The Fox escrita por Lady Joker


Capítulo 4
Capítulo 4 - O Mistério do Salgueiro Lutador


Notas iniciais do capítulo

Hey, people!
Mais um capítulo para vocês. Desculpem a demora, tive que ler e reler algumas coisas para escrever esse capítulo. Nos vemos nas notas finais, boa leitura!



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A situação das mortes dos familiares dos alunos não desviou a atenção da Professora Minerva da nossa punição. Assim que as férias acabaram, ela nos disse que sua ideia original seria tirar o Quadribol da Grifinória até o final do ano letivo, porém, aquilo doeria tanto nela quanto na gente, então, nós fomos banidos dos fins de semana em Hogsmeade.

Para mim, aquilo foi pior do que tirar o Quadribol.

— Isso não é justo! – comecei a andar de um lado para o outro no corredor logo após recebermos a notícia durante o horário de almoço - Eu estou prestes a chegar no escritório do Dumbledore! Quem eles pensam que são...

— Liv, fica quieta! Poderia ser pior. – James revirou os olhos.

— Ah sim! Se tirassem seu precioso Quadribol? – coloquei as mãos na cintura e o encarei.

— Exato! Tirariam o Quadribol da gente e deixaríamos o caminho livre para Sonserina ganhar a Taça das Casas. – ele se levantou exasperado, erguendo os braços.

— Céus! É só isso que importa?

— É! O que mais vai importar?

— Ok! Parou! – Sirius se levantou e se meteu entre nós dois. Ele, Remus e Peter, que chegara naquela manhã, estavam observando a discussão – Olivia, infelizmente não somos nós que decidimos, o que é horrível para você é mais aceitável para nós.

— Seria ruim demais eu desejar que um balaço acerte a cabeça do seu melhor amigo no próximo jogo? Isso faria com que eu me sentisse um pouco melhor... – cruzei os braços.

— Ele pode sobreviver a um balaço na cabeça. – Sirius deu de ombros.

— Quê?! – James empurrou o braço do amigo e nós rimos.

— Bom, já que está decidido que James levará um balaço na cabeça, vamos indo para minha aula de Poções... – Remus levantou-se e pegou seus livros.

— Sim, antes que combinem de me usar como goles no próximo jogo. – James me encarou mais uma vez e saiu na frente em direção à aula do Professor Slughorn.

Duas semanas se passaram, era sábado e a escola estava bem tranquila porque a maioria das pessoas estava em Hogsmeade. O clima estava menos frio, de modo que já era possível andar pelo exterior do castelo sem morrer congelada.

Naquele dia, Pandora ficou na escola para me fazer companhia e também porque queríamos colocar a conversa em dia, então fomos caminhar próximo ao Lago Negro.

— Você precisava ver a conversa absurda dos meus tios durante o Natal. – ela balançava a cabeça negativamente e pigarreando para começar a imitar uma voz masculina generalizada– “Eu não acredito quem no meio disso tudo, ainda têm bruxos que apoiam os Sangues-Ruim! Suicidas tolos é o que são!”.

— Suicidas? Por não serem covardes a ponto de abandonar os princípios?

— Exato! E o pior foi ver meus próprios pais concordando com tudo. E minhas tias vindo me perguntar se eu já tinha me interessado por algum garoto das “Sagradas 28 Famílias de Puro Sangue” para casar. – Pan revirou os olhos e eu ri.

— As tias trouxas e bruxas têm muito em comum. As minhas chegam sempre com “E os namoradinhos?” e é bem... Chato.

— Oh! Eu lembrei agora que não tive tempo de te perguntar sobre a tal festa que baniu a Grifinória de Hogsmeade! – ela bateu na própria testa e virou para mim – O pessoal da Sonserina anda fazendo piada com isso, mas estão bem decepcionados por vocês continuarem no Quadribol.

— Então, foi uma coisa muito louca que tomou proporções maiores do que o esperado... Para você entender o nível da situação, eu fiquei bêbada e beijei um dos meus amigos...

