Você é meu destino -Quileutes -pós Saga Crepúsculo escrita por Karina Lima


Capítulo 10
Coisas estranhas e malucas




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Quando acabou, ficamos mais um pouco conversando, e sempre que eu o encarava, ele desviava o olhar e corava.
— Tchau, Lav. – Nessie me abraçou, e eu retribuí no mesmo instante.
— Até mais. – falei.
— Hey, o que Seth falou de mim quando se conheceram? – Jacob perguntou.
— Hm, na verdade nada, exceto que ele tinha um amigo chamado Jacob Black, que era extremamente chato e um porco. – respondi, sorrindo.
— Ah, claro. Contanto que não foi algo ruim. – falou, sarcástico, me fazendo rir.
Conversei um pouco com Daniela também, que não desgrudava de seu namorado.
Nos despedimos do resto do pessoal, e fomos para casa. Sue e Charlie com o seu carro, e Seth e eu, como sempre, na moto.
— E então? O que achou? – ele me perguntou, quando tirei o capacete. Sue e Charlie haviam entrado primeiro.
— Foi muito legal. – confessei. – Teria me arrependido pelo resto da vida se não tivesse ido. – brinquei.
— Eu sabia que você iria gostar. – ele sorriu imensamente, também arrancando um sorriso de mim.
Seu sorriso se desfez um pouco, enquanto ele parecia concentrado me analisando.
— Seth, precisamos conversar. – murmurei, fitando meus pés.
Escutei-o engolir em seco.
— Pode dizer. – ele falou, quando viu que eu não diria nada.
— Aquele negócio chamado imprinting... você... – suspirei, finalmente olhando em seus olhos. O que foi um erro, pois meu coração bateu, descompassado. – Você teve por mim?
O olhei, a espera de o mesmo explodir em gargalhadas, dizendo que sou louca. Mas me olhou sem nada dizer, parecendo sem palavras.
— É por isso que você falou que a garota que você ama, sou eu? – insisti. – Seth, por favor, fale algo!
— Crianças. – Sue gritou da porta, na varada. – Vai começar a chover. Deixem para conversar dentro de casa.
Assentimos e entramos. Pensei em pegar sua mão no caminho, no entanto seria estranho para Charlie e Sue verem isso.
— Hmm, Sue, Seth vai me ajudar com algumas lições de biologia, ok? – menti, pensando em como ficaria estranho. Nós dois. Em um quarto. Sozinhos.
— Claro, querida. – ela falou, da cozinha, onde estava com Charlie. – Boa noite, crianças.
— Boa noite. – respondemos. Aproveitei essa oportunidade para pegar sua mão e arrastá-lo para o meu quarto. Fechei a porta e me sentei na cama.
— Você está quente, Lavine...
— Senta e não desconversa. – falei, dando dois tapinhas no lugar vago ao meu lado. – Não vai fugir do assunto. Então... você teve imprinting por mim?
— Sim. – ele confirmou, olhando em meus olhos. Havia uma ponta de preocupação, sobretudo deixei quieto.
— E por que nunca me disse nada sobre isso? – perguntei, repentinamente brava. Meus nervos se agitaram por ele esconder algo assim de mim. Cruzei os braços.
— Eu ia te contar. – ele falou devagar, vendo minha reação. – Mas estava pensando em maneiras de fazê-lo.
Assenti. Ele estava nervoso. Que fofo!
Tomei coragem e me estiquei, desajeitada, dando-lhe um beijo. Ele ficou surpreso no começo, mas depois correspondeu.
Me separei, colocando uma mecha do meu cabelo solto atrás da orelha.
— Eu sou muito sortuda por ter você. – falei, me sentindo envergonhada por dizer isso.
— Eu acho que eu sou o sortudo da história. – ele abriu um sorriso torto de tirar o fôlego.
— Então – brinquei. – você é apaixonado por mim ou algo assim?
Seu sorriso ficou um pouco maior.
— Sou completamente, loucamente, perdidamente apaixonado por você. – ele declarou, num múrmuro baixo.
— E então? Como estamos? – perguntei. Eu sabia que ele gostaria de ter algum tipo de compromisso comigo, e eu também queria.
— Você quer namorar? – perguntou, querendo saber minha opinião, acima de tudo.
— Não sei. – fiz um biquinho manhoso. – Ninguém me pediu.
Ele segurou minha mão. Sua expressão, que estava serena, por um segundo achei que ele estava preocupado, mas foi rápido demais.
— Lavine, você quer namorar comigo?
Senti um sorriso enorme em meu rosto. Não que eu quisesse depender de namorar, mas isso também fazia falta na minha vida.
— Claro que eu quero. – respondi, o abraçando.
— Então, esta era a “lição” – ele fez aspas no ar – que você falou para a minha mãe que iriamos fazer?
— Bem, se você não me quiser, posso te expulsar do meu quarto...
— Não. – ele me interrompeu rapidamente, me dando um beijo na bochecha. – Está ótimo aqui.
Eu ri.
