Hey! I love you... escrita por Lilissantana1


Capítulo 24
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Oissssss estou muito feliz. Recebi uma recomendação. Eu não, foi o Fred e a Beth q receberam. o/ MUITO OBRIGADA Myrelle, amei suas palavras, fiquei tão feliz!!!! E um obrigada especial a todas as meninas que comentam, Beatriz, Miss, Pandora, Juliana, Myrelle, Amanda, Karolayne, Marii e Rosas, BJO a todas.
Myrelle, este capítulo é dedicado a vc! BJO especial.



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Passava um pouco das três da manhã quando finalmente saímos do baile. Fred garantiu para minha mãe que me levaria de volta para casa até as cinco. Isso queria dizer que teríamos no máximo mais duas horas para ficar juntos. Namorando.

E que lugar melhor para namorar do que o apartamento de Fred? Quase minha segunda casa devido ao tempo que passava por lá. Assim que entramos joguei meus saltos num canto, Frederic se viu livre do casaco, da gravata e nos atiramos no sofá. Peguei o controle enquanto meu namorado ajeitava a cabeça nas minhas pernas.

— Está bem acomodado aí? - perguntei baixando o olhar e encarando o rosto dele.

Fred se remexeu mais um pouco pressionando minhas coxas por gosto. Evitei uma reclamação de desconforto. Fingi ignorá-lo. E meu comportamento surtiu o efeito desejado em poucos minutos. Ele se voltou para o meu abdômen, recostou o nariz no tecido do vestido e começou a soprar levemente contra o umbigo.

— Não sei se falei... mas você está linda nesse vestido Beth.

Escutei ele dizer com a voz abafada pelo meu corpo.

— Se você frequentasse os mesmos ambientes que eu, já teria me visto em roupas diferentes das que uso na escola.

Ele ergueu o rosto e eu soube que Fred contestaria o comentário.

— Nós fomos as mesmas festas sim. Poucas vezes, mas já fomos... você que não lembra, e preciso dizer que sempre achei você bonita nessas ocasiões.

Sorri e provoquei:

— Confessa que você tinha uma queda por mim. E que era por isso que vivia me provocando.

Ele riu tão alto que o som ecoou pelo apartamento vazio. Acabei por rir junto.

— Você era a criatura mais chata da escola toda! Pouco me importava se parecia bonitinha ou não... posso dizer com total sinceridade que nunca tive uma queda por você. - ele ergueu o corpo ficando apoiado no cotovelo - Só que agora, você está bem melhor então, está mais bonita, e eu acabei caindo na sua.

Saindo pela tangente pensei olhando firme para os olhos cor de mel. Seu provocador!

— E você me odiava. - ele continuou.

— Ah! Sem medo de ser feliz eu digo que sim. Eu odiava você...

— Viu. Do ódio ao amor. - aquela frase soava tão distante da personalidade de Fred que foi impossível me manter serena. Segurei o rosto dele entre as mãos e o puxei para perto.

Nossos lábios se encontraram, logo o peito de Fred estava pressionando o meu, encaixando minhas costas contra o sofá. Ele girou me carregando facilmente, presa em seus braços, sentei nas pernas dele e continuamos a nos beijar.

O ziper lateral do meu vestido foi aberto com precisão, as mãos de Fred tocaram a pele nua, estavam quentes e se direcionavam para o sutiã. Os lábios dele passearam pelo meu pescoço, arrepios involuntários fizeram minha pele se eriçar. O estômago se transformou em uma profusão de borboletas, que batiam suas asas tornando meu peito uma caixa acústica.

Caímos sobre o sofá, Fred se inclinou sobre mim, abri o colarinho e os botões da camisa dele um a um para afagar a pele firme do peito. Ele gemeu bem perto dos meus lábios me fazendo sorrir. Era bom perceber que Frederic se sentia como eu. Que seu corpo reagia a mim como o meu reagia ao dele.

