Você é meu destino -Quileutes -pós Saga Crepúsculo escrita por Karina Lima


Capítulo 16
Trying to figure it out




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— Hã, Seth, eu acho que vou para a casa dos Cullen agora. – falei quando encontrei no seu armário quando fui acompanhar Daniella ao Collin. Brady já havia ido e só sobrou ele e eu. – Você pode ir para casa. Quero ver a Nessie.
— Beleza, eu te levo lá. – fechou o armário e me olhou.
— Você pode ir pra casa. – repeti. – Eu vou andando.
— É muito longe para você ir a pé. – ele discordou. – Aliás, está chovendo.
A previsão do tempo para hoje era de chuva, então Sue emprestou seu carro para que Seth me trouxesse sem me molhar.
— Eu me lembro de que Jake falou que os lobos dificilmente cansam, então... E eu trouxe meu guarda-chuva. Sempre o trago em minha mochila.
— Ká...
— Seth, eu vou a pé.
— Não, eu não vou deixar você sair nessa chuva enquanto perfeitamente podemos ir dentro de um carro. – ele instistiu, e parecia irredutível.
A viagem até a casa da Nessie foi muito tensa. O que me salvou foi o rádio de Sue, porém a chuva interferia no sinal da antena, então pouca coisa se ouvia.
— She changed my life
She cleaned me up
She found my heart
Like only a woman can
She pulls me up
When she knows i’m sad
She knows her man
Like only a woman can

