The Fox escrita por Lady Joker


Capítulo 5
Capítulo 5 - A Maldição da Curiosidade


Notas iniciais do capítulo

Hey! Cheguei bem rápido dessa vez! Já tinha parte desse capítulo escrita, então só foi juntar tudo e complementar. Espero que gostem, boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/734639/chapter/5

Estava na aula de Transfiguração, a professora Minerva nos mandou treinar o feitiço de Desaparição em ratinhos, pelo menos a maioria da turma, quem já estava mais adiantado treinava com pequenos gatos. No caso, essas pessoas mais adiantas eram Sirius, James e eu. Era de se esperar que Remus também estivesse conosco, mas devido à suas faltas, ele estava um pouco atrasado.

— Fica quieto! – Sirius resmungou quando o filhote arranhou sua mão – Gato maldito!

— Você é tão insuportável que até o gato percebeu. – comentei e James riu levemente – Evanesco!

Meu gatinho, que era totalmente preto como minha gata de estimação, começou a desaparecer lentamente, mas acabou voltando totalmente.

— Acho que falta precisão no movimento da varinha, Olivia. - James chamou minha atenção para ele – Evanesco!

O gatinho laranja que estava sentado na frente dele desapareceu completamente de forma impecável.

— Incrível... Obrigada.

James podia até ser metido, mas isso não diminuía sua genialidade. Eu segui a dica dele e depois de mais três tentativas, meu gatinho sumiu completamente.

— Alguém segura esse bicho para que eu possa tentar! – Sirius tentava arrancar o gato que tinha fincado as garras na manga de sua capa.

— Olá. – Remus apareceu na nossa mesa, trazendo um gatinho cinza nas mãos – Acabei de aperfeiçoar com os ratinhos e a professora me deu esse pequeno para tentar.

— Ótimo, quando você conseguir, pode ajudar ao Sirius. – eu peguei o animal que já estava no ombro do Black, prestes a arranhar seu rosto – Acho bom você mirar direito, se por acaso acertar o feitiço em mim, eu mesma faço seus cabelos sumirem e poderemos ver se você ainda consegue usar todo o seu “charme” sem eles.

— Calminha, Liv. – ele ergueu as duas mãos e então apontou a varinha para o gato que eu segurava.

Sirius disse a fórmula mágica e o gatinho sumiu, não tão perfeitamente como o de James, mas muito bem para uma primeira vez.

— Olha só, parabéns, Black. - sorri para ele.

— Como eu já consegui, vocês acham que a McGonagall me liberaria para treinar para o jogo de sábado contra a Sonserina? – James nos perguntou com um pouco de ansiedade na voz.

— Por que não vai perguntá-la? – Remus deu de ombros enquanto tentava acalmar seu gatinho em cima da mesa.

— Eu também vou. – Sirius falou.

— Pra onde? – questionei – Você não está no time.

— Mas eu quero oferecer apoio moral ao meu melhor amigo. – o Black respondeu como se fosse óbvio e acompanhou James até a mesa da professora.

Puxei um banquinho para observar Remus tentar fazer seu gato desaparecer. Ele estava com a aparência bem melhor, parecia totalmente recuperado, mas só naquele momento notei novas cicatrizes de cortes em seu pescoço.

Eu estava em dúvida se devia ter perguntar sobre aquilo, se tinha conseguido na noite em que saíram. Se é que saíram, eu ainda não tinha confirmado.

— Eu não sei se vou me concentrar com você me encarando assim. – ele ergueu os olhos para me encarar com um sorriso brincando em seu rosto.

— Me desculpe. – acabei rindo – É que eu notei que você está com cortes no pescoço.

— Ah, eu caí na floresta outro dia... – Remus respondeu voltando a atenção ao gato – Evanesco!

Ele me deu exatamente a resposta que eu queria mas não esperava. Seu gato sumiu parcialmente, ele ia tentar novamente quando o interrompi.

— Na floresta?

— Sim... Estava lá com os garotos e bati em um galho, não foi nada demais.

