Você é meu destino -Quileutes -pós Saga Crepúsculo escrita por Karina Lima


Capítulo 25
Broken hearted girl




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PDV Lavine

Emma estava adorando dormir comigo. Já estava solta com todos. Seth a ensinava futebol e videogame, e Sue dava aulas de culinária. Charlie, para não assustá-la, contava histórias engraçadas de seu trabalho. Sempre que eu ia à casa grande, Alice e Rosalie faziam dela sua boneca de vestir. Descobri que elas foram ao shopping e a baixinha fez questão de deixar uma pequena – lê-se exagerada – parte em seu closet para minha irmã. Emma adorava as roupas que ganhava, e sempre conseguia uma peça ou outra do guarda roupa de boneca de Alice quando gostava para valer de algo. Isso me divertia.
Carlisle teve a ideia de marcar o tamanho dela. Mesmo que ela estivesse nos seus seis anos, não achei ruim. Seria ótimo ela se recordar disso um dia.
Só uma infelicidade que aconteceu, que me fez correr atrás de Brady na floresta, a tempo de estarmos escondidos quando me transformei para tentar um homicídio. Quando ele foi nos visitar, e viu minha irmã... puff! Imprinting. Aquilo me enfureceu.
Foram necessários Jacob e Collin para tentar me impedir. No entanto, quem conseguiu me parar de verdade foi Seth. Me derrubou, e eu não tive coragem de usar minha força contra ele.
Você me paga, Brady! E mantenha suas patas bem longe dela!
É claro que isso não pôde ser obedecido. Li nas memórias do meu irmão que Bella lhe pediu o mesmo quando ele teve por Nessie. Era impossível se afastar do seu imprinting. Eu podia ter usado minha voz de alfa, e não tive coragem. Vi Brady se tornar um adulto - como diz Emma - mais legal do que eu, já que ele fazia todas as suas vontades. Até brincar de boneca, que era algo que eu detestava desde os quatorze.
— Não creio em quanto irmão Charlie me arrumou por casar com Sue. – Bella disse, rindo. – Primeiro veio Seth e Leah, depois Lavine, e então descubro que Jacob e ela são irmãos, e eu não faço ideia do que isso quer dizer. – ri. – E agora Emma. Uaaau.
— A família está crescendo, Bells. – Jake falou, sorrindo de lado.
— E o que acha de ser avô, Edward? – perguntei.
Um silêncio profundo se instalou naquela casa. Eu, que sou loba, não ouvia nada, então porque realmente o silêncio se instalou. Só se ouvia as folhas fazendo barulho pelo vento bater contra elas do lado de fora.
— R-renesmee está g-grávida?! - seu olhar se virou depressa para Jacob, provavelmente vasculhando seus pensamentos em busca de algo.
— Não! – gritamos desesperados.
— Claro que não! – ela gritou, sua voz fina fez doer meus tímpanos. - Não tem nem a mínima possibilidade de isso acontecer. - resmungou, me fulminando com o olhar.
Sério que a reação de Edward era para tanto?
Ele me ouviu, e me olhou, estreitando os olhos.
— S-só uma curiosidade. – resmunguei.
— Bem... – ele parou um pouco para pensar. – Acho que vai ser... novo. E bom. Daqui a quarenta e sete anos.
Isso fez Ness engasgar. Talvez não estivesse tão de acordo com seu pai. Gargalhei, e ele nos olhou confuso. Minha gargalhada cedeu ao ver seu olhar sério.
— Sério, Edward? Acha que sua filha híbrida que cresce super rápido vai ficar virgem por quarenta e sete anos?
O vampiro de cabelos bronze arregalou os olhos em minha direção.
Pelo canto do olho, vi Seth me encarar chocado. Parece que eu não conhecia Edward tanto quanto ele.
— Sim, eu acho que sim. - rosnou. Nem Bella estava gostando desse rumo da conversa.
— Vamos quebrar o tabu aqui e agora. Sou amiga da sua filha, e quero saber o que pensa disso. Quero dizer, claro que ela é nova demais no momento, só que em algum período da vida dela, os hormônios vão falar mais alto.
— L-lavine! – Nessie protestou, sua voz indignada.
Por favor, sua voz falou em minha cabeça.
— Não pressione Edward dessa forma, querida. – Bella sorriu doce para mim. Acho que uma parte dela estava ciente da minha provocação.
— São apenas possibilidades. – dei de ombros. – Porque fiquei sabendo que para mim é impossível engravidar pela minha parte metamorfo, mas Renesmee...
— Com Renesmee também não é algos simples. – Carlisle se intrometeu, me cortando. – Sua cria teria parte humana, vampira e metamorfo. Nunca o nosso mundo viu algo assim.
Obrigada, Carlisle, por cortar meu barato. Sobretudo ele tinha razão. Assim como para Bella foi complicado dar a luz à Ness, seria complicado para a nossa amada híbrida.
— Vocês ainda vão me dar um ataque cardíaco. - resmungou.
— Que engraçado. - Renesmee torceu o nariz em direção ao seu pai, entretanto ainda havia um rastro de rubor em suas bochechas.