— O quê? Foi aquele fofinho que estava com você no começo das férias? – ela sorriu abertamente, se referindo ao Lupin.

— Não! Foi o Sirius Black...

— Irmão do Regulus? – Pandora ergueu uma sobrancelha.

— Isso. Mas não foi nada, nós chegamos a conclusão que foi um erro e estamos seguindo normalmente com a vida. – expliquei rapidamente antes que ela me interrompesse de novo.

— Ah, que pena. Sabe, eu sei que o Regulus está pendendo para o lado dos Comensais, mas eu até que acho ele legal.

— É sério? – a encarei surpresa – O Sirius vive falando mal dele, assim como de todo o resto da família.

— Bom, ele sempre foi muito gentil comigo e eu o acho tão quieto em comparação aos outros. – ela pareceu pensar um pouco – Ou talvez seja porque sempre o vejo ao lado da maluca da Bellatrix. E qualquer um parece quieto ao lado dela.

— Provavelmente...

Nós retornamos ao castelo, estávamos passando pela torre do relógio, quando avistei Remus vindo na direção oposta, andando lentamente de cabeça baixa.

Quando nos aproximamos, ele ergueu a cabeça e pude ver o quão pálido estava.

— Olá, Olivia.- ele deu um sorriso fraco.

— Oi, Remus... Você está bem? – fui até ele.

— Ah, é só uma gripe... Estou indo até a Madame Pomfrey, não se preocupe. – ele deu de ombros e olhou na direção de Pandora – Olá.

— Ah... Oi. – ela respondeu surpresa.

— Oh, sim! Esqueci de apresentá-los. – apontei de um para o outro – Pandora Travers e Remus Lupin, blá blá blá, eu já falei de um para o outro mesmo, não precisa dessa formalidade toda.

— Bom, é melhor eu ir logo. – Remus retomou seu caminho – Prazer em conhecer, Pandora.

— Igualmente... – ela respondeu enquanto ele virava o corredor em direção à enfermaria – Ele está bem?

— Eu não sei, ele fica doente o tempo todo... Às vezes acho que é alguma coisa mais séria. – contei sobre as conversas que ouvi de Sirius e James e ela também achou a situação estranha.

— É realmente esquisito, mas acho que você deveria deixar pra lá. – ela parou quando chegamos perto do Salão Principal – Se ele quisesse que alguém mais soubesse, teria te falado.

— Essa é sua maneira de dizer que eu tenho que parar de ser curiosa porque isso não é da minha conta? – me virei para ela.

— Sim. – Pandora assentiu – Bom, eu tenho que ir agora, preciso terminar uma redação de História da Magia. Até depois, Liv.

— Até. – falei enquanto ela sumia correndo em direção à biblioteca.

Eu deveria ter escutado o conselho da Pandora naquele dia, de fato, deixei aquela história um pouco de lado. Os professores pareciam não se preocupar com as faltas de Lupin, nem ao menos pareciam surpresos, então decidi que não era algo preocupante.

No decorrer dos dias, Remus não apareceu e eu me esforcei para não ir até a Enfermaria para ver se ele estava lá. No entanto, na noite da quinta feira seguinte a minha curiosidade foi atiçada novamente. Eu estava debruçada na janela que ficava atrás da minha cama observando a noite chuvosa, ali tinha uma vista para o Salgueiro Lutador que chamou minha atenção quando começou a se remexer.

Apertei os olhos para tentar ver melhor, porém além da lua cheia estar escondida pelas espessas nuvens, a chuva não me permitia reconhecer quem era o louco que estava se aproximando da árvore. Era um garoto. Ele se abaixou para pegar um comprido pedaço de madeira do chão, o empurrou contra a raiz do Salgueiro e ele parou de se remexer por tempo suficiente para o garoto correr até a árvore e entrar num buraco entre as raízes.

— O quê? – murmurei, me inclinando mais para tentar entender o que aconteceu.

— Algum problema, Olivia? – Marlene me perguntou com curiosidade.

