Hey! I love you... escrita por Lilissantana1


Capítulo 25
Capítulo 25


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora.
Muitas coisas aconteceram por aqui. Ficou dificil escrever. Mas estou de volta para terminar esta fic e seguir com A Bela e Fera. Para quem lê a outra, não achem que esqueci de Dominic e Mabel. Logo voltarei para eles.


Um pedaço do jantar.



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Segui para casa com Charles e Rebeca. Héric pegou uma carona com os amigos, iria para a festa. Aquela festa que estava cortada dos meus planos por causa da visita de Madeleine.

O carro corria pelas ruas movimentadas e tudo em que conseguia pensar era de que maneira agir diante de alguém que eu não imaginava como seria. Afinal, nunca a vi pessoalmente, e tudo o que sei dela é o que Fred me contou. E sinceramente, não é grande coisa.

— Está calada... - ouvi Rebeca falar em tom tranquilo. Poderia muito bem mentir sobre o que me esperava, mas não havia porque fazer isso. E talvez mamãe pudesse me ajudar.

— A mãe de Fred está na cidade, e quer jantar com a gente. Ele me convidou antes de ir para o ônibus.

Rebeca se voltou para mim.

— E isso a incomoda?

Estava ciente de que conhecer aquele mulher significava um passo a mais para meu relacionamento com Fred. Afunilando cada vez mais nossa relação. Mas, o medo me invadia não posso negar.

— Sei muito pouco dessa mulher... sinceramente mãe, não sei o que esperar.

Charles que se manteve calado até aquele momento decidiu que era o momento de falar:

— Seja você mesma, a gente nunca erra quando age com sinceridade. E de resto, espere que ela se mostre.

Mamãe sorriu e olhou para Charles.

— Essa é sua tática não é? - passou a mão pelo ombro dele - Você a usou comigo?– os dois se olharam rápida mas profundamente.

Percebi a intimidade entre eles. Mais ou menos parecida com aquela que estava desenvolvendo com Fred.

— Claro!– ele sequer pestanejou para responder.

Lá estava porque Charles e Fred se davam bem. Porque mamãe acreditava que o seu namorado simpatizaria do meu. Eles são o que são e te liberam para ser o que é. Observei a lateral do rosto de Rebeca. Sim, havia mais leveza naquele rosto, mais tranquilidade em seu comportamento, em seu modo de nos tratar.

— Quando é que vocês vão morar juntos? - perguntei e os dois me olharam admirados.

— Liz... - ouvi mamãe pronunciar baixinho como se não acreditasse no que ouvia.

— Olhe para a frente Charles! - recomendei batendo no banco – Não quero morrer antes de conhecer minha sogra.

Rebeca riu suavemente enquanto me olhava. Parecia agradecida. Era certo que mamãe não esperaria pela minha permissão, mas tudo seria mais fácil no momento em que a presença de Charles não representasse um problema. E de repente eu notei que o fato de Rebeca ser feliz era mais importante do que minha súbita satisfação por não ter ninguém em casa ocupando o espaço que foi do meu pai... o que de fato não passava de ilusão. Meu pai, sempre seria o meu pai. O primeiro amor de Rebeca. Agora Charles... Charles tinha seu próprio espaço no nosso mundo. E esse espaço nunca pertenceu ao meu pai.

Suspirei cruzando os braços diante do peito e ouvi uma nova recomendação de Charles. Ele me olhava pelo retrovisor.

— Não se preocupe, seja o mais natural e sincera possível. Mostre a ela que o filho dela está em boas mãos.

Sorri. Se ele estava em boas mãos eu não sabia. Sabia que estava nas mãos de alguém que o amava. Talvez, para ela, isso bastasse. E como se tivesse ouvido o que eu pensei Rebeca disse:

— Do mesmo modo que vejo as mudanças que ocorreram em você depois que Fred chegou, ela deve perceber que o filho dela está diferente.

— Será que está mãe? Acho que eu interferi menos na vida dele do que ele interferiu na minha.

— Pode ate ser Liz. Mas se você o faz feliz, ela deve levar isso em conta...

Segurei o ar dentro dos pulmões enroscando as mãos em volta do corpo. Só ficaria tranquila quando pudesse realmente ver com quem estava me metendo. E quais as intenções de Madeleine.

**********

Fred me ligou informando o horário em que passaria em casa para me pegar. A mãe dele seguiria com o motorista diretamente para o restaurante e eu quase esbravejei. Restaurante? Pensei que seria algo mais informal, tipo um pizza no apartamento dele.

