The Fox escrita por Lady Joker


Capítulo 21
Capítulo 21 - Noite de Natal


Notas iniciais do capítulo

CHEGUEEEEEEI!
Gente, antes de vocês lerem, tenho algo muito importante para dizer sobre esse capítulo.
Ele é MUITO de boas, mas é porque os barracos sérios vão começar a partir do próximo. Portanto, aproveitem a plenitude desse capítulo. Ah e POR FAVOR LEIAM AS NOTAS FINAIS.
Boa leitura!



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A resposta dos meus pais ao convite de natal da família Lupin chegou mais rápido do que eu esperava. Poucos dias após o Halloween, a pequena coruja largou uma carta na minha frente durante o café da manhã.

— Resposta dos seus pais? – Remus, que estava sentado ao meu lado comendo uma torrada, perguntou.

— Acho que sim. – abri o pergaminho e logo reconheci a caligrafia da minha mãe – É sim.

Ele se aproximou de mim para poder ler a carta também.

Olá, querida.

Nós estamos muito bem. Ficamos felizes de saber que seu irmão está se divertindo.

Seu pai e eu conversamos e adoraríamos passar o Natal com a família do seu namorado. Ele ficou um pouco incomodado, mas ao mesmo tempo animado com a ideia de conhecer uma casa de bruxos. Você sabe como ele é.

Mande lembranças ao seu irmão por nós. Também estamos com saudades. Nos falamos em breve.

Com amor, mamãe.

— Tudo certo. – Remus sorriu para mim – Vou escrever para casa depois.

— O que vocês estão tramando? – Sirius questionou cheio de curiosidade. Ele estava sentado na nossa frente.

James e Peter estavam presos em sua própria conversa e nem estavam prestando atenção em nós.

— Ah, não é nada. – Remus deu de ombros – A Olivia e os pais dela vão passar o natal lá em casa.

De um jeito meio assustador, o sorriso de Sirius foi crescendo de uma forma maliciosa e se tornou em uma gargalhada marota.

— Ora, ora... Já estamos nesse nível? – ele ergueu uma sobrancelha – Eu não sabia que estavam tão sérios.

O fato dele ter feito exatamente o mesmo comentário que a Pandora me fez rir e revirar os olhos.

— Sirius, não comece. – Remus falou em tom de aviso, o encarando.

— Aposto que a noite de natal será tão longa quanto as noites de lua cheia... – o Black falou cheio de insinuações – E talvez mais cansativa.

— Calado, Black. – Remus o repreendeu.

Eu não pude deixar de ficar constrangida com as insinuações. Eu não havia pensado daquela forma... Ainda. Mas passar uma noite na casa de Remus traria oportunidades que não tínhamos em Hogwarts.

Sirius continuou rindo, mas não fez nenhum outro comentário. Olhei para o Remus pelo canto do olho e ele parecia tranquilo. Eu não deveria surtar com as provocações de Sirius, então apenas continuei a tomar meu café da manhã.

As semanas foram se passando, logo a professora McGonagall foi recolher a lista de alunos que ficariam em Hogwarts para o Natal. E sem surpresa alguma, Theo ficaria na escola para seu primeiro Natal no mundo bruxo. Pandora acabou decidindo por ficar na escola, me senti mal por deixa-la sozinha, mas ela me garantiu que não tinha problema.

O dia de embarcar no Expresso de Hogwarts chegou ainda mais rápido. A pessoa mais feliz era Sirius, sem sombra de dúvida. Era a primeira vez que ele não ficava na escola para o natal e ele estava verdadeiramente animado para ter uma ceia em família de verdade.

Ele não conseguia ficar quieto enquanto estávamos no trem. Precisou que James lançasse um feitiço silenciador nele.

— Vocês deveriam ir lá em casa também. – James se virou para Remus e eu – Para o ano novo! O Peter vai, não é, Rabicho? – ele se voltou para o Pettigrew.

— Sim. Eu vou fazer o possível. – ele assentiu.

— Eu não sei se os meus pais vão deixar, mas posso perguntar. – falei sinceramente.

Eu queria passar o ano novo com os garotos, parecia ser extremamente divertido. E eu sei que Remus nem sempre podia vê-los durante as férias por causa da lua cheia, então seria bom para ele também.

O resto da viagem foi até tranquila, tiramos o feitiço de Sirius depois de um tempo e ele ficou quieto para que ninguém o silenciasse de novo. Eu acabei dormindo um pouco apoiada no ombro de Remus e ele caiu no sono apoiado na minha cabeça. Nós fomos acordados por Sirius, ficando animado novamente ao constatar que estávamos chegando.

