Você é meu destino -Quileutes -pós Saga Crepúsculo escrita por Karina Lima


Capítulo 19
Insecure




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— E desde então eu venho procurando-a. – terminei a minha explicação. – Estava muito difícil, até Jake me contar sobre o novo sistema do hospital e eu fui atrás de informações. E acabei arranjando mais de uma.
— Sinto muito pelo o que houve, querida. – Billy falou, pegando minha mão e a apertando de leve. – Mas de qualquer jeito: bem vinda a família dos Black. Você será chamada do que quiser.
— Bem, eu acho que tanto faz. – dei de ombros. – É estranho ter dois nomes, porém divertido.
Agora eu tenho três pais. Tecnicamente dois: Jonathan, que se foi, Charlie, que eu o considero como meu pai, e Billy, meu pai biológico. Era um pouco estranho.
— Uau, nunce pensei que eu a chamaria de irmã. – Jacob falou, pensativo.
— É, também te adoro. – devolvi com sarcasmo.
— Você sempre pega minhas frases em forma negativa.
— Bom, agora eu tenho que ir. – me levantei. – Tenho dever de casa para fazer e... Foi bom te conhecer como pai, pai.
— Sinto o mesmo, querida.

Ne Yo – Let Me Love You

Dei-lhe um beijo no rosto e Seth e eu fomos andando para casa. Eu escolhi ir andando. Gosto de aproveitar o tempo com ele. Seja em casa, na rua, passeando, na praia... Enfim. Ele me faz tão bem, que tenho medo de um dia nos separarmos.
— Amor, tem algo errado? – ele interrompeu meus pensamentos. Meu coração se derreteu ao ouvi-lo me chamar assim.
— Seth, tem certeza de que imprinting é para sempre? Quero dizer, você tem certeza de que não há chances de você achar outra pessoa, outro imprinting e me esquecer? O que eu quero dizer é que eu gosto muito de você para te perder...
Minha frase sumiu quando seus lábios finalmente se encontraram com os meus depois de ele ir se inclinando contra o meu rosto no meio da frase, me calando.
— Pare de pensar nessas coisas, minha pequena. – ele sussurrou, com a sua testa colada a minha. Ele se afastou um pouco para poder me olha nos olhos. – Só existe você, e sempre será assim. Não precisa se preocupar. Jamais ninguém tomará seu lugar na minha vida.
Sorri.
— É que eu tenho medo de ser abandonada novamente, sabe? Meus pais morreram e deixaram a mim e a minha irmã sozinhas neste mundo, sem ninguém para cuidar de nós, e isso foi horrível. Minha vida ficou complicada depois disso. E eu não sei se aguento mais uma perda, sabe?
— Eu não vou a lugar nenhum. – ele prometeu.
— Ok, vou parar de me preocupar. – tranquei os braços em seu pescoço, dei um selinho em sua boca. Ele segurou minha cintura e me puxou para o seu corpo.
É indescritível como eu me sentia com ele. É bom demais para ser verdade.
Fomos interrompidos pelo meu celular tocando. Seth me abraçou pela cintura e ficou brincando com a minha orelha entre seus dentes enquanto eu atendia – ou tentava – o telefone.
— Alô?
— Ei, Kat! – reconheci a voz de Nessie. – Tudo bem?
— Tudo. – minha voz falhou pelo breve arrepio que atravessou minha espinha quando Seth tocou a parte sensível da minha nuca.
— Tem certeza? Sua voz está... Estranha.
— E como não estar... – sussurrei distraída com seus beijos pelo meu pescoço.
— Como?
— Ah. – me despertei daquilo e me desvenchilhei suavemente dele, que riu de mim. Lhe mostrei língua. – Nada, esquece.
— Você está com o Seth, né, sua loba selvagem?
Arregalei os olhos para o que ela me chamou.
— Eu estou voltando da casa do Jake. – tratei de me explicar.
Veio a minha mente de que eu estava louca para lhe dizer o que nos aconteceu dias atrás no meu quarto instantes antes de eu receber uma mensagem da minha amiga.
— Uhum, sei. – ela maliciou.
— Ah, cala a boca. – resmunguei, envergonhada. Ela apenas riu.
— O que vai fazer amanhã? A gente podia marcar um cinema a quatro, o que acha? Já falei com Jake e ele topou.
— Ahn, não sei. – hesitei. – Tenho que falar com Seth, e não tenho dinheiro...
— Ah, até parece que Seth não vai querer ir, com certeza ele tem algum dinheiro guardado. Qualquer coisa, eu pago para todos, sabe que dinheiro nunca foi problema para mim. E ele não perderia a chance de dar umas beijocas no escuro.
— Renesmee! – sibilei, sentindo-me corar as bochechas.
Seth apenas riu disso tudo. Mas é claro que ele estava ouvindo.
— Claro, a gente vai. – ele murmurou, sem hesitar.