Quando Frederic chegou, usando seus costumeiros trajes para me pegar, demonstrava tanta tranquilidade que até acreditei estar fazendo drama em me preocupar tanto. Tal qual Rich andava ou costumava fazer.

Colocara uma roupa adequada, ou a que mamãe julgou adequada para um primeiro jantar com Madeleine. Mas, como falei, Frederic usava apenas seus jeans, tênis, camiseta, casaco de malha e jaqueta. E um boné sobre os cabelos. Boné? Me perguntei encarando-o enquanto subia os últimos degraus em direção a mim. E eu me preocupando em me arrumar.

Depois de uma rápida conversa com Rebeca e Charles, finalmente tomamos a direção do local do encontro. Surpreendentemente, o restaurante escolhido era pequeno, simples, aconchegante. Conhecido por apresentar um cardápio com comida caseira orgânica. E que não representava nada do que eu esperaria de alguém como ela. Alguém que, segundo Fred, corre o mundo realizando negócios milionários. Alguém que fala cinco ou seis idiomas. Alguém que já esteve em conferência direta com o presidente. Enfrentando todo o tipo de situação ou negociação.

Durante o caminho, ele falou pouco, mas o suficiente. Parecia tranquilo, percebi que tentou me tranquilizar. Reforçou a ideia de que Madeleine com certeza faria perguntas a respeito dos meus planos de futuro. Ia querer saber da minha vida e até da minha família.

Questionei o motivo das perguntas. Ele garantiu que era assim que sua mãe costumava agir com seus amigos. Com certeza faria isso com a namorada também.

— Especialmente porque você é minha primeira namorada... - ele disse distraidamente.

— Eu sou a primeira... - repeti sem olhar para ele – quantas mais você pretende ter depois de mim?

Frederic não respondeu de imediato.

— Quantas você acha que devo ter depois de você Beth?

Não era a resposta que eu queria ouvir. Assim como foi com Rich, estava colocando minhas fichas em Fred sem pensar no que ele pretendia para o futuro, (com a grande diferença que com Richard eu sabia). E se eu estaria incluída nesse futuro. Um erro bombástico que poderia me levar a muito sofrimento se não abrisse os olhos o mais rapidamente possível.

E foi por isso, por causa dessas breves e rápidas deduções, que a resposta não se transformou em cobrança, mesmo que a palavras tivessem um gosto amargo.

— Quantas você considerar adequado.

Com o canto do olho percebi quando Fred se voltou e me olhou. Não podia esconder que estava magoada. Meu coração se apertava ao pensar em rompimento. Não gostava de rompimentos. De finais. Eles sempre me lembravam morte. Ausência. Dor. E o fato de não pensar na formatura, na decisão de que universidade me interessava, de que curso queria fazer, só comprovava isso.

Droga! Merda! Por que justo eu tinha que ser assim? Tão apegada às pessoas, querendo que as relações não tivessem um fim nunca.

— E você? Quantos pretende ter depois de mim?

Me remexi no banco. Ele ia continuar com aquele assunto. Por quê? E de onde saíra aquele assunto sem fundamento? Droga!

— Ainda não sei... - forcei as palavras para o lado de fora – Já tive um cara certinho, nerd e que pensava mais nele do que em mim. Um jogador de hóquei divertido que me faz rir. Depois, talvez, um cara mais sensível que pense mais em mim e que seja romântico.

Um cara sensível e romântico. Tudo o que Fred aparentemente não era. Não ouvi qualquer som do motorista ao meu lado quando a resposta saiu. Em contrapartida o carro diminuiu a velocidade e entrou em uma vaga estreita, olhei em volta e percebi que ainda estávamos distante do restaurante. Me voltava em direção a ele para perguntar onde estávamos quando senti a mão de Frederic sobre a minha.

Nossos olhos se encontraram na penumbra produzida pela luminosidade do poste alguns metros a frente. Ele abriu minha mão e colocou algo dentro. Não sabia o que era mas senti a macies do veludo contra os dedos.

— O que é isto? - perguntei quando ele me soltou.

— Um presente... pra você lembrar de mim quando estiver com seus outros namorados “românticos e sensíveis”.

As palavras não foram ditas em tom de brincadeira. Frederic falava a sério.