Eu olhei pela janela quando paramos na plataforma e vi minha mãe e meu pai, eles pareciam um pouco ansiosos. Próximos à eles estavam os pais de Remus, que não escondiam seus sorrisos.

Nós cinco saímos do trem. Peter se despediu e foi em direção à sua mãe que o aguardava mais a frente. James e Sirius também se despediram ao ver os Potter, que eram um casal bem simpático e pareciam bastante elegantes. Não pude deixar de sorrir ao ver a senhora Potter dando um beijo na testa de James e outro na de Sirius como se ele também fosse seu filho. Eu estava feliz por ele.

Não muito distante dali, vi Regulus passando de cabeça baixa. Ele encontrou com uma mulher que parecia imensamente insatisfeita por estar ali. Ela não parecia muito amorosa com o filho, apenas o puxou pelo ombro para perto e começou a empurrá-lo em direção a saída da plataforma sem nem olhar na direção de Sirius. Mas o Black mais novo observou o irmão mais velho por um tempo antes de sumir de vista. Era uma situação triste.

— Remus! – a voz animada de Hope Lupin me puxou dos meus devaneios.

A adorável mulher foi até ele e o esmagou num abraço amoroso. Remus retribuiu na mesma intensidade. Ela o afastou e segurou seu rosto entre as mãos, uma ponta de tristeza assumiu seu olhar ao constatar as novas cicatrizes espalhadas pela face de seu filho, mas ela não deixou de sorrir.

— Olivia. – meu pai veio até mim e me abraçou rapidamente, me ajudando com minha mala em seguida – Finalmente um natal juntos.

— Pois é... – eu sorri para ele e em seguida abracei minha mãe.

— Eu estou tão feliz por você estar conosco, querida. – ela falou para mim, seus olhos brilhavam de animação.

— Eu também! Estava com saudades... – falei com sinceridade. Eu sentia muita falta dos meus pais e só me dava conta disso quando os encontrava novamente.

— Então... – Hope se aproximou de mim e me deu um abraço amigável – É bom vê-la novamente, Olivia. Estou muito feliz que tenham aceitado o convite.

— Ah, eu que agradeço por ter nos convidado, senhora Lupin. – retribuí seu abraço.

— Nós já combinamos tudo com seus pais. Esperamos vocês amanhã de noite.

— Certo. – eu assenti.

— Até mais, então. – o pai de Remus acenou para nós.

Meus pais e eu retribuímos. Remus me lançou uma piscada antes de ir embora com seus pais.

O caminho para minha casa foi animado como sempre. A falta do Theo era notável, mas eu sabia que ele estava se divertindo muito mais em Hogwarts. Assim que chegamos em casa, meu pai já me arrastou para o seu escritório e colocou um novo disco do Queen que havia sido lançado naquele mês para tocar. Se chamava A Day at the Races.

— Então? – ele perguntou depois que o segundo lado do disco terminou de tocar.

Somebody to Love é a minha favorita desse. – falei depois de pensar um pouco.

— Eu sabia que ia gostar dessa. Até sua mãe gostou. – ele falou animado.

Nós continuamos nossa conversa sobre música durante o jantar, até que finalmente minha mãe levou o assunto para a ceia de natal.

— Tem algo que devemos saber antes de ir? Algo que não devemos fazer ou falar? – ela perguntou.

— Não, eles são pessoas normais... – eu ri diante da preocupação dela – Mantenham a mente aberta como sempre fizeram e vai ficar tudo bem.

— Posso te perguntar sobre aquelas cicatrizes todas na cara do seu... namorado? – meu pai questionou cuidadosamente, parecendo estar escolhendo cada palavra.

— Ah... Isso é um pouco complicado... – cocei minha cabeça, estava tentando pensar num modo de explicar para eles sem que os assustasse – Remus tem uma doença.

O olhar dos meus pais mudou. Eles ficaram sérios e um pouco surpresos.

— Ele não parece doente. – minha mãe comentou – É grave?

— Não. Sim... Quer dizer, é complicado. – respirei fundo – Eu preciso que vocês mantenham a mente ainda mais aberta agora, porque o que eu vou falar pode parecer estranho para vocês.

Eles assentiram e não falaram mais nada, esperando que eu prosseguisse.

— Remus é um lobisomem. – declarei de uma vez. Para minha surpresa, meus pais não demostraram tanto choque – Ele não é perigoso, na maior parte do tempo. Só quando está transformado, porque ele perde o controle... Mas a culpa não é dele. Um lobisomem o mordeu quando ele tinha apenas quatro anos de idade. A licantropia é uma doença sem cura, infelizmente. Mas com as precauções certas, ele pode ter uma vida normal...