— Não, nenhum. – respondi rapidamente, olhando para ela, estava saindo do dormitório com alguns livros.

— Certo... – ela respondeu um pouco incerta e saiu.

Voltei a olhar o Salgueiro Lutador, que voltou a se remexer, mas dessa vez ninguém estava se aproximando. Só o que vi foi quando a árvore parou de mexer novamente.

Eu esperei que a árvore se movesse novamente, mas não aconteceu. Então sentei na minha cama com muito para pensar.

Quem era que tinha entrado no Salgueiro Lutador e por que ele ficava parando?

A menos que... Eu não visse o que o fez parar na segunda vez.

Saltei da cama quase atropelando minha gata e saí do dormitório rapidamente, desci as escadas já olhando ao redor. Alguns alunos estavam chegando do jantar ainda, localizei Lily Evans entre eles.

— Olá, Olivia. – ela me cumprimentou quando me aproximei.

— Hey, Lily. – respondi educadamente – Você viu James, Sirius e Peter por aí?

— Eles jantaram bem rápido e saíram, achei que estavam aqui. Devem ter ido visitar o Remus na Enfermaria.

— Viu se eles estavam levando alguma coisa com eles? – indaguei.

— Não prestei atenção... O que é que poderiam estar levando? – ela pensou um pouco e perguntou.

— Hum... Nada demais, deixa pra lá. – assenti – Obrigada, Lily.

Me parecia loucura naquele momento acreditar que os garotos saíram embaixo da Capa da Invisibilidade naquela chuva. E se os três estavam mesmo lá, significaria que o primeiro a passar foi o Remus, mas era impossível porque ele estaria na Enfermaria, doente demais até mesmo para ir a aula... Não estaria?

Fiquei encarando a entrada da Sala Comunal por alguns segundos até que tomei a decisão de tirar aquela história a limpo e saí. Os corredores estavam esvaziando rapidamente e logo não seria mais permitido circular por lá. Apressei o passo e logo cheguei à Enfermaria.

Dei leves batidinhas na porta e a Madame Pomfrey a abriu, colocando só a cabeça para fora, ela parecia um pouco ansiosa e preocupada.

— Oh, que deseja querida? – me olhou de cima a baixo já procurando algum machucado.

— Boa noite, madame Pomfrey. Vim visitar um colega que está doente há alguns dias... Remus Lupin. – falei tranquilamente.

A cor sumiu de seu rosto, mas ela logo recompôs a compostura, pigarreando e tentando manter a voz estável.

— Não é possível, ele precisa de extremo descanso agora. Logo estará melhor, não se preocupe. Sugiro que volte para sua Sala Comunal, já está tarde. Boa noite. – ela fechou a porta bruscamente.

Tinha algo de errado ali. Ela nem me deixou entrar.

Voltei com ainda mais perguntas para o meu dormitório. Olhei pela janela mais uma vez e nada de anormal aconteceu. Acabei vencida pelo sono e fui dormir.

No dia seguinte, estava atrasada como sempre para a primeira aula da manhã que era Trato das Criaturas Mágicas. Seria uma aula ao ar livre com o Profesor Kettleburn, um pequeno bruxo que vivia dizendo que iria se aposentar se perdesse mais algum pedaço do corpo.

Não estava chovendo mais, porém ainda estava um pouco frio. Era uma aula junto com a turma da Sonserina, vi Pandora sentada numa pedra grande anotando algo em seu caderno do outro lado do grupo. Me aproximei mais dos alunos da minha casa e finalmente achei Sirius, James e Peter que pareciam estar dormindo por dentro. Tinham olheiras profundas e estavam mais desinteressados que o normal.

Como se tivessem passado a noite toda acordados.

Aquilo só fortalecia minha teoria de que eles saíram do castelo durante a noite. Mas eu ainda não tinha uma explicação para o Remus.

Naquele momento eu tomei a decisão de entrar na Enfermaria de qualquer jeito durante o horário do almoço e descobrir de uma vez por todas o que estava acontecendo.

