Pain, Loss and Love escrita por Deusa Nariko


Capítulo 1
Capítulo Único: Pain, Loss and Love


Notas iniciais do capítulo

Olá, olá e olá :)

Aproveitando os feels destruidores que o filme da Mulher Maravilha causou em mim, resolvi escrevi uma one-shot focada numa das cenas mais lindas do filme (o filme todo é lindo, mas essa cena com Steve e Diana me deixou surtando T-T).
SPOILERS DO FILME ADIANTE! Leia por sua conta e risco!

O título da one-shot é o nome de uma das músicas compostas para o filme: Pain, Loss and Love, por Rupert Gregson-Williams.
Vou deixar o link pra quem quiser conferir e se afogar em lágrimas como eu: https://www.youtube.com/watch?v=bpSZvLeMObQ

Boa leitura!



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Pain, Loss and Love

Por Deusa Nariko

✧✦✧

Bélgica, 1918.

 

Havia começado a nevar há poucos minutos. Flocos de neve, tão brancos quanto puros, espiralando na brisa enregelante, nos sussurros do vento que varria aquele vilarejo recém-liberto da opressão do exército alemão.

Steve Trevor se viu incapaz de desviar o olhar da deusa amazona nos seus braços. Ela se divertia como uma criança ao ver a neve pela primeira vez, sua inocência era um dos aspectos cativantes de sua personalidade. Para Diana de Temíscira, tudo no mundo corrompido dos homens era uma novidade, às vezes deliciosa, às vezes desagradável.

O cabelo dela, escuro como a noite, estava pintalgado por flocos de neve agora. Ele ainda segurava a sua mão, embora eles tivessem parado de valsar. Os olhos amendoados de Diana o fitavam, expectantes, ainda aguardavam sua resposta, talvez.

Como é casar, ter filhos e envelhecer juntos?, ela havia perguntado a ele minutos atrás. Sua sinceridade o havia levado a respondê-la: “Eu não sei”. Steve jamais conhecera esse sentimento antes, jamais havia sido levado pelas amarras do amor a querer desejar uma vida tranquila com alguém.

Mas, inesperadamente, com Diana ele podia se ver desejando essas coisas, bobagens que ele descartou no passado por conta de sua vida tumultuada por missões perigosas e mentiras. Steve era um espião, ele havia se convencido há muito tempo de que não seria um bom marido ou talvez um bom pai. Mas por que Diana parecia poder se encaixar tão bem em sua vida?

Ela era forte e totalmente independente. Não precisava de sua proteção, muito pelo contrário, acabara salvando sua vida por mais de uma vez. Seria Diana aquela quem esteve predestinada a encontrá-lo e a resgatá-lo de sua vida de solidão? Não, Steve sabia, era ele quem havia chegado até ela. Havia sido ele a encontrá-la, a cair na sua ilha. Era o destino dele, Steve percebeu, encontrá-la e trazê-la ao mundo dos homens, a princesa imortal de uma sociedade de guerreiras.

Diana havia provado que ele estava enganado tantas vezes já. Ela era quase um milagre em sua vida, do momento em que o resgatou dos destroços do seu avião até quando atravessou a Terra de Ninguém e libertou um vilarejo do exército alemão.

— Steve? — ela o chamou com sua voz melódica, dispersando suas divagações e lembrando-o de que eles ainda estavam um nos braços do outro, estagnados em meio à neve que caía.

Devagar, ela sobrepôs a mão dele com a sua, abaixando-a num convite tácito. Steve a segurou como se fosse a coisa mais preciosa que ele já tivera a dádiva de tocar — e Diana era.

Sem que qualquer palavra a mais fosse trocada entre ambos, ele se deixou levar por aquele sentimento que ardia no seu peito. E devagar, eles caminharam juntos pela terra coberta pela neve em direção a uma grande construção, uma hospedaria cujas acomodações haviam sido gentilmente oferecidas a eles, os heróis que salvaram aquele lugarejo. Diana foi à frente, subindo as escadas com Steve em seu encalço o tempo todo.

Ela entrou primeiro no quarto mal iluminado enquanto Steve hesitava à porta. Talvez ele devesse ser um cavalheiro com ela uma última vez (embora Diana não tivesse ideia do que esse conceito significava), dar-lhe uma última chance, mas não havia dúvida alguma nos seus olhos quando ela o olhou inquisitivamente, indagando com sua expressão facial se ele não entraria de vez e fecharia a porta.

