Você é meu destino -Quileutes -pós Saga Crepúsculo escrita por Karina Lima


Capítulo 9
Lendas Quileutes


Notas iniciais do capítulo

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— Vamos, Lav. Por favor. – Seth me implorou pela décima quarta vez naquela noite. Mas agora ele estava em seus joelhos. Havia se passado apenas dois dias desde fomos a casa dos Cullen e eu resolvi dar uma chance a ele depois da conversa com a Nessie. Só não sabia como. – O trabalho de filosofia pode esperar um pouco.
Ele estava tentando me convencer a ir a uma tal de fogueira. Na verdade, era onde os anciões da tribo quileute se reunia para contar histórias do passado dos lobos quileutes. Bem, todos os amigos – estranhamente – morenos, altos e fortes estariam lá com suas namoradas - realmente me intrigava se eles formavam um grupo de academia ou esteriótipos.
E eu seria a "acompanhante" de Seth. Eu não estava muito afim de ir, pois estaria muito desconfortável, como sempre fico em esse tipo de evento. Eu achava que aquela vez tinha sido esse tal encontro. Mas foi algo entre amigos. Desta vez parecia mais... formal.
— Seth, eu não sei... – parei minha frase, sabendo que estava prestes a ceder a ele.
— Eu faço o que você quiser. – ele falou apressadamente, também percebendo a minha quase falha resistência. – Serei seu escravo pelo resto da sua vida.
Suspirei, e aceitei.
— Tudo bem. – quase grunhi de brincadeira, e me surpreendi quando ele se levantou e me deu um abraço apertado, que me fez perder o fôlego.
— Obrigado, vai ser bem mais legal com você lá. – ele falou ao pé do meu ouvido, e senti um prazer estranho em meu corpo.
— Seth, eu sei que você está feliz, mas eu ainda gosto de respirar. – falei, quase engasgada.
Ele me soltou imediatamente, tendo cuidado para eu não cair. Respirei – fazendo cena – e sorri.
— Obrigado por aceitar. – ele agradeceu novamente.
— De nada. – falei, afim de me livrar de seu olhar. – Mas podemos passar na casa da Nessie antes? Eu preciso de algo para vestir.
— Se você quer assim, então vamos. – ele falou.
No outro dia estávamos tendo um ótimo papo, quando infelizmente, tocou o sinal, anunciando o fim do intervalo. E mais algumas infelizes horas sem vê-lo.
— E aí, você não vai mesmo mais tarde para ouvir as histórias? – Daniela me perguntou durante a aula de química. Sempre imaginei que as escolas da televisão eram diferentes da realidade. Mas nessa aula de química, aqui na reserva, a gente fazia experiências com fórmulas em líquido. Era muito divertido.
— Eu vou. – respondi, a olhando por cima dos meus óculos de proteção, que substituíram os meus de grau.
— Sério? – ela perguntou, a excitação cintilando em seus olhos.
Afirmei com a cabeça, meio sem jeito de isso ter parecido tão importante para ela. Caramba! Mal chego em Forks, e já tenho duas ótimas amigas, que pelo jeito, ficaram também muito felizes por me conhecerem.
— Seth me convenceu. – confessei, me arrepiando só de lembrar dele.
— Devo agradecer muito a ele. – ela falou, brincando.
Estiquei minha mão para pegar a outra fórmula, ao mesmo tempo dela, que ao me tocar, me olhou espantada.
— Deus! – ela exclamou, chamando a atenção de alguns alunos perto de nós. – Você está mais quente do que deveria. – ela sibilou, agora baixo.
— Estou me sentindo normal. Você quem está fria. Sei lá. – dei de ombros, e tocou o sinal, anunciando o final das aulas. – Ah, finalmente.
Tirei meus óculos, e ela me imitou.
— E então? – Steven perguntou quando estávamos pegando nossas bolsas no canto da sala. – Te vejo mais tarde na escola?
Eu sabia que ele falava de um grupo de dança que iria se reunir aqui, com a ajuda da diretora.
— Na verdade, já tenho outro compromisso. – admiti, jogando minha bolsa por cima do ombro esquerdo. – Vou ir a uma festa com os meus amigos.
— Ah, claro. – ele falou. – Com o Clearwater, né?
Fiquei ligeiramente com raiva do modo que ele falou seu nome com desgosto.
— Ele e outros. – respondi, sendo um pouco rude.
Só notei que meu punho direito estava fechado quando Dani pegou minha mão e me puxou para fora da sala após um breve "Tchau". Eu realmente ia socá-lo sem sequer sentir meu movimento, de tão espontâneo que seria?
— Odeio garotos como ele. – ela falou, quando estávamos fora de seu alcance auditivo.
— Eu achei que ele era legal. – murmurei, decepcionada.
