Você é meu destino -Quileutes -pós Saga Crepúsculo escrita por Karina Lima


Capítulo 30
Crystal clear




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—Edward, a deixe dormir mais. Ela ficou acordada até de manhã sentada naquela cadeira. - Esme argumentava.
—Mas são duas da tarde! Vou apenas me certificar de que ela não queira tomar banho...
As vozes pararam de repente. Respirei fundo, e isso pareceu aliviar meu corpo da cochilada dura que dei mais uma vez. Minhas pálpebras estavam carregando uma tonelada de cimento cada uma. Dei uma olhada em Seth, sem esperança de que ele tivesse se mexido. Não me decepcionei.
—Lavine? - Edward bateu na porta antes de entrar. - Desculpe te acordar. Mas já faz alguns dias que você está aqui...
—Eu ouvi. Tudo bem. - suspirei e levantei. Meus ossos reclamaram de eu não dormir em uma cama decente.
—Emma está aqui para te ver.
Paralisei.
—Emma. - lamentei, de olhos fechados.
—Não se preocupe. Expliquei que você está cuidando de Seth, por isso não pôde ir para casa. Sue e Charlie vieram com ela.
—Não posso deixá-los me ver nesse estado. - sussurrei.
—Vamos, Alice te acompanhará até o banheiro e lhe dará roupas.
Murmurei um agradecimento e fui de encontro a vampira.
—Lav! - ela me abraçou numa delicadeza que só ela possuia. - Não se preocupe, ok? Te darei moletons bem confortáveis.
—Obrigada. - falei, sorrindo enquanto coçava meu olho.
Ela me preparou o banho de banheira mais delicioso que eu provavelmente teria em toda a minha vida. Depois de uns curtos minutos relaxando o corpo, houve batidas na porta.
—Lav, sua irmã quer te ver.
—Pode entrar.
Ela entrou e fechou a porta. Começou a chorar assim que me viu.
— Emma. - censurei. - Não quero que chore! Eu estou bem.
— Mas você chorou. - acusou.
— Eu estou preocupada com tio Seth. - expliquei.
— Vocês voltaram?
— Quem disse que eu namorei ele? - franzi o cenho, totalmente alheia a essa informação que Emma possuia.
— Tio Jake e tia Camila.
— Claro que disseram. - revirei os olhos. - É complicado, amor.
— Aquele tal do Jackson foi lá em casa. - ela dizia. - Leah não gostou nem um pouco. Falou que você estava resolvendo coisas importantes, e não tinha tempo para ele. - minha irmã tentava não sorrir, e eu percebi que ela devia antagonizar o vampiro tanto quanto a irmã de Seth. - Leah disse que estava preocupada com você também. Eles disseram que você estava tomando banho quando vieram ver Seth.
Engoli em seco - e contente de que, por ser uma criança inocente, não percebeu que esse gesto foi de nervosismo - por perceber que era o tempo que fiquei no hospital. Fiquei agradecida pelo fato de que ninguém contou-lhe a verdade.
— Obrigada por ter vindo. - sussurrei, acariciando sua bochecha.
— Estava com saudade. - sorriu.
— Eu também estava. - suspirei.
— Tia Camila e Leah vão ficar mais um pouco. Tia Cam disse que cuidaria de mim enquanto você estivesse aqui. Além do mais, acho que ela gosta de um tal de Ebryl...
— Embry. - corrigi, prendendo o riso.
— Isso! Ele chegou lá em casa ontem com o Quil e a Claire. - sorriu de orelha em orelha, evidente que estava feliz porque encontrou uma amiga da sua idade. - Quil ficou brincando com nós duas, o adulto mais legal de todos! Você perde nessa lista também. - apontou, lamentando. A esperei continuar, com meu coração explodindo de alegria de tê-la ali comigo. - E ela e Embry ficaram conversando longe da gente, parecendo dois adolescentes apaixonados. Acho que Ebryl se aproveita do fato de que Claire e eu gostamos de brincar e vai com Quil lá para casa.
Balançou a cabeça, parecendo indignada. Engasguei com o riso, pois sabia que todos naquela casa ouviram seu relato. Certamente alguém brincaria com Embry sobre isso mais tarde.
