The Fox escrita por Lady Joker


Capítulo 18
Capítulo 18 - Tortura


Notas iniciais do capítulo

Olá! Mais uma vez demorei um século, eu sei. E a culpa é minha mesmo. Não me programei direito e acabei me atrapalhando com o tempo. Porém, estarei de férias da faculdade na próxima semana, vou poder me dedicar muito mais aqui!
Ah, antes de lerem esse capítulo, quero que saibam que ele é MUITO importante lá no futuro da história, sério. Só direi isso por enquanto kkkkkk
Ah e quero agradecer imensamente a Gi47 pela recomendação maravilhosa, eu fiquei MUITO MUITO MUITO feliz, de verdade, muito obrigada. Dedico esse capítulo à você!
Boa leitura!



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As detenções acabaram passando mais rápido do que eu esperava, de fato foi bem aproveitável todas as vezes que Remus me acompanhava, era quase um milagre conseguirmos ficar sozinhos nem ninguém brotando do nada para atrapalhar. Além disso, nas noites em que Lily me acompanhou também foram bem legais, ela era menos perfeccionista que Remus e não exigia tanto do meu trabalho. Tanto que na última noite, ela me ajudou a encerrar o relatório da melhor maneira possível.

— Obrigada, Lily. – agradeci sinceramente, colocando a pena de lado e enrolando o pergaminho – Nunca achei que fosse conseguir terminar esse negócio.

— Não foi nada... – ela sorriu gentilmente – Eu achei o que você fez realmente admirável. Você é uma boa amiga, Olivia.

— Não foi nada demais...

— Bom, vindo de alguém que não tem boas amizades, eu acho grande coisa sim. – ela deu de ombros.

— Você tem boas amizades... Alice, Marlene, eu, Remus... James...

— Ele não é nada meu. – Lily falou na defensiva enquanto arrumava suas coisas.

— Só porque você só conhece o lado babaca dele. O James é um dos melhores amigos que alguém poderia ter.

— Sabe, muito me surpreende logo você defendendo aquele... Trasgo. – a Evans pegou seus livros e meu pergaminho e saiu rapidamente da sala.

Lily era incrivelmente teimosa, principalmente esse tratando de James. Era notável que ele a intrigava mais do que ela gostava de admitir. E por mais que ela enxergasse o melhor de cada pessoa, se recusava a dar uma chance ao Potter por medo de que seus sentimentos a traíssem.

Recolhi o resto do meu material e saí da sala, para minha surpresa, Pandora estava parada em frente a ela, de braços cruzados e recostada na parede.

— Hey... – a cumprimentei desconfiada.

— Precisamos conversar. – ela veio até mim – Pode ser aí dentro?

— Claro... – assenti e retornei para a sala, dessa vez com ela me acompanhando.

Eu já estava esperando por essa conversa, só não tivemos oportunidade antes. Mas eu sabia que cedo ou tarde, a bronca viria. Virei de frente para a loira e aguardei.

— Liv... Você tem ideia do que fez? – ela questionou com a voz cansada.

— Impedi que um projeto de Comensal da Morte te atacasse pelas costas? – ergui uma sobrancelha.

— Você deu um novo motivo para que elas nos persigam! – ela ergueu o tom de voz – Olivia, quantas vezes eu preciso dizer que essas pessoas são perigosas?

— Eu não tenho medo delas!

— Eu sei que não! – ela segurou meus ombros e olhou no fundo dos meus olhos – E é por isso que eu tenho medo por você...

— Você não precisa ter medo por mim, Pandora. – retirei suas mãos calmamente dos meus ombros, mas assim que toquei seus pulsos, seu rosto se retraiu involuntariamente – O quê?

— Nada. – ela puxou as mãos para si – É melhor eu voltar para minha Sala Comunal.

— Pandora. – a segurei pelo braço esquerdo antes que ela se virasse e ela soltou um grunhido de dor.

Segurei sua mão contra seus protestos e ergui a manga de sua capa. Na área interna do antebraço estava escrito em cortes finos Traidora do Sangue.

— Liv...

— O que significa isso? – perguntei pausadamente, sentindo a raiva tomando conta de mim.

Isso foi o que eu ganhei ao ficar de detenção com as três e ainda por cima com dois monitores. – ela respondeu com amargura e puxou a mão, escondendo os cortes – Você acha que eu estou brincando quando digo que eles são sanguinários...

— Você precisa contar ao diretor Dumbledore!

— Pra quê? Só vai piorar tudo! Liv, eu estou lá todos os dias, no meio deles! Isso sem falar na minha família! Por mais que eles sejam puristas alienados, não quero que as consequências dos meus atos caiam sobre eles.