— Ebaaaa! – ela cantarolou. – Vai ser tããão divertido! Meu pai queria ir conosco, mas consegui fazer mamãe convencê-lo a mudar de ideia. Afinal, papai confia em você.
— Ahh, se vocês dizem... – falei um pouco envergonhada.
Era uma honra que eles confiassem desse jeito em mim.
— E então? Já chegou em casa? – a malícia havia voltado a sua voz.
— Nessie! Não!
Ela riu.
— Estamos quase.
Ela riu mais alto ainda.
— Não se anime assim, minha querida. Não somos os únicos em casa.
— Falando assim até parece que deseja que fosse o contrário.
E como desejo! Seth me deixa louca, e eu queria estar em casa apenas eu e ele para aproveitarmos um pouco do nosso namoro.
— Não vamos discutir isso. – dei um basta assim que avistei a nossa casa de longe. – Tenho novidades para você, amanhã te conto tudo.
— Ah, tá legal. Tenho que terminar o meu dever de casa, de qualquer jeito.
— Dever de casa? Está frequentando a escola desde quando?
— A Escola do Papai. – ela suspirou. – Já que por agora ainda não posso ir para uma escola mesmo, meu pai é meu professor particular. Eu estava de férias, mas agora ele voltou.
— Que maneiro. O próprio pai como professor particular. – chegamos em frente a casa, mas não entramos.
— Um pouco.
Pela sua voz, era muito mais que “um pouco”.
— Bem, vou entrar em casa. Até amanhã.
— Até, e juízo. Charlie não é lá muito liberal.
— Tchau, Nessie!
Ela riu antes de eu desligar.
— Nessie está muito pervertida ultimamente. – ele comentou, fazendo menção de abrir a porta. Até que lembrei de uma conversa que precisava ter.
— Seth. - coloquei a mão em cima da sua, a parando. - Eu tenho algo para te falar.
— Fale. - sorriu me encorajando.
Refiz as contas novamente. Eu não era muito organizada, sobretudo era algo notável.
— Está tudo bem? Não se sentiu bem com a visita?
— Estou bem. - garanti. - Eu só...
— Você só...?
— Seth. - suspirei. - Minha menstruação está atrasada. Eu não sou organizada com ela, mas sei que já deveria ter vindo. Tipo, há uns dias. A camisinha deve ter falhado. - encolhi os ombros. - Agora vou ter que sair da escola, arrumar um trabalho para sustentar essa criança e...
Minha fala foi interrompida por conta de sua expressão.
— Você não quer ter esse filho? - perguntei, magoada. - Seth, não ouse me decepcionar dessa forma. Eu juro que não posso suportar isso de você...
— Meu amor. - riu, segurando meu rosto em suas mãos enquanto seu rosto relaxava. - Eu jamais negaria um filho seu. Seria a maior alegria da minha vida, uma vida feita por nós. - seus olhos brilharam por um segundo antes de continuar, desta vez sério. - Só que lobos congelam. Não envelhecem, e o corpo segue isso. Leah não pode ter filhos, e acho que você também não.
— Ah.
Isso me atingiu. Eu nunca sonhei em ser mãe, entretanto esse direito tinha que ser meu, não de algo genético dentro de mim.
— Pelo menos não vamos fazer Charlie e Sue surtarem. - forcei um riso.
— Eu te amo. - falou, não se deixando enganar pelo meu teatro. - Podemos adotar no futuro. Cada coisa no seu tempo. Não vamos pensar nisso agora, certo?
Assenti, cedendo. Ele tinha razão.
— Olá, crianças. – Charlie nos cumprimentou na sala. – Demoraram para chegar.
— É, não foi nada demais. Apenas descobri que sou irmã de Jacob e filha biológica do Billy.
Houve silêncio, exceto pelos passos que caminhavam até nós dois.
— Eu descobri que sou adotava, e quem é minha família biológica. – expliquei para os dois adultos parados a minha frente.
— Eu sinto tanto, querida. – ele me abraçou. – Deve ser difícil, já que você considera tanto Jonathan...
— Está tudo bem. – falei, como se não tivesse importância, mas no fundo isso estava me matando por dentro. – Preciso focar no futuro, e não no passado. Vou pedir ajuda para Edward para ir pegar a minha irmã. Já peguei o endereço.
— Ah, era sobre isso que eu queria falar...
Interrompi Sue.
— Já fiquei sabendo de tudo, Jacob me ajudou em tudo.
— Acho que vamos precisar de uma permissão do juiz para chegar e pegá-la, simplesmente.
Meu coração se afundou com as palavras de Chalie.
— Acho que posso conseguir isso.
Abri um sorriso de orelha em orelha.
— Obrigada, Charlie. Isso é muito importante para mim.
— Eu sei disso, querida.
— Lavine, aquele seu amigo não apareceu mais, né?
Não precisei de muito tempo para saber de quem ela falava.
— Não, na verdade. – e também não precisei de nada para saber que Seth não gostou do tom de sua mãe que parecia decepcionado ao mencionar que ele nunca mais apareceu. É. Parece que Jack conquistou Sue Clearwater. – Bem, eu vou tomar um banho porque eu preciso relaxar. Hoje o dia não foi fácil para mim. – suspirei.