Mais uma vez não achava que ele estava mentindo, mas parecia ter mais do que estava contando.

— Vocês acreditam que ela deixou? – James reapareceu, mostrando um bilhete de autorização.

— Claro que deixou, ouviu o que ela disse, temos que ganhar de qualquer jeito. – Sirius assentiu – E ela também me liberou para que eu parasse de implorar.

— Vamos indo, nos vemos no almoço. – os dois se despediram, pegaram seus materiais e saíram da sala.

Remus ficou tentando fazer seu gatinho desaparecer completamente até o final da aula. Saímos juntos e fomos em direção ao Salão Principal para almoçar.

— Olivia, você pode me passar suas anotações de História da Magia? – Remus perguntou com um tom de receio.

— Claro.

— Me desculpe estar pedindo novamente. Se eu estiver incomodando, é só avisar, eu posso pedir a outra pessoa. – ele se virou na minha direção.

— Não! Você nunca me incomoda, eu adoro estudar com você. – falei rapidamente e ele deu um sorriso fraco – Eu não sei se vou me acostumar se um dia você parar de me pedir minhas anotações.

— Não se preocupe que isso parece estar longe de acabar. – ele assumiu um tom sombrio novamente, aquele mesmo que me avisava que tinha algo de errado.

— Lupin. – segurei sua mão e nós paramos no corredor. Remus olhou de nossas mãos para o meu rosto, esperando que eu prosseguisse – Sabe que pode confiar em mim para contar qualquer coisa, certo?

— S-Sim... Obrigado. – ele respondeu meio incerto e sorriu novamente – Você também, Cooper.

—---

O dia do jogo chegou rápido, vi James durante o café da manhã e ele estava insuportavelmente ansioso e assumiu uma arrogância que só podia ter sido resultado de uma tentativa desesperada de esconder o nervosismo. Lily estava bem afastada dele, com cara de poucos amigos e revirava os olhos a cada frase egocêntrica que o Potter falava.

— Ele sempre fica assim nos dias de jogos? – sussurrei para Remus.

— Só nos que são muito importantes. – ele respondeu no mesmo tom.

— Isso explica a cara da Lily, nem posso imaginar as idiotices que o James falou para ela hoje.

— Ah, aquilo foi porque James azarou Snape no meio do corredor sem motivos.

— Ela continua se importando com ele? Mas achei que tivesse aceitado que o Severus é definitivamente das Trevas. – ergui uma sobrancelha.

— Acho que ela ainda espera que ele mude de opinião ou algo assim. – Lupin deu de ombros – Pela quantidade de chances que ela dá ao James e a ele, acredito que Lily é daquelas pessoas que espera sempre o melhor dos outros.

O time da Grifinória saiu do Salão ao som das palmas e gritos de incentivo, assim como o da Sonserina. Vi Pandora torcendo loucamente de longe, balançando uma bandeirinha com as cores de sua casa. Ela adorava assistir Quadribol, mas dizia não ter força de vontade suficiente para jogar, em outras palavras, preguiça.

Sirius e Peter vieram nos chamar para irmos com eles para a arquibancada. Eu não gostava muito da multidão, mas fui com eles para o meio de todos, para minha alegria, Remus não era do tipo que gritava como Sirius que estava do meu outro lado prestes a ter um ataque.

Os times entraram em campo e a torcida foi à loucura. Um aluno da Corvinal estava irradiando o jogo. Madame Hooch conversou com os dois capitães e os jogadores subiram nas vassouras e foram para suas posições. James ficou frente a frente com o apanhador da Sonserina, que por acaso era Regulus Black que tinha entrado no time naquele ano.

— ACABA COM ELE, JAMES! – Sirius gritou do meu lado.

Eu acreditava que aquilo tinha sido mais para atingir Regulus do que para motivar o Potter, não que algum dos dois tivesse escutado, é claro.

O jogo começou e eu voltei a me sentar, não me interessava tanto até que a perseguição pelo Pomo de Ouro começasse, aquilo sim eu achava emocionante.