— Pandora, essas pessoas te torturaram! Eu... Eu...

Eu não sabia o que dizer. O sentimento de impotência era tamanho que eu senti a voz sumir da minha garganta. Eu nunca quis que ninguém se machucasse por minha causa, principalmente a Pandora.

— Eu sei o que fizeram comigo. – ela abaixou o rosto – E eu não quero que façam o mesmo, ou pior, com você. Eu não quero ser obrigada a me afastar de você para nossa própria segurança, mas...

— Mas nada! – eu ralhei, já estava sentindo as lágrimas em meus olhos – Se essas cobras vierem para cima de mim, vou acabar com elas! Eu não vou deixar que elas me tirem ninguém! Eu cansei de ser indefesa! De ser um nada no meio dessa guerra! Eu não vou ficar parada enquanto o mundo bruxo entra em colapso... Eu vou lutar! E vou começar nessa escola!

— Mas o que você pensa que vai fazer? – ela me encarou como se eu fosse uma louca.

— Eu... Ainda não sei! Mas eu não vou ser aquela pessoa que por talvez sobreviva à guerra por sorte... Eu vou sobreviver, vou salvar todos que eu amo e vou fazer isso lutando!

— Você... – a Travers soltou um riso cansado – Pior que eu não duvido que seja capaz de tudo isso, mas por favor, tente não se colocar em perigo... Pelo menos até o fim da escola.

Minha mente gritava “Perigo? Do tipo se meter nas florestas de Hogwarts na companhia de um lobisomem?” mas tudo que eu disse foi:

— Eu vou tentar.

— E eu vou fingir que acredito. – ela assentiu – Eu realmente preciso ir agora.

Ela se jogou nos meus braços e me abraçou com força.

— Nós vamos ficar bem, Pan... Eu prometo.

— Sei, você vai estar aqui para me importunar até os fins dos meus dias. – ela revirou os olhos ao me largar – Até mais, Liv.

— Até. – a observei sair apressada da sala de Feitiços.

Eu peguei meu caminho de sempre para a Sala Comunal, mas parei ao ouvir vozes familiares. Os garotos estavam pouco mais à frente, conversando em um tom mais baixo. Remus e Sirius estavam de costas para mim, James e Peter de frente para eles, todos olhando o pedaço de pergaminho.

— Não conseguimos mapeá-la! – Sirius falou irritado – Um dos lugares mais incríveis que temos aqui e...

— Olá, Olivia. – James me viu pelo espaço entre os ombros de Remus e Sirius.

O Black rapidamente guardou o que quer que fosse tão importante em sua capa antes de se virar para mim.

Me aproximei os encarando com a sobrancelha erguida. Eles não eram nada sutis quando tentavam esconder algo de mim.

— Podem parar de fingir que não estavam fazendo nada, eu não vou perguntar mais. – cruzei os braços.

— Boa garota. – Sirius piscou um olho para mim e sorriu – Então, acabou a detenção?

— Sim. Finalmente...

— Falando assim parece até que não estava gostando. – James falou com um sorriso malicioso, olhando Remus pelo canto dos olhos.

— Se eu fosse você não ficaria zoando a pessoa que esteve tentando convencer Lily Evans a te dar uma chance.

— O quê? – seu sorriso aumentou para um de pura animação – Fez isso por mim, Cooper?

— Estou trabalhando nisso. – o prometi – Mas você precisa se comportar, ok?

— Eu irei.

Nós voltamos para a Sala Comunal, Remus parecia cansado e se mantendo afastado, afinal, faltavam poucos dias para a Lua Cheia. Eu não havia notado nenhuma mudança em seu comportamento além da habitual falta de disposição.

— Remus, como você está? – me aproximei dele enquanto o mesmo arrumava seus livros.

— Estou bem. – ele respondeu sem me olhar – Apenas cansado. Você sabe que eu não durmo bem nessa época.

— Sim, eu posso ver. – segurei seu rosto com uma das mãos e o ergui gentilmente para mim, suas olheiras eram profundas.

— Er... É melhor eu ir tentar dormir, não quero ir parar na Enfermaria antes da hora. – ele me deu um sorriso fraco e um selinho – Boa noite, Liv.

— Boa noite... – o observei subir as escadas até o dormitório dos garotos em passos lentos.

Olhei ao redor e vi que Sirius ainda estava por ali. Ele estava sozinho em uma das poltronas próximas a lareira, parecia estar pensativo. Quando me aproximei, ele ergueu a cabeça.

— Hey...

— Olá. – puxei uma poltrona para perto dele e sentei – O que houve para o senhor estar aqui sozinho e pensativo? Não combina bem com você...

— Não é nada demais... – ele riu levemente, mas seus olhos permaneciam tristes.

