Hey! I love you... escrita por Lilissantana1


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Ois meninas. Obrigada pelos reviews, Meimei, Beatriz, Rosas, amanda. Podem dar a opinião de vcs, é sempre bom ter um norte. Estou feliz com as leitoras novas. Obrigada a todas, especialmente a quem está sempre aqui apoiando. Vcs são dez! Cem! Mil!



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 Segunda de manhã, como previamente combinado, Fred não apareceu para me buscar. Fui sozinha para a escola. Quando estacionei vi a vaga onde ele costumava deixar o carro, vazia. Jéssica e Savana me esperavam recostadas no carro de Jess. Entramos juntas apesar de eu desejar aguardar para ver se Frederic chegava.

Mas ele não chegou naquela primeira hora, nem na segunda. Simplesmente não veio. Ou deu qualquer sinal de vida. Ninguém sabia dele. Nem Doug, ou Gabriel, Tom, ou qualquer outro membro do time. Corri para o coordenador. Ele disse que ninguém ligara para avisar nada.

Fred morava sozinho oras! Quem avisaria?

Não preciso dizer que fiquei tão preocupada que não tive sossego até conseguir falar com ele, durante o intervalo da segunda para a terceira aula já que ele não respondia minhas mensagens ou recados.

Quando o bendito telefone finalmente foi atendido uma voz rouca e sonolenta me atendeu. Num primeiro momento fiquei fula, ou melhor já estava furiosa, preocupada, zangada com vontade de chorar.

Mas o pior de tudo foi pensar que ele estava de ressaca. Era o que parecia.

— Fred! - falei alto sem me preocupar que Jess estivesse ao meu lado - Onde você está?

— Está ficando maluca Beth? - ele perguntou e ouvi um suspiro sonolento. - Por que está gritando?

Fingi não ouvir a pergunta.

— Onde você está Fred?

— Em casa... - ele respondeu num sussurro e eu compreendi que ele estivera dormindo. De ressaca e dormindo!? Cara de pau! E eu preocupada! Quase desliguei o telefone.

— Por que não veio à aula?

— Não deu. - ele fungou e espirrou, e algo se alertou dentro de mim.

— Não deu!? Por quê?

— Mal dormi... com dor de cabeça... só apaguei agora e você me liga... - ele estava reclamando porque eu estava preocupada com ele? Ingrato!

— O que andou fazendo? Saiu para beber com seus amigos? E agora está de ressaca...

Ele ficou calado por alguns segundos.

— Que eu saiba quem fez reunião de amigos foi você não eu... - ele ainda brincava mesmo percebendo que eu estava irritada.

— Fred... - chamei novamente, ele não respondeu, olhei Jess com o canto do olho e corri para o banheiro feminino, não conseguiria ir para a aula sem saber o que estava havendo com ele.

Fred voltou a falar:

— Beth... por favor, pare de gritar... - outro espirro - acho que estou doente... peguei um resfriado ou qualquer coisa desse gênero. É isso! Ia pedir para o meu tutor ligar para a escola e avisar. Mas agora você pode fazer isso.

— Você já foi ao médico?

Ele voltou a espirrar, duas ou três vezes.

— Médico?

— É! Médico, Frederic Price! Quando estamos doentes vamos ao médico! - nesse momento vi o trio Morgana, Savana e Jess ingressar no banheiro. Dei as costas. Sabia que ao menos uma delas estava me criticando por me preocupar tanto com aquele garoto. Mas, nenhuma delas sabia que ele vivia sozinho. E se não tinha comida naquele apartamento. Também não haveria remédios.

— Não preciso de médico... - ele retrucou – e você não deveria estar na aula Lizzie?

— Primeiro quero saber se você tomou algum remédio...

— Já. - ouvi mas não acreditei.

— Mentira! - rebati.

— Você está parecendo minha mãe. - desta vez ele tossiu.

— Engraçadinho...

— Lizzie... vai para a aula. Tá tudo bem aqui. Vou dormir um pouco, a tarde isso já passou. Você vai tomar bronca por minha causa...

Só ele para pensar nisso. Não ia passar se não fosse medicado.

— Ah... - voltou a falar sonolento – Já avisei o porteiro que você vem para cá... fala com ele quando chegar. Beijo.

— Disso você lembra... - retruquei com vontade de rir, já não me sentia tão preocupada, sabia que se ele fosse medicado logo estaria bem. Mas não quis falar nada mais na frente das garotas.

