Hey! I love you... escrita por Lilissantana1


Capítulo 23
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Olá meninas.
Mais um capítulo. Novas revelações sobre o Fred, e agora cada vez mais próximas do fim. Já estou com saudades d vcs e deles...OHHHHHHHHH
Um SUPER OBRIGADA às meninas que comentam: Juliana, Myrelle, Beatriz, TLT, Marii, Miss, Pandora, Rosas e Karolayne. amando a presença e o carinho de vcs. BJO



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FRED

Nosso jogo de quinta-feira foi mais tranquilo do que imaginamos que seria. Passamos pelo primeiro confronto fora da nossa arena sem grandes problemas. Sem machucados sérios e sem brigas. Fato totalmente inusitado para dois times que estavam disputando a possibilidade de chegar a final. De qualquer forma, todos nós sabemos que o próximo será mais complicado. O St James, é famoso por manter um esquema tático ofensivo e agressivo. No ano anterior eles praticamente nos atropelaram, saímos do gelo como vencedores e com muitos hematomas. O que me faz pensar que neste ano possa ser ainda pior.

Mas, para esse confronto ainda teremos uma semana, o meu foco neste momento está fixo no baile. Fiquei de pegar Beth em torno das oito horas da noite, mas, por causa da agitação, acabei chegando bem antes. Estava ansioso. Era a primeira vez que levaria uma garota a um baile de início de temporada. Geralmente eu ia só e saía acompanhado. Desta vez seria completamente diferente.

Sem contar uma possível provocação por parte de Rich. Ele tem se mantido afastado, mas eu sei que esse afastamento tem data e hora para acabar. Espero apenas que ele não abuse da minha paciência. Porque é bem curta e está quase no limite. O que me mantém longe dele é a promessa q fiz à Beth.

Desci do carro ajeitando a gravata, dando uma última conferida no visual e deixando Richard afastado, que era o lugar dele. Quando toquei a campainha logo fui atendido por Charles. Ele agora passa cada vez mais tempo na casa de Beth. E acho muito bom minha namorada compreender que essa nova etapa na vida de Rebeca não será passageira ou terá problemas.

— Boa noite... - ele falou me dando passada com um estranho olhar a me examinar – Como está Fred? Você me parece incomodado dentro desse terno.

Passei as mãos pelo paletó, realmente, aquele tipo de roupa não fazia muito meu estilo, mas já estava habituado a ela. Desde que o ensino médio começou, tenho frequentado muitos lugares onde a exigência do uso do terno é quase obrigatória. Sem falar aquelas intermáveis e insuportáveis festas ou jantares para as quais meus pais me arrastam de vez em quando onde o traje é ainda mais restrito e formal.

— Beth já vem... ela ainda está se arrumando. Quer sentar? - perguntou e eu olhei para a sala onde ele estava assistindo um jogo na TV. Aceitei. Me acomodei numa poltrona de lado para Charles, com os antebraços apoiados nos joelhos.

— Parabéns pelo jogo de ontem. - ele falou de repente, atraindo minha atenção – Soube que vocês conseguiram uma vitória rápida e limpa. Fato raro no hóquei.

— Obrigado. Sim, foi mais tranquila do que pensamos que seria... e o pessoal que compareceu para torcer ajudou muito. É bom ver rostos amigos no meio da torcida adversária.

— Jogar fora de casa é sempre mais complicado. - Charles falou como se me entendesse.

— O senhor jogava?– perguntei curioso.

— Futebol, no secundário. - ele rebateu rapidamente com ar de satisfação - Defesa.

— Nunca jogou como profissional? - perguntei, pois as dúvidas quanto a possibilidade de um dia me transformar em um jogador de hóquei profissional ainda pairavam na minha cabeça.

— Quando ingressei na universidade abandonei o futebol. Meu foco era outro. - ele respondeu cruzando o braço sobre o encosto do sofá numa posição tranquila. - Você está pensando em continuar a jogar?

— Ainda não sei... - respondi com sinceridade. - Meus pais esperam que eu assuma os negócios um dia...

Apertando os lábios Charles foi direto ao ponto:

— Os pais sempre esperam que os filhos os sigam. Meu pai também fez isso comigo.

Acredito que é fato corriqueiro os pais cobrarem muito dos filhos. Pensei. Muitos dos meus amigos ou colegas de time sofrem a pressão da família.

— Foi complicado? - eu sabia que para mim seria. Hóquei era muito mais do que um vício.

A voz de Charles me demonstrou a sinceridade que eu esperava:

— Na época não considerei como um problema. Mas, quando olho para trás penso que poderia ter experimentado levar as duas coisas juntas até me decidir sem a pressão familiar. - ele explicou de maneira direta clareando um pouco mais meus pensamentos sobre o assunto.

