Você é meu destino -Quileutes -pós Saga Crepúsculo escrita por Karina Lima


Capítulo 7
Um novo mundo. O novo. O... fascinante


Notas iniciais do capítulo

Já falei o quanto fico feliz com comentários e como estão gostando? Isso serve de combustível para mim!! :))
Apreciem sem moderação



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— E então? – Nessie perguntou, do outro lado da linha. Estávamos no intervalo agora, no refeitório, e ela me ligou. – O que acha de vir conhecer minha família? Eles adorariam te conhecer.

— Me desculpe, Ness. – falei, me lembrando do meu compromisso. – Seth disse que quer me contar algo depois da escola. Pode ser outro dia? – sugeri.

— Claro. – ela concordou imediatamente. – Bem, agora tenho que ir. Jake acabou de chegar. Beijo.

— Beijo. – falei e a linha caiu.

Soltei um riso. Era incrível como eles pareciam tão apaixonados.

— Se quiser ir hoje, podemos deixar para conversar outro dia. – Seth falou, provavelmente ouviu a minha conversa no celular.

— Clearwater, é muito feio ouvir a conversa dos outros. – fingi o repreender.

— Desculpe. – ele se encolheu, parecendo contrangido por tal coisa.

— Bisbilhoteiro. – Collin o acusou de brincadeira. Dani e Brady riram.

— Está tudo bem. – falei, ignorando o outros. – Podemos deixar a visita para outro dia. Eu fiquei realmente curiosa com o que você tem para me dizer. – acrescentei, dando outra mordida na minha maçã. (Seth insistia em eu comer algo. Acho que isso viraria rotina).

Ele pareceu nervoso com o que eu disse.

— Vamos para artes. – Daniela falou assim que o sinal tocou. Tinhamos algumas aulas juntos, para a minha alegria. Ficar com os amigos de Seth era tão bom quanto ficar com ele mesmo. – É boa em desenhos? – ela me perguntou quando chegamos ao corredor.

— Definitivamente não. – admiti, caçoando de mim mesma, e ela riu.

— Seth tem sorte de ter você. – ela falou, e eu podia jurar que corei. – Você é muito legal, acima de tudo. Engraçada, divertida, gosta dos amigos dele... é difícil achar alguém como você, nos dias de hoje.

— É o que todos me dizem. – suspirei.

— Nada além da verdade. – ela falou, e deslizamos para dentro da sala. Era bem bonita. Pintada num tom branco, dando claridade para o ambiente.

Steven estava nessa aula também, e todos ficaram chocados quando ele me recebeu com um beijo na bochecha. Muito perto da boca. Então dei um sorriso para disfarçar.

— Parece que ele gosta de você. – Dani cantarolou baixinho.

— Ele é só meu amigo. – falei, mas também sentindo uma certa verdade sobre o que ela falou.

— Seth vai ficar com ciúmes. – ela brincou, com um sorriso nos lábios. Bem, eu acho que foi uma piada.

— Também, apenas meu amigo. – suspirei. Bem que eu queria que fossemos mais do que amigos, ainda mais depois daquele beijo. E de suas palavras... Eu acho que ele não quis mesmo dizer aquilo. Foi apenas o calor do momento. Como poderia? – Uau, Dani, você desenha muito bem! – falei, assim que detectei um lobo muito bonito saindo em seu desenho.

— Obrigada. – ela agradeceu o elogio.

A aula passou voando, talvez porquê estivessemos nos divertindo. Saimos da sala, e ela entrelaçou nossos braços assim que vimos Steven nos seguindo.

— Então, te vejo amanhã? – ele perguntou quando chegamos ao corredor.

Assenti, dando-lhe a resposta com um sorriso caloroso nos lábios. E me deu mais um beijo na bochecha.

— Tchau. – ele falou.

— Tchau. – falei de volta, antes de ele virar e desaparecer entre a multidão.

— Mal chegou na escola nova, e já tem garotos aos seus pés? – ela falou em um tom meio brincadeira meio realidade.

— Juro que nunca imaginei isso. – falei, perdida em pensamentos. Eu poderia pensar em qualquer garoto que me fizesse sentir desse jeito... diferente. Mas tudo o que vinha em minha mente era Seth. Com aqueles lindos olhos castanhos escuros, seu sorriso torto e perfeito, seu jeito alegre de ser. E além do mais, ter um corpo que deixa qualquer uma babando.

— Até amanhã. – ela se despediu, e percebi que estava em frente a Seth, Collin e Brady.

Acenei com a mão enquanto o casal andava de mãos dadas para fora da escola.

— Tchau, Brady. – falei.

— Tchau, Lavine. Até amanhã.

— Até.

— Boa sorte, cara. – ele sussurrou para Seth quando passou por ele, e eu fingi que não percebi nada.