Me voltei e vi que apenas Morgana permanecia no banheiro comigo. Savana e Jess se foram. Teriam uma atividade avaliativa que não poderiam perder. Então isso queria dizer que não fora por causa da minha conversa ou da minha ansiedade que elas sumiram.

Não queria pensar em dar respostas para ninguém naquele momento. Precisava era responder minhas próprias perguntas.

Morgana me olhava como se quisesse me falar alguma coisa. Ela não era a única, Savana também me olhava do mesmo modo. Parecia que a única que tinha coragem para me dizer o que pensava era Jess.

Suspirei me recostando no balcão pia.

— Ele está bem? - ela perguntou se apoiando ao meu lado.

— Está gripado. - expliquei. - Eu acho...

— Quem bom que é apenas isso. - ela comentou distraidamente.

— É. - concordei, mas não falei que pretendia ir ao apartamento dele para vê-lo depois da aula.

— Liz... - ela começou e eu não a olhei, apenas perguntei:

— O que é?

— Você está apaixonada pelo Fred?

— Não. - respondi com o que eu acreditava ser a verdade. - Gosto dele, mas não estou apaixonada por ele.

Ela se moveu e recostou o braço no meu antes de falar em tom tranquilo:

— Acho que não haveria nenhum problema se você estivesse apaixonada por ele.

Claro que não! Fred era um cara legal. Me fazia bem. Mas isso seria um inconveniente já que eu pretendia voltar com Rich.

— E ele? Você acha que ele gosta de você? - ela insistiu e percebi que me olhava firme.

Sinceramente, achava que não.

— Acho que ele está aproveitando a situação... - e usei das palavras dele para exemplificar: - quando aceitou fingir que estávamos juntos, ele me disse que não tinha nada mais para fazer, que queria se divertir. Não acho que isso queira dizer que ele sente algo por mim.

Enquanto falava observei o rosto de minha amiga, Morgana apertou os lábios brevemente antes de continuar a falar:

— Não é o que parece.

— Por quê? - perguntei de imediato e esperei a resposta com a respiração suspensa.

— Porque não me parece nada divertido passar uma tarde inteira com uma das melhoras amigas da ficante e o namorado dela em busca de patins. - ela me olhou – Se ele não sente nada por você, por que faria isso?

Havia resposta para isso:

— Porque eu o desafiei a me convencer a patinar. - dei de ombros – você sabe como o Fred é. Ele tem que ganhar todas sempre.

Ela ladeou a cabeça, logo entendi o gesto, não concordava comigo.

— Gabriel acha que ele gosta de você.

Fui atingida por uma onda de calor. Não conseguia acreditar nisso.

— Morgana... - comecei timidamente – ele e eu já transamos...

Ela não pareceu surpresa e eu imaginei se Fred havia dito alguma coisa sobre o assunto para Gabriel, mas Morgana logo esclareceu a situação:

— Eu sabia! É só olhar para vocês! Jess garantiu que você disse que ainda não tinha sido cobrada pelo trato. Não contestei. Mas, está na sua cara Liz...

Alguém precisava saber como me sentia. E foi um alivio colocar aquilo para fora sem ser recriminada.

— Ele me atrai... gosto dos beijos dele, do cheiro dele...

Minha amiga suspirou baixinho antes de se aproximar um pouco mais.

— No dia do último jogo, sexta, ficou muito claro que vocês estão muito próximos... até Savana comentou que notou. Ah Liz... você não vai voltar com o Rich se sentindo assim pelo Fred vai?

Como não?

— O Fred não gosta de mim Morgana. Ele está apenas aproveitando a situação. E depois, quando voltar com Rich tudo isso será passado.

— Como você é teimosa Liz! Não acredito que está falando isso! Até parece a Jess nessas horas. Colocando a razão acima das emoções.

— Que emoções?

— Estas! - ela ergueu as mãos, segurou meus ombros e me girou de frente para o espelho – Olhe pra você! Essa pessoa aí, que transborda emoção só aparece quando se trata de Frederic William Price lll.

— Não posso... - falei novamente.

— Não pode o que Liz? Ser feliz com alguém que você descobriu ser capaz de gostar?

— Ele não gosta de mim! - repeti.

Morgana ergueu as mãos como se não acreditasse no que ouvia.