— Não tome nenhuma opinião precipitada sobre alguém. – ela me avisou, e tudo que eu pude fazer foi assentir com a cabeça. – Então, nos vemos mais tarde? – ela perguntou, assim que chegamos ao Seth, Collin e Brady, que tinham seus armários todos perto. Isso que eu chamava de sorte.
Seth me deu um beijo na bochecha assim que chegamos, e como de costume, eu corei.
— Claro. – respondi sorrindo. – Tchau, rapazes. – me despedi dos dois outros amigos de Seth, e eles acenaram com a mão.
Guardei meus livros no armário.
— Já avisei a minha mãe que vamos passar na casa dos Cullen. – ele falou a caminho da sua moto.
— Obrigada. – agradeci, recebendo um sorriso totalmente lindo em resposta.
Ele me deu o capacete, e eu o coloquei. Seth sempre era um cavalheiro me ajudando com o mesmo. Subimos na moto e ele deu a partida.
No caminho todo eu pensei em várias formas de de dizer que gosto dele – eu estava lutando contra isso apenas porque não queria me iludir. Mas depois do que a Nessie me disse... eu fiquei toda boba. Será mesmo que ele nunca ficou com nenhuma garota depois de me conhecer? Ou era aquilo que ela sabia depois de o conhecer? E os garotos o provocando, com todas as palavras que ele supostamente dissera. Ele não negou, e ficou envergonhado de fato.
De qualquer jeito, eu me entregaria a esse sentimento que eu sinto desde o vi pela primeira vez.
— Chegamos. – ele me tirou dos seus pensamentos, e percebi que ainda estava na moto, cuja estava parada.
— Ah, desculpe. – falei constrangida, descendo da moto e tirando o capacete. – Estava imersa nos meus pensamentos.
Ele riu, uma risada tão gostosa que me fez sorrir.
— Olá, Lavine, Seth. – o homem dos cabelos cor de bronze abriu a porta para nós assim que chegamos na tal. – Que bom vê-los aqui.
— Oi. – deixei Seth responder primeiro, pois estava meio tímida.
— Oi. – falei baixinho, e fiquei com medo de ele não escutar.
— Lav. – Nessie gritou correndo escada a baixo, e veio me abraçar. – Oi, Seth.
— Oi, Nessie. – ele falou, sorrindo.
— Então, - ela falou, agora comigo. – Alice separou algumas roupas para nós duas. – ela me puxou para a escada. – Eu não tenho certeza do que você gosta, então não deixei que ela colocasse algo extravagante. Só que isso não a impediu de separar umas dez combinações. Para cada.
— Uau. – murmurei, maravilhada, assim que chegamos ao seu quarto. Eu nunca tinha tido nada na minha vida. Realmente eu adorava roupas.
E então reparei no seu quarto. Era tão... lindo. Quatro ou cinco vezes maior que o meu, e com mobílias caras. As paredes e a porta eram vidro, e davam para uma linda vista - e uma passagem - para a floresta. Tinha cortinas num tom marrom muito claro, quase bege, e seu tecido grosso. Deduzi que era para impedir o sol de clarear o quarto pela manhã, para não incomodar.
— Seu quarto é lindo. – falei, olhando ao redor. Havia um empilhamento de livros ao lado de um fabuloso tabuleiro de xadrez. Minha paixão por livros é indescritível.
— Obrigada. – ela respondeu.
— Essa cama... - sussurrei, chocada.
— Antes era uma cama de casal de Edward e Bella. - ela deu de ombros. - Aí eles me deram o quarto. Pedi para reformarem recentemente.
Tinha um pequeno sofá na parede, com a aparência muito confortável, cheio de almofadas que eu tinha até receio de tocar de tão caras que parecia. Porém o impressionante era uma pequena escada ao lado. Não dava o outro andar, e sim para uma cama no topo dela, que era segurada por quatro barras de ferro lá no alto. Ela também se apoiava na parede, como parte da decoração. E ainda sim era uma cama de casal. A invejei por um momento. Era incrível.
Parecia uma beliche, só que totalmente modificado e planejado. Ficar em pé embaixo da cama não era impossível. Eu cabia.
— Caraca. - falei admirada.
— Eu fiquei um pouco louca demais por isso. - ela encolheu os ombros, acanhada. - Não quis que ficasse tão alto, mas ainda tem alguma altura. - ela olhou para cima. - Eu realmente gosto da escada.
— Ficou tudo muito bonito. - concordei. - Queria ter uma cama de casal.
— Venha dormir aqui. - ela pediu muito rápido. - Tenho certeza de que minha família não se importaria.
— Eu adoraria. - aceitei sem pensar. - Só tenho que pedir a Sue e Charlie.
— Vai ser incrível! - ela gritou, empolgada.
