou grávida. E, não sei... Mas o bebê não é humano.

 

 

 

 

 

 

  

 

 Ele me olhou, firmando desconfortavelmente seus olhos sobre mim. Fechou os olhos se encostando na cadeira passando suas mãos pelos fios loiros em sua cabeça. Tentando entender, eu acho.

 

  —  Eu não sei o que fazer. — comecei a desabar em meio ao seu silêncio. Eu ainda estou chorando, acho que hoje, as lágrimas quiseram sair — Há quase dois dias atrás, vampiros apenas existiam em filmes antigos, ou em comédias! — passei a mãos em meus cabelos atordoada — E agora, me dizem que eu estou grávida de um, e eu acredito.  —   murmurei incrédula —  Estranhamente eu acredito, e agora eu estou aqui! Morrendo de medo do meu futuro, com algo no ventre, o qual não irei me desfazer, pois faz parte de mim! Eu preciso de ajuda!

 

— Eu não sei o que te dizer Amberli. — pressionou  os lábios — Sua situação, é, complicada.

 

— E eu nem sei o quanto. — murmurei secando as lágrimas. — Tudo bem se você não aceitar, quem sou eu para obrigar alguém a fazer algo por mim. — não estava bem, mas ele realmente não era obrigado — Eu sei que posso morrer, mas, se realmente não puder fazer nada, eu te imploro! Cuide de minha menina, Hilary. —  intercedi por ela. Não queria ela sozinha no mundo também—  Ela é tudo que eu tenho. E ela só tem a mim. Não a deixe sozinha. — pedi alcançando suas mãos em cima de sua mesa, elas estavam congelante, mas não me importei as apertei o máximo que pude, mas pareceu que eu estava segurando mãos de uma estátua de gelo.

 

 Ele olhou em meus olhos de uma maneira diferente, senti os meus arderem com mais lágrimas. Soltei suas mãos me encostando na cadeira, de repente sentindo-me cansada.

   Levantei meus olhos quando o ouvi  se movimentando na cadeira, ele estava com uma folha e caneta em mãos.

 —   Qual o seu nome?

 

 —  Amberli Gall Scott. —   o respondi, já passando minha data de nascimento.

 

  —  Certo.  Qual era o plano de conseguir se aproximar de mim? Ouvi você dizer para a enfermeira, mas, queria o plano completo.

 

 —  Ah.— pisquei lentamente— Aquilo foi uma mentira que inventei para a recepcionista do hotel, ela queria saber a qualquer custo como conheci você. Inventei que o conheci através de minha mãe. Não que eu tive uma, é claro... Apenas isso. Eu não tinha um plano na verdade. —   me encolhi. Ele acenou entendendo e voltou a escrever no papel —   O que está fazendo?

 

  —  Só terminando de preencher alguns dados para o laboratório. —  respondeu-me —  Você ficará no hospital por hoje, durante o término do meu turno. Ele está terminando, não começando. Apenas alguns minutos... —   se levantou da cadeira com o papel em mãos —  Você mencionou que tem uma filha. Qual a idade dela?

 

 —  Um ano e cinco meses. —   respondi ainda encostada na cadeira.

 

—  Amberli, pode aguardar alguns minutos aqui na sala? —  perguntou ao verificar o horário em seu relógio—  Preciso entregar esse relatório ainda hoje.

 

 —   Na verdade eu preciso pegar a Hilary. — me levantei com certa dificuldade, e sono da cadeira —  Nós ainda não jantamos. —   admiti. — Tem alguma lanchonete por aqui?

 

—  Tem sim. Vamos, —  abriu a porta—  te acompanharei até lá.

 

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E a gente gostaram? Finalmente Carlisle apareceu! E agora sim a história começará! ~~ Ou seja, estou me ferrando legal, haja muita imaginação daqui pra frente, Amém Jesus! ~~ Obrigada a todos por estarem até aqui comigo, não se esqueçam de comentar! Isso ajuda, e muito! Aguardo vocês no próximo! Bjs ;*