— Ele não gosta de mim Morgana! - reafirmei. - Se ele sentisse algo por mim teria se comportado de maneira diferente quando contei sobre a aproximação de Rich. Mas não. Foi totalmente tranquilo e não mostrou nenhum sinal de que gostaria que eu não voltasse com o meu ex.

— Talvez ele esteja esperando por você. - ela sugeriu. - Esperando que você tome a iniciativa.

— O Fred? - perguntei rindo.

Se estivéssemos falando de qualquer outro eu até aceitaria. Mas não o Fred. Ele faz o que quer. Assume o que sente. Age como tem vontade. Ele nunca esperaria por mim. Ele tomaria a frente e me diria que quer ficar comigo.

Fomos interrompidas pelo coordenador de corredor que nos mandou para a aula. Graças aos céus Morgana pensou rápido e disse que estava com dor de estômago e que eu fora acompanhá-la porque teve medo de desmaiar.

Voltamos silenciosas para a sala. Cada uma para a sua. Porém, depois daquela conversa minha mente não conseguia pensar em nada com coerência.
Será que estava mesmo apaixonada por Fred? Será que havia a possibilidade dele gostar de mim? E Rich? Será que ainda sentia algo por ele?

Havia formas de descobrir o que se passava comigo afinal. E uma dessas formas seria continuar a levar a situação como estava até que tudo finalmente clareasse em minha mente e no meu coração.

E logo pude fazer um teste quando vi meu ex.

Meus sentimentos não eram indiferentes a Rich! Ainda estremecia ao vê-lo. Ainda sentia vontade de estar com ele. Ainda queria que ele me pedisse perdão. Ainda queria provar que somos certos um para o outro.

*****************

Da escola fui diretamente para a casa de Fred. Escapei de fininho das garotas. O porteiro, um homem baixo de grandes olhos azuis, me conduziu para o elevador, o assessorista me colocou no andar correto, assim que a porta do elevador se abriu entrei no ambiente que já conhecia. Larguei a mochila no chão ouvindo o som das portas se fechando atrás de mim.

A TV estava ligada, olhei em volta. Havia caixas de comida chinesa na escrivaninha, jogos espalhados pelo chão. Roupas penduradas na cadeira. E um amontoado de cobertores sobre o sofá. Fred estava lá, e parecia adormecido. Caminhei até ele, e seus olhos se voltaram para mim. Ele sorriu de lado. Estava pálido com uma pilha de lenços de papel jogados por todo canto.

— Oi Beth... - a voz saiu nasalada.

Sorri me sentando e ele se acomodou para sentar também.

— O que andou fazendo? - perguntei

— Nada, e você? Como foi a bagunça com as suas amigas? - ele poderia não estar bem, mas não perdia o hábito de brincar.

— Foi boa... comemos muito, assistimos muita bobagem.

Ele piscou.

— Garanto que você teria se divertido mais aqui comigo.

Sorri, não duvidava. Ele voltou a deitar enquanto puxava a manta para perto do pescoço. Me levantei, parando ao lado dele, passei a mão pela testa.

— Fred.. você tomou algo para esse resfriado?

— Não. - falou a verdade finalmente – É sempre assim, eles vem e vão. Nunca tomo remédios.

Era fácil de acreditar que ele fizesse isso. Mas daquela vez não seria assim.

— Tem termômetro aqui?

— O que é isso? - ele perguntou e imediatamente lhe ofereci um olhar atravessado. - Estou brincando. – se remendou rapidamente – Não tenho... ou melhor, acho que não... - olha no banheiro, tem uma caixa lá, minha última cuidadora deixou... nem sei o que tem dentro.

— Fred, você é impossível. - comentei levantando para procurar no banheiro. Uma busca em vão. Não havia nada dentro da bendita caixa, nada além de curativos vencidos, pastilhas vencidas, um xarope vencido, analgésicos vencidos. A segunda opção era, ligar para a farmácia. Pedir termômetro, remédios para resfriado e esperar.

— Pronto. - falei quando finalmente me sentei em frente a ele - Em poucos minutos teremos tudo o que você precisa para ficar bem.

— Obrigado! - ele agradeceu e eu percebi que os olhos dele estavam vermelhos.

— Porque está deitado aqui?

Me ajustei sobre o tapete bem próxima ao sofá.

— Por que não gosto do meu quarto. - ele foi sincero. - É muito grande e vazio.

— Agora que eu estou aqui você poderia deitar na sua cama. Vai se sentir mais bem acomodado. Não disse que está com dor no corpo?