— Eu já avisei a minha mãe que chegaríamos mais um pouco tarde, em casa. – ele falava enquanto íamos para a sua moto. Tímida, entrelacei nossas mãos. Ele pareceu gostar do meu gesto. Seu toque me enviava uma sensação deliciosa, que eu simplesmente adorei. Eu estava meio constrangida, então falei:

— E é tão confidencial que não podemos ir para casa? – brinquei, erguendo uma sobrancelha.

— Um pouco. – ele murmurou baixinho, e sua voz me fez ficar preocupada. Era como se ele fosse perder alguém quando contasse alguma coisa.

— Bem, vamos lá, então. – falei, tentando levantar seu astral.

Ele deu um sorriso fraco – agora parecendo ficar com medo.

Ele deu a partida na moto, e aproveitei mais uma vez para jogar meus braços ao redor de sua cintura quente.

Chegamos rápido a uma parte da floresta, e eu não podia ver nada por além das árvores.

— Vamos lá. – ele ofereceu a mão para eu descer.

— Nós vamos entrar na floresta? – perguntei, e minha voz tremeu. – Quer dizer, não é perigoso?

Ele deu um riso fraco. Desde aquela manhã, ele parecia menos disposto. Como se algo tivesse interferido em sua vida de uma maneira brutal.

— Eu conheço bem essa floresta. – ele me garantiu. – Vamos?

Assenti, e comecei a segui-lo.

— Seth, espera. – o fiz parar e me encarar. – Você está assim pelo o que você vai me falar? Pois você está muito estranho.

Arrisquei-me a afagar seu cabelo, e me surpreendeu quando ele não fez nada contra isso. Pareceu suavizar sob meu toque.

— Quando chegar a hora, você vai saber. – ele tocou a ponta do meu nariz com o dedo, e eu sorri me encolhendo com seu gesto meigo.

E começamos a andar novamente.

Devo dizer que foi verdadeiramente vergonhoso quando eu tropecei em um galho no chão, e caí.

— Au. – gemi, pela surpresa e pela vergonha. Ele deve me achar uma completa desastrada.

— Droga. Você está bem? – ele me ajudou a levantar, bem preocupado.

— Au. – falei de novo, fazendo drama, e ele riu quando percebeu que não era sério. – Já estive pior antes. – falei, fazendo uma careta. – Eu já caí da escada. – ri com a lembrança.

Ele riu novamente.

— Afinal, o que você queria me contar? – perguntei, começando a ficar impaciente. – Estamos andando a quase uma hora!

— Estamos chegando. – ele garantiu, segurando minha mão para atravessar uma enorme árvore caída.

Com toda a sorte que eu tenho, meu pé ficou preso em algo ao me afastar, e acabei tropeçando. A minha verdadeira sorte foi que Seth me segurou.

— Ai, que vergonha. – falei, abaixando a cabeça.

Ele segurou meu queixo, fazendo minha cabeça se erguer.

— Não precisa ter vergonha. – ele falou, sorrindo de lado, e eu quase me derreti.

Depois de mais cinco minutos de caminhada, finalmente chegamos a uma linda clareira, recheada de flores. Principalmente lilás.

— Seth, aqui é lindo. – exclamei, admirada.

— Não tanto quanto você. – ouvi-o falar, e senti meu coração acelerar em seus batimentos cardíacos. – Bem, espere um minuto, OK? Não se mova. – ele começou a ir em direção as árvores.

— Vai me deixar sozinha? – perguntei, temendo ele ter que ir para fora de minha vista.

— Não. – ele se apressou a dizer. Se aproximou de mim e selou nossos lábios demoradamente, num carinhoso gesto. – Você não vai sair da minha vista. Não demoro.

E correu para onde eu não podia vê-lo, me deixando meio boba pelo beijo roubado. Mas o que será que era? Era tão ruim assim, para ele ficar a manhã toda, cabisbaixo?

Um barulho me chamou a atenção, e prestei atenção ao lugar onde ele desaparecera. E vi um... lobo? Enorme! Parecendo um cavalo, porém mais musculoso e peludo. Seu pelo era cor de areia.

Com o susto, dei alguns passos para trás, mas tropecei nos meus próprios pés e acabei caindo.

Comecei a ofegar de medo. Será que essa criatura havia pegado o Seth? Como fui tão idiota por tê-lo deixado ir?

Me levantei novamente, para tentar fugir. Só que era tarde e tolo demais para uma fuga.

Engoli em seco enquanto ele se aproximava lentamente de mim. Eu não sei com que milagre minhas pernas estavam ainda me deixando de pé, do jeito que elas tremiam. Meu coração batia tão rápido como jamais pensei que bateria.

Porém fiquei um pouco confusa quando ele me olhou nos olhos. Um olhar inteligente demais para um animal.

— Seth? – perguntei, me sentindo uma completa retardada.

Ele choramingou, e finalmente a ficha caiu: Seth era uma espécie de lobisomem. Por isso que ele me trouxe aqui. Para me contar de seu segredo. Mas por que ele contaria logo para mim? Uma garota que ele conheceu a menos de três dias?