— Ia lhe dar hoje, depois do jogo, na festa. Mas quando Madeleine chegou, percebi que meus planos foram por água abaixo. E, apesar de não ser exatamente um lugar romântico ou uma situação romântica... espero que goste.

— Fred... o que é isto?

Era uma caixa pequena, como aquelas que eu via nos filmes quando os caras pediam as namoradas em casamento. Meu coração parecia que ia sair pela boca. Mas Fred não iria me pedir em casamento não é?

Então ele falou com a maior tranquilidade:

— É apenas um presente Beth!

E eu completei mentalmente: Para que eu lembrasse dele quando estivesse com meus outros namorados. Que outros namorados? Meu coração não conseguiria se entregar a mais ninguém da mesma forma depois do que aprendera a sentir por Frederic.

Tomei coragem, e ergui a aba. Algo reluzente brilhou, mas não era o que eu imaginava. Era um pingente em forma de coração com o símbolo do infinito vazado no interior. A surpresa me travou, por alguns segundos não consegui falar.

— É lindo! - falei puxando o coração, vendo um cordão de ouro escapar de dentro da caixa. Era uma gargantilha. - Obrigada!

Passei as mãos pelo pescoço na intenção de colocá-lo, mas Fred foi mais rápido ao falar:

— Deixe que eu coloco.

Me voltei, dando a ele a possibilidade de fixar a presilha sem problemas. E enquanto esperava pela conclusão do trabalho, minha mente passou a meditar. Madeleine estava na cidade pela primeira vez desde o feriado de Ações de Graças. Fred me contara que fora a última vez que vira a mãe pessoalmente. Aquela nossa conversa ridícula de segundos atrás sobre outros namorados, outras namoradas. Frederic me dando um presente que ia muito além de simples patins. O jantar com a mãe dele. Sem falar no jeito dele... será que todos aqueles sinais estavam indicando para algo que eu não queria ver?

— Fred... - chamei sentindo as mãos dele se afastarem de mim e me voltei. - O que vai acontecer no jantar?

— Vamos comer. - ele respondeu dando a partida no carro novamente.

— Você entendeu o que eu quis dizer... - atropelei ficando de lado no banco do carro e em tom mais firme.

— Mas é apenas isso o que vai acontecer Beth. Nós vamos jantar, vamos conversar com Madeleine. Ela vai nos fartar de fazer perguntas e depois vou deixar você na sua casa como prometi a Rebeca.

Droga!

— Você está fugindo da pergunta. - critiquei. Não era ele que costumava ir direto ao ponto? Então por que naquele momento estava evitando responder. - Por que Madeleine está aqui? Por que você está falando em outras namoradas...

Ele me interrompeu:

— Foi você quem começou com essa história de outras namoradas. - e as palavras soavam muito como uma reclamação.

— Porque você disse que eu fui a primeira.

— E você foi! O que deveria dizer? Que foi a segunda?

Era um fato óbvio. Fui a primeira, não posso ser classificada em outra posição. Mas, o fato era que ser a primeira indicava que ele teria outras. Um dia, talvez distante. Talvez nós nem nos víssemos mais quando isso acontecesse. Talvez eu até já tivesse outros. Meu peito doeu diante dessas constatações.

Lembrei de Rich. Com ele havia a certeza de que estaríamos juntos sempre. E mesmo assim acabou naquela merda. Por que esperaria que com Frederic seria diferente se não há qualquer segurança de nada?

— Não! - rebati – Poderia dizer que sou sua namorada, apenas isso... mas...

— Mas... - ele repetiu sem me olhar.

Toma coragem garota! Falei para mim mesma. Até aquele momento fora Fred quem dera os sinais. Ele pedira para nosso relacionamento se tornar sério. Ele dissera que gostava de mim. Ele confessara que me amava.

Porra que eu não dizia nada! E ainda queria que ele fosse romântico comigo? É sério que estou sendo tão egoísta?

— Pensar que você possa ter outras namoradas no futuro... me incomoda.

Percebi um sorriso surgir nos lábios dele. Segundos depois Fred me olhou.

— Sente ciúmes Beth?

Gemi baixinho e disse a mim mesma: Coragem!

— Ciúmes pressupõe falta de confiança em você. Não é isso. Mas não estou pronta para aceitar que por sermos jovens, muitas decisões futuras podem acabar por nos separar.

Desta vez ouvi o som do sorriso dele.

— Se depender de mim nada vai separar a gente Beth. - ele disse sério sem tirar os olhos da rua.

