Hey! I love you... escrita por Lilissantana1


Capítulo 22
Capitulo 22


Notas iniciais do capítulo

Olá meninas. Como estão? Desculpem a demora, mas este capítulo foi escrito mais de uma vez, e mesmo assim não ficou bom como eu queria que ficasse. Tomara q vcs gostem. Agora, um OBRIGADA SUPER ESPECIAL PARA AS MENINAS QUE COMENTAM: Miss, Gabi, Karolayne, Juliana, Meimei, Mari, Rosas e Amanda. É tão bom ter vcs aqui! Nem imaginam como fico feliz! BJOOOOOO



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Nosso primeiro final de semana como namorados foi bastante movimentado. No sábado aconteceu mais um treino, eles teriam jogos importantes nos próximos dias e eu sabia que meu namorado levava seu compromisso com o time muito a sério, portanto, não reclamei. A noite Fred passou lá em casa e ficamos namorando até que Charles se despediu dando a impressão que também era a hora de Frederic ir.

No domingo ele estaria livre por isso combinamos de patinar. Fred me pegou em casa e fomos para o rinque de sempre, junto com Gaby, Morgana, Savana e Tom. Convidei Jéssica para nos acompanhar, mas ela disse que havia marcado de sair com o universitário, o amigo do irmão dela.

O começo da tarde foi muito gostoso. Exatamente como Fred dizia, gostoso de divertido, alegre, feliz. Depois de muitas risadas, tombos e diversão no rinque nos separamos, meu namorado e eu seguimos para o apartamento de Fred. Seria demais dividir completamente aquele primeiro encontro oficial com todos os nossos amigos. Sim, porque eu já era amiga de vários amigos dele e o mesmo acontecia com Frederic.

A pipoca foi a primeira coisa a ser feita. Impossível assistir a um filme sem pipoca. Um pote gigantesco descansava sobre o tapete, ao lado das almofadas enquanto Fred e eu seguimos para a estante lotada de títulos. A escolha desta vez seria minha. Mas, acabei considerando complicado realizar essa tarefa com um garoto parado atrás de mim anunciando os filmes que gostava mais e os que não gostava tanto. Dando opiniões, contando curiosidades sobre os atores, sobre as gravações.

— Fred! - pedi me voltando para ele sem ter realmente escolhido coisa alguma. - Você pode parar de falar por alguns minutos...? desse jeito fica complicado escolher.

— Estou apenas tentando ajudar... - Fred comentou com ar de inocência, como se eu não soubesse que ele adorava fazer sua opinião valer.

— Sei... - retruquei voltando a atenção para a prateleira novamente. - O que vamos assistir desta vez? - estava me preparando para algo inusitado.

— Você decide. - ele rebateu com rapidez. - Vou me manter calado de agora em diante.

Sequer me voltei. Ele não merecia uma resposta. Apenas sorri para mim mesma me sentindo feliz.

Havia tantos títulos ali, era complicado escolher um. Me aproximei para ter uma visão melhor e comecei a ler os títulos, de repente senti as mãos de Fred na minha cintura e o peito dele nas minhas costas. A promessa indo pelo ralo:

— E então Beth?

— Não sei... - falei passando os olhos pelas prateleiras. Muitos daqueles filmes eu nunca ouvi falar.

— Talvez você prefira os que ficam nas prateleiras de baixo. - ele sugeriu e eu fiz uma tentativa de me abaixar para olhar.

Quase não acreditei no que li: E o vento levou, Casablanca, A noviça rebelde, Love story, Romeu e Julieta, puxei o segundo para fora e mostrei a Fred.

— Sério que você tem estes filmes?

Ele ergueu as sobrancelhas para mim, como quem diz: Você me pegou.

— Achei que só minha avó ainda assistia isso. - brinquei.

— Esta me chamando de velho?

— Não... mas estou me surpreendendo com você...