Steve o fez, fechando a porta silenciosamente. A maioria das mulheres sentiria constrangimento em conversar abertamente sobre sexo, até mesmo em mencionar conjunções carnais, mas Diana não era como elas. A cultura na qual havia sido criada era diferente. E mesmo assim ela continuava a surpreendê-lo nesse quesito. Sua confiança e sinceridade eram quase de outro mundo, ao menos numa sociedade tão preconceituosa e cruel para com as mulheres.

Mas Diana também era única, resplandecente como o sol, ofuscando tudo à sua volta e não só por ser uma mulher belíssima, mas especialmente por sua personalidade compassiva, corajosa e altruísta.

Steve se aproximou quando os últimos resquícios de dúvida desvaneceram da sua mente. Eles estavam ali para descobrirem um ao outro, talvez para sanarem questionamentos que os afligissem. Em todo o caso, ele levou a mão fria e calejada ao rosto dela, tocando-a e se sentindo um profano ao fazê-lo. Ela era uma deusa. Ele, apenas um mortal exaurido pelos anos que passou na guerra.

Diana também o tocou, sem inibições. Talvez estivesse afoita para fazê-lo. Era o primeiro homem que tocava, o primeiro homem com quem se relacionava. E não por que ele fora o primeiro em quem pôs os olhos. Steve havia conquistado sua afeição e confiança, provou-se digno.

Eles se beijaram na semiescuridão. Apenas um facho de luz âmbar provinha de um velho abajur, à cabeceira da cama estreita. O quarto estava gelado, neve se acumulava no parapeito da grande janela de vidros sujos. Mas ali dentro, a paixão entre ambos ardia.

Steve suspirou. Diana era quente como o sol também. Sua pele e seu cabelo rescendiam às flores mais selvagens em que ele pudesse pensar. Mas também cheiravam ao fulgor do campo de batalha. Porque ela era uma guerreira ao passo que também era uma mulher.

Mas seus lábios macios e cheios eram doces, talvez um reflexo de sua alma pura e compassiva, desesperada por salvar e proteger quantas vidas ela pudesse. Steve levou as mãos aos ombros dela, saboreando seu gosto doce e viciante na ponta da língua. Ela avançou sobre ele, sem receios e sem dúvidas. Apoiou as mãos no seu peito, procurando despi-lo da sua jaqueta pesada. Uma vez tendo concluído o seu intento, agarrou mechas do seu cabelo curto e loiro, fazendo-o grunhir contra os seus lábios.

Steve não tinha ideia de sua experiência, mas, oh, ela estava aprendendo rápido, lutando pelo controle e dominando-o, até que as mãos dele a despiram do manto negro e pesado que ela usava, deixando-o cair ao redor dos pés dela.

E foi então que ele se obrigou a se afastar da amazona por um momento enquanto seu cérebro absorvia a visão dela, parada no meio do quarto e vestida de armadura. A luz dançava nos contornos do seu traje justo, iluminava a pele acetinada e queimava no castanho dos seus olhos brilhantes de desejo.

Steve segurou a respiração. Diana era uma visão. Uma deusa grega em pessoa. Quando entreabriu os lábios que ainda formigavam pelos beijos dela não conseguiu evitar um murmúrio de paixão.

— Uau. Acho que vou precisar da sua ajuda.

Diana abriu um sorriso largo e encantador, divertindo-se com a sua reação exagerada.

— Por quê?

— Nunca despi uma mulher de armadura antes — revelou com ar divertido e honesto, arrancando outro sorriso da amazona.

Felizmente, foi a própria Diana a remover a maior parte de sua armadura, despindo-se para ele enquanto o próprio Steve a imitava, despojando-se de suas roupas, até que se viu frente a frente com uma linda mulher usando apenas um par de poderosos braceletes de prata em cada pulso.

Eles se reaproximaram ao mesmo tempo e voltaram aos braços um do outro. Steve tocou sua cintura e costas ao passo que ela roçou seu peito e enlaçou seu pescoço com um suspiro que culminou nos lábios dele. Devagar, ele a guiou até a cama estreita, explorando o corpo esguio, porém musculoso com toques firmes.

Quando a deitou sobre os cobertores, ele precisou se lembrar de como respirava outra vez. Os cachos negros estavam espalhados sobre a fronha do travesseiro e os olhos, ah, os olhos estavam fixos nos dele e não se atreviam a desviar nem mesmo por um segundo.

Diana ergueu-se até ele num movimento ousado para beijar seu pescoço e peito. Nus, ajeitaram-se da melhor forma possível no colchão estreito, abraçados e entregues enquanto exploravam um ao outro lentamente. Steve achou que nunca havia gemido o nome de uma mulher como gemeu o de Diana naquela noite fria.

