Hey! I love you... escrita por Lilissantana1


Capítulo 1
Capítulo 1 - Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Tomar um fora nunca é legal. Especialmente se vc ainda ama a pessoa. Mas, um novo horizonte pode se abrir quando coisas ruins acontecem. Lizzie vai demorar um pouco a perceber isso. BJOOOOOOOOOOOOOOO



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Meu nome é Elizabeth Gillies, mas todos me chamam de Lizzie como a protagonista de Orgulho e Preconceito, livro favorito da autora favorita de mamãe.

Pertenço a uma família pequena que tem pouco contato familiar. Somos apenas três integrantes, minha mãe Rebeca, meu irmão caçula Héric e eu. Papai morreu quando eu tinha oito anos e ainda sinto muito, muito a falta dele. Especialmente porque quando ele estava aqui nós realmente éramos uma família unida.

Mas... e apesar disso, de lá para cá nossa vida mudou radicalmente em todos os sentidos. Mamãe precisou trabalhar em tempo quase integral, e por isso nós passávamos cada vez mais e mais horas com babás ou cuidadoras. Lentamente fui aprendendo a cuidar de mim e também de Héric. Agora, depois de tantos anos, nem sei se me habituaria a ter a presença de pais constantemente no meu pé. Controlando todos os meus movimentos.

De qualquer forma, não costumo andar fora da linha. Sou razoavelmente tranquila. As três melhores amigas que uma garota poderia querer Jéssica, Morgana e Savana me pertencem e somos quase como irmãs de pais diferentes. Juntas desde os anos inciais da escola.

Não sou nenhuma animadora de torcida, mal cheguei a um metro e sessenta, meu corpo é pequeno e sem muitos volumes. Sempre me considerei uma garota normal e com poucos atrativos físicos, ou seja, sem seios fartos e proeminentes. Mas, nunca me achei feia. Isso nunca!

Pode-se dizer que sou inteligente, nada muito acima da média, mas minhas notas são ótimas. Então, talvez seja um pouco acima da média.

Divido os dias com um namorado perfeito, lindo, perfeito, cheiroso, maravilhoso. Inteligente, educado, bem estruturado. Que é meu chão. Meu porto seguro. Richard e eu estamos juntos há pouco mais de um ano. E esse tem sido o melhor período de minha vida levando-se em conta que estou apaixonada por ele desde que o vi pela primeira vez na sala da senhorita Abagnale. Na segunda série.

Nós tínhamos muitos planos para o futuro. E vivíamos falando sobre eles. Montando e organizando cada detalhe de uma possível ida à mesma universidade. Entretanto, nas últimas semanas algo esteve muito esquisito com Richard, ele não parecia mais o mesmo. Estava mais calado. Chegando ao ponto de algumas vezes me sentir quase como uma intrusa quando o via conversando com os amigos e me aproximava. O assunto mudava, eles praticamente se calavam.

Estranho.

Não conseguia atinar no que poderia estar acontecendo. Então, resolvi não levar adiante, não esquentar. Talvez fosse algum problema com... os pais dele? Apesar de parecerem uma família do tipo comercial de margarina, o que segundo Savana, provoca náuseas em qualquer pobre mortal, algo poderia ter acontecido.

E... se fosse assim ele não teria me contado? Me perguntei e logo respondi. O problema pode não ser dele para me contar. Se fosse com minha família e me pedissem para manter segredo, com certeza seria isso que eu faria. E Richard é muito ligado a dele. Então...

Também pensei que poderia ser algo relacionado com as muitas horas que ele tem usado para estudar matemática e se preparar para as olimpíadas anuais de escolas secundaristas. Entretanto, logo descartei essa possibilidade quando o ouvi conversar tranquilamente com nossos amigos sobre o assunto.

Apesar de nada comentar, com o passar dos dias minhas dúvidas só aumentavam, até que finalmente, no último dia de aula, antes do feriado de Ações de Graças, ele decidiu me “contar” o que era. Trocamos um beijo rápido antes de nos separarmos, ele iria para a aula de química, eu para literatura. Quando se afastou ficou me olhando com aqueles olhos castanhos lindos, de uma maneira estranha, como se estivesse perdido, distante. Circulei o queixo marcado dele com a ponta do dedo pensando no quanto sou sortuda por ter alguém tão especial assim ao meu lado quando Richard falou:

— Lizzie... - e se afastou do meu gesto de carinho. - Acho que é melhor a gente dar um tempo... - apesar de não me olhar diretamente a voz dele era firme.

Minha primeira reação foi rir do comentário. Ele permaneceu sério, não entrou na minha, ergueu os olhos e me encarou, havia determinação em seu olhar, e foi só então que percebi: era sério.

Mas não podia ser sério.

Num primeiro momento perdi a capacidade de falar. Fiquei boquiaberta olhando para ele.

— Isso não... você... não... - comecei a gaguejar como a boba que sempre fui e ele desviou os olhos dos meus. Pior do que isso, ele largou minhas mãos. Era a confirmação de que tudo aquilo que eu esperava e não esperava que acontecesse, ou tinha certeza de que não aconteceria, estava acontecendo.

Era real.

— Richard... - chamei com a voz engasgada, buscando os olhos dele. Precisava trazê-lo à razão. Precisava lembrá-lo que somos um casal perfeito. Ninguém, nenhum outro casal combina tanto quanto nós. Nem mesmo Britani e Doug, a líder de torcida com o capitão do time de futebol.