Ele se achegou a prateleira pegou dois outros filmes e me entregou um perguntando:

— Que tal este?

“Como eu era antes de você.”

— Fred! - falei suspirando – Você não tem nada com um final feliz?

Parecendo perdido ele encarou a própria estante e eu achei que não. Que ele não tinha, pois o outro filme que ele pegara e que permanecia entre os dedos dele era: A culpa é das estrelas.

— Sinceramente Frederic, não estou com vontade de me debulhar em lágrimas na sua frente.

Ele me olhou rapidamente.

— Eu consolo você...

Soltei uma boa e irônica risada, Fred veio para perto e me beijou. Leve e suavemente. Delicada e gentilmente.

— Então vamos esquecer os romances... - sugeriu sem se afastar – Que tal se a gente assistir a um terror, aí você vai se agarrar em mim. - novamente as sobrancelhas se ergueram - O que acha?

Mostrei uma careta e ele gargalhou enquanto eu continuava a argumentar:

— Foi você quem escolheu e comprou esses filmes ou são dos seus pais?

— São meus. - ele respondeu tranquilo, Fred nunca falava sobre os pais, o mais próximo que esteve de se abrir sobre o assunto foi quando disse para Rebeca onde cada um estava, mas parecia que naquela tarde seria diferente - Eles vivem mudando de lugar, nem sei que tipo de filmes ou programas mais assistem... - opa! Ele estava falando. Pensei me voltando tentando evitar um olhar de surpresa ou curiosidade. - Madeleine, gostava de assistir Master Chef, não sei se ainda gosta... Fred era fã de esportes tipo golfe e basquete... - um sorriso de deboche se desenhou no rosto bonito - ele não ficou muito feliz quando optei pelo hóquei.

Ofereci um meio sorriso quando ele me encarou. Parecia encabulado. Como se fosse possível Fred estava encabulado em falar sobre a família dele.

— Por que você mora sozinho? - perguntei distraidamente passando o dedo pelos rótulos das caixas de filmes aleatoriamente, como se estivesse realmente lendo cada um deles.

Ele se remexeu mas não recusou a resposta.

— Porque não aguentava mais ser arrastado de um lugar para o outro como uma bagagem extra.

Bagagem extra. Difícil imaginar alguém se considerando como uma bagagem na vida dos próprios pais.

— Há quanto tempo você mora sozinho? - enquanto fazia perguntas evitava me mostrar muito afoita ou apreensiva pelas respostas. Tudo o que eu não queria era bancar a enxerida. Entretanto, naquela tarde Fred parecia disposto a oferecer qualquer resposta que eu pedisse.

— Sozinho, sem qualquer tipo de babá, quatro anos. - ele soltou as mãos da minha cintura e se afastou, ouvi o som dos tênis dele sobre o piso. - Quando fiz treze anos Madeleine finalmente cedeu e me deixou com a professora, a cozinheira e o motorista. Depois eles também foram. E ficou só o tutor...

Se sentou no chão, e eu me voltei para ele finalmente. Frederic me encarou, me chamou e me fez sentar entre as pernas dele. Com calma passou a me contar como os pais dele se separaram, como era carregado de um lado para o outro, e como ele “exigiu” morar sozinho. Ouvi tudo em silêncio respeitoso, até este momento. Ao escutar a palavra exigir foi impossível me manter calada.

— Como assim você exigiu? Desde quando uma criança exige alguma coisa?

Ele sorriu e passou as mãos pelas minhas brincando com os meus dedos.

— Desde quando eu não queria mais aquela vida...

— Mas eles aceitaram. - comentei admirada – Minha mãe jamais acataria um pedido, ou melhor, uma exigência minha. Rebeca daria risada na minha cara... diria que era ela quem manda e acabou.

Fred retorceu os lábios e eu soube que lá vinha uma boa história.

