In Search of Truth escrita por nywphadora, nywphadora


Capítulo 1
Prólogo




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Marlene permitiu que a fumaça escapasse de seus lábios, apreciando como os seus pulmões ficavam vazios daquela forma, sentindo os prazeres que a nicotina a proporcionava. Não podia aproximar-se de uma boa dose de whisky durante o trabalho, mas o cigarro era uma forma de desestressar-se, uma forma que a deixava sóbria.

— Você tem certeza de que quer fazer isso?

Olhou para o lado, ainda sustentando aquele pequeno objeto branco a centímetros de sua boca.

— Eu tenho — respondeu Marlene, confiante.

Amelia Bones era a primeira a quem poderia recorrer. Seria a única que a escutaria, sabendo que Sirius nunca teve um julgamento decente. Ela tinha sido da casa dos justos, e o que aconteceu no Ministério não tinha sido uma prova de justiça. Além do mais, ela tinha poder para ajudá-la em sua investigação

— Muito tempo se passou — Amelia disse, quase que com pena — O Ministério não gostaria de aceitar que esteve errado em algo.

— Então vamos fazer por baixo dos panos — Marlene ajeitou-se na cadeira — Por favor, Amelia, eu sei que você pode me ajudar. Eu não sei a quem mais recorrer...

Ela pareceu indecisa.

— Você é auror, não é? — perguntou — No Ministère de la Magie.

— Eu planejava pedir transferência, mas, se o Ministério não está tão aberto a contradições, vamos considerar como uma demissão — disse Marlene, dando outra tragada.

— A única forma é você se infiltrando em Azkaban.

Ela concordou com a cabeça, soltando a fumaça o mais lentamente possível, tanto por prazer próprio quanto para não incomodar tanto a outra.

— Você não entendeu — disse Amelia, séria, despertando a sua atenção — Ser uma funcionária da prisão é impossível, nem eu posso fazer isso. Necessita muitos contatos e experiência. Coisas que você não tem, não mais.

Marlene pensou em Dumbledore, mas logo descartou a opção.

Não sabia se podia mais confiar naquele homem, considerando que ele mesmo nunca fez algo para averiguar as circunstâncias da morte de Pettigrew — e apenas isso, já que qualquer pessoa que conhecesse Sirius não poderia acreditar na história da traição.

— Então eu poderia completar a transferência e visitar regularmente — disse Marlene — Como se fosse uma vistoria para ver se está tudo certo.

— Azkaban não tem vistorias, ninguém se importa com aquele lugar — Amelia riu sem humor.

Ela tentou pensar em outras soluções, mas não conseguiu, então desistiu.

— O que você sugere, então? — ela perguntou.

— A única forma de você entrar em Azkaban sem levantar suspeitas, e eu posso te ajudar nisso, é como uma prisioneira.

Marlene quase derrubou a cigarro.

— Você está me dizendo que... — ela tinha certeza de que empalideceu.

— O quanto você ama aquele homem? — Amelia perguntou.

Marlene ajeitou-se na cadeira, apagando o cigarro no cinzeiro, sentindo que nem ele poderia acalmá-la naquele momento.

— Eu não... — ela limpou a garganta — É só uma investigação extra oficial.

Amelia não deixou-se enganar por sua resposta.

— Se você acredita que Pettigrew não está morto e é o culpado por tudo o que aconteceu, você poderia procurá-lo, mas é um animago não registrado em um mundo cheio de ratos facilmente confundidos — ela disse, franzindo o cenho — É como procurar uma agulha no palheiro. Se você realmente se importa com Sirius, a única forma de provar a sua inocência é tornar-se uma prisioneira, mas não uma qualquer. Eles vão te reconhecer.

Marlene ficou em silêncio, e Amelia reuniu algumas pastas, acreditando tê-la convencido de desistir dessa ideia.

— Eu devo isso a eles... — Marlene murmurou, depois de algum tempo.

— A quem? — Amelia perguntou, suavemente.

— Lily, James... O próprio Harry. Sirius não merece ficar preso por um crime que não cometeu.

Ela engoliu em seco, desviando os olhos da funcionária.

— Não vou mentir, não será fácil — disse Amelia — Ele parece acreditar na própria culpa.

— Típico dele — Marlene passou as mãos pelos olhos.

Então respirou fundo, olhando decidida para ela.

— Eu farei o que for preciso.


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