— Não está mais dando certo Lizzie... - ele falou dando um passo para trás me puxando de volta para aquele momento - Você é inteligente, sei que percebeu que não estamos como antes... não sabia como falar... desculpe se estou dificultando tudo... não queria falar assim. Mas, não estava dando mais... - repetiu acomodando a alça da mochila sobre o ombro.

Sim, eu percebi que “ele” estava diferente. Entretanto eu continuava igual. Para mim tudo estava igual. Minha paixão, meu amor pertenciam apenas a ele como sempre foi.

— Mas... eu... eu não... - o que havia comigo? não conseguia formular uma única frase conexa! Que droga! Pensei batendo com a mão contra os cadernos nos meus braços. Mais irritada comigo do que com ele.

— Conversamos melhor depois... - ele falou finalmente se afastando certamente aproveitando minha súbita gagueira para escapulir sem maiores explicações.

Explicações que eu ia cobrar sim.

O chamei uma vez sentindo a voz travada na garganta mas ele não me atendeu e pouco depois sumiu no corredor lotado de gente indo e vindo. Fiquei ali parada mais alguns segundos, sentindo as lágrimas inundarem meus olhos e embaçarem minha visão. Sem saber o que fazer. Para onde ir. Com quem falar. E só depois lembrei que deveria ir para a aula de literatura.

À merda com a aula de Literatura. Pensei zangada. Meu mundo estava desabando novamente o que eu queria com uma aula sem importância?

Alguém que não identifiquei passou por mim perguntando com aquele tom de fofoca: A Elizabeth está chorando? Era só o que me faltava, agora seria assunto da escola toda.

Determinada a não bancar ainda mais a idiota largada pelo namorado, passei as costas das mãos pelas linhas finas que escorriam sobre minha bochecha e tentei ingressar na multidão sem qualquer vontade de realmente ir para a sala da senhorita Ross ouvir ela falar sobre poemas românticos... droga! Era tudo o que eu precisava naquele dia. Ouvir sobre poetas que morreram de amor.

Com determinação travei a luta diária empurrando, tentando abrir espaço, lembrando que ao menos teria a presença de Morgana na mesma sala, ela me ajudaria a entender o que estava acontecendo pensei esperançosa.

Estava tão perdida em pensamentos que não prestei atenção para onde ia e de repente me choquei contra um corpo grande, bem, não tão grande, mas maior e mais alto do que o meu. Com o baque dei um passo para trás, me desequilibrei e cai sentada no chão. Pronto. Dia completo.

Elizabeth Gillies fora vista chorando e se esborrachando no chão, tudo no mesmo dia. Fofoca na certa. Teria sorte se ninguém estivesse filmando o acontecimento e no dia seguinte, ou ainda em poucas horas, um video meu circulasse pela escola.

— Você é um desastre Beth! - ouvi uma voz irritantemente zangada reclamar diante de mim, não precisava olhar para saber quem era, mesmo assim encarei os olhos cor de mel de Frederic William Price III, mais conhecido como Fred, segundo me contaram jogador central no time de Hóquei e desafeto declarado de Richard. Eles nunca se deram bem, nem mesmo quando éramos todos colegas há alguns anos. Sem falar que ele tinha essa irritante mania de me chamar de Beth.

O encarei.

Ele também me encarava.

Aqueles cabelos lisos e espetados pareciam eternamente desgrenhados, como se ele brigasse com a escova e nunca a passasse pelos fios escuros. Sem falar na ridícula barba rala que ele insistia em deixar sob o queixo. Mas tudo isso era normal, o incrivelmente diferente no nosso contexto diário era que o jogador estava acocado diante de mim com um caderno na mão e com a outra estendida em minha direção.

Fred pretendia me ajudar era isso? Mas se não fosse por ele eu simplesmente não teria caído. Ele me devia era um pedido de desculpas isso sim! Fiquei em pé sem a ajuda dele ainda sentindo a bunda dolorida.

— Você está bem? - perguntou se aproximando e se acocando um pouco para olhar no meu rosto. Ao contrário de Richard, Fred havia crescido mais do que se esperava de um garoto franzino, miúdo e magricelo que fora. - Está vermelha... andou chorando?— ele complementou a pergunta com outra mais invasiva e com certeza na intenção de me provocar.

Apertei os olhos na direção dele vendo aquele sorriso levemente torto se expandir nos lábios debochados.

— Estou ótima! - retruquei erguendo o nariz, tentando reter as lágrimas no lugar em que deveriam ficar, dentro da minha garganta.

Ele se afastou levemente com ar desdenhoso.

— Ótimo! Fico satisfeito em saber Beth... - e me deu as costas novamente, ele estava conversando com alguns garotos do time de futebol, entre eles Doug, o loiro, musculoso e lindo capitão que me olhou de lado. Não posso negar que um dia, um dia muito distante tive uma queda bombástica por ele, mas agora, só o que sinto pelo Douglas é nojo. Ele é nojento, metido, egoísta, e o pior de tudo, burro. E esse sentimento se espalha para todos os outros membros de qualquer equipe esportiva de nossa escola. Nenhum deles vale metade do meu... oh!... de Richard.


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Notas finais do capítulo

Estou há dias escrevendo. Nunca acho q ficou bom. Mas espero por vcs. Por favor, me digam o que acham. Não vou fugir muito do romance romântico, mesmo sendo uma fic mais atual. BJOOOOOOOOOOOOOOOOOOO gostei mais desta do que das outras q postei antes.