— Que horror! – minha mãe expressou com tristeza – Aos quatro anos? Era tão pequeno...

— Eu sei. E a transformação é bem dolorosa. – complementei com pesar.

— Você já o viu se transformar? – meu pai indagou.

— Não. – menti descaradamente – Durante o período de lua cheia, ele fica isolado, onde não possa machucar ninguém... Só que acaba se machucando na maioria das vezes, por isso tem tantas cicatrizes.

— É horrível que um rapaz tão jovem tenha que passar por algo assim. – meu pai ressaltou.

— Sim. E o preconceito contra lobisomens é enorme. Por isso ele viveu escondido durante toda a infância e poucas pessoas sabem. Somente os professores, seus pais e nossos amigos. – expliquei – Eu só estou contando para deixa-los por dentro da situação e para evitar alguma situação estranha, mas isso não vai influenciar em nada, certo?

— Claro que não. – minha mãe afirmou com veemência – Ele parece ser muito gentil e adorável. Não tem culpa do que aconteceu.

Meu pai assentiu em concordância. Toda a gentileza dos meus pais podia me surpreender às vezes. Eu tinha muita sorte em ter pessoas tão compreensivas ao meu lado, se por acaso meus pais não aceitassem que sou uma bruxa, eu nem sei o que eu faria da minha vida. Será que eu tentaria fugir de casa? Não parecia o tipo de coisa que eu faria... Não naquela época.

—---

Finalmente chegou o dia de ir para a casa dos Lupin. Nós pegamos um táxi na porta do nosso prédio no final da tarde e eu falei o endereço para o motorista. A casa deles não ficava muito longe, apenas uma hora de carro. Minha mãe estava toda animada, levando um enorme peru assado no colo e meu pai levava garrafas de vinho, além de alguns presentes simples. Um par de brincos para Hope e uma gravata para Lyall. Eu já tinha comprado o presente de Remus antes, era um livro enorme de Defesa Avançada Contra as Artes das Trevas que ele viu na vitrine de uma livraria em Hogsmeade.

Nós chegamos ao nosso destino pouco depois de anoitecer. Meus pais pareciam mais nervosos do que eu, porque eles não sabiam o que esperar. Eu toquei a campainha e alguns segundos depois, Hope abriu com seu melhor sorriso.

— Olá! Sejam bem-vindos! – ela nos deu espaço para entrar.

— Olá, senhora Lupin. – eu retribuí o sorriso e entrei.

Não sei bem se foi o contraste com o clima frio e nevado do lado de fora, mas a casa dos Lupin parecia extremamente confortável e agradável. Tinha um clima bom lá dentro. Remus veio até mim, sorridente. Segurou meu rosto entre as mãos para me dar um beijo rápido e então foi cumprimentar os meus pais.

— Olá a todos! – Lyall falou vindo da cozinha. Ele estava terminando de pendurar alguns enfeites com sua varinha pelas paredes da casa – Como estão?

Meus pais olhavam encantados. Ver magia acontecendo de verdade era algo que sempre os deixava abobados, porque como eu não tinha permissão usar magia fora da escola, eles não a presenciaram muitas vezes.

— Bem, obrigado... – meu pai respondeu simplesmente, o cumprimentando – Er... Eu trouxe esse vinho, espero que gostem...

— Claro! Muito obrigado! – o pai de Remus assentiu prontamente e foi buscar taças para servir a bebida.

Minha mãe e Hope se enfurnaram na cozinha e começaram a conversar animadamente. Pareciam amigas há anos! E nossos pais estavam cada um falando de seu trabalho, era difícil dizer quem estava mais deslumbrado com o outro.

— Vem, vou te mostrar o resto da casa... – Remus me puxou pela mão.

A casa não era muito grande. Tinha três quartos – o de Remus, de seus pais e um de hóspedes – e dois banheiros no corredor após a sala de jantar. Não pude deixar de notar que durante o nosso tour, ele parecia numa espécie de conflito.

— Está tudo bem, Remus? – perguntei, parando no meio do corredor.

— Sim. Eu só estou um pouco nervoso... É uma situação estranha para mim. Meus pais passaram o dia falando disso, eu acho que eles estão felizes por mim e aliviados... Achavam que eu nunca iria namorar ninguém por causa do meu problema. – ele falou abaixando o olhar.