A camisa finalmente saiu e pude tocar os músculos firmes que ele trabalha e alonga quase diariamente. As mãos dele afagaram minhas coxas separando-as, a calcinha escapou pelas pernas enquanto ele se dedicava a acariciar a área pulsante e úmida.

Ergui os quadris aceitando os toques dele, estava mais do que pronta. Mais do que inclinada a recebê-lo. Fred se afastou ligeiramente para colocar a camisinha, nesse breve intervalo de tempo me vi admirando os quadris estreitos, as nádegas arredondas, as costas marcadas. Mais vibrações involuntárias se espalharam pelo meu corpo.

Fred se voltou, me olhou, sorriu, não me senti intimidada, exatamente como aconteceu naquela vez, na nossa primeira vez, quando fiquei em pé, nua, no meio da cozinha. Os olhos dele eram carinhosos, meigos, e pareciam não perceber meus inúmeros defeitos. Estendi os braços que Frederic aceitou prontamente.

 

FRED

Minha mochila estava totalmente pronta. Largada num canto da sala. No celular o último recado de Beth dava conta de que ela iria ao jogo com a mãe, o padrasto e Héric. Até o momento não tinha certeza se aquele era o jogo correto para que meus “sogros” estivessem presentes pela primeira vez. O St James não seria um adversário tranquilo. A apreensão estava tomando conta de mim. E tudo o que eu não precisava naquele dia era mais alguma preocupação a rondar minha cabeça.

Larguei a jaqueta do time ao lado da mochila, passei as mãos pelos cabelos olhando em volta. Estava tudo certo. Ora de ir. O ônibus não esperaria por mim. Mas, antes que tivesse colocado a alça no ombro vi a porta do elevador se abrir.

Uma figura esbelta que eu não via há várias semanas surgiu com ar sorridente e braços abertos.

— William!

Mãe! Falei para mim mesmo. Ela não avisou que viria. O que aquela súbita visita queria dizer? Madeleine veio em minha direção, me abraçou quase me sufocando com seu perfume. Me beijou como faz sempre, me olhou de alto a baixo e então me soltou. Só depois do ritual de chegada percebeu que eu estava pronto para um jogo.

— Você vai jogar hoje? - perguntou se afastando.

— Já estava saindo. - informei vendo ela caminhar até o sofá onde largou a bendita bolsa. Droga, Madeleine não iria embora tão cedo.

— Mas tem alguns minutinhos para conversar com sua mãe não é? - parando de lado ela me olhou daquele jeito meloso.

— Poucos... - informei sem me preocupar em parecer pouco receptivo.

Ela me examinou novamente.

— Você parece bem.

— Estou bem. - informei decidido.

Madeleine desviou a atenção de mim, ficou de costas, e eu soube o que estava olhando. As fotos que Beth e eu tiramos nos últimos dias e que estavam espalhadas sob o vidro na mesa.

— Esta é sua namorada? - ela perguntou confirmando minha ideia.

— Sim.

— Ela é bonitinha... - se voltou e sorriu.

— Beth é uma garota linda. Além de inteligente e educada.

Eu sabia que ela faria perguntas a respeito da personalidade, da família. Dos planos de futuro. Tudo o que pudesse. Mas naquele momento não teria tempo para responder a nenhuma delas.

— Mas, conversamos melhor depois do jogo. Sei que estará aqui não é?

Ela voltou a sorrir, desta vez com brevidade e eu soube que havia problemas ali.

— Traga sua namorada... a Elizabeth.

Ela já sabia o nome? Merda! O que Madeleine queria?

— Vamos sair, jantar juntos...

— Vou estar cansado depois do jogo. - falei na tentativa de manter aquela conversa mais íntima, de preferência ela e eu, no meu apartamento, e assim evitar que fizesse o que sempre faz. Intimidar as pessoas. Beth não estava preparada para enfrentar a fera.

— Mas não tão cansado que não possa jantar com sua mãe e sua namorada. Tenho certeza de que Elizabeth vai adorar me conhecer...