Seth cantava baixinho. E sinceramente, eu ouvi muita indireta em sua voz.
Eu logo mudei a estação de rádio quando o refrão acabou. E estava passando Midnight Memories da One Direction. Perfeito.
— Nessie vai ficar feliz de te ver. – Seth falou, rompendo o silêncio chato. – Ela parece gostar de você.
— Sim, ela é uma ótima amiga. – lhe respondi. – Agora eu entendo o porque de ela nunca ter tido amigas. Ela é uma híbrida e ninguém pode saber seu segredo, certo?
— Na verdade, sua raça tem um tipo de surto de crescimento que desacelera conforme ela chega a uma aparente idade adulta, então ela não poderia estudar sendo que as pessoas estranhariam ela estar crescendo de uma forma anormal todos os dias.
— Ahhh, agora está explicado. – disse, compreendendo. A esse ponto, estávamos na frente da mansão, e a chuva não havia cedido nem um pouco. – Bem, obrigada por me trazer. – agradeci, pronta para descer do carro. Sim, eu iria me molhar toda, mas fazer o que?
— Espere. – ele pediu. Pegou um guarda-chuva no banco de trás e saiu. O abriu e atravessou o carro, brevemente abriu a porta para mim.
— Obrigada. – falei, grata.
— Lav, o que está fazendo aqui? – Nessie perguntou antes que eu entrasse na casa direito.
— Renesmee, meu amor, espere a visita chegar em casa. – Esme a censurou.
Nesse momento, Jacob saiu da cozinha com um mega sanduíche nas mãos.
— Olá, pessoal. – cumprimentei Edward, Bella, Alice e Rosalie. Eles sorriram. – Está tudo bem, senhora. – falei com Esme, nem ligando para a pressa dela.
— Por favor, apenas Esme. – ela pediu, sorrindo maternamente.
— Ok. – sorri. – Bem, Nessie. Eu vim falar com você. Posso?
— Claro. – ela me puxou pela mão para a escada.
— Obrigada por mantê-la afastada do cachorro. – Edward sussurrou quando passei por ele.
— Há, há, papai, muito engraçado. – disse ela, irônica e continuou me puxando escada acima. E de repente, parou. Virou-se e o encarou. – Você devia me deixar em privacidade com Jake as vezes, seria bom.
Ele soltou um alto e irônico riso.
— Assim que você fizer dezoito anos. Cronologicamente. – acrescentou.
Ela grunhiu e revirou os olhos, continuando nosso percurso.
Nos sentamos na cama e ela me olhou.
— Eae? – perguntou.
— Tem certeza de que ninguém vai ouvir? – falei incerta. – Vampiros, certo?
— Já sei. – falou sem nem pensar. Se esticou para pegar seu rádio em cima da mesinha ao lado da cama. Colocou em uma estação de rádio que passava apenas músicas agitadas e no último volume.
Ela deu um sinal com a cabeça para eu começar a falar.
Com esse som alto, eu não ia conseguir fazer com que ela me ouvisse. Mas fazer o que.
— Eu dei um tempo com o Seth. – falei em seu ouvido.
Ela esbugalhou os olhos e abriu a boca, incrédula.
— Mas por quê? – ela perguntou.
Isso sinceramente eu preferia escrever. Fiz um sinal que estava escrevendo algo na minha mão, que no caso seria um papel.
Ela fez um sinal com a mão para que eu esperasse. Pegou um bloco de notas e uma caneta, e voltou-se a sentar.
Você acredita que Seth era o pegador da escola? Você tinha razão sobre a parte que ele nunca ficou com nenhuma menina quando eu cheguei. Mas antes ele era o galinha!
Lhe entreguei. Quando ela leu, franziu os lábios e balançou a cabeça. Tocou sua mão na minha, e suas palavras entraram na minha mente.
Bobona. Seth te ama. Ele nunca ia te trair. O passado é passado. Ele teve imprinting com você. O que importa com quantas ele ficou?
Quando acabei de ler, suspirei. Como eu sou tola.
Tem razão. Rabisquei. Mas como vou dizer a ele que estou arrependida? Nunca fiz isso com nenhum outro garoto.
Para tudo tem a sua primeira vez. Ela sorriu. Aliás, é assim que você se torna experiente com os homens.
A olhei assim que meus olhos leram aquilo.
— É verdade, ué. – ela deu de ombros, com um sorriso angelical inocente.
Peguei o bloquinho novamente e voltei a escrever.
E tem outra coisa: eu beijei aquele menino chamado Nick, na verdade ele me beijou, e o pior: Seth viu! Eu não sei como falar com ele normalmente depois disso.
Ela ficou de boca aberta quando terminou de ler.
— Bem, uma hora ou outra vocês vão ter de conversar sobre isso. – ela falou.
— Ai, Ness. Obrigada, amiga. De verdade. – a abracei, e ela retribuíu.
— Ahh, finalmente. – Alice bradou, brava, enquanto descíamos as escadas. Eu fiquei confusa por ela estar assim. – Não deu para ouvir nada além de sussurros quase inaudíveis.
— Por isso colocamos o rádio bem alto. – Renesmee falou, fazendo isso ficar óbvio.
— Além do mais, Seth estava louco para saber o que estavam conversando. – Edward continuou, recebendo um olhar nada amigável do mesmo.
— Vai ficar querendo. – falamos juntas, e depois caímos na gargalhada.
— Bem que vocês poderiam ter ficado mais um pouco. – Edward lamentou.
— Só você que é desse jeito, papai. – Nessie falou, mal humorada e de cara fechada. – Lavine e Seth fazem o que quiserem, não estou dizendo que Jake e eu poderíamos fazer o que quiséssemos, mas um pouco de liberdade faria bem a nós dois.
— Aposto que Lavine é assim porque ela não tem pais. – ele a desafiou. Ouvir isso fez a ferida quase cicatrizada pulsar em meu peito. E então ele me olhou, os olhos com uma culpa profunda. – Sinto muito, Lav. Eu falei sem pensar. Eu realmente sinto muito.
— Está tudo bem. – deixei pra lá, apenas de estar despedaçada por dentro. Lágrimas encharcaram meus olhos, embaçando minha vista. E eu sabia que se não as segurasse, logo os soluços viriam. – Eu devia me acostumar a isso. Alias, o que é passado está no passado.
— Mas são seus pais, eu não devia estar falando desse jeito.
— O que você falou demais? – perguntei retoricamente. – Nada além da verdade. Nos dois sentidos, afinal.
— Eu gostaria de falar com você sobre isso. Está tudo bem para você? – falou.
— Eu só acho que vocês precisam ter um grande estoque de lenços. – brinquei, e o segui. Ele sorriu e me levou até uma sala grande, que havia uma enorme mesa no centro. Devia ser uma sala de jantar ou algo assim. – Para que precisam dessa sala?
— Bem, tentamos manter a aparência. – ele falou, sorrindo. Sorri de volta e me sentei numa cadeira, e ele ao meu lado. – E, além disso, Jacob e Seth também vem, se bem que os dois comem da cozinha ou na sala enquanto assistem TV.
— Super educados. – ironizei, em tom de brincadeira.
— Já são de casa. – deu de ombros.
E então o silêncio se acomodou ali por uns dez segundos.
— Bem, o que eu queria falar é que eu sei bem como se sente. – ele começou. – Eu também perdi meus pais. Bem, estávamos doente, e eu fui o único sobrevivente de nós.
— Eu não sou a única sobrevivente... Digamos assim. – franzi o cenho. – Eu tenho uma irmãzinha.
— E o que aconteceu com ela? – perguntou, curioso. – Claro, conte apenas se quiser.
— Não é nada demais. – falei. – Claro, verbalizando isso. Não é nada comparado a sentir. – respirei fundo. Depois da morte dos meus pais, isso era o que mais doia. – De qualquer jeito, depois que os dois morreram, nós duas fomos mandadas para um orfanato. Ela ficou um tempo comigo, mas o orfanato que eu estava cuidavam apenas de adolescentes. Sei lá por que funciona assim. Não demorou muito para levarem minha irmã. E desde então, nunca mais a vi.
Eu não consegui segurar as lágrimas depois disso. Era demais para mim. A morte dos meus pais eu superaria, mas que a Emma está longe de mim... Não, eu iria até o fim do mundo para encontrá-la.
— Mas eu não vou descansar enquanto não achá-la, Edward. Eu vou começar a trabalhar e juntar dinheiro para contratar gente que trabalha com esse tipo de coisa, para achá-la. Ou para uma passagem mesmo. Mas eu não vou descansar. Não mesmo. – murmurei, decidida.
— Escute, se quiser qualquer uma dessas coisas, basta pedir a nós. Temos dinheiro. E se não se sentir confortável com isso, deixo você me pagar depois. – ele ofereceu.
— Obrigada, Edward. – o abracei. O cheiro não era nada comparado ao momento e ao que ele queria fazer por mim. Parecia que todos estavam dispostos a me ajudar a achar a única parte que de mim que eu amo muito e que está longe de mim.
— Sem querer ser intrometido, mas já sendo... – nos separamos do abraço, e ele continuou. – Não acho muito certo terminar com ele apenas por seu passado. Isso já passou. Deve pensar no futuro.
— Você é a terceira pessoa que me fala isso. – soltei um riso sem humor.
— Pois devia aceitar esse conselho. – sugeriu.
Respirei fundo e assenti com a cabeça. Eu estava tão confusa!


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