— Tenho pensado seriamente em fazer isso. - expliquei me acomodando melhor na poltrona. Era cedo, com certeza Beth ainda levaria um tempo para descer.

De repente Rebeca surgiu na porta, me ergui e a cumprimentei, ela sorriu amigavelmente dizendo:

— Você está muito bonito Fred! - me examinou detidamente por alguns segundos. Além do terno, havia dado um trato no meu projeto de barba, que naquela noite estava quase sumida.

— De vez em quando eu me ajeito. - falei brincando antes de voltar a sentar.

Rebeca se acomodou junto a Charles e ele passou o braço pelos ombros dela.

— Quer um suco? - ela perguntou - Acho que você terá que esperar ainda um pouco, - explicou e encarou o namorado. - Liz ainda está se ajeitando. E ela algumas vezes demora mais do que deveria para se arrumar.

Não fazia ideia de quanto tempo Beth poderia precisar para se arrumar. Mas estava totalmente disposto a esperar.

— Tudo bem... eu cheguei cedo mesmo! - comentei tentando aliviar a preocupação da mãe da minha namorada.

— Vocês estavam assistindo a esse jogo? - Rebeca perguntou pegando o controle remoto.

— O senhor Foster estava assistindo quando cheguei, acho que atrapalhei. - rebati quase que imediatamente.

— Que nada! - Charles falou parecendo sincero – O assunto estava mais interessante do que o jogo.

— E estavam falando sobre o que? - Rebeca perguntou.

— Sobre o que Fred pretende fazer depois do ensino médio. Contei a ele que fui jogador de futebol.

Rebeca sorriu se acomodando contra o corpo do namorado antes de perguntar:

— Você pretende continuar com o hóquei?

— Ainda não sei... mas tenho alguns meses para decidir. De qualquer forma, mesmo que decida continuar com o hóquei, preciso escolher um curso.

— Isso é verdade. O que te atrai? - ela perguntou sem qualquer sinal de pressão. Ao menos não o tipo de pressão que vinha sentindo nos meus pais em nossas últimas conversas.

— Gosto dos números. - respondi de forma sucinta.

O som de saltos no piso do corredor me alertaram para a proximidade de Beth. Fiquei em pé antes que ela entrasse na sala.

— Aí vem ela... - Charles disse sem necessidade – Sua espera acabou.

Beth cruzou a porta e parou. Meus olhos se fixaram no rosto dela. Tenho certeza que notou meu olhar de admiração. Estava linda num vestido preto. Os cabelos fartos presos parcialmente. Ela sorriu ao me ver e se aproximou em passos rápidos. Com certeza acostumada a usar saltos pensei percebendo que aquela noite seria muito mais fácil beijá-la.

Me abaixei levemente para soltar um beijo na face, perto do ouvido o suficiente para aproveitar o momento e dizer o quanto ela estava bem. Encabulada Beth roçou o rosto em mim agradecendo.

— Nunca fui a um baile de início de temporada do basquete - falou sorrindo encostando o ombro no meu peito – Estou um pouco ansiosa.

— É um baile como qualquer outro. - expliquei. - Você já foi nos outros? No de primavera? No de início de ano,

— Claro. - ela respondeu tranquila.

— Então, é a mesma coisa. Tem comida, música alta, gente mal vestida, professores controladores e tudo o mais...

Rebeca riu comentando:

— Nunca tinha visto um acompanhante falar tão mal de um baile para o qual pretende levar a namorada.

— Pois vá se acostumando ao Fred. Ele é sempre sincero assim. - Beth explicou com ar brincalhão.

Senti a mão de Charles no meu ombro.

— No que faz muito bem.

— Não o incentive. - Beth rebateu sem parecer zangada – Ele não precisa de incentivo para agir assim. Imagina com a sua conivência?

Charles riu e eu compreendi que finalmente o clima entre padrasto e enteada estava entrando nos eixos.

— Vamos? - perguntei sem largar a mão dela.

— Vamos... - ela me olhou firme – Onde está minha barba?

— Diminuí. - falei passando a mão pelo queixo.

— Você não me consultou para fazer isso. - ela reclamou enquanto nos dirigíamos para a saída.

— Ok, senhorita Gillies, da próxima vez prometo que vou perguntar sua opinião antes de alterar o meu visual.

— É o mínimo que espero de você senhor Price. - ela rebateu no mais autêntico tom de brincadeira.