Merda! Merda! Repeti mentalmente. O tempo se esgotava. Precisava ir.

— Está bem. Vou falar com ela. Mas não garanto que vá aceitar...

Ela se aproximou de mim, beijou meu rosto, afagou o pouco de barba que já aparecia novamente antes de dizer:

— Boa sorte no jogo. - como se realmente se importasse.

***********************

Desci do ônibus seguindo meus colegas de time e olhando em volta buscando uma cabeça castanha entre todas aquelas que circulavam no entorno do ginásio. Porém, não a avistei. Provavelmente não chegara ainda. Os portões se abriam para que nossa equipe passasse, ajeitei a mochila sobre os ombros e segui os demais. Era o momento da preparação.

Mais um jogo fora de casa, com pouca torcida e muita implicância. Beth garantiu que viria, ela, Morgana, Gabriel, Savana. Com a proximidade de uma das amigas da minha namorada a um colega de time, me ajudou a garantir a presença dela nos meus próximos jogos. E todos fora da escola. Só voltaremos para lá se disputarmos a final. Coisa que sinceramente espero que aconteça.

Mas, naquele dia não seria apenas Beth a assistir ao jogo, Rebeca, Charles também estariam lá. Seria um embate difícil, pesado, só esperava que os caras tivessem superado a surra que levaram no ano anterior. Caso contrário talvez fosse o jogo mais difícil antes da final.

Assim que cruzamos pelo corredor pude sentir toda a provocação e pressão que sofreríamos durante os três tempos. O ginásio pelo jeito estava lotado de torcedores do time adversário. O treinador se aproximou de mim, bateu no meu ombro e disse:

— Precisamos manter o foco Price. Nada de se distrair com as tentativas que farão de nos manter afastados do jogo... você sabe que Tom perde a cabeça algumas vezes. Já conversei com ele, mas a liderança é sua no rinque. - ele olhou em volta e eu o acompanhei, as arquibancadas estavam quase que totalmente tomadas de roxo e amarelo. Havia pouco branco e azul espalhados aqui e ali. Suspirei, eu gostava da pressão, não posso negar, mas os caras do outro time são ferozes e jogando com a torcida a seu favor, a coisa poderia complicar muito.

Enquanto terminava de amarrar meu patins me perguntei se Beth já chegara. A presença dela servia quase como um amuleto da sorte. Um ponto de equilíbrio para o meu estado de ânimo. Desde nossa briga por causa do maldito vídeo naquela manhã, tudo correra tão bem que algumas vezes me sentia estranho, tenso, agitado e apreensivo. Encarei a mochila lembrando da presença de Madeleine no apartamento a nossa espera como se esse fosse um motivo para aumentar a pressão. Mas... não queria pensar naquilo ainda. Ainda não.

— Fred! - ergui os olhos e me deparei com Tom me encarando, ele estava completamente pronto. - Elas já chegaram... - informou sorrindo, aquela era a notícia que esperava ouvir.

— Como você sabe? - questionei inseguro.

— Dei uma espiada lá fora agora, elas estão do outro lado, praticamente de frente para o túnel.

— Ok... valeu... - agradeci dando o último puxão no cadarço para amarrá-lo.

Os minutos passavam com rapidez, terminei de me vestir e pensei em dar uma olhada em Beth, mas o treinador resolveu fazer seu discurso um pouco antes e revisou os esquemas conosco. Ofereci o máximo de atenção que fui capaz, queria muito ir para o gelo, sentir o frio do rinque e acabar com aquela tensão que sempre me acompanha antes de cada jogo.

O túnel não era longo, antes de sair no gelo tirei a proteção das lâminas do patins e deslizei para fora, o taco rente ao chão, olhando em volta, buscando a visão de Beth a me olhar como ela sempre faz. Alguém acenou mais ou menos no lugar onde Tom me garantiu que elas estavam, mas não consegui decifrar corretamente as pessoas, era muita gente, muito barulho, muitas vaias. Circulamos pelo gelo e logo estávamos em posição de ataque, de frente para os jogadores do outro time. Beth ficaria para depois.

