The Fox escrita por Lady Joker


Capítulo 23
Capítulo 23 - O Futuro


Notas iniciais do capítulo

SURPRESA! Olha só como eu cheguei rapidinho dessa vez! Então, esse capítulo tem um pequeno/grande salto temporal, então ele é mais de transição. Eu explico melhor as coisas lá nas notas finais, boa leitura!



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Pandora ficou fora da escola por três dias. E nesse meio tempo, eu tomei algumas decisões muito importantes. Após as aulas, fui encontrar a Professora Minerva em sua sala, já havia a avisado que queria conversar com ela no final do dia, então ela estava me aguardando.

— Imagino que seja um assunto sério, Cooper. – ela me olhou com curiosidade enquanto eu me dirigia à sua mesa.

— Um pouco, sim. – assenti e parei à sua frente – A senhora se lembra que no ano passado me perguntou antes dos N.O.M.s que carreira eu pretendia seguir e eu disse que ainda não sabia?

— Lembro sim.

— Eu me decidi, eu quero ser uma...

— Auror. – ela afirmou simplesmente e então deu um leve sorriso ao notar minha reação de surpresa – Eu já imaginava. Você sabe que tem que ter no mínimo cinco N.I.E.Ms, não é? Não que eu esteja muito preocupada, seus N.O.Ms foram ótimos. Transfiguração é algo muito importante e você é uma das minhas melhores alunas, não tenho preocupações quanto à isso.

A professora adquiriu um tom de animação que eu não esperava, aquilo me deu mais determinação ainda.

— O que devo fazer após a escola?

— Existem testes que o Ministério aplica nos candidatos, você precisará demonstrar capacidade de reagir bem às pressões, perseverança e dedicação, porque o treinamento para auror leva mais três anos, para não falar na habilidade excepcional em defesa prática. Eu vejo essas características em você, Olivia.

— Obrigada, professora. – sorri lisonjeada – Eu vou me esforçar bastante.

— Eu sei que vai. – ela assentiu – Boa sorte.

Eu agradeci novamente e saí de sua sala. Se antes eu já estudava mais do que o necessário, depois daquilo eu ultrapassei todos os limites. Queria me dedicar ao máximo, queria estar preparada quando chegasse a hora de sair da escola e enfrentar o que realmente estava por vir.

Eu estudava sempre que tinha um tempo livre e treinava feitiços sempre que achava um local adequado para isso. Na maioria das vezes eu tinha a ajuda de Remus nas aulas práticas, ele me dava ótimas dicas e as vezes levava os outros garotos juntos para treinarmos todos juntos. Nós conseguimos nos especializar em feitiços não-verbais em poucos dias.

— Olivia está se tornando uma máquina de duelo... – James se levantava do chão após eu derrubá-lo.

Nós estávamos numa sala que eu nem sabia que existia no sétimo andar, ela estava equipada com tudo que precisávamos para treinar. Remus me disse que se chamava Sala Precisa e só aparecia quando a pessoa realmente precisa dela.

— Não consegue dar conta, Potter? – o provoquei – Achei que você era o melhor em duelos...

— Aparentemente não mais. – ele riu – Você conseguiu vencer nós quatro.

— Um de cada vez é fácil. – Sirius comentou. Ele estava sentado em uma poltrona nos observando – Quero ver contra mais de um.

— Não vamos fazer essa covardia com ela. – Remus o encarou seriamente e cruzou os braços.

— Você acha que os Comensais hesitariam em me atacar estando em vantagem? – questionei me virando para ele – Eu quero tentar.

— Eu não vou fazer isso...

— Eu não te pedi para fazer. – me virei para os outros três – Mandem ver, garotos.

— Não. – Remus se colocou na minha frente – Vocês não vão atacar a Olivia de uma vez só.

— Não preciso que me defenda, Lupin. – o empurrei para o lado e empunhei a varinha – Vamos lá.

Sirius, James e Peter trocaram um olhar de receio e então olharam para o Remus como se pedissem a autorização dele. Eu revirei os olhos e fiz o primeiro ataque. Sirius se defendeu institivamente, me olhando de forma descrente.

— Jogando sujo, raposinha? – seus olhos assumiram um brilho desafiador e ele retribuiu o ataque.

Peter logo entrou no meio do duelo e eu até que estava conseguindo me defender bem, mas precisava achar brechas para atacar. Quando James finalmente entrou, tudo ficou ainda mais difícil, eu não conseguia fazer nada além de me defender.

Quando os três lançaram feitiços ao mesmo tempo, eu consegui bloquear e ataquei logo em seguida, acertando o Black. Os outros dois se surpreenderam e eu aproveitei o momento de hesitação deles para derrubá-los também.

Sorri orgulhosa de mim mesma e virei para Remus, ele estava agarrando a própria varinha com tanta força que parecia capaz de quebra-la. Sua tensão era notável, mesmo de longe.

— Viu? Eu sobrevivi. – anunciei erguendo as duas mãos.