Tudo parecia estar indo normal, Grifinória estava liderando por 80 a 70. Os jogadores da Sonserina estavam começando a pegar pesado quando James passou feito um raio pela frente da nossa arquibancada, seguido por Regulus, estavam atrás do Pomo. Eu levantei e fiquei na ponta dos pés para conseguir enxergar melhor o que estava acontecendo.

— O que está acontecendo? – Peter perguntou para Sirius.

— James e Regulus estão lado a lado...

Alguns jogadores até pararam o que estavam fazendo para ver a corrida pelo Pomo. James e Regulus alternavam em quem estava mais próximo, até que o Potter pendeu sua vassoura para o lado, girando ao redor de Regulus que perdeu o controle para evitar uma colisão e escorregou pelo lado da vassoura, ficando pendurando apenas por um braço.

Toda a torcida da Sonserina fez um coro de choque, James partiu diretamente para o Pomo e o apanhou. A torcida da Grifinória começou a gritar comemorando, menos Sirius, que olhava apreensivo para o irmão, esperando que ele subisse novamente em segurança na vassoura.

— Ninguém vai ajudá-lo? – questionei.

— Ele deveria saber se virar numa situação dessas. – Sirius deu de ombros e voltou sua atenção ao chão do campo, aplaudindo e comemorando com os outros.

Regulus conseguiu, com muito esforço, voltar para a vassoura e desceu. Ele saiu do campo contrariado e muito irritado, mas não era nada que não se esperasse de alguém que perdeu.

—---

A comemoração daquele jogo durou alguns dias, mas logo foram encerradas porque os professores começaram a puxar mais nos assuntos visto que os N.O.M.s se aproximavam, bom, pelo menos na cabeça deles, porque ainda faltavam 4 meses.

— Agora que vocês já têm a lista dos ingredientes da Poção da Paz, podem começar. – o professor Slughorn instruiu – Prestem bastante atenção no preparo, ela certamente será pedida nos N.O.M.s.

E assim foram se passando as aulas, cada vez mais deveres e revisões. Eu estava prestes a ter um colapso de tanta coisa para estudar ao mesmo tempo, começando até mesmo a invejar Sirius e James que pareciam estar de férias, pois nem tocavam nos livros.

— Cansei! – exclamei, fechando um livro de História da Magia.

Remus e eu estávamos na biblioteca há duas horas estudando e fazendo redações.

— Mas já? – ele me encarou.

— Nada de “já”! Estamos nisso há semanas sem parar... Eu preciso de descanso. – resmunguei me largando na cadeira – E você também, está até com olheiras.

Segurei seu queixo e ergui seu rosto para ver melhor.

— Ah, isso não é nada. – Remus voltou a encarar o livro – Não tenho dormido bem...

Me ocorreu que talvez Remus estivesse adoecendo de novo, já fazia algum tempo desde a última vez. Eu deveria ter prestado atenção de quanto em quanto tempo ele ficava doente, talvez me desse alguma pista do que acontecia com ele e seus amigos.

Minha suspeita se confirmou nos dias seguintes, quando cheguei na aula de Herbologia e ele não estava presente, mas Sirius, James e Peter pareciam até mesmo animados. Fui até eles como fazia normalmente.

— Olá, garotos.

— Hey, Cooper. – James me cumprimentou com um sorriso.

— Oi, Liv. – Sirius acenou com a cabeça.

— Olá! – Peter falou animadamente.

Eu não ia com a cara do Pettigrew, algumas pessoas me julgariam por isso, mas ele parecia um aproveitador covarde. Seu comportamento era muito suspeito, parecia estar sempre com medo de alguma coisa, nunca apoiava inteiramente seus amigos, mas também nunca expressava opinião contrária ao que faziam.

— Cadê o Lupin? – perguntei, como sempre.

— Doente. – os três responderam ao mesmo tempo.

Eles voltaram ao que estavam fazendo, encerrando o assunto por ali. A aula começou, a Professora Sprout nos fez ficar calados enquanto explicava como cuidar de gerânios dentados.