Com o apito indicando que o jogo começaria prestes a tocar encarei o jogador imediatamente a minha frente, ele me olhava com determinação e esse olhar esclareceu que a derrota do ano anterior não foi esquecida. Era a hora de focar no jogo.

Segundo depois estávamos deslizando no gelo. Logo no começo eles mostraram a que vieram. Estavam prontos a vencer de qualquer jeito. Mas para nós não havia possibilidade de derrota. Nossa meta é participar da final do campeonato.

Montamos um ataque coordenado como nos treinos, passei para Tom, ele lançaria para Michael, mas antes disso nosso principal atacante foi interceptado e jogado contra o muro. Vi Mick cair de joelhos no gelo e levar alguns segundos para se erguer, não tinha tempo para dar muita atenção, precisava ajudar a defesa.

Deslizei em sentido oposto, o cara que interceptara Mick seguia alucinado na direção dos jogadores de defesa, antes que ele tivesse a oportunidade de passar, cruzei roubando o disco do taco dele repassando para Tom que disparou em direção ao gol quase desprotegido. Um milésimo de segundo depois alguém me jogou contra a mureta, bati com as costas e caí de cara no gelo. Se não fosse o protetor, teria arrebentado os dentes.

Aquela era uma amostra. A primeira a amostra de como seriam os três tempos daquele jogo. Muita pancadaria que resultaria em vários hematomas espalhados pelo corpo.

LÍZZIE

— Esse jogo vai ser brutal! - Gabriel disse olhando em volta e sorrindo quando entramos no ginásio, eu o encarei sem compreender o que aquilo significava, Gabi continuou. - Eles vão apanhar... da última vez foi assim também. Os brutamontes do St James não dão mole. E como perderam ano passado, estão mordidos...

As palavras não faziam muito sentido para mim. Assistira poucos jogos de hóquei, mas já percebera que agressões eram punidas, não acreditava que ali seria diferente. Mas, a vida está aí para acabar com as nossas teorias. Aquela era a terceira vez que via Fred desabar no gelo depois de ser prensado por mais de um jogador. E nada de punições.

— Brutal! - Gabi repetiu em tom determinado como se estivesse gostando, me fazendo sentir uma vontade irresistível vontade de bater nele.

Meu coração parecia que ia sair pela boca, observei Savana rapidamente, minha amiga sempre tão falante e animada. Capaz das melhores piadas durante um jogo, estava totalmente silenciosa com as mãos a cobrir os lábios enquanto a torcida tão enfurecida quanto o jogo que corria lá embaixo, gritava e xingava de acordo com o que acontecia.

— Meu Deus! - Rebeca falou ao meu lado mas não dei resposta, só conseguia observar o que estava acontecendo no rinque, sobre o gelo.

O primeiro tempo terminou em zero a zero, eles saíram do rinque em direção aos vestiários. Vi Fred se apoiar ao muro para colocar a proteção na lâmina, mas ele não se voltou para a arquibancada. Logo sumiu pelo estreito corredor. Puxei o ar com força me sentando ao lado de Rebeca e apoiei as mãos sobre os joelhos.

A torcida adversária cantava uma música qualquer que não conseguia ouvir. Ficamos em silêncio total até que todos os jogadores retornaram ao rinque e a partida teve reinício. Desta vez achei que ficar calada não estava servindo para ajudar em nada o nosso time. Não éramos um grupo tão pequeno, havia um contingente bem grande de alunos e alguns pais, era a hora de fazer barulho também, mostrar a eles que não estavam sozinhos contra a fúria geral.