— Não precisa ficar nervoso. – ergui seu queixo com a ponta dos dedos e sorri para ele – Vai ficar tudo bem... Agora me diz, onde é o seu covil?

Ele riu e me indicou a segunda porta no corredor. Eu abri e para minha surpresa, o quarto era mais normal do que eu esperava.

Me joguei na cama de Remus sem cerimônia. Ele nem se surpreendia mais com minha folga e apenas sentou numa cadeira próxima à uma pequena mesa de estudo e a virou na minha direção.

— Ainda não acredito que você conseguiu convencer seus pais à essa visita. – ele sorriu – Meus pais ficaram muito felizes, principalmente minha mãe que não convive com trouxas muito bem por causa do meu pai e eu.

— Ah, eles sempre quiseram ter mais contato com o mundo bruxo. – falei enquanto arrumava melhor o travesseiro.

— Eles sabem... Sobre mim?

— Sim.

— E eles não criaram um problema com isso? – ele pareceu ansioso.

— Acredite, você poderia ter chifres e um par de asas que eles não criariam problema. – o encarei – Você é adorável, Remus, tem que parar de se importar com que as pessoas vão pensar sobre o seu outro lado.

Ele não respondeu, sabia que eu estava certa. Aproveitei para olhar melhor seu quarto, não era tão diferente quanto imaginei, parecia um pouco com o meu, digo, no quesito dos objetos bruxos. Olhei para a parede ao lado da cama notei um calendário colado nela com todas as noites de lua cheia seguintes marcadas.

— Como consegue dormir olhando para isso? Não te deixa ansioso?

— Um pouco, mas preciso ficar de olho para me programar.

— Entendo... – voltei a olhar para ele, estava de cabeça baixa – Ei, vem cá.

Joguei meu corpo para o canto da cama e dei batidinhas no espaço ao meu lado. Ele hesitou por um segundo e então veio deitar ao meu lado, não parecia muito à vontade.

— Não sei se é uma boa ideia...

— Eu não vou te morder... – sorri para ele – A menos que você queira.

— Eu estou me referindo à nossa família. – ele revirou os olhos – Não acho que seria aceitável...

— Não estamos fazendo nada demais! – foi minha vez de revirar os olhos.

Sentei na cama e o encarei. Ele estava com as mãos atrás da cabeça, me olhando como se fosse me dar um sermão a qualquer momento, ou seja, seu olhar de sempre.

Então, para minha surpresa, ele me puxou pelo braço para cima dele e me beijou. Na verdade, não sei como não o esmaguei caindo em cima de seu peito.

Passei uma das pernas para o outro lado de seu tronco e o puxei na minha direção até que ele estivesse sentado na cama. Remus agora tinha uma mão apoiando minhas costas e outra agarrada em minha cintura, a apertando com força para me puxar para si.

O garoto sabia ser bem selvagem quando queria. E eu estava começando a gostar desse lado.

— Parece que agora estamos... – murmurei contra seus lábios.

— Não tenho culpa se você desperta o meu pior lado... – ele sorriu.

Ouvimos a mãe de Remus o chamar do começo do corredor, ele congelou no lugar. Eu me transformei em raposa, pulei da cama direto para a cadeira, virando humana novamente, estirando as pernas em cima da mesa para parecer confortável. Nesse mesmo instante, Hope entrou no quarto.

— Remus! – ela olhou desconfiada para ele, ainda meio assustado na cama, e para mim, adoravelmente inocente na cadeira – Er... O que estão fazendo?

— Só conversando. – dei de ombros – Estamos combinando de sair um dia com os outros garotos e uma amiga minha, é difícil nos reunirmos nas férias, poderíamos nos ver antes de voltarmos para a escola.

— Isso! – Remus concordou.

— Oh! – a feição desconfiada sumiu dando lugar a um sorriso igual ao do filho, adorável – Isso é ótimo, você precisa mesmo sair de casa, querido.

— É. – ele assentiu, forçando um sorriso.

— Bom, voltem logo para a sala, ok? – ela acenou e sumiu no corredor.

Eu olhei para Remus e ele soltou a respiração, caindo de costas na cama aliviado. Eu mordi os lábios para segurar o riso.

— Essa foi por pouco, não? – ele me encarou, também querendo rir.

Pouco tempo depois, nós voltamos para a sala de estar. Todos estavam conversando animadamente. Lyall era um dos bruxos mais incríveis que já conheci, todo o seu conhecimento sobre criaturas era animador e eu entendia de onde Remus havia puxado seu interesse por Defesa Contra as Artes das Trevas.