Eu juro que tentei prestar atenção, mas... Algumas ideias estavam borbulhando em minha cabeça e só me faltava um pouquinho de coragem para executá-las naquela mesma noite.

Depois das aulas, notei que os garotos estavam conversando mais afastados na Sala Comunal, claramente tramando algo. Eles iriam sair novamente. Eu não precisava segui-los, só precisava chegar lá antes deles e ficar escondida para ver o que acontecia, depois era só voltar para o castelo que tudo ficaria bem. Eu sabia ser discreta, poderia até usar minha outra forma para ser mais rápida.

Assim que começou a escurecer, eu saí da sala comunal e fui para a frente do castelo. Assumi minha forma de raposa para andar pelos arbustos de forma mais discreta.

Me aproximei do Salgueiro Lutador e comecei a procurar uma galho suficientemente grande para apertar o nó sem sofrer os danos. O encontrei jogado no canto, voltei a forma humana, fiz o mesmo que Lupin na outra noite e a árvore realmente parou. Joguei o galho de lado e escorreguei pela entrada.

Fui parar num ambiente totalmente diferente do que imaginava, era como o interior de uma casa abandonada. Segui o corredor até chegar numa sala iluminada apenas pela luz fraca que entrava pelas frestas das janelas vedadas com pedaços de madeira, o sol já tinha se posto e logo a lua estaria brilhando no céu, talvez iluminasse melhor. Olhei por uma brecha da janela e reconheci Hogsmead de longe.

— Não pode ser... – me afastei da janela e olhei ao redor, levando as mãos a boca para abafar o grito que dei em seguida – AI MEU DEUS, EU ESTOU NA CASA DOS GRITOS!

Não sabia se ficava animada ou com medo, sempre quisera entrar mas nunca consegui, ela era exatamente como eu imaginava, só que mais silenciosa e não parecia que iria brotar algum fantasma de qualquer parte dela.

Na verdade, foi decepcionante depois de alguns minutos porque absolutamente nada aconteceu. Subi as escadas e sentei no chão de um quarto, entediada. Não sabia nem se os garotos iriam realmente aparecer lá para que eu finalmente descobrisse o que estava acontecendo. Comecei a desenhar na poeira do chão para passar o tempo quando ouvi um barulho no corredor.

Levantei assustada, pensando que finalmente seria uma assombração mas era apenas o Lupin, ele vinha com as mãos nos bolsos, desanimado e com a cabeça baixa, quer dizer, isso até ele me notar ali.

— Olivia?! – ele arregalou os olhos, não parecia surpreso, estava mais para assustado – O que você está fazendo aqui? Como entrou?

— Eu vim pela passagem no Salgueiro...

— Não importa! Você tem que sair daqui o mais rápido possível, é muito perigoso. – ele se aproximou e tentou me puxar pelo braço em direção ao corredor – Por favor.

— Não! Não tem nada de perigoso aqui, estou esperando há um tempão e não ouvi nem um suspiro! O que você faz aqui? – puxei meu braço de volta. Achei que ele não quisesse nenhum intruso em seu esconderijo.

— Você não entende! Precisa sair agora! — ele me implorava, seu olhar parecia desesperado e aquilo me assustou, porém não tanto quanto o que eu vi a seguir.

O olhar de Remus focou em uma fresta de luz que atingiu seu rosto e suas pupilas dilataram, ele começou a se contorcer, seu rosto começou a alongar e pelos começaram a nascer em sua pele, suas mãos fechadas virando patas enormes com garras. Ele rosnava enquanto dentes afiados cresciam no focinho que se formara. Até que que curvou o corpo para trás soltando um longo e alto uivo.

Um lobisomem.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Entaão... O que acharam?
Acho que dessa a vez a Liv se arrependeu de toda sua curiosidade.
Enfim, deixem suas opiniões aí. Consegui trazer esse capítulo rapidinho para vocês, tentarei trazer o próximo ainda durante essa semana.
Só digo uma coisa, o próximo será bem importante para o resto da história...
Pois é, plantei aí a expectativa kkkkk
Beijos e até mais.