— O que é tão engraçado? - cruzou os braços, irritada.
— Só estou feliz de te ter comigo. - sorri para ela.
Quando saí do banho, fui ver Sue e Charlie. Leah me abraçou, o que eu gostei muito. Cam estava ali com Embry, Quil, Claire e Jacob.
— Meu irmão vai sair dessa, está bem?
Dei um sorriso fraco, porém verdadeiro.
— Querida, não quer voltar para casa?
Em seus olhos, eu sabia que ele não esperava de verdade isso.
— Não saio daqui enquanto ele não acordar.
Me recusei a aceitar qualquer pensamento que fosse o contrário.
— Não tem previsão, doutor? - Sue indagou.
Edward olhou para Carlisle, que negou com a cabeça. Eu não devia ter visto isso, pois lágrimas já davam início a um novo choro.
Puxei Emma para meus braços e nos sentei no sofá.
— Então, se tia Cam se ofereceu para cuidar de você, vai se comportar, não vai? E ir direitinho para a escola.
— Ela é um anjo. Não se preocupe. Ela e Claire se comportam muito bem.
Quase ri. Era estranho que ela e Embry estivessem se vendo com o pretexto de Quil levar Claire para se divertir com Emma.
— Claire e eu vamos estudar juntas! - falou empolgada.
— Ahh, isso é muito bom. - olhei para Charlie, em busca de respostas. Piscou o olho para mim, e eu soube que ele tinha mexido seus pauzinhos como chefe da polícia, e conseguido transferência. - Qualquer coisa que te incomodar, saiba que pode falar com qualquer um de nós, certo?
— Sei, sim. Tio Edward já me disse isso. E tia Alice.
Se encolheu ao olhar para um canto da sala. Segui seu olhar.
Sacolas.
— Sabe que vai ter que se livrar das roupas velhas se quiser ficar com as novas, não sabe?
— Já cuidei disso. - Alice se pronunciou, sem aparentar um pingo de vergonha. - Fui lá com Rose, e Emma nos deu a opinião de tudo.
— De... tudo? - gaguejei, confusa.
— As roupas velhas já foram levadas para instituições. - Rosalie falou, sorrindo.
Por cima da surpresa de tê-la sendo amigável comigo, ainda levei uns segundos para assimilar.
— Seu guarda-roupa foi... renovado?
— Tenho roupas lindas para o inverno agora. Super modernas.
Meu queixo caiu.
Alice e Rosalie fizeram lavagem cerebral na minha irmã!
Percebi Edward rir de mim, e balancei a cabeça, tentando clareá-la.
— Depois vamos ter uma conversinha. - avisei.
— Ahh, pare com isso. - Alice falou. - As roupas estavam ficando pequenas nela.
— Claire também ganhou. - cruzou os braços, emburrada.
Ah, certo. Novo hábito de birra. Que legal.
— Ok, ok. Vou deixar passar.
Ela sorriu empolgada e se esticou para me beijar.
— Embry, posso conversar com você?
Ele engoliu em seco de início, mas lhe dei um sorriso seguro. Relaxou um pouco, e me seguiu. Vi de relance Edward prender o riso com algo na mente do lobo.
Fomos para outro cômodo. Eu estava ciente de que todos poderiam nos ouvir, só queria poupar minha amiga.
— Já contou a ela sobre imprinting?
— Eu queria te perguntar se era uma boa contar agora ou esperar um pouco, mas você estava aqui o tempo todo...
— Conta. - incentivei, recebendo um olhar surpreso. - Ahh, corta essa. Eu gosto de você. E sei que imprinting faz a alma gêmea sortuda. Eu tenho sorte de ter Seth. - dei de ombros. - Cam gosta de você. Eu percebo. Deixe-a saber.
— B-bem, obrigado, Lavine. De verdade.
Sorri e voltamos para a sala.
— Lavine, seu namorado passou lá em casa. Explicamos que você estava em uma situação de emergência e não podia voltar para casa por um tempo.
— Obrigada, Sue. - franzi os lábios.
Fechei os olhos, me lembrando de tudo. E fazendo uma promessa: se Seth acordasse, eu terminaria com Jackson. E enfrentaria quais forem as consequências disso.
E minha mente deu um estalo como se tivesse se lembrado de algo.