— Eu fiz da vida de Madeleine um inferno... hotéis tem regras Beth, e se você carrega uma criança que apronta, acaba tendo problemas. Fred tentou intervir, e quando ele finalmente apareceu eu fiz a sugestão de me deixarem em algum lugar.

— Quantos anos você tinha? - perguntei perplexa. Uma criança, por mais esperta que fosse, nunca conseguiria negociar assim com adultos.

— Sete e meio mais ou menos... fiz oito logo que cheguei aqui... mas só passei a frequentar a escola mais tarde, você lembra? Fui parar na sua sala... - com carinho ele beijou minha bochecha.

— Você era magrelo, cabeludo, chato e metido. - o som do riso dele ecoou no meu ouvido - E agora eu sei porque. Se mandava nos seus pais, deveria pensar que poderia mandar nos colegas também.

Ele riu perto do meu ouvido, um riso suave enquanto eu afagava os braços firmes passeando sobre as pequenas marcas causadas pelo hóquei debaixo dos dedos e das mãos de Fred.

— Pois você está enganada. Meu problema era falta de convício social com outros seres da minha idade. Sou filho único, não tenho primos, não frequentava escolas formais...

Me senti culpada pelo meu comportamento. Nunca dei a ele a chance de se aproximar ou de se tornar meu amigo. Desviei o sentimento azedo que se formou no meu estômago pensando que aquele era o momento de compensar minhas atitudes egoístas.

— Deve ser chato estudar com professora particular o tempo todo...

— Não tanto... - encabulado novamente.

— Ela deveria ser exigente, você estava bem adiantado... sabia mais que toda a turma junto... - fato que não ajudou muito na aproximação, nem todos aceitam bem quando alguém que chega sabe mais do que você.

— Isso não tinha a ver com ela. - ele falou enigmático – Mas a senhorita Torbes foi escolhida para suprir minhas necessidades.

Não compreendi. Ele explicou:

— Comecei a ler aos dois anos e meio... calcular aconteceu um pouco depois. - sucinto curto e reto, quem mais falaria aquele tipo de coisa com tamanha naturalidade? Me perguntei e ele continuou: - Ela foi chamada para me ajudar a coordenar o que eu aprendia e ficou aqui comigo até que Madeleine compreendeu que eu me virava bem sozinho.

Permaneci em silêncio. Não sabia o que falar. Mas, depois de alguns segundos senti que deveria aliviar um pouco a breve tensão que via no rosto de Frederic.

— Sua capacidade de aprender reduziu com o tempo ou você é um maldito mentiroso? - afinal, ninguém que eu conhecesse suspeitava que o capitão do time de hóquei era um gênio fingindo ser apenas esportista.

Ele me olhou nos olhos, parecia preocupado com minha reação. Mas eu não estava brava, estava buscando usar da mesma naturalidade que Fred oferecia ao assunto.

— Acho que sou um maldito mentiroso. - respondeu puxando aqueles lábios para o lado. - Tudo continua igual. Só não faço alarde por aí das minhas “habilidades”... isso incomoda você Beth?

Fiz um movimento mudo com a cabeça.

— Não... - falei por fim. - Só que agora, algumas coisas que eu não entendia antes estão fazendo sentido, como por exemplo, sua falta de interesse nas aulas... deve ser chato ficar ouvindo as professoras falarem quando você sabe o assunto...

— Não é bem assim Beth, eu tenho algumas habilidades, mas não sou um gênio...

— Para mim, qualquer um que consiga ler antes dos “três” anos – e olha o tom de ironia - de idade é um gênio Fred!

— Mas eu não sou um gênio... - ele repetiu como se quisesse dizer isso a si mesmo.

— Sim, apenas tem habilidades muito especiais. - completei colocando o rosto dele entre minhas mãos. - Por que você escondeu isso?

E ele confirmou o que eu já imaginava.

— Porque as pessoas fogem de você quando percebem que é inteligente. Porque meus colegas de time não me aceitariam com tanta facilidade, alguns deles batalham para conseguir manter as notas e permanecer no time.