— Você é impossível, Olivia. – ele balançou a cabeça negativamente - Andem, temos que voltar para a Sala Comunal.

Remus foi recolher seu material que estava no canto da sala, assim como Peter e James. Sirius veio até mim, ele olhou rapidamente para os amigos, para constatar que nenhum estaria prestando atenção na nossa conversa.

— Ei, Liv... – ele estava quase sussurrando – Você tem falado com a Pandora?

— Eu... Não.

Na verdade, eu ainda não havia tomado coragem para falar com Pandora desde que ela voltou após o funeral dos pais. Eu estava sendo uma péssima amiga, mas ao mesmo tempo estava com medo que ela estivesse chateada comigo, principalmente depois desse tempo, depois que a ficha caísse.

— Por que não? Ela deve estar precisando de você. – Sirius uniu as sobrancelhas – A culpa não foi sua, Liv.

— Eu sei que ela precisa de mim, mas eu não tenho coragem... E se ela estiver me odiando?

— Acho bem improvável. – ele falou seriamente – Se você quiser, eu vou com você.

Eu encarei o Sirius por alguns segundos e então sorri. Ele fechou a cara, já esperando que eu fizesse algum comentário provocativo, mas me contive naquele momento. Estava começando a achar adorável a forma como ele criou um tipo de afeto pela Pandora, pelo simples fato dela ter tanto em comum com ele.

— Tudo bem. – eu disse simplesmente, dando de ombros.

— Vocês vêm ou não? – Remus perguntou, segurando a porta da sala.

—---

No dia seguinte, após as aulas, Sirius e eu fomos para a porta da sala de Poções. Eu sabia que Pandora saía por último. Nós ficamos observando os alunos saírem apressados, até que o movimento foi diminuindo e ela finalmente saiu.

Mais uma vez eu senti meu coração se partir. Ela esta visivelmente abalada. Ela passou por nós de cabeça abaixada e não nos notou ali.

— Pan... – a chamei com receio.

Ela levantou a cabeça repentinamente e se virou na minha direção. Seus olhos estavam inchados, tinha olheiras que a deixavam com uma aparência assustadora, seus cabelos estavam desgrenhados e ela estava pálida. Como eu estava tomando café da manhã muito cedo e jantando muito tarde por causa dos treinos de feitiços, só a via de longe na hora do almoço e ela mal tocava na comida.

— Ah, oi... – ela respondeu e abaixou o olhar novamente.

— Como... Você está? – perguntei e me arrependi na mesma hora, era bem óbvio que ela não estava bem.

— Sério? – Liv pendeu a cabeça de lado.

— Não. Desculpe... – eu me aproximei dela e a abracei, ela não me respondeu, apenas retribuiu o abraço e escondeu o rosto no meu ombro. Senti que ela começou a chorar novamente – Me desculpe, Pan. Eu sinto muito por tudo isso, eu sei que a culpa é minha, eu...

— Pare com isso, Olivia. – ela murmurou - Apenas pare.

Nós continuamos abraçadas por mais algum tempo, até que ela se acalmou e se afastou de mim, enxugou as lágrimas e olhou para o Sirius, franzindo o cenho, sem entender bem porque ele estava ali.

— Vim oferecer meus sentimentos... – ele deu de ombros e então se aproximou dela para abraça-la.

Pandora arregalou os olhos surpresa com o gesto, mas acabou retribuindo.

— Hum... Obrigada. – ela me olhou com dúvida enquanto Sirius a abraçava com força e acariciava seus cabelos. Eu apenas comprimi meus lábios num sorriso.

— Eu imagino como você deve estar se sentindo, loirinha... – o Black se afastou – Por mais que nossas famílias não sejam muito decentes, ainda são... Família.

— Sim. – ela assentiu e voltou seu olhar para mim – Eles não mereciam o que aconteceu e a culpa não foi sua ou minha... Eu pude perceber isso nos últimos dias. Você sabe quem é a culpada por isso e eu vou me vingar dela quando tiver oportunidade.

— E eu vou estar lá por você. – a prometi.

—---

O resto daquele ano em Hogwarts seguiu da maneira mais tranquila possível. De fato, nenhum grande acontecimento veio depois da morte dos pais de Pandora. Mas vamos resumir algumas coisas relevantes.

Depois de toda minha evolução, a professora McGonagall disse que eu não precisaria me preocupar muito com os N.I.E.Ms no ano seguinte, bastava manter a mesma dedicação e conseguiria alcançar meu objetivo.

Pandora acabou inspirada por mim e abandonou sua ideia de trabalhar no Gringotes, também preferindo seguir o caminho de auror. Nem preciso dizer que ela aprendeu tão rápido quanto eu, chegou até a treinar um pouco conosco no final do ano letivo, o que fez com que ela se aproximasse ainda mais dos meus amigos.

James manteve um comportamento tão exemplar, pelo menos à vista de todos, que depois da páscoa, Lily voltou a conversar com ele normalmente. E parecia que os dois estavam se dando muito bem.