Sem pensar ou respirara, emendei:

— Se depender de mim, fico com você o restante da minha vida...

Sei que soou como uma idiotice. Sei que a gente não passa de uma adolescente. Que nosso namoro mal completou quinze dias. Que vamos conhecer muitas pessoas ainda. E principalmente, que nada é seguro na vida. Mas, era exatamente isso que eu queria.

— Estou contando com isso. - ele concluiu antes de entrar na vaga diante do restaurante.

— E as outras namoradas? - perguntei vendo ele destravar a porta.

— E os outros namorados? - ele rebateu a pergunta me encarando mesmo com o manobrista a espera da chave do lado de fora.

— Para que outros? Você já me dá trabalho mais do que suficiente.

Rimos juntos. Ele soltou um selinho nos meus lábios e disse:

— Vamos enfrentar a fera?

Olhei de relance para a fachada do prédio que abrigava um dos poucos restaurantes naturais da cidade.

— Vamos... - respondi. - Que remédio...

Fred fez a volta e parou ao meu lado. Passou a mão na minha, tirou o boné dos cabelos e o colocou no cós da calça, preso ao cinto. E antes que atingíssemos a porta falou:

— Podemos terminar essa conversa depois?

Ergui o rosto para encará-lo.

— Sobre o futuro. - ele completou.

Passei a mão sobre o pingente que balançava no meu pescoço.

— Podemos...

*****************

Madeleine era uma mulher alta, elegante, e parecida com Fred. Seu sorriso era contagiante e eu a identifiquei muito antes do metre informar onde ela estava.

— Que belo casal! - ouvi ela dizer quando estivemos perto o suficiente para ouvi-la. E estendeu a mão para mim. - Como está Elizabeth? É um prazer conhecê-la.

— Obrigada pelo convite. - respondi me acomodando na cadeira. - É um prazer conhecê-la também senhora Stoner.

Ela se voltou para Fred.

— Como foi o jogo William?

Era estranho ouvir alguém se dirigir a Fred como William, mas ele já me explicara que ela faz isso para diferenciar o filho do ex marido.

— Normal. - Fred rebateu. - Já fez o pedido?

Aquele jogo não teve nada de normal. Pensei comigo mesma, fixando na memória a determinação de vistoriar cada parte do corpo do meu namorado em busca de machucados.

— Estava esperando por vocês. - ela se inclinou delicadamente na cadeira – Querem pedir agora? Você deve estar faminto!

Ela encarava o filho com carinho. É inegável. Apesar de Frederic morar sozinho, apesar de ter pouco contato direto com os pais, ele contava com o afeto da mãe.

— Nem tanto... comi um sanduíche no ônibus, a caminho da escola.

Madeleine passou uma mão pelos cabelos na altura dos ombros e voltou os olhos para mim, quase gelei.

— E você Elizabeth?

— Mãe! - ouvi Fred falar – Pode chamá-la de Lízzie.

— Pode me chamar de Beth. - retruquei imediatamente segurando a mão de Fred que repousava na minha perna.

— Lízzie... - ela falou – como a heroína de Orgulho e preconceito?

— Sim. Minha mãe adora essa autora. E adora esse título em especial. - expliquei sem necessidade.

— Sua mãe e eu dividimos o mesmo vício então! Jane Austen é minha companheira de viagens. Mesmo que tenha outros autores ou relatórios para ler, ela está sempre na bolsa de mão.

Sorri deixando o ar escapar suavemente. A fera não parecia tão brava assim.

— Gosto dela. Mas, há outros autores que me atraem também. - confessei.

— William era um leitor compulsivo antes do hóquei. Agora mal tem tempo para estudar.

Como se ele precisasse. Pensei e ouvi Fred bufar pela primeira vez.

— Suas notas não são mais como antes. - ela retrucou e antes que Fred dissesse algo ergueu a mão falando: - Mas não vamos falar sobre isso agora. Marquei o jantar para conhecer sua namorada pessoalmente.

Me conhecer especificamente. Eu já sabia disso, mas ter aquela mulher me medindo, talvez decidindo se eu servia ou não para o filho dela era bem apavorante. Frederic ajustou a mão na minha e eu respirei com força.

— E o que achou? - erguendo o rosto perguntei sem saber de onde saíra toda aquela coragem.

— Que você é tão bonita quanto me disseram que era.

