Você é meu destino -Quileutes -pós Saga Crepúsculo escrita por Karina Lima


Capítulo 2
Conforto




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— Bella vai adorar você. – ele falou.
Estava um silêncio bom desde que saímos daquele orfanato idiota. Ninguém falava nada dentro do avião, e era bom assim.
— Não me disse que tinha uma filha. – acusei, mas fiquei feliz de ter companhia.
— Eu acho que esqueci. – ele falou. – Mas ela não mora aqui, de qualquer jeito.
Engoli em seco, assentindo.
— Ela está casada. – ele continuou. – Você vai adorar a filha dela.
Sorri. Eu realmente precisava de algumas amigas. Não sabia quando veria as minhas novamente. E se as veria novamente.
— Vem, vamos entrar. – ele falou, pegando minhas malas e entrando primeiro.
A casa era linda. Ficava em um lugar chamado Forks. Era frio e chuvoso. Já mencionei que adoro lugares frio? Não curto muito a chuva, só quando não tenho que sair. O frio eu curto demais, pois posso sempre usar meu sobretudo, calça jeans com botas, blazer e essas coisas.
— Sue. – ele chamou assim que entramos. Meu coração acelerou, e de repente fiquei com medo. Tentei afastar de mim, mas foi impossível. – Chegou a nossa nova moradora!
Ouvi alguma talher sendo despejada na pia, e logo uma mulher de aparência muito gentil apareceu na sala.
— Olá, querida. – ela falou e veio me abraçar. – Sou Sue.
— Lavine. – falei, retribuindo o abraço, meio atrapalhada.
— Bem vinda ao seu novo lar. – ela falou, com um sorriso simpático no rosto. Eu não tive como não retribuir.
— Vou te levar para o seu quarto. – Charlie falou, e seguiu pelo corredor. A casa era razoavelmente grande, até para onde ela ficava. Quando estávamos a caminho, eu via tantas casinhas pequenas, que era uma surpresa o tamanho desta.
— Eu tenho meu próprio quarto? – perguntei animada.
Minha família – meus pais, minha irmã e eu – sempre viveu em uma pequena casa. Havia uma cozinha pequena, uma sala pequena, e um quarto pequeno. Ah, e um banheiro pequeno. Eu dormia no sofá cama da sala. Meu pai ficou sempre de comprar uma casa com um valor razoável. Eu teria meu quarto, mas acontece que ofereceram mais dinheiro para o proprietário, e acabamos perdendo.
— Sim. Era, na verdade, de Leah. – ele esclareceu, deixando a dúvida plantada na minha cabeça.
— Quem é Leah? – perguntei, curiosa.
— É filha da Sue. – explicou. – bem, digamos que ela não é muito... social.
Assenti. Eu fiquei um pouco assim desde que fui obrigada a deixar a única família que me restou. A minha companhia era apenas meus livros favoritos.
— E tem o Seth também. – meu coração acelerou ao ouvir que eu moraria com um garoto. Eu meio que tinha namorfobia. E nunca beijei ninguém. E se esse garoto fosse galinha? – Ele é um ótimo garoto. Você vai gostar dele.
Fiquei aliviada ao ouvir essas últimas informação.
— Pelo menos você não vai dormir no chão. – ele falou, e riu sozinho. Eu apenas dei um sorriso forçado, para não o deixar no vácuo.
Balancei a cabeça, assentindo. Não me importava muito. Eu tinha um primo, que antes ele ia dormir de vez em quando na minha casa, e eu forrava o chão do quarto com alguns lençóis. Então, não seria problema dormir no chão.
— Fique a vontade. – ele falou. – Seth chegará logo da escola. Pode mexer no computador dele. – sugeriu. – Ele não vai se importar.
— Eu acho que eu prefiro ler. – falei. Mas eu preferia mesmo. Ler era uma ótima companhia desde sempre na minha vida.
Ele assentiu e me deixou sozinha.
Dei uma olhada no quarto. Era lindo. Pintado de um lilás claro. Perto da minha cor preferida, que é roxo. Tinha um enorme guarda-roupa preto e branco. Uma cômoda – que parecia ser extremamente nova – e uma sapateira. Sobre a cômoda, havia uma televisão. Não tão grande, e nem pequena. Perfeita para um quarto. Ao lado da cama, uma escrivaninha com um abajur e outras coisas em cima dela.
Bem, o quarto era muito lindo.
Peguei uma muda de roupa e fui tomar um banho. Uma regata branca, o meu sobretudo marrom, uma calça jeans com alguns rasgos pela perna, e uma bota de cano curto. Eu adorei. Principalmente porque estava muito frio hoje, e chovia.

Fui para o meu quarto – eu gostava de chamá-lo assim. – e me troquei.
Saí e fui para a cozinha. Estava faminta.
Sue e Charlie estavam lá, terminando de comer. Inspirei o ar. Hmmm, tinha peixe frito. Só Deus sabe como adoro esse tipo de peixe.
— A comida ainda está quente, querida. – Sue falou assim que cheguei dentro do cômodo. – Depois, se quiser, te faço chocolate quente.
— Quero sim, obrigada. – aceitei e fui para o fogão. Geralmente, eu recusava apenas para ser educada, mas aqui era a minha nova casa, e eu precisava me acostumar a dizer sim para algumas coisas.
— Aproveite enquanto pode. – Charlie me chamou a atenção. – Ela não mima os filhos dela desse jeito.
— Me considero sortuda. – falei e eles riram. Era fácil eu fazer alguém de bom humor rir.
Eu tinha uma amiga que se chamava Mendy. Qualquer coisa que eu falava, ela ria. E era explicito que ela não forçava. E eu adorava isso nela. Ela era minha vizinha antes de tudo acontecer, mas ela se mudou.
— Espero que goste de peixe. – Sue falou, e eu percebi que estava em meus devaneios, que nem percebi que estava parada.
— Eu gosto sim. – falei envergonhada, pela minha parada súbita. Coloquei arroz, peixe, e um pedaço de coxa de frango. E tinha salada! Eu não via como esse dia ser mais perfeito!
Terminei e fui me sentar com eles. Nós comemos em silêncio. De vez em quando, Sue parecia ficar pensativa, como se pensasse se perguntava ou não. Agora o que, eu não sei. Será que ela queria saber mais sobre a minha vida, diretamente de mim? Eu esperava que ela fizesse isso quando estivéssemos sozinhas, pois não gosto nada de chorar. E esse assunto definitivamente me faria chorar.
Tudo bem. Eu gostaria muito de me abrir com a Sue para que ela me conhecesse melhor, mas esse assunto ainda era extremamente delicado para mim.
Quando a minha mãe morreu, pensei seriamente em me matar. Eu não via mais razão para permanecer viva. Quando ouvi que minha mãe morrera, eu desejei que tivesse me levado junto. O médico falou que era a bebê ou ela. Claro que minha mãe escolheria a filha. Mas isso foi tão doloroso. Pelo menos eu fiquei com uma parte dela. Não que isso a substituísse, mas ainda sim.
Eu me dediquei ao máximo para a minha pequena irmã. Para que? Para quando fizesse cinco anos, sermos mandadas para dois orfanatos diferentes, órfãs? Eu também quase entrei em depressão. Foi a coisa mais dolorosa – depois que meus pais morreram – ter que me separar da única família que me restava.
Mas acho que, com essa adoção que eu sofri, posso finalmente começar do zero.


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