As noites de lua cheia se tornaram mais fáceis depois de tanto tempo, porém, para Remus continuava a mesma luta dolorosa. Ao menos, ele já estava aceitando melhor nossa ajuda.

O último dia de aula do meu sexto ano em Hogwarts estava bastante corrido. Como se não bastasse me preocupar se tinha pego todas as minhas coisas, também tinha que conferir se o Theo lembrou de pegar tudo.

— Você tem certeza de que pegou todos os livros? – questionei mais uma vez enquanto entrávamos no Expresso de Hogwarts.

— Claro! Você já me perguntou isso um milhão de vezes, Olivia... – ele revirou os olhos e passou por mim, indo em direção a cabine onde seus amigos estavam.

Eu deixei Felicia na gaiola e ela ficou no compartimento onde todos os outros animais ficavam, então fui tranquilamente para minha cabine de sempre. Como de costume, Pandora já estava lá. Só que dessa vez, ela estava com um papel na mão e uma pena na outra, o lendo atentamente.

— O que é isso? – perguntei, sentando de frente para ela.

— Ah, o professor Dumbledore me passou uma lista de lugares onde posso morar, estou aqui analisando... – ela falou com um leve tom de pesar.

Pandora atingiu a maioridade bruxa no mês de maio, e mesmo recebendo convites de seus outros familiares, ela sequer considerou ir morar com eles uma vez que teria a oportunidade de viver sozinha. E para ela não seria problema, afinal havia recebido uma boa herança após a morte dos pais.

— Posso ver? – ela me passou a lista e eu comecei a ler – Hum, viver em Cardiff era uma boa. É a cidade onde eu moro. Poderia te ajudar com a mudança e essas coisas.

— Eu gostei dessa opção também! – ela falou animadamente – E é uma pequena casa de primeiro andar com dois quartos... Você poderia ir morar comigo depois que se formasse... Se quiser, é claro.

— Se quiser? – a encarei descrente – Morar juntas depois da escola não está nos nossos planos desde que nos conhecemos?

— Está, mas... Achei que poderia ter mudado de ideia... – ela deu de ombros.

— Nunca! Imagine só... – eu levantei do meu lugar e sentei ao lado dela – Nós duas, estudando para nos tornarmos aurores enquanto acabamos com a raça daqueles malditos vermes que mataram sua família e qualquer outro ser das trevas que ousar cruzar o nosso caminho...

— Me parece um futuro adorável. – ela sorriu docemente, o que me fez rir – Tudo bem, eu acho que vou dar uma olhada nessa casinha em Cardiff...

— Olá, senhoritas. – Sirius entrou na cabine acompanhado por Remus.

— Olá. – nós duas respondemos ao mesmo tempo.

— Eu não sei por quanto tempo mais vou aguentar essa história de monitor... – Lupin se jogou ao meu lado – É cansativo lidar com as crianças às vezes. Principalmente quando elas são seus amigos. – ele encarou Sirius com censura e o Black apenas deu um falso sorriso inocente.

— Cadê o Potter e o Pettigrew? – Pandora indagou.

— O James está com a Lily, mas vem daqui a pouco. – Remus explicou – E o Peter... Bom, na verdade eu não o vejo desde o café da manhã.

— Deve ter se atrapalhado para arrumar as coisas... – Sirius respondeu simplesmente e então voltou sua atenção para nós duas – Então, o que farão de bom nas férias?

— Vou me mudar. – Pandora respondeu.

— E eu vou ajudar na mudança. – complementei.

— Nós podemos ajudar também! – Sirius sugeriu e olhou para Remus, que assentiu concordando.

Eu troquei um olhar de cumplicidade com o Lupin. Fazia tempo que eu havia notado o quanto Sirius gostava da Pandora. Toda a implicância no começo para mascarar a atração e depois de conhecê-la, ele simplesmente parecia encantado por ela e pelo fato de ter alguém por perto que o entendia bem.

— Obrigada, Black. – ela sorriu timidamente.

Depois de alguns minutos, pouco antes do trem sair da estação em Hogsmeade, Peter chegou ofegante, parecia que tinha corrido uma maratona.

— Onde você estava, Peter? – Remus questionou.

— Eu acabei... – ele parecia um pouco nervoso – Me atrapalhando com meu material.

— Viram? Eu disse! – Sirius riu do amigo que sentou ao seu lado – Como sempre...

Logo em seguida, um James Potter todo sorridente entrou na cabine. Ninguém nem precisava perguntar o motivo, era bem evidente.


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Notas finais do capítulo

Certo, antes de mais nada, se repararem em algum erro na escrita, me avisem, por favor!
Segundo, vamos lá! Como eu disse, estamos entrando na reta final da fic, ela deve se encerrar entre o capítulo 25 e 30 mais ou menos. E fiquem atentos no tumblr da fic, porque terão spoilers da segunda temporada lá também, assim como fotos da capa e dos títulos de alguns capítulos.
Bom, no geral, vocês puderam ver como as coisas foram mudando nesse capítulo, espero que estejam curtindo. Beijos e até mais!



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