O jogo seguia lá embaixo e nós alardeávamos nossa torcida aqui em cima. Então, Fred cruzou por trás do gol com rapidez, sinceramente, não sei como ele consegue, lançou o disco, mas o goleiro defendeu, Tom pegou o rebote e a buzina soou, lá estava o gol, eles se cumprimentaram e o número 70 em seu bom e velho temperamento irônico passeou pelo rinque rapidamente com o indicador sobre os lábios, pedindo silêncio da torcida adversária.

Não pude deixar de aplaudir, gritar e saltar em alegre satisfação. Era uma provocação, mas, naquele momento me parecia mais do que justa. E quem melhor do que Fred para executá-la?

O segundo tempo terminou sob vaias da torcida de St James e aplausos da nossa. Um pouco mais tranquila esperei pelo recomeço da partida tomando uma garrafa de água inteirinha. Meus amigos já não estavam tão silenciosos, mamãe apreensiva passou a mão pela minha, quando a observei ela sorriu.

— Está gostando? - perguntei, há muito tempo não fazíamos nada juntas. E mesmo com a figura de Charles ao nosso lado, estava satisfeita pela presença dela ali.

— Estou... Fred joga bem. Quer dizer, o time da sua escola é muito bom.

— Eles se dedicam muito. - respondi lembrando das horas gastas por Fred nos treinos, na musculação, nos alongamentos.

— Vai recomeçar! - Savana informou batendo no meu ombro e todos voltamos a ficar em pé para retomar a cantoria e a torcida.

Eles se acomodaram e o jogo teve início. O outro time tentou um ataque sem sucesso e logo teve o retorno. Vi Tom pegar o rebote e deslizar a nossa frente em direção ao gol, Fred vinha pelo meio, quase ao lado dele, Mick. Dois jogadores do outro time se aproximaram perigosamente do ficante de Savana, foi rápido demais, em poucos segundos ele estava no chão, estirado sobre o gelo sendo atendido pelos colegas e pelo médico.

Aquele foi o final do jogo para Tom, sem o capacete ele saiu do rinque agarrando o braço esquerdo, pelo menos parecia inteiro. Mas nós não sabíamos exatamente o que estava acontecendo. Savana logo decidiu descer em busca de informações, avisei Rebeca e a acompanhei. Estávamos mais próximas do rinque naquele momento, podia ver Fred de mais perto. Ele estava furioso, os olhos apertados, a expressão fechada, seus movimentos eram mais agressivos. Na verdade todo o time se comportava assim. E a violência tomou conta do gelo.

Mick voava para cima do gol adversário seguido de perto por Fred, e Dean, que entrou no lugar de Tom, vi um defensor tentar interceptá-lo, Frederic jogou o cara contra a mureta e acompanhou Michael no restante do ataque que pela segunda vez foi bem sucedido.

A torcida desta vez, praticamente se calou, mas isso não garantiu que o rinque seguiria a mesma linha. Até que o último sinal soou mal consegui assistir o que acontecia lá dentro. Parada junto ao corredor que levava aos vestiários, esperávamos que alguém pudesse nos dar notícias de Tom. Mas, foi em vão. Só me senti satisfeita porque pude estar ali quando Fred passou, vitorioso, cansado e com o rosto machucado.

— Fred... - chamei antes que ele tivesse a chance de cruzar por mim.

— Beth... - ele se aproximou e soltou um selinho nos meus lábios – Me espere na saída... não vá embora ainda...

— Vou esperar... - avisei vendo ele ser arrastado pelos colegas de time. - E o Tom?

— Deslocou o ombro, mas está bem...

Foi a última coisa que ouvi de Fred, ele sumiu no corredor junto com os outros jogadores. Me voltei para Savana, ao menos a gente conseguiu alguma informação. Ela me olhou cabisbaixa. Com certeza chateada pelo que aconteceu. Afaguei seu cabelo, se fosse com Frederic eu também estaria assim.