LÍZZIE

Salão arrumado. Música alta. Pessoas dançando. Gente chata para todo o lado. Professores parados em pontos estratégicos. Os desajustados isolados num canto. Os esportistas descolados em outro. Os nerds mais atrás. Fred tinha razão, pensei enquanto ele segurava minha mão perto do corpo e me conduzia para as mesas.

Nos direcionamos para onde nossos amigos estavam, Gabriel deixara de lado as calças largas, os tênis e estava muito elegante em seu terno bem cortado. Os cabelos cacheados arrumados com cuidado desanuviavam o rosto bronzeado. Eu só o via assim em bailes pois Morgana praticamente exigia que ele se vestisse de acordo. E como Gabi é totalmente apaixonado por ela, acata seus pedidos.

Savana e Tom, engrenaram de vez como Fred fala. Passam tanto tempo juntos quanto possível. Só não são tão amenos quanto Gabi e Morgana e de vez em quando o temperamento agitado dos dois provoca faíscas e algumas farpas voam para todos os lados. Nessas horas, Frederic e eu, como amigos da dupla tentamos nos manter neutros para evitar problemas entre nós.

Doug e Britany, para minha total e completa surpresa, naquela noite faziam parte do nosso grupo. O grandão estava em pé, agarrado a loira peituda e eu percebi que eles representam o par perfeito. Lindos de dar nojo, altamente ligados aos esportes, a animação, e completamente tapados. Mas, por mais difícil que seja acreditar, preciso dizer que aprendi a gostar deles. E a cada dia compreendo melhor o comportamento de Fred ao manter sob sigilo sua condição.

Mas alguém estava faltando. Jess não estava no nosso grupo. Na verdade ela não iria ao baile. Minha amiga agora só quer saber de sair com o universitário. Morgana e Savana chegaram a me ligar reclamando das ausências de Jéssica nas nossas conversas grupais pelo telefone. Ou na internet. O que posso dizer? Deixem ela ser feliz! Não pretendo me intrometer na sua felicidade atual. Pois Deus sabe que não quero ninguém se intrometendo na minha.

No final, a comida não estava tão ruim quanto Frederic previra. A música em determinados momentos estava melhor do que o esperado. E os professores não pareciam tão chatos.

— Quer dançar? - Fred perguntou me pegando de surpresa. Nossos olhos se encontraram na penumbra do ambiente. A conversa a nossa volta era geral. Tom e Savana cochichavam no ouvido um do outro. Gabi e Morgana trocavam brincadeiras com Doug e Britaniy.

— Quero. - respondi afagando a mão dele que descansava com naturalidade sobre a minha coxa.

Havia muita gente dançando, nos acomodamos e permitimos que a música tomasse conta dos nossos movimentos. Fred era um bom dançarino. Tinha um corpo ágil e bem estruturado para um jogador. Ele me moveu com precisão e nessa noite eu soube que fez aulas de dança quando criança. Madeleine, como ele fala, o obrigou a fazer dança de salão como condição para continuar a jogar hóquei.

— Você aceita e abandona qualquer coisa pelo hóquei. - falei brincando quando a música se tornou mais amena e estávamos dançando juntinhos.

— Qualquer coisa. - ele repetiu, me preparei para reclamar, mas antes que tivesse aberto a boca para dizer qualquer coisa ele rebateu: - Menos você...

Eu achei que era brincadeira. Mas ele continuou:

— Você não acredita em mim Beth?

— Acredito. - estava mesmo levando aquela nossa conversa na brincadeira como ele faz. Fred se afastou um pouquinho, me olhou nos olhos fazendo aquela sensação gostosa de felicidade se apoderar de mim.

— Pois acho bom você acreditar mesmo! Porque estou falando muito sério...

Acariciei o pescoço dele, enrolando os fios finos nos meus dedos. Meus seios pressionados contra o peito dele sentiam o pulsar cadenciado do coração. Os saltos me colocavam em uma altura proporcional toquei os lábios macios com os meus.

— Espero que você nunca precise fazer essa escolha... - falei esquecendo a brincadeira. Mesmo que ele estivesse disposto a abrir mão do hóquei por mim, eu jamais permitiria que ele fizesse isso.

Ficamos em silêncio por alguns segundos. Nos olhando.

— O que você vai fazer depois? - ele perguntou de repente – Já decidiu para onde quer ir? Que curso quer fazer?

— História me atrai intensamente. - expliquei e ele se mostrou surpreso. - Mas não decidi nada.

Ele ladeou a cabeça um pouco, acomodando a mão na minha cintura.

— Pensei que alguém como você faria direito, jornalismo, design ou qualquer coisa que te oferecesse um certo status.