— Renesmee. – cantarolou uma voz de sinos feminina. – Chegamos do shopping.
E então ela apareceu andando, quase saltitando, até o quarto onde estávamos. Ela era a baixinha, mas com a perfeição incomparável, assim como o resto dos Cullen. Seus lábios estavam vermelhos, mais do que o habitual.
— Olá, Lavine. – ela me cumprimentou com a sua voz simpática.
— Por favor, apenas Lav. – pedi, sorrindo.
— Okey. – ela respondeu, juntando as mãos a frente do seu corpo. – Nessie, já sabe com que roupa vai?
— Nós estávamos escolhendo agora. – admitiu.
A gente passou alguns longos minutos escolhendo.
Alice não nos deixou escolher algo simples demais. Acabamos as duas com calça jeans, a dela num tom claro degradê, já a minha era uma cor escura e única. Não consegui tirar os olhos da roupa ao vê-la. Escolhi um top ao invés de sutiã, e outro top um pouco maior com certa transparência. Alice me deu um casaquinho branco para completar o tecido preto da roupa de cima. Ness optou por uma regata e a jaqueta que Alice acabara de lhe trazer. Alice me empurrou uma linda bota de cano curto e salto, dizendo que era presente. Ao colocar um coturno, Renesmee me garantiu que ela não usa a mesma roupa muitas vezes. E se eu não aceitasse, iria para a doação.
A gente desceu, e eu fiquei feliz de não escolher nenhum vestido.
— Eu falei que ela ia preferir calça. – Nessie falou, enquanto a gente descia as escadas com Rosalie (que fiquei contente por não me odiar, como pareceu no início. Até arrumou nossos cabelos em penteados simples) e Alice.
— Na verdade, eu adoro vestido. – me intrometi, já que era sobre mim que elas estavam falando. – Mas as vezes eu me sinto metida quando uso uma roupa bonita.
— Não me diga que você se importa com o que os outros vão pensar de você. – Alice exclamou, indignada.
— Eu me importo com o que eu vou pensar de mim mesma. – a corrigi.
Chegamos na cozinha, onde Seth e Jacob estavam devorando alguma coisa. Edward e Bella estavam com eles, conversando.
A reação que eles tiveram por nós foi particularmente embaraçoso para mim. Na verdade, Jacob não tirava os olhos de Nessie, e Seth não tirava os olhos de mim. Minha roupa não era lá essas coisas.
Depois de mais alguns longos minutos, e os homens da família – eles haviam chegado poucos segundos depois que descemos, só Edward e Bella que fuzilavam Jake com o olhar – zoando com a cara dos dois, menos Carlisle, nós fomos. Jake e Nessie na incrível e linda moto que, pelo que eu ouvi, Bella havia dado um presente ao melhor amigo, e Seth e eu fomos na sua.
Me surpreendi quando percebi que chegamos lá no horário certo. Já tinha muita gente comendo.
— Começaram sem mim? – Jacob fez drama, se sentando ao tronco com a sua namorada. Seth fez o mesmo comigo.
— Eu tentei impedi-los. – Sue murmurou. – Mas sabe como são.
Rimos.
Logo começou as lendas – depois de comermos muito. Bem, eu sou uma exceção, pois minha barriga não aguentava muita comida. Seth até insistiu que eu comesse mais, pois o que eu tinha comigo realmente não era lá essas coisas. Insisti que estava bem assim.
As lendas foram indo, até que chegou uma parte que, particularmente foi a que mais me interessou.
— Esse lobo teve imprinting por uma humana que mal conhecia. Ela ficou curiosa, e exigiu que ele dissesse seus segredos, pois sabia, de alguma forma, que isso também a envolvia. E então ele explicou: imprinting é como amor a primeira vista, na vida de um lobo. Porém mais intenso. Só acontece uma vez, e é para a vida toda. Irrevogável e incondicional. Nada nem ninguém pode fazer algo a respeito.
Depois disso, eu fiquei... desligada. Não ouvi mais muita coisa. As palavras que eu ouvia eram vagas. Eu estava muito concentrada, me perguntando se Seth havia sofrido esse tal de imprinting comigo. Ele me olhou de uma expressão impossível de decifrar na primeira vez. Possivelmente choque, ou admiração. Ele sempre me olhou com tanto amor, exatamente como Billy descreveu na lenda.
De repente olhei para Seth, que encarava o chão, nervoso. Sim! Eu sou o imprinting de Seth Clearwater.
O quão eu sou sortuda por ter um amor como esse na minha vida? Que sempre me defenderá, me amará, me apoiará.
Sorri e aproximei meu corpo mais do dele – o deixando surpreso – e me deitei em seu ombro, querendo ouvir o resto da lenda. Eu sabia que ele não se importaria.


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