— Amanhã é sábado, graças a Deus. Vou ver com Charlie se ele não consegue pesquisar sobre a minha irmã. – minha última frase saiu num sussurro doloroso. Doia demais saber que a única família que me restou, e que eu amo demais, está longe de mim. E eu não faço ideia de onde ela esteja.
— Sinto muito. – ele sussurrou, me abraçando. - Amor, você realmente está quente. - ele passava a mão por meu corpo, testando minha temperatura. - Amanhã vou te levar para ver Carlisle.
— Estou me sentindo ótima. - revirei os olhos, o impedindo de colocar a mão na minha testa pela terceira vez. - Vamos a casa grande amanhã, se isso o faz feliz. Quero ver Ness.
Ficamos assistindo televisão, e poucos minutos depois, sua mãe veio ver como estávamos. Eu sabia exatamente o que ela pensou que estávamos fazendo. Fiquei feliz que não era nada demais. Seth estava deitado na minha cama, e eu estava deitada em seu peito.
Ele dormiu instantes depois, e eu demorei mais um pouco. Quando me cansou assistir, me levantei e fui guardar meu óculos de descanço – fiquei surpresa de que o óculos de repente parecia inútil. Na verdade, minha visão estava ótima. Perfeitamente ótima – na caixinha que estava na minha cômoda e voltei a me deitar com Seth, que me trazia uma sensação muito deliciosa.
Quando acordamos, fomos a casa dos Cullen. Seth foi conversar com o médico da família, e pelo que eu ouvi antes de entrarem em casa, era sobre mim. Nessie, Jake e eu ficamos no quintal, brincando de pique-esconde. Eu sei, infantil, mas era legal.
Eu estava atrás de uma árvore, pois era a vez da Nessie procurar.
Eu comecei a me lembrar da Emma, e de como não fui capaz de mantê-la perto de mim. Meu coração acelerou, e senti uma raiva súbita de mim mesma por isso.
— Droga. – exclamei baixinho, socando a árvore que eu estava escondida, e só depois que eu percebi a besteira que eu fiz. Bem, deveria estar com um hematoma na mão, ou latejando, mas ao contrário: formou-se um pequeno buraco na árvore, e isso me deixou desesperada.
O que diabos foi isso?
Comecei a ofegar e me afastar da árvore, olhando para a mesma como se fosse um monstro de sete cabeças.
— O que está acontecendo comigo? – sussurrei sozinha, dando alguns passos para trás.
Eu me sentia muito furiosa, e com medo, e incrédula tudo ao mesmo tempo. Meu corpo tremia demais para uma humana, e era inacreditável.
— Lavine? – a voz de Nessie estava a alguns metros de mim, com Jacob mantendo um braço ao seu redor. Demorei dois segundos para assimilar que ele estava a segurando no lugar.
Espera! Como eu conseguia ouvi-la a essa distância? Não só ela, mas aves e pássaros que voavam por ali. Um riacho que Seth me levara uma vez, agora eu o escutava nitidamente, como se estivesse ao meu lado. O barulho das folhas das árvores de balançando conforme o vento batia nelas. O coração da Nessie batendo de uma forma não-humana. Eu podia ouvir passos indo para fora da casa. Agora um cheiro doce e forte estava vindo da casa dos Cullen. Era tão doce que parecia queimar meu nariz.
E isso tudo em deixou mais apavorada!
— Não pode ser... – ouvi Edward sussurrar, chocado.
— Lav? – Seth perguntou, e não percebi que ele estava ao meu lado. Estava concentrada demais nas minhas emoções.
— Seth, saia de perto de mim, por favor. – pedi, me afastando dele.
— Lav...
— Seth, sai de perto de mim! – falei mais alto, implorando que ele atendesse. E ele o fez. Eu não sabia o que estava acontecendo, e não queria o machucar de nenhuma maneira.
De repente... algo mudou. Senti uma mudança muito diferente em mim. Senti meus ossos se mexendo, como se estivessem transformando. E então eu estava... sobre quatro patas?
Isso me deixou em pânico. Minhas pernas... patas tremiam muito, e estava um pouco difícil ficar em pé. Encarei os rostos a minha frente, todos chocados. Droga! Será que eles não iriam me ajudar?!
— Lavine, está tudo bem. – Edward foi o primeiro a falar. – Seth também é um lobo, não se esqueça.
Lobo? Eu havia me transformado em um lobo? Como?!
— Lav, está tudo bem. – Seth se aproximou de mim, e eu o deixei, me lembrando que no dia em que ele me levou a clareira, ele parecia totalmente sob controle, sem coisa de lua cheia. – Você não está sozinha, meu amor. – deixei que sua mão afagasse minha cabeça.
Apesar de toda a sua calma que ele queria me transmitir, estava desconcertado. Como se não quisesse aquilo para mim.
Agora fazia sentido. Daniela e Seth me notaram quente.
Lav, você vai ficar bem. Uma voz falou em minha cabeça, me fazendo engasgar, e um lobo castanho avermelhado apareceu a minha frente.
Isso é o cúmulo! Estou louca?