— Ainda bem que a Emma está se entretendo com Alice e Brady. – Esme riu.
Apesar de não ter gostado quando Emma chamou Brady para ver suas roupas, deixei para não criar intriga na cabecinha dela.
— Ahhh, estamos entre adultos maduros. É um assunto cabível de se debater.
— Gosto do modo que ela usa as palavras. – Jasper sorriu, me olhando.
— Obrigada, Major.
Todos riram.
E de repente passos estranhos entraram no meu campo de audição.
— Estão esperando visita, uh? – questionei. Meu tom foi claro que eu não estava bisbilhotando, e sim torcendo para que eles tivessem uma afirmação posivita.
— Ham... esquecemos de te avisar sobre isso... – Esme falou, meio sem jeito, enquanto Carlisle descia as escadas.
— Uééé, eu nem moro aqui. Vocês não me devem satisfação de nada!
Seth, que há muito estava calado, por algum motivo parecia um tanto tenso. Franzi o cenho.
— É que não queríamos te deixar sem graça, minha querida. – Esme pegou na minha mão, em um gesto de desculpas.
— Que isso, mulher! A casa é sua. Sou apenas visita. Traga quem quiser.
— Bem, me sinto menos tímido depois de ouvir isso.
Olhei em direção a voz, e me surpreendi. Um homem muito lindo estava na frente de Carlisle. Espera, acho que eu...
— Te conheço...
Fechei a boca, temendo ter falado demais. Porém ele não estava como na lembrança de Ness. Não usava todos aqueles acessórios no pescoço e nos braços. E não estava sem camisa. Usava uma branca, e por cima uma jaqueta marrom. E uma calça jeans, junto de um tênis bonito. E seu cabelo...
— Nessie deve ter mostrado alguma lembrança minha para você, estou certo?
Engoli em seco o nervosismo, aliviada de não ter dito algo inoportuno.
— Foi. – sorri de lado, me levantando para cumprimentá-lo. – Me chamo Lavine.
— Nahuel.
Apertou minha mão estendida, e se inclinou para beijar minha bochecha.
— Legal te conhecer, Nahuel.
Depois de ser bem recebido – e eu fui para o meu canto ao lado do Seth – ele se acomodou sentando-se no chão ao lado do sofá onde eu estava.
— Cortou o cabelo, Nahuel? – Esme perguntou, segurando na mão de seu marido.
— Estava dando trabalho cuidar dele, então decidi cortar. Hailen se lamentou muito por isso.
Eles riram.
— Esme, estou com fome. – me manifestei, fazendo um bico. – Posso vasculhar sua geladeira?
— A vontade. – ela sorriu. – Leve Nahuel com você. Também deve estar morrendo de fome.
— Nunca é demais comer mais um pouco. – se levantou e fomos. – Não querendo ser chato, mas posso fazer uma pergunta?
— Além dessa? Claro. – sorri, abrindo a geladeira.
Ele riu e se intrometeu para olhar as comidas comigo.
— Pegue esse sanduíche para mim, por favor. Obrigada. Então... você e aquele lobo... rola um clima entre vocês, uh?
Já viu alguém se engasgar com a própria saliva? Esse alguém sou eu.
— N-nahuel, eu... eu... não sei te responder.
Peguei umas coisas que pareciam apetitosas ao meu olhar e ofato, e fui me sentar à mesa com ele.
— Éramos namorados, mas eu terminei. – sussurrei, temendo Seth ouvir.
Pareceu surpreso pela afirmação, pelo modo que me olhou.
— Por quê?
— Porque eu to em outra. – dei de ombros. Desejei mesmo que Clearwater não pudesse me ouvir.
— Na boa... desistiu do cara que teve imprinting por ti? Quero dizer, já me explicaram como é, e uaaau!
Pelo o que Renesmee me mostrou de Nahuel em frente aos Volturi, ele parecia tão na dele. Pois aparentemente quando ele se solta, fica outra pessoa.
— As coisas não são tão simples. – forcei um sorriso. – Me dá um pedaço desse lanche? Parece delicioso.
Quando dei uma mordida, minha boca se encheu de água.
— Esme é a melhor cozinheira desse universo! – falei alto, com a boca cheia daquele alimento maravilhoso.
O moreno riu, e fez questão de ir buscar um para mim. “Obrigada” falei após encher a boca de pudim na sua ida e volta.
— Me deixaram curiosa para experimentar. – Renesmee entrou no cômodo, abrindo a geladeira e pegando um sanduíche.
Conversamos um pouco, até que resolvi querer ir à livraria. Sue havia me dado uns trocados, e eu queria gastar em um livro.
— Venho aqui depois, Nahuel. Não se preocupe. – sorri, enquanto o moreno mantinha o braço ao redor dos meus ombros.
— Eu te levo. – Seth prontamente se levantou.
— Não precisa, Seth, pode ficar aqui e...
— Relaxa. – forçou um sorriso, e soube que havia algo de errado que não queria que ninguém soubesse.
Só que eu sabia que o leitor de mentes já tinha conhecimento.
— Awmm, okay, então. Obrigada. - agradeci, mantendo o olhar em Edward, a procura de respostas. Não obtive nada. - Emma?