Talvez a Beth namorada do Rich fizesse isso para acompanhar o namorado. Mas, desde que Fred e eu começamos, estou percebendo que gosto de outras coisas também. A indecisão bateu a porta. E fui sincera:

— Não posso negar que esses cursos já passaram pela minha mente.

— Eu sabia!

— Você sempre sabe de tudo. - retruquei.

— Não... pode parecer o contrário, mas não sei. Por exemplo, não sei se você está gostando de estar aqui comigo hoje.

Sorri.

— Estou amando! Amo estar com você Fred...

— Isso quer dizer que você me ama?

O ar subiu diretamente dos pulmões para os meus lábios, estremeci diante daquele comentário, mas nada falei, foi ele quem falou:

— Porque eu descobri que te amo... - e seguiu enquanto eu mal conseguia respirar - andei pensando na gente, nas nossas conversas e percebi que isso que eu sinto por você só pode ser amor.

Oh céus! Ele não era romântico, mas definitivamente colocava todas as minhas defesas e medos no chão quando falava desse jeito. Ou será que aquilo era ser romântico? Minha noção de romantismo parece ter se perdido com a presença de um único namorado.

— Tudo o que posso dizer... - e que fique muito claro que a minha voz mal saía, pois estava tentando não chorar de emoção – É que, estar com você é a melhor parte do meu dia. Que sua felicidade me faz feliz. E não há outro lugar no mundo que seja melhor para mim do que este onde estou agora... se não é amor... não sei o que é Frederic...

Ele sorriu de lado, e lentamente desceu em direção aos meus lábios. Foi um beijo despretensioso, carinhoso, cheio de ternura. Quando Fred se afastou me recostei em seu ombro e aproveitei o restante da música em silencioso contentamento. Com a felicidade quase provocando medo.

***************

Estávamos sozinhos na mesa, conversando, quando Dave surgiu rapidamente exigindo a presença de Fred em uma disputa. Ele me olhou sorridente e disse:

— Já volto.

Acenei com a cabeça, eu sabia que qualquer situação que envolvesse disputa ou apostas entre membros da equipe de hóquei precisava contar com a presença imparcial do capitão. Nada a reclamar quanto a isso. Nunca!

Balancei os pés me acomodando no encosto da cadeira vendo Fred e Dave se afastarem. Havia alguns pares na pista, Morgana e Gabi formavam um deles. Estavam animados sorrindo um para o outro. Aquele namoro grudento realmente parecia a cada dia mais firme. Pensei. Já Savana e Tom desapareceram a meia hora no mínimo.

— Oi Liz... - ouvi alguém me chamar e me voltei dando de cara com Rich sentado ao meu lado.

— Oh! Droga! Você me assustou! - falei afastando a cadeira para o lado tão logo me recuperei do susto.

— Desculpe, não foi minha intenção. - ele disse se inclinando levemente para a frente. Estava muito bonito num terno que eu não conhecia.

— O que aconteceu?- perguntei ao notar que ele parecia nervoso.

A voz dele logo confirmou a primeira impressão:

— Liz... preciso mesmo conversar com você... estava há horas, não, há dias esperando um momento.

Não gostei do começo da conversa.

— Sinceramente Rich... não sei o que tem de tão importante para conversar. Achei que estávamos acertados.

Ele encarou as mãos que se apoiavam sobre a mesa, nervoso, preocupado, tenso. Suspirei olhando na direção do grupo formado pelos jogadores de hóquei, do outro lado do salão.

— Mas, me diga, o que está perturbando você?

Se mostrando brevemente aliviado com a pergunta ele me encarou. Aquele garoto bonito já foi alguém que eu acreditei que amava. Era agora apenas alguém que eu considerava. Que eu prezava, mas nada mais do que isso.

— Nem sei como lhe falar isso...

Se fosse o Fred já teria desembuchado. Pensei.

— Comece pelo início. - informei ficando de lado na cadeira.

Ele olhou em volta, parecia preocupado.

— Fred? - perguntou e eu entendi porque estava preocupado.

— Já vem, por isso acho bom você ser rápido.

— Você gosta muito dele não é?

A pergunta me pegou de surpresa. Ela não questionava se eu gostava, mas se gostava muito. O que é imensamente diferente pois já confirmava que havia um gostar.

— Muito, muito mesmo. - confessei – Muito mais do que seria saudável gostar de alguém.

E essa realidade estava me amedrontando cada vez mais.

— Você gosta da Brenda. - falei desviando o outro pensamento para longe. - Desculpe não ter notado isso antes. Não teria agido como agi quando você me procurou para visitar seus avós.