Levantei minha mão trêmula para afagar sua enorme cabeça, não totalmente certa se era ele ou não. Seu pelo era macio, e quente. Desajeitada, abracei seu pescoço e lhe dei um beijo carinhoso na cabeça, me deliciando com o calor de seu corpo. Será que era coisa de lobo?

Em resposta, ele lambeu meu rosto.

— Seth, que nojento. – exclamei, e empurrei sua cabeça – sem muito sucesso –, rindo.

Ele deu um meio sorriso de lobo, e voltou para as árvores.

Eu aproveitei isso para tentar me acalmar. Não queria passar uma má impressão.

Isso não podia estar acontecendo. Seth, um lobisomem? Uma criatura mística?

Levei as costas da mão para limpar o suor em minha testa, e passei a mão na nuca, tentando me livrar da umidade. Eu esperava que Seth voltasse e que isso fosse um sonho. Não que eu tenha algo contra ele ser. Mas... o Seth?

— Lav?

Pulei quando sua voz surgiu ao meu lado.

— Eu... eu não te vi. – gaguejei.

— Está com medo de mim? – ele perguntou, sem se aproximar, temendo por isso.

Eu não queria lhe dar essa impressão. Então preenchi o espaço entre a gente, passando os braços ao redor do seu pescoço, e o abracei. Ele imediatamente passou os braços em torno de minha cintura e me puxou para si.

— Não estou com medo. – sussurrei. Apesar de minhas pernas ainda tremerem, assim como minhas mãos, e eu ainda ofegava um pouco. – Só extremamente surpresa com isso.

Meus braços tremiam tanto que perderam a força, e eu quase desabei no chão. Mas ele não deixou que isso acontecesse.

Ele se sentou na grama, e me puxou para me sentar ao seu lado, mas manteve seu braço em mim para o caso de eu desmaiar.

— Você é um lobisomem? – perguntei o óbvio, quebrando o silêncio. – Como conseguiu se controlar?

Perguntas e mais perguntas queriam sair de minha boca, mas tentaria fazer uma de cada vez.

— Bem... – ele pausou para suspirar. – Eu sou um metamorfo, na verdade. Apenas uma parte técnica. E não sou um lobo de lua cheia. Nem está na lua cheia, para começar. – ele falou, e eu ri. – Nos transformamos quando queremos. – percebi que ele falou no plural, e apesar da curiosidade, resolvi deixá-lo continuar. – Você não vive no mundo que pensa que vive. – ele sorriu, malicioso. – Jacob e os outros com quem nos encontramos na praia, também são como eu. – falou.

— Isso não faz muito sentido para mim, mas por causa disso a sua temperatura é alta? – perguntei, torcendo para que fosse isso. Ou então ele realmente estaria doente.

Ele gargalhou – uma risada extremamente gostosa.

— É, sim. - falou, entre risos. – Você tinha que ver sua cara de preocupação. Foi um pouco engraçada.

— Bobo. Não é nada engraçado quando alguém que você acaba de conhecer tem a temperatura de uma pessoa morta. – falei, e meu coração acelerou.

— Eu sei. Me desculpe. – ele falou, agora sério, e me puxou para deitar em seu peito.

— Seth? – o chamei, depois de uns segundos com uma dúvida na minha cabeça.

— Sim?

— Quem é a garota que você gosta? – perguntei, com uma dor de afundar o coração.

— Err... acho melhor voltarmos para casa. – ele gaguejou.

Assenti e me levantei.

— Pode se transformar de novo? – pedi, com uma pontada de excitação na voz. – É fascinante!

Ele sorriu, gostando da minha reação, e começou a ir para trás das árvores.

— Ei! Onde pensa que vai? – gritei, o fazendo parar.

— Me transformar. – ele esclareceu, surpreso com a minha reação. Mas o que eu podia fazer? Ele estava muito longe para me ouvir.

— Por que não pode se transformar aqui? – desafiei. – Não precisa se envergonhar de mim.

Ele riu, embaraçado, bagunçando seu próprio cabelo.

— É que minhas roupas não entram e saem da existência quando me transformo. – ele começou a explicar. – Preciso tirá-las antes de me transformar para não ficar sem elas. – ele deu de ombros, ainda encabulado.

Eu senti minhas bochechas queimando de vergonha. Assenti, querendo que ele fosse logo, pois eu estava extremamente constrangida.

Ele me lançou um sorriso – muito lindo, até demais – e foi para as árvores. Esperei alguns segundos e o lobo cor de areia atravessou a clareira, vindo até mim. Ele se abaixou, e eu me sentindo boba, subi em suas costas. Ele esperou até que eu me curvasse, e o fiz. Agarrei seu pelo, temendo machucá-lo. Entretanto o lobo não reclamou nem uma vez.

Em instantes estávamos correndo e o que me pareceu ser uma hora para chegar até ela, em apenas alguns minutos chegamos a moto. Fiquei impressionada com a sua velocidade.

Quanto mais de Seth me atrairia dessa maneira?


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