O tempo passou tão rápido que logo chegou a hora da ceia. Nos reunimos na mesa e a comida de Hope era tão boa quanto a de Hogwarts, o que me fez sentir um pouco de saudades da escola. Perto da meia noite, nós trocamos presentes.

Como eu previra, Remus ficou super feliz com o livro que lhe dei, ele quase não parava de me abraçar e agradecer. Ele me deu dois presentes, alegando que um era de aniversário atrasado, uma caixa de chocolates da Dedosdemel e um livro de Transfiguração.

— Se Sirius estivesse aqui, diria que nem no Natal deixamos de ser dois nerds. – eu ri ao ver meu segundo presente – E ia reclamar porque demos livros um ao outro.

— É verdade. – ele riu.

No final da comemoração, meu pai foi ligar para o táxi, mas devido à tempestade de neve que estava acontecendo, nenhum estava nas ruas.

— E agora? – minha mãe questionou.

— Eu não sei... – ele respondeu desligando o telefone.

— A casa de vocês é ligada na Rede de Flu? – Remus perguntou.

— Na rede de quê?

— Não. – eu respondi rindo levemente da confusão do meu pai, lhe lancei um olhar de “explico depois” – Embora que mesmo que fosse, seria um pouco perigoso considerando que meus pais não sabem usar direito.

— Vocês podem passar a noite aqui! – Hope sugeriu gentilmente – Temos um quarto de hóspedes...

— Oh, não! Não queremos incomodar! – minha mãe se apressou em responder.

— Não será incômodo nenhum. – ela insistiu – Pelo contrário, será um prazer.

Meus pais se olharam por alguns segundos e por fim aceitaram. Eu não esperava por aquela situação. Hope se apressou em ir arrumar a cama do quarto de hóspedes e Lyall conjurou pijamas para nós.

— Você pode ficar no meu quarto... Eu vou pro sofá. – Remus me falou.

— O quê? Não! – eu o parei no meio do corredor, ele estava com um travesseiro e um lençol embaixo dos braços – Não vou te deixar dormir no sofá. Eu fico lá, não tem problema.

— Deixa de bobagem, Liv. É só uma noite, eu não vou morrer se dormir no sofá. Sabe que eu durmo de qualquer jeito. – ele riu e foi em direção à sala.

— Espera...

— Boa noite, Liv. – ele acenou sumindo no corredor.

Eu passei no quarto de hóspedes e dei boa noite aos meus pais. Quando fechei a porta do quarto deles, fui até a sala. O Lupin estava arrumando o sofá para dormir nele.

— Escuta aqui. – fui até ele de braços cruzados – Acho bom você voltar para o seu quarto. Eu não vou te deixar dormindo no sofá, o quarto é seu! Ou você dorme lá ou dormimos os dois aqui, porque eu não vou ficar lá.

Remus respirou fundo me encarando. Ele sabia que não podia ir contra a minha teimosia.

— Certo... Eu vou pra lá. – ele revirou os olhos – Mas você vai comigo.

— Eu vou?

— Sim. – ele foi me empurrando de volta ao seu quarto.

De repente senti minhas bochechas ficarem vermelhas e agradeci pelo fato de estar escuro. Nunca imaginarei que estaria ali dividindo uma cama com Remus, não naquela situação pelo menos.

Ele jogou o travesseiro de volta no colchão e indicou que eu subisse na cama. Eu me deitei no canto próximo à parede e ele deitou ao meu lado, jogando um cobertor por cima de nós dois. Eu me acomodei, me aproximando um pouco dele, sem deixar de olhar em seus olhos.

— Você gostou dessa noite? – ele me perguntou depois de um bom tempo em silêncio.

— Sim. – eu sorri sinceramente – Seus pais são incríveis e eu amei ficar esse tempo com você fora da escola.

— Eu também... – ele retribuiu o sorriso e me puxou para perto pela cintura – Eu estou feliz por ter você comigo, Olivia.

— Eu também, Remus... – o puxei pelo pescoço para beijá-lo.


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Notas finais do capítulo

É o seguinte. Como eu disse lá em cima, a partir do próximo as coisas vão ter outro ritmo e a fic não vai ser mais essa coisinha linda e fofa. Sem falar que isso significa que ela vai entrar na reta final.
Mas antes que alguém me ameace, vale RELEMBRAR que vai ter a segunda temporada.
Portanto, eu preciso MUITO dos comentários de vocês. Porque sinceramente, eu estou desanimada com a falta de comentários. Preciso saber se vocês ainda gostam do que eu escrevo.
Bom, nos vemos no próximo! Beijos e até mais!