— Mas depois você vai embora. - um menino mimado falando, pensei, mas logo lembrei que todo homem é assim. Ele concluiu: – Prefiro ficar aqui.

Os remédios chegaram. A primeira coisa a se descobrir era se ele realmente estava febril. Lembro que aprendi com a cuidadora do meu irmão que a febre age de formas diferente nas pessoas. Cada um tem uma característica quando está com a temperatura alterada. E como não conhecia as características de Fred, precisava do medidor.

— Sente! - ordenei e ele sentou sem contestar muito. Puxei a pilha de mantas e percebi que por baixo ele usava uma camiseta branca e calças de pijama. O corpo estava quente, quase como se pegasse fogo. Ele estremeceu quando o toquei.

— Você está gelada! - reclamou

— E você está quente! - rebati. - Fique quieto agora!

Ele se recostou no sofá fechando os olhos. Os lábios brancos entreabertos. Rapidamente descobri que Fred não apenas estava febril como sua febre era alta. Trinta e nove graus.

— O que você está sentindo? - perguntei remexendo no pacote de remédios.

— Dor de cabeça e no corpo. - não parecia mentira.

— Dor de garganta? - perguntei.

— Leve. Quase nada.

Ele espirrou seguidamente e se agarrou ao pacote de lenços de papel. Os olhos lacrimejaram, ele suspirou irritado. Era um resfriado mesmo.

— O que andou fazendo? - perguntei novamente.

— Não fiz nada... deixei você em casa na sexta, vim para cá, dormi até meio dia, e acordei assim.

— Você comeu Fred?

— Sim...

— Verdade?

— Verdade mamãe.

Era provocação, mas eu ri enquanto abria um envelope com um remédio para resfriado. Rezando para que não fosse nada mais grave. Caso ele não melhorasse com aquilo, o mais certo seria levá-lo ao médico.

Fred não se recusou a fazer uso do medicamento, mas exigiu que eu me deitasse com ele. Não me importei. Seria bom poder ficar apenas abraçada a ele sem nada mais.

Me enfiei sob a manta junto dele, Fred se recostou em mim, o corpo dele estava muito quente. E de vez em quando estremecia. Ficamos calados, de frente um para o outro, a cabeça dele repousando sob a minha, um braço na minha cintura.

De repente notei que ele dormiu. Mudei calmamente de posição ainda mantendo a cabeça dele junto ao meu corpo, ele começava a suar. Podia ver pouco da pele branca, dos fios castanhos.

Droga de vida!

Estava apaixonada por aquele imbecil mimado! Morgana tinha razão. Não podia mais mentir para mim mesma. Aquilo que eu sentia junto dele, não era outra coisa.

Afaguei os cabelos com cuidado. Fred esperaria sinceridade de mim. Eu deveria confessar como me sinto? Esquecer Rich, deixar meus planos para lá e tentar descobrir se Frederic sentia o mesmo que eu?

Ele se moveu e gemeu, me apertou um pouco mais.

Se eu falasse e ele não se sentisse como eu, sabia o que ouviria. Ele me diria claramente que estava enganada. Que ele não gostava de mim. Que estava apenas se divertindo como disse que faria, e ainda sentiria pena de mim por me enganar tão estrondosamente com alguém como ele.

Não... não estava preparada para isso.

Covarde? Sim! Sei disso.

Eu teria coragem de me atirar aos pés de Rich e pedir que voltasse comigo. Mas não conseguia me imaginar ouvindo Fred dizer que não sentia nada por mim.

 


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Notas finais do capítulo

Gosto da Morgana! kkkkkk pq será?


Relembrando a fic. Fred e Liz tem um trato. Ele a ajuda, e ela aceita "ficar" com ele até que o Rich volte. Mesmo q a relação deles esteja mais íntima, é esse o trato e a não ser que um dos dois se confesse apaixonado, acho que está fadada a chegar a um final.

Vou tentar postar antes de sexta, mas não sei se conseguirei. BJO espero por vcs queridas leitoras, e vou tentar atender sempre q possivel o q vcs me pedem.

Relembrando a fic. Fred e Liz tem um trato. Ele a ajuda, e ela aceita "ficar" com ele até que o Rich volte. Mesmo q a relação deles esteja mais íntima, é esse o trato e a não ser que um dos dois se confesse apaixonado, acho que está fadada a chegar a um final.