Ela não possuía qualquer inibição e provou a ele mais de uma vez que, sim, havia, de fato, lido os doze volumes acerca de reprodução e conjunção carnal de Cleo. Seus sorrisos lascivos na semiescuridão eram encantadoramente estimulantes. Ao mesmo tempo, havia uma inexperiência velada em seus toques e beijos, uma necessidade de experimentação.

Mais forte do que ele ou qualquer outro homem, ela não teve dificuldades em domá-lo e prendê-lo contra a cama, mesmo que tenha lhe entregue o controle por vezes, satisfazendo-se em deixá-lo explorar o seu corpo treinado desde cedo para a batalha e em olhá-lo daquela forma provocante.

Então, quando se viu ainda abraçado a ela, algum tempo depois, sob os cobertores, imaginou o que ela estaria pensando, Diana era uma incógnita, mesmo que os ideais que a guiassem fossem os menos surpreendentes e os mais simples: amor e compaixão.

Ele esfregou seus dedos na pele dos braços dela, para apaziguar qualquer frio que ela viesse a sentir — mesmo que dificilmente o sentisse. Diana virou o rosto para ele, sentia os olhos dela sondando-o com curiosidade.

— Como é isso, Steve? — ela voltou a perguntá-lo, sedenta por respostas e Steve entendeu.

Exalou todo o ar de seus pulmões demoradamente. Já não tinha tanta certeza de que desconhecia a resposta.

Para Diana, a chegada de Steve em Temíscira havia mudado a sua existência por toda a eternidade. Ela sangrou naquela praia, depois de salvá-lo do afogamento, onde lutaram juntos pela primeira vez, e ao lado de um exército de Amazonas.

Experimentou o luto pela primeira vez, a dor amarga e profunda, quando sua tia e mentora morreu nos seus braços para salvá-la, balbuciando sobre “a matadora de deuses”. Diana usara a tiara dela como prova de sua bravura mesmo frente à morte.

Agora, ela se perguntava o que mais o charmoso Steve Trevor a levaria a experimentar. Ela jamais saberia como era envelhecer lentamente ao lado dele ou de qualquer outro mortal que viesse a amar. Como poderia? Era abençoada com a imortalidade e nunca havia questionado essa dádiva dos deuses — até aquele momento.

Talvez ela e Steve jamais tivessem a oportunidade de encontrar aquela resposta. Afinal, ela ainda tinha que deter Ares e salvar a humanidade de sua influência maléfica.

Steve a abraçou mais forte e beijou sua testa, murmurando algo sobre eles dois precisarem dormir, pois tinham que continuar a missão de encontrar o general Ludendorff e sua comparsa, a Doutora Veneno, no próximo dia. Mas Diana estava inquieta.

Seus pensamentos a impediam de pegar no sono como Steve e seu coração se afligia com o rumo de alguns deles.

Mas o que realmente importava era que ela detivesse Ares e, com isso, salvasse a humanidade. Tinha que se concentrar em sua missão, lidaria com aqueles questionamentos envolvendo Steve depois.

Sua mente lhe dizia que eles tinham tempo, mas seu coração a contradizia. Talvez ela nunca mais tivesse a chance de dizer àquele homem o que estava verdadeiramente sentindo.

Irritada com esse pensamento, Diana o descartou e procurou pegar no sono, aquecida pelo corpo de Steve. Tudo daria certo no fim, estava quase certa disso. Quando ela matasse Ares com a Matadora de deuses, tudo voltaria a ser como era.

Nada poderia dar errado.

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Eu tenho que confessar que não shippava um casal em filme assim desde Daredevil (sim, me julguem, eu gosto do filme do Daredevil!).
Mas, enfim, Gal Gadot e Chris Pine me devastaram. Eu não consigo ver um gif ou foto desses dois sem cair no choro. Tá difícil. Mas vida que segue e vamos torcer pra que encontrem uma forma de trazer o Steve de volta pra Diana porque ELES MERECEM FICAR JUNTOS! T-T

Mas e aí? O que acharam de Mulher Maravilha? Gostaram do filme? No meu caso, superou todas as minhas expectativas. E olha que eu estive aguardando esse filme ser feito pelos últimos quatorze anos da minha vida HAHAHAHAHA

Gal é maravilhosaaaaa, Chris é maravilhoso e Patty Jenkins a nossa rainha. Que venha Mulher Maravilha 2!

Não esqueçam de deixar reviews, venham sofrer comigo por WonderTrev :*