— Não posso ficar mais um pouco com tia Nessie, tio Jake e Brady? Por favor? Quero ver Claire. Tio Jake prometeu me levar para vê-la.
— Emma, já conversamos sobre isso. – sibilei.
— Vai ser um prazer! – Renesmee sorriu de orelha em orelha. – Deixe-a um pouco, logo ela começa a estudar, não é? Vai ser bom ela ter Claire um pouco.
— Eu os levarei. - Alice apareceu, com seus olhos radiantes. Ela e Emma estavam se dando muito bem.
Estreitei os olhos para a pequena, que encolheu os ombros sorrindo inocente.
— Se comporte, mocinha. Voltarei em algumas horas para te buscar. – afaguei seu cabelo e lhe dei um beijo longo. Mandei um olhar frio para Brady, que engoliu em seco.
— Não se preocupe, Lav. – Esme falou, doce. – Ela estará em boas mãos.
— Não tenho dúvidas. – falei. – Até logo, pessoal.
Nahuel fez questão de me dar um abraço confortável, e um beijo na bochecha. Que menino adorável!
— Aconteceu algo? – questionei, andando em direção à moto.
— Por que a pergunta?
Subiu na moto e me deu a mão para me ajudar.
— Porque te conheço o suficiente para ter motivo para perguntar.
Ele apenas riu – o que me pareceu sincero – e ligou-a.
Pus os braços firmes ao redor de sua cintura, e Seth deu a partida. Encostei a orelha em suas costas, para sentir suas batidas cardíacas. Estavam alteradas. Mais do que estariam por ele simplesmente dirigir. Clearwater guardava algo em relação seus sentimentos.
Perdida nos pensamentos que só me levavam ao homem a minha frente, não me dei conta quando chegamos no estacionamento da livraria.
— Se quiser ir para casa, eu pego um táxi. Não se preocupe.
— Estamos em fim de semana. Não temos escola, nem dever de casa, e Jake nos mandou fazer a patrulha ontem. Não custa esperar.
Sorri.
— Muito gentil. Não demoro, prometo!
E fui.
Andei até a livraria, ansiosa por ter mais um novo e cheiroso livro para a minha coleção. Não demorou para eu achar um bom de ficção. Fui pagar e saí. Não encontrei Seth. Olhei em volta e nada dele.
—Já vi que gostou de algum livro.
Me virei rapidamente, surpresa de não ter o visto ou ouvido.
—Essa livraria é boa. Tem ótimos livros, e cabem no bolso.
E lembrei das palavras do amigo dele. Tão, tão idiota e que quebrou meu coração em mil pedaços. E acho difícil conseguir recuperar todos os cacos.
Ficar com Jackson porque tenho que ficar, e não porque quero ficar. Apesar de ele ter me magoado no passado, não consigo fazer o mesmo agora. Porém entre arriscar a vida de Seth e magoar Jackson, prefiro a segunda opção. Talvez um dia eu conseguiria sair dessa. Ilesa ou não.
—Comprou algum? – perguntei, me aproximando do mesmo.
—Comprei um sobre história. O assunto me atrai.
—Já eu prefiro ficção. – dei de ombros, não deixando de notar que o vampiro ficou nervoso. E eu me senti uma tola por fazê-lo sentir-se assim. – Uma boa dose de fantasia é bom para a alma.
Ele riu, dando um passo mais perto.
—Não se esqueça que já vivemos em uma. Somos criaturas místicas, teóricas, se lembra? E vivemos no mundo dos humanos.
Sorri.
—Tem razão. E sabe o que também tem razão? Quando dizia que seu sorriso é lindo.
Passou a mão no cabelo e o bagunçou, totalmente sem graça.
—Eu dizia isso para me vangloriar. Meu sorriso não é lá essas coisas...
—E agora diz isso porque se sente envergonhado por ganhar um elogio.
Me aproximei sorrateira. Mil coisas passavam pela minha mente. Aonde Seth estaria? Por que ele saiu de onde estaria me esperando? Vou mesmo beijar Jack? Como consigo acalmar meu coração que está quase me deixando com falta de ar? Com certeza ele não saberia o verdadeiro motivo dos batimentos irregulares.
Quanto mais eu chegava perto, mais eu via nítido as lentes de contato contra sua íris castanha avermelhada.
—Que bom que está forte na dieta.
—É estranho falar "dieta". – riu, meio abobalhado.
Seu hálito bateu de leve na minha boca. Era de hortelã. Hmmm.
Ok. Feche os olhos e mergulhe de cabeça. Apenas faça.
Meus lábios se encontraram com algo duro, só que não foi ruim. Só... Diferente.
Não senti nada além do nervosismo de perplexidade do que eu estava fazendo.
— Eu não entendo... – ele sussurrou quando me afastei, demorando uns segundos para olhar em meus olhos. De repente o clima ficou tenso. Talvez apenas para mim. – Você gosta daquele lobo...
— Não me faça perguntas. – ri fraco. – Só... não faça.
Ele pareceu concordar. E se inclinou cuidadosamente para outro beijo.
Isso era o certo a se fazer?
Eu esperava que sim...


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