O modo como Rich se moveu eu entendi que estava certa. Mas, então porque ele estava afastado da garota? Se gostava dela.

— Porque mamãe prefere você. - ele falou sincero.

— Esqueça isso! Esqueça o que sua mãe quer. – falei firme e tive a nítida sensação de ouvir Fred falar, ele com certeza diria isso – Não pense nos outros, se você gosta dela, vá em frente.

— Não sei se é isso o que eu quero Liz.

Oh! Indecisão. Rich sempre precisou de aprovação para fazer o que queria.

— Por acaso vocês pretendem se casar? - perguntei direta e ele me olhou quase assustado.

— Claro que não!

— Então. Sua mãe não pode perturbar assim por causa de um simples namoro. - limpei a garganta antes de continuar: - Quando você terminou comigo para ficar com ela, tomou essa decisão por quê? - talvez lembrá-lo de seus atos o ajudasse a fazer o certo.

— Porque não conseguia ficar longe dela. Mas, isso é muito doido Liz... não quero essa loucura na minha vida. - ele me encarou – Era tudo mais simples quando a gente namorava, tudo mais tranquilo, mais certo...

— Se fosse o mais certo, você ainda estaria comigo e eu não estaria apaixonada pelo Fred. A questão é que não é certo. Pode até ter sido por um tempo. Mas não é mais.

Segurei a mão dele, Rich se acomodou de frente para mim.

— Ela gosta de você. - afirmei e ele moveu a cabeça de um jeito desolado– Você gosta dela. Esqueça o resto e seja feliz. - Há no mínimo um mês atrás eu não diria isso nunca. Nem sob tortura.

— Não sei se consigo. - ele retrucou.

Drama, disse a mim mesma, meu ex era o rei do drama. E nesse instante, com o canto do olho vi a figura de alguém parado a poucos metros da nossa mesa. Era Fred. Ele nos olhava sério. Mas se mantinha afastado. Mostrei um sorriso e ele fez um gesto afirmativo como se compreendesse que era preciso manter aquela conversa.

Vi quando Fred enfiou as mãos nos bolsos da calça e deu alguns passos para trás. Parou perto da pista e ficou nos olhando de lá. Senti uma vibração ruim no estômago. A principio acreditei que ele entendera o que se passava, mas o melhor a fazer era despachar Rich dali o mais rápido possível.

— Rich. Só você pode decidir o que quer. - minha paciência literalmente se fora - Não posso mais ajudá-lo. - nem estragar meu namoro por sua causa.

Ele suspirou longamente e eu fiquei em pé.

— Vou falar com o Fred. Vá até a Brenda, peça desculpas pela indecisão... não perca a oportunidade de ficar com ela por besteira.

Ele silenciou, não reclamou, e largou minha mão quando a puxei.

— Ok. Obrigado...

— Ah! Converse sério com a sua mãe. Explique tudo a ela. Sei que vai acabar entendendo. Ela te adora.

Rich se recostou na cadeira, suspirou e olhou em volta antes de concluir nossa conversa:

— Talvez você tenha razão...

Ele titubeou, e eu concluí com mais uma frase típica de Frederic William Price lll:

— Vai por mim, eu tenho razão.

Me afastei pensando que aquele tipo de situação não me cabia mais. Ter de conduzir alguém ou uma relação do modo como eu gostaria que fosse. E novamente senti pena de Brenda. Se Rich não se decidisse logo e ela não se livrasse do que sentia por ele, acabaria como eu estava quando ele rompeu comigo. Com a imensa diferença que eu não emprestaria meu namorado para que ela se resolvesse.

Vendo que eu me afastava da mesa e de Rich, Fred veio até mim. Quando me aproximei passei meus braços pelo tronco firme, e ele me abraçou imediatamente. Beijou o topo da minha cabeça. Ergui o rosto e o observei detidamente, os lábios grossos ladearam naquele sorriso maroto que tornava meu namorado a pessoa mais expressiva do planeta.

— Acabou de vez? - perguntou bem pertinho dos meus lábios.

— Sim. - respondi antes de passar a mão pelo queixo dele.

— Vamos dançar?

— Com certeza.

Fred me abraçou com força, soprou ar no meu pescoço me arrepiando por inteiro e depois seguimos para a pista. Paramos perto de Morgana e Gabriel, onde permanecemos até quase o final da noite. Meu coração estava aliviado. O capítulo Rich fora total e definitivamente encerrado depois daquela conversa.


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Notas finais do capítulo

Será q agora eles entram num caminho de paz ou teremos mais problemas?
BJO e até o próximo... tomara q vcs gostem deste capítulo.