Eu almocei o mais rápido que pude, talvez chamando um pouco de atenção que não deveria, mas saí correndo da mesa, precisava aproveitar que os professores também estavam almoçando e fosse bem provável que a Madame Pomfrey tivesse deixado a Enfermaria sozinha por alguns minutos. Porém, quando virei em um corredor, esbarrei em alguém com força e caí no chão.

— Olivia? – Remus, que também estava no chão, se levantou e veio me ajudar - Aonde vai com tanta pressa?

— Me desculpe, mas... – eu levantei o observando, ele realmente estava com aparência de alguém doente, magro e abatido – Você está bem?

— Sim, vou ficar bem logo. Estou me recuperando e a Madame Pomfrey me disse que eu podia ir almoçar com os outros. Você vem? – ele me apontou em direção ao Salão Principal.

— Eu já comi... – o observei com mais atenção – Lupin, posso te perguntar uma coisa?

— Claro. – ele deu de ombros.

— Me desculpe por ser tão invasiva, mas o que acontece com você que fica doente o tempo todo? – apertei uma mão na outra, não queria ter perguntado, mas quando notei já era tarde demais.

— Eu sempre tive a saúde frágil, o clima frio não ajudou nada e eu acabei gripando. – ele se aproximou, mas sem olhar nos meus olhos – Não precisa se preocupar, não é nada demais.

— Certo... – assenti – Só mais uma coisa. James, Sirius e Peter vieram te visitar ontem? Não os vi na Sala Comunal.

— Hum... Sim! – ele assentiu prontamente – Estiveram comigo boa parte da noite.

— Claro. – concordei – Mais uma vez peço desculpas pela intromissão.

— Não precisa se desculpar, você é minha amiga, Liv. – ele sorriu para mim – Até mais tarde.

Remus me deixou lá e foi em direção ao Salão Principal. Eu não acho que ele mentiu, realmente os garotos estavam com ele na noite anterior, só não tinha sido na Enfermaria.

Algo lá dentro continuava me dizendo para deixar aquela história de lado, mas meu lado curioso era bem mais forte. Comecei a observar mais os quatro, mesmo que de longe para não deixá-los desconfiados. Mas eles não sumiram nas noites seguintes, pelo contrário, estavam bem normais e fazendo suas coisas habituais.

Eu sabia que Remus não fingia ficar doente porque os professores saberiam e a Madame Pomfrey também. Sabia que tinha algo dentro do Salgueiro Lutador que os interessava a ponto de irem lá mesmo com um deles doente e numa noite extremamente chuvosa.

— Ei, Lily... – me aproximei da ruiva – Você sabe algo sobre o Salgueiro Lutador? Tipo há quanto tempo está ali e para que serve.

— Bom, eu acho que serve para afastar intrusos... E se o que contam for verdade, foi plantado no mesmo ano que chegamos em Hogwarts. – ela pensou um pouco antes de me falar.

— Sério? Mas parece ser uma árvore tão velha...

— Pois é, acho que já colocaram a adulta. Creio que queriam proteção com urgência... Ainda mais nos tempos em que estamos vivendo. – a Evans deu de ombros.

— Faz sentido. – assenti – Obrigada, Lily.

Aquela conversa não parecia ter acrescentado nada naquele momento, mas me deu algo em que pensar. Por que eles precisariam de uma “árvore de guarda” tão urgentemente em Hogwarts no ano em que entramos?


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Notas finais do capítulo

Então, primeiro eu gostaria de pedir que vocês deixassem suas opiniões nos comentários, sei que muitos estão acessando, gostaria de saber se estão gostando também. É muito importante para mim.
Eu ando demorando um pouco para escrever porque preciso pesquisar bastante entre os textos da J.K no Pottermore e até reler algumas partes dos livros, gosto de fazer as coisas bem direitinho e fiéis ao original. Mas não se preocupem que tentarei trazer os capítulos o mais rápido possível.
Espero que tenham gostado. Beijos e até o próximo.