Edward.
Droga de vampiro leitor de pensamentos.
Evitei olhar em seus olhos, até que o ouvi falar com Esme por baixo de sua respiração para que levasse os outros para o almoço que prepararam.
— Vamos comigo. - pediu Emma, e me levantei, querendo desesperadamente sair de perto de Edward.
— Lavine, pode ficar um pouco?
Suspirei. Óbvio que não daria certo.
— Vai com Sue e Charlie. Daqui a pouco encontro vocês.
Ela assentiu e foi quase pulando. Parecia extremamente a vontade na casa dos Cullen.
Num instante, Esme já estava de volta. E fomos para o escritório de Carlisle.
— Que droga foi essa que ouvi na sua cabeça? - perguntou ele, irritado.
— Não foi nada. - tentei soar firme, mas minha voz hesitou mais do que o permitido.
— Quem está lhe fazendo isso?
— Ninguém! - tentei novamente.
— Edward, sabe que eu não posso prever o futuro dela. Nos ponha a par dos acontecimentos!
— Ela está sendo obrigada a ficar com alguém... para manter a segurança de Seth. - franziu o cenho, tendo certa dificuldade, já que eu tentava pensar em outras coisas.
— Quem é, Lavine? - Carlisle perguntou.
— Eu não conheço ele. - suspirei, derrotada. - Mas meu bando já capturou seu cheiro há um tempo. Ele me ameaçou, disse que se eu não ficasse com Jackson, Seth sofreria as consequências. Eu não quis arriscar.
Nesse momento, Nessie entrou no aposento com seus longos cabelos molhados. Deve ter ouvido, pois veio me abraçar.
— Por isso magoou o garoto por tanto tempo?
Suspirei. Devia saber que os passos a mais seriam do meu irmãozinho.
— Sinto muito. - sussurrei, esperando a chuva de sermões.
— Que bom que está tudo esclarecido. - me puxou para um abraço, e eu congelei de surpresa. - Vamos achar esse vampiro e mostrar para ele que não se ameaça um Black. Se ele cruzar nossa fronteira, não vai escapar.
— Não façam nada enquanto Seth não acordar. - pedi. - Se esse vampiro se enfurecer, eu tenho que estar lá, já que está acontecendo isso por minha causa. E eu não quero sair de perto de Seth para nada.
— Só da próxima vez, avise algum de nós. - Jake revirou os olhos. - Não importa se for Nessie ou Sue. Apenas avise.
— Eu avisei. - dei de ombros.
— Quem?
Olhei para a mestiça, e pisquei um olho. Ela sorriu sapeca, mas não olhou para ninguém.
— Claro. - Edward juntou as peças. - Uma das únicas que não posso ler a mente a não ser que eu queira.
— Deveria ter nos contado. - Bella disse.
— O segredo não era meu, mamãe. Se ela não tivesse certeza de nada, eu a teria feito conversar com vocês. Sei o sentimento que ela sentiu. Eu faria o mesmo por qualquer um de vocês.
— O problema é que somos em maior número, Renesmee. - Edward falou.
— Vocês não tem a obrigação de me proteger. - interferi.
— Eu tenho. - Jacob rosnou. - Você é minha irmã. E temos o bando. É imprinting do Seth.
— Renesmee a considera como melhor amiga. - Esme falou suavemente, pousando a mão no meu ombro. Era sempre uma surpresa a sensação, sobretudo eu nunca afastaria-a. - A protegeremos.
— Obrigada a todos vocês. - sussurrei.
Quando voltamos, fiquei surpresa de a pequena discussão ter se passado em apenas cinco minutos. Fui me sentar a mesa, tentando não pensar nos meus nervos angustiados que imploravam para que eu voltasse para o lado do meu amado.
Antes de irem embora, foram visitar Seth. Esperei impaciente - e de forma egoísta - que saíssem.
Seth tinha chances vedadeiras de sair desse coma? Se não saísse, eu não sei o que faria sem ele... Procurar qualquer vampiro e atiçar sua raiva para que me matasse. Eu certamente não conseguiria fazer sozinha, mesmo que uma faca no peito ou uma bala na cabeça resolvesse. Emma ficaria bem com Sue e Charlie.
Eu não iria suportar essa dor.


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