— Obrigada! - agradeci sem saber se ela me achar bonita era bom ou ruim. Mas, Madeleine logo continuou e me esclareceu qualquer dúvida que ainda pudesse ter.

— Soube que você é muito dedicada... suas notas são muito boas. Você participa de muitas atividades extras não é?

— Sim. - respondi imaginando se fora Fred quem dera todas aquelas informações.

— Quando soube que William estava levando uma garota para o apartamento fiquei muito preocupada. - ela encarou o filho – Não sei se você sabe Lízzie... se me permite, gosto desse nome, vou chamá-la assim.

— Claro...

Ela estendeu a mão e pegou a taça com água antes de voltar a falar:

— Como estava dizendo, não sei se sabe, mas William tem o péssimo hábito de não escolher muito bem suas amizades.

— Ele tem bons amigos. - retruquei e Madeleine foi rápida em rebater:

— Não na ala feminina.

Quanto a isso, ela tinha alguma parcela de razão. A maioria das garotas com as quais Fred se relacionava somente o buscavam porque era capitão do time de hóquei. Porque era bonitão. Porque poderia oferecer algum retorno popular. E mesmo que eu tivesse me aproximado dele para usá-lo, agora tudo estava diferente. E a posição de Frederic na escola, no esporte ou em qualquer outra coisa de forma alguma pesava quando o assunto era o que me mantinha perto dele.

— Você não compreende. - ele disse de repente. - Eu me divertia. Elas se divertiam. Era só isso.

— Sei o que é diversão William! Já fui jovem... - uma risada gostosa escapou pelos lábios dela. E eu cheguei a conclusão que era a primeira vez que via alguém rir com elegância. - De qualquer forma, Lízzie é uma garota muito bonita. Pelo que vejo, é educada, e promoveu mudanças que eu não consegui...

Mudanças? Eu? Quais? Encarei Frederic, ele me olhou de volta, parecia encabulado.

— Que mudanças? - exteriorizei a pergunta. Precisava saber. Precisava muito saber.

Ela me olhou quase tão surpresa quanto eu estava com o que ouvira.

— Minha querida... - começou – Você já percebeu que somos uma família pouco convencional. - Pouco? Pensei - Nosso único filho mora sozinho desde muito jovem, nós estamos sempre em viagens, mas isso não quer dizer que sua vida não seja cuidada ou controlada. Pode acreditar. Eu sei de tudo o que acontece com o William. Sei das noitadas em claro, das garotas que entravam e saiam do carro dele, da falta de tempo para estudar por causa do hóquei. Tudo isso mudou depois que ele começou a sair com você.

Frederic se remexeu na cadeira ao meu lado, estava se segurando para não falar nada. Mas quem realmente o calou foi o garçom se aproximando para pegar os pedidos e nós só voltamos ao assunto quando o rapaz se afastou.

— Nosso relacionamento não poderia ser considerado como convencional. - esclareci – Só estamos namorando sério há pouco tempo.

— Não faz diferença. O fato é que Fred e eu estamos satisfeitos com a mudança. - se acomodando na cadeira ela completou: - Ele gostaria de ter vindo também, mas não foi possível.

Meu deus! Pensei. Os dois ali para me conhecer? Seria realmente demais.

— E você veio apenas para conferir quem era a garota que me colocou na linha?

A voz dele era debochada. Encarei o rosto de Fred. Mesmo que a mãe agisse de forma amena, ele estava incomodado. Será que todos os filhos agem assim com seus pais? Me perguntei. Certamente que Madeleine não estava me irritando porque não era “minha” mãe.

— Não. - ela passou a mão pela bolsa. - Vim para lhe entregar isto.

Vi um envelope azul escapar da bolsa dela. E quando o papel cruzava na minha frente senti o coração gelar ao perceber que era uma carta de aceitação. No caso de Fred, uma carta convite.


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Notas finais do capítulo

E aí pessoas?
O que acontecerá agora?
Mantenho juntos ou separo?
Depende de vcs.
BJOOOOOOOOOOOOOOOO obrigada a todas as meninas que comentam, perdoem não deixar o nome de cada uma, mas está corrido hoje. Recebam meu abraço apertado de agradecimento, se não fosse por vcs que deixam suas opiniões eu não teria condições de seguir em frente.
Vou tentar responder a todos os reviews hoje, se não der, amanhã sem falta respondo. mas saibam q li todos eles e adorei cada contribuição. vcs são DEMAIS