Fui para o meu quarto escolher uma troca de roupa confortável. Ele não estava mais bagunçado. Havia algumas coisas cujas foram salvas do meu ataque de fúria de volta em seu lugar na cômoda, e o chão estava limpo. Tenho que me lembrar de agradecer Sue mais tarde.
Quando acabei de me arrumar, houve duas batidas fracas na minha janela. Coloquei minha cabeça para fora do banheiro e me surpreendi ao ver Jackson.
— Oi, linda. – ele me cumprimentou com um enorme sorriso no rosto ao me ver, enquanto eu estava sem humor. Mas o que me deixou confusa foi que seu olhar estava diferente. Tinha um brilho forte, como se ele estivesse decidido a fazer algo. – Como você está?
— Nada bem.
— Uau, não precisa ser tão negativa ao me ver.
— Não é isso, besta. É que hoje o dia foi cansativo para mim.
— O que houve? – perguntou, parecendo preocupado.
— Eu descobri que sou adotava. – lágrimas rolaram meu rosto. – E, coincidência ou não, vim morar perto da minha verdadeira família.
— Nossa, Lav. – ele parecia estar sendo sincero ao demonstrar preocupação. – Deve ser terrível.
— Muito. – falei, engolindo o bolo na garganta.
— Kat?
Me assustei ao ouvir a voz do Seth do outro lado da porta fechada. Fiquei desesperada.
— Entra. – falei, num tom desanimado. Eu não ia esconder nada dele. Ele já não gostava de Jackson, imagine se eu tentasse esconder dele que eu ainda falo com ele. Seth ia pirar!
Ele entrou, e fechou a porta atrás dele. Não olhei para nenhum dos dois enquanto ouvia seus passos chegando perto de mim.
— O que quer aqui? – Seth rosnou.
— Nada demais, lobinho. Queria apenas saber como ela está.
— Depois de tudo o que fez a ela, não tem o direito de saber de nada.
— Contou a ele?
— Seth é meu namorado, Jack. Se lembre disso.
Só aí fui me dar conta de que o chamei pelo apelido. Seth bufou.
— Bem, era só isso? – perguntei.
— Não, na verdade. Mas deixa pra lá. – resmungou meu amigo vampiro. – Se seu namorado deixar, depois eu falo com você. Tchau, linda.
— Linda? – Seth repetiu enquanto passava uma rajada de vento ao mesmo tempo em que o outro desapareceu. – Lav...
— Seth, não comece, por favor. – o cortei, antes que ele falasse qualquer coisa sobre isso. – Eu gosto quando sentem ciúmes de mim, mas não esse tipo, por favor.
— Fala isso do cara que já te fez sofrer.
— Fez, não faz mais. Além do mais isso foi passado, não tem nada haver agora. Não estou apaixonada por ele.
— Você não percebe o olhar dele quando te vê, não é mesmo? – indagou, agora um pouco menos bravo. – Ele gosta de você.
— Como você sabe disso? – o desafiei a falar, agora intrigada com isso.
— Porque o olhar dele quando te vê é o mesmo que o meu.
Fiquei com a cara no chão depois dessa. Foi como um tapa na cara.
— Não, Seth. - discordei. - Ele... não gosta de mim dessa forma. Não pode...
— Ele gosta. - afirmou, me olhando nos olhos, prestando atenção nas minhas reações.
Aquele Jackson todo metido a conquistador? Aquele egocêntrico que eu conheci? Parecia impossível.
— Ele te enxerga como a raridade que você é, meu amor. Vê como você é diferente das outras.
— Bem... mas de qualquer jeito, sou eu quem decide com quem fico, não é?
— E se ele tentar te conquistar? – ele quase me interrompeu. Parecia lutar contra as lágrimas que se acumularam em seus olhos. Talvez a ideia de me perder era dolorosa demais. – E se ele conseguir? Eu não te trocaria por ninguém, jamais. Mas e você? Não teve imprinting por mim, você poderia ficar com qualquer outra pessoa se você se apaixonasse por outro alguém.
— Seth, vou te contar uma coisa. Não estou com você porque Jackson já me magoou. E certamente o fato de eu não estar apaixonada agora por ele não é por conta do nosso passado. E sim porque eu gosto de você. Isso foi escolha do meu coração. Eu precisava de alguém que me amasse do jeito que você me ama, e acabei me entregando. Então não pense esse tipo de coisa, OK?
— Mas e se...?
— Pare de pensar no “e se?”, tá legal?
— Não consigo, Lav. Apenas não consigo. Não consigo suportar a ideia de te perder.
— Você não vai. – garanti. Peguei sua mão, e ele acariou a minha, sorrindo e fechando os olhos com esse simples toque. O abracei pela cintura, e ele me embrulhou em seus braços.


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