Não, você não está louca. Sou eu. Jacob. Nós podemos ouvir os pensamentos um dos outros na forma de lobo.
Bem, isso era legal. Mas ainda não diminuiu meu pânico. Eu tenho certeza de que seria pior se estivesse sozinha.
Seria mesmo. Ele concordou, e outra voz subitamente falava conosco.
— Deixe isso comigo. – Renesmee falou, e eu percebi que ainda estava nervosa demais para responder a qualquer coisa, mesmo em pensamento. – Ela precisa se acalmar, e não vai ficar nada confortável se tiver um bando de homens a olhando nua quando ela voltar a forma humana.
Prestei atenção a suas palavras e vi pedaços de roupas pelo chão. Caramba! Minha blusa da banda que eu tanto gosto se despedaçou quando me transformei!
Eu reclamei, e saiu um resmungo de lobo. Claro. Que tipo de animal sabe falar?
Seth olhou na mesma direção que eu, percebendo meus resmungos, e soltou um riso – que não chegava aos seus olhos – ao ver a mesma coisa que eu.
Jacob trotou para dentro das árvores, e saiu dos meus pensamentos. Instantes depois ele estava de volta em seu corpo humano.
— Eu te amo. – Seth me falou. – Vou estar com você até o fim.
Caminhei até a floresta com Bella, Rosalie, Esme, Alice e Nessie me seguindo. Eu ainda não consegui me acalmar. Isso era um choque para mim.
— Lavine, olhe para mim. – Bella falou, e olhei em seus olhos. – Tente me imitar. Inspire e expire. Inspire e expire. Inspire e expire. Deixe seu corpo relaxar. Feche os olhos. Inspire e expire. Inspire e expire.
Eu senti meu corpo inteiro relaxar, e senti meus joelhos e mãos no chão, e percebi estar de quatro. Me levantei rapidamente, e fiquei corada ao perceber que estava nua.
— Aqui. – Bella estava perto de mim num milésimo, que se eu tivesse piscado, teria perdido. Arfei. – Vamos contar isso em alguns minutos. – fiquei completamente confusa. – Vá se trocar. – me entregou uma roupa, e eu fui para as árvores.
Coloquei a lingerie vermelha, e o vestido branco florido. Geralmente eu não gostaria desse tipo de vestido, mas esse era absolutamente perfeito. O vento bateu forte em mim, e fiquei surpresa de não tremer de frio. E considerei o que Daniela falou ontem para mim: você está mais quente do que deveria estar.
Será que ela desconfiou, ou foi mera preocupação?
— Você precisa cortar o cabelo. – Nessie comentou, enquanto caminhavamos para a casa. – Você percebeu o tamanho dele em forma de lobo?
Eu tinha percebido, e isso não me fazia querer cortar o cabelo. Sempre gostei dele crescido.
— Você é branca. - admirou-se minha amiga. - É algo belo. É toda branca.
Com suas palavras, puxei uma mecha do meu cabelo, me certificando de que ele estava em sua cor natural.
Assim que pisei na sala, Seth me tinha em seus braços num abraço confortante.
— Vai ficar tudo bem. – ele murmurou em meu ouvido, afagando meu braço.
Sentamos no sofá, Seth ao meu lado. Carlisle na poltrona que ficava não exatamente de frente para nós.
— Qual dos seus pais são da linhagem quileute? – ele começou.
— Nenhum dos dois. – respondi automaticamente. – Eu conheço bem a história dos dois. Agora entendo sobre o que eu ouvi de uma conversa, algo do tipo “Ela não pode virar um monstro”.
— Nenhum pai quer isso para os filhos. – Jacob disse.
— Emma... – arfei, quando me lembrei dela. Não! Ela não poderia virar uma loba.
— Não sabemos sobre isso. – Edward falou, e fiquei confusa. Eu disse algo alto? – É estranho nenhum dos seus pais ser quileute.
Eu ainda estava confusa. Como ele sabia que era sobre isso que eu falava?
Carlisle olhou para Edward, que assentiu.
— Querida, o que sabe sobre vampiros? – me perguntou.
— Eu sei que eles dormem em caixões. – comecei a listar, sorrindo. Eu simplesmente amava coisas místicas. – Eles queimam ao sol, alguns têm habilidades especiais. Eles me interessam bastante.
Edward e Carlisle riram, junto a Bella, Alice, Renesmee, Jasper e Emmett.
O riso fraco de Seth em meu ouvido fez cócegas ao raspar na lateral do meu pescoço.
— Bem, nós somos diferentes dos vampiros que dizem por aí. Não podemos sair ao sol, pois brilhamos. E saberiam que somos diferentes. Mas nós não dormimos em caixões.
Senti meus olhos se arregalarem. Ele falou “nós” e “nós” de novo?
— Sim, somos vampiros. – Edward falou, me deixando mais espantada. Se ele era vampiro, seu dom era ler mentes? – Sim.
Oh, Deus. Estou cercada de vampiros.
Deveria ser legal, não devia? Vampiros são algo interessante, e sempre quis que existissem. Mas agora era estranho. Os Cullen... Vampiros?


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