— Ah, Black... Você não é um mentiroso tão bom assim. – o encarei.

— Não, você que me conhece bem demais. – ele suspirou – É... Besteira.

— É o seu irmão? – perguntei sussurrando, ele não gostava de falar no assunto e definitivamente não gostaria que outros nos ouvissem falando.

Sirius não me respondeu imediatamente. Ele me encarou por alguns segundos, então desviou o olhar para o fogo na lareira.

— Eu fui tentar falar com ele hoje, saber como estão as coisas em casa... Ele apenas me disse que eu fui queimado da tapeçaria e saiu andando...

— Tapeçaria?

— É, na minha antiga casa tem uma tapeçaria com a árvore genealógica da família, minha mãe me queimou de lá... – ele explicou sem muita paciência – Mas eu nunca liguei para aquele pedaço de tecido estúpido... Eu estou verdadeiramente preocupado com o Regulus. Ele só tem 14 anos e é completamente manipulado pelos meus pais, ele é fraco, Liv. Ele não vai durar muito quando sairmos daqui e formos enfrentar tudo que acontece lá fora... E ainda por cima está do lado errado da briga.

— E você acha que ele não te escutaria?

— Ele nunca me escutou, talvez quando éramos pequenos... Mas depois que eu vim para Hogwarts e minha família começou a me tratar como um doente mental, ele mudou. – seu olhar estava cheio de dor – Eu sempre me importei com o Regulus, mas ele é muito burro! Sem falar que ele já foi completamente corrompido...

— Sirius, eu não acho que ele seja tão burro assim e sei que ainda se importa com você... Ele é seu irmão!

— Pra você é fácil falar. – ele sorriu sem humor – Você e seu irmão são unidos de verdade, independente de suas diferenças... Na minha família não é assim. Eu tenho muita sorte de ter os amigos que tenho, principalmente o James, não sei mais quanto tempo aguentaria lá... As coisas só pioram.

— Eu sei... – abaixei o olhar, lembrando de Pandora.

— O que houve? – ele ergueu uma sobrancelha – Aconteceu algo? Com sua família?

— Não, não. – respirei fundo – Foi com a Pandora...

Sirius assumiu uma feição mais sério.

— O que fizeram com ela? – ele perguntou impaciente.

— Ela ficou de detenção com as três garotas e mais dois monitores... E eles a torturaram...

— O QUÊ?

— Shiu! Ninguém deve saber. – eu segurei seus braços quando ele fez menção de se levantar – Eu sei, é horrível e eu acho que nunca senti tanta raiva na minha vida, mas precisamos ficar quietos por enquanto.

— Liv, isso é muito sério.

— Eu sei! – repeti nervosa – Eu sei... Na hora que eu descobri só quis ir lá e arrancar a língua de todos que a machucaram, mas não podemos... Ela está sozinha lá, qualquer coisa que eu fizer pode piorar a situação.

— Temos que tomar alguma providência, isso não pode ficar assim. – o Black arregalou os olhos.

— Você... – tentei reprimir um sorriso sem sucesso – Está preocupado com a Pandora?

— Eu... Claro. Ela não é tão ruim... E não é como os outros Sonserinos. – ele respondeu sem me olhar.

— Sei...

— Pare de me olhar assim, estamos falando de assuntos sérios aqui. – ele falou entredentes.

— Logo você querendo exigir seriedade de mim. – ri levemente – Tudo bem, vamos retomar os assuntos sérios, porque preciso te perguntar uma coisa.

— O quê?

— Remus. Ele parece estar me evitando.

Foi a vez de Sirius rir, ele se recostou na poltrona e ergueu uma sobrancelha para me encarar com seu habitual sorriso cafajeste nos lábios.

— Ele está com medo dos efeitos da lua cheia... Diz ele que fica melhor longe de você. Particularmente acho que seria bem divertido para vocês dois.

— Por que vocês falam como se ele fosse me atacar?

— Porque pode acontecer. – ele deu de ombros e finalmente se levantou – Eu vou indo dormir, obrigado pela conversa, Cooper.

— Não foi nada, Black. Boa noite.

— Boa!

Ele subiu rapidamente as escadas, pulando de dois em dois degraus. Fiquei alguns minutos refletindo sobre minha própria vida. Eu havia passado o dia muito inquieta e tinha certeza que não conseguiria dormir com facilidade. Então decidi fazer algo construtivo e fui terminar meus trabalhos.


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Notas finais do capítulo

E é isso, espero que tenham gostado! Me desculpem por ter ficado mais curto que o normal, também peço que se encontrarem algum erro me avisem nos comentários.
Nos vemos no próximo capítulo, beijos e até mais!



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