— Você não ajuda?

— Ajudo, mas não preciso anunciar que sei mais do que eles pensam que sei.

— Os professores sabem que...

— Sabem... eles tem aquelas fichas de desempenho. - constrangimento novamente, lá vinha mais bomba, me preparei, afinal, eu queria mesmo saber mais sobre ele, mas estar preparada para tomar conhecimento de tudo aquilo era outra conversa. - Meus pais querem que eu abandone a escola. Há mais de um ano estão tentando me obrigar a trocar o ensino médio pela universidade e os professores estão ajudando...

Travei.

— Como eles estão ajudando? - Não havia pensado nessa possibilidade. Sempre acontecia isso com aqueles alunos que tinham algum tipo de “habilidade” especial. Eram puxados para a universidade mesmo sem terem idade adequada.

— Relatórios de desempenho, no meu caso é acadêmico e esportivo. Mesmo que me mantenha a parte, que não faça programas extras, que não participe de clubes acadêmicos, eles acreditam que me ajudam ao enviar esses papeis...

Era óbvio que os professores o recomendariam. Que escola faria diferente?

— Você pretende fazer isso? - perguntei sem perceber que minha voz quase não saiu.

Fred me encarou sério.

— Não... nunca quis, não quero atropelar minha vida Beth, e agora... o que eu quero é ficar aqui com você...

Ele roçou o nariz no meu rosto, mas meu coração não se acalmou com esse pequeno gesto de carinho. Uma trava se instalou na minha garganta. Passei os braços pelos ombros dele, apertando o corpo de Fred junto ao meu. Nós tínhamos pouco mais de cinco meses até o final do ano escolar, poderia parecer pouco tempo, mas se Fred saísse da escola antes disso, acho que meu mundo ia desabar, da mesma forma que desabou quando meu pai morreu.

Não consegui fazer novas perguntas. Nem me afastar dele para buscar um filme. Nossos corpos se entrelaçaram, eu estava sentada nas pernas dele. Fred lentamente caiu para o lado e me deitou no tapete espesso e macio. Seus lábios deslizaram no meu pescoço e depois sobre os meus lábios.

Ondas de calor cresceram dentro de mim junto com uma intensa vontade de chorar. Não havia proximidade ou beijos que saciassem minha vontade de Frederic. Meu desejo de estar perto dele. De mantê-lo perto de mim.

Uma das mãos dele subia e descia nas minhas costas enquanto a outra mantinha minha cabeça erguida, com os lábios colados aos dele. Nossas pernas se misturaram, a coxa dele roçou na minha, alterando todos os sentidos. Cada milímetro do meu corpo reagia aos toques que começaram delicados e se transformaram em exigentes.

Não percebi que estava fazendo igual. Só notei quando minhas mãos se agarravam aos cabelos dele no mesmo tom de exigência que Frederic impunha aos seus movimentos. Rolamos sobre o tapete ainda nos beijando, ele ficou de costas sobre um fundo acinzentado, abri meus olhos e encarei o rosto levemente rosado. Ele sorriu despretensiosamente mantendo aquele brilho apaixonado no olhar me atraindo para mais beijos.

À merda com o que as pessoas queriam, com o que eu planejara. Com tudo o que esperava realizar ainda aquele ano antes de seguir para a universidade. Tudo o que pretendia a partir daquele momento era viver intensamente cada um dos meus momentos com Fred. E não deixar que nada, absolutamente nada atrapalhasse aquela súbita e inesperada felicidade que Frederic William Price lll me fizera descobrir que existia.


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Notas finais do capítulo

A medida que a relação deles fica mais e mais séria, Fred e Beth percebem que não há apenas um problema chamado Rich a ser resolvido. Eles vivem num mundo onde nada é tão simples quanto parece. BJOOOOOOOOOOOO estou esperando por vcs nos comentários.