Já do lado de fora, nos acomodamos em grupo para esperar a saída deles. O pessoal da torcida adversária passava por nós com caras pouco amigáveis. Insatisfeitos com o resultado do jogo. Meu espirito pouco esportivo se regozijou com a infelicidade deles. Afinal, o time do St James não veio para jogar, veio para detonar o nosso e saíram completamente arrasados.

Mamãe já estava querendo ir embora quando vi Fred saindo do ginásio, com as mãos enfiadas na jaqueta do time e a cabeça coberta pelo capuz de malha, caminhava com facilidade apesar de tudo. Sim, eu tinha a certeza de que ele estava machucado. Afinal ninguém sai ileso depois de ser constantemente atacado. Ele sorriu enquanto eu me aproximava para cumprimentá-lo. Mas, quando se abaixou para me beijar ouvi algo que muito se assemelhava a um gemido e esqueci da parabenização.

— Você está bem? - perguntei segurando a mão dele.

— Estou bem... a dor faz parte, não é a primeira vez que jogamos com times agressivos.

Para ele poderia ser normal, mas para mim foi apavorante.

— Parabéns pelo jogo... - ouvi a voz de Charles que se aproximava para cumprimentar meu namorado. Fred soltou minha mão e aceitou a de meu padrasto.

— Obrigado... obrigado por virem e trazerem a Beth... - ele passou o braço pelo meu ombro mas notei que não me encostou nele.

— Foi bom vir... - mamãe comentou se achegando também – Só não esperava que times nesse nível fossem tão agressivos.

— Muitos estão tentando vaga em universidades, - Fred explicou com relativa tranquilidade - querem mostrar trabalho. Mas, esses caras são conhecidos por gostarem de bater, não creio que assim consigam alguma coisa...

Charles cruzou os braços sobre o peito antes de fazer um novo comentário.

— Percebi que eles estavam mais do que interessados em ganhar. Queriam machucar.

— Nós tiramos eles do circuito o ano passado, ainda estavam mordidos... - Fred sorriu de leve explicando.

— Vão ter que aguentar mais uma derrota. - Savana comentou antes de soltar um gritinho.

Olhei na mesma direção que ela e vi Tom se aproximando, o garoto usava uma tipoia e caminhava tranquilamente em nossa direção. Todos nos voltamos para aquele que fora literalmente atropelado pelos jogadores do outro time.

Fred aproveitou o momento em que todos circularam seu colega para me carregar para o lado.

— Não vou para a festa hoje... - ele falou me encarando.

— Pode ir lá em casa... - sugeri – você descansa e ficamos juntos...

Ele tocou meu rosto. Havia mais do que apenas necessidade de descanso.

— Madeleine chegou alguns minutos antes de eu sair para o jogo... veio sem avisar.

— Você vai ficar com sua mãe? - era isso o que Fred estava querendo dizer? Eles quase não se viam, eu entenderia se ele quisesse passar algumas horas com ela.

Ele suspirou pesadamente. Estava incomodado.

— Elas nos convidou para um jantar...

— Nós? Você e eu?

— É... você e eu...

Como assim?

— Ela já sabia de nós.

— Como?

— Oras, o tutor. - ele me lembrou antes de continuar: - Posso dar qualquer desculpa a ela, você não precisa passar por isso.

— Ela quer me conhecer é isso?

— Provavelmente fazer perguntas sobre sua família, sobre seus planos...

Senti as mãos dele afagando meus dedos com carinho. Estava acostumada a certas situações. Poderia encarar Madeleine. Mas, com certeza me conhecer não foi a única coisa que trouxe essa mulher para visitar o filho. E eu queria saber o que mais havia por trás dessa inesperada visita.

Senti algo como uma onda de coragem me preencher. Naquele noite Fred não estaria sozinho para confrontar Madeleine, e eu teria a força dele para pela primeira vez encará-la.

 


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Notas finais do capítulo

Parece q eles serão alvejados de todos os lados não é?
O q acontecerá nessa conversa?
BJOOOOO grande em todas q estão acompanhando